16 de setembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: dificuldades dos envolvimentos, falta de mecanismos internacionais adequados, os problemas do Estado Islâmico, quadro complexo
O problema agravado pelas divulgações internacionais dramáticas das decapitações de jornalistas pelo Estado Islâmico está em todos os meios de comunicação do mundo, mas as medidas até agora tomadas não parecem contar com a operacionalidade adequada para enfrentar esta lamentável situação. A revista The Economist costuma apresentar uma avaliação ponderada, mas até ela parece confusa com a complexidade do quadro, avaliando que sua solução demandará muito tempo, exigindo paciência de todos. Comenta o pronunciamento de Barack Obama sobre o assunto aproveitando o aniversário do ataque às Torres Gêmeas, considerando o Estado Islâmico um câncer, com o qual todos concordam. Mas, sua intenção de só proporcionar ataques aéreos, além de oferecer limitada assistência técnica ao Iraque indica a lamentável perda do poder dos Estados Unidos para interferir em questões internacionais desta natureza e até de organizar uma coalizão de países para tanto.
A medida da complexidade do atual problema pode ser dado pela lamentável participação de norte-americanos e ingleses radicais nas ações do Estado Islâmico, alem da adesão de muitos países árabes para o seu combate, inclusive a disposição do Irã. São notórias as dificuldades da maioria dos grandes países ocidentais no envolvimento de suas tropas nas operações territoriais, que sofre uma forte rejeição de suas populações. Ao mesmo tempo, organismos internacionais como as ONU – Nações Unidas, ou a NATO – Organização do Tratado do Atlântico Norte não contam com condições operacionais para interferir num quadro tão dramático.
Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama
O The Economist que a proposição genérica de Barack Obama só funcionará se o Oriente Médio começar a superar o caos em que se encontra, com a lamentável política externa dos Estados Unidos nos últimos anos. Todos sabem, infelizmente, que borbardeios aéreos, por mais intensos que sejam, não conseguem desorganizar o Estado Islâmico que nem se sabe com quantos membros contam, e na medida em que inocentes civis são atingidos as resistências mundiais acabam se agravando.
Considerando um inimigo maior o Estado Islâmico até se aceita as participações da Síria, quando os Estados Unidos não conseguiram equacionar adequadamente a situação do Iraque, depois de muitos recursos humanos e materiais lá sacrificados. Outras participações de países árabes sempre são complicadas, pois existem problemas etnicos alem de diversas facções que possuem orientações diversas, inclusive do ponto de vista religioso.
Mesmo entre os demais aliados ocidentais com que os Estados Unidos possam contar, existem muitos problemas políticos que estão sendo enfrentando, tanto com as eleições como o estado ainda precário de suas economias. Se existem problemas como da atual NATO que é regional, as dificuldades de se chegar a um mínimo de consenso na ONU aparenta ser mais difícil.
Um detalhe a ser observado é que os jornalistas decaptados pelo Estado Islâmico usavam uniformes idênticos com os utilizados pelos prisioneiros de Guantanamo, que Barack Obama prometeu fechar, mas não teve condições para tanto.
Tudo indica que é preciso haver uma clara consciência que estas guerras atuais não são as convencionais, aparentando ser mais de guerrilhas, como as que foram enfrentadas no Vietnã e em muitas outras intervenções mais recentes, quando não fica muito claro quem é inimigo e quem é amigo.
12 de setembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: pesquisas de opinião, sentimentos dos chineses, sentimentos dos japoneses
Foram efetuadas pesquisas de opinião pela organização não governamental Genron de Hong Kong por solicitação da China Daily procurando avaliar a opinião de chineses e japoneses sobre as relações entre o Japão e a China. Eles vêm fazendo estes levantamentos, pois se preocupam com a melhoria das relações entre estes dois países relevantes no Extremo Oriente. Ainda que estejam sendo publicadas pelos jornais japoneses como chineses, para procurar maior isenção, aproveitou-se um artigo de Demetri Sevastopulo publicado no Financial Times. Indicam pequenas melhoras, mas os resultados continuam preocupantes.
De acordo com a pesquisa, 38% dos japoneses pensam que a guerra poderá ser evitada, um percentual de 9 por cento percentuais abaixo do levantamento feito em 2013. Mas, 93% dos nipônicos possuem pontos de vista negativos com os seus vizinhos, e 87% dos chineses sobre os japoneses, ainda que com uma redução de 6 pontos com relação à pesquisa anterior. São dados alarmantes, mostrando que entendimentos importantes entre eles apresentam grandes dificuldades. O Primeiro Ministro Shinzo Abe solicitou ao Presidente Xi Jinping uma reunião de cúpula entre as autoridades dos dois países, mas não recebeu uma resposta favorável.
Primeiro Ministro Shinzo Abe do Japão
Presidente Xi Jinping da China
Todos sabem que o clima entre a China e o Japão pioraram depois das disputas sobre as ilhas deshabitadas Senkaku/Diaoyu no mar entre os dois paises. O governo japonês comprou as mesmas para evitar que radicais japoneses os adquirissem. Os chineses ficam contrariados com as visitas das autoridades japonesas ao Templo Yasukuni onde estão enterrados herois japoneses, alguns considerados criminisos de guerra pelos chineses.
Ainda que as relações comerciais entre os dois países sejam os mais intensos no mundo, estas dificuldades políticas alimentam estes sentimentos antagonicos entre os japoneses e chineses. As pesquisas indicam que 53% dos chineses e 29% dos japoneses que seus países irão à guerra.
Existem minorias nacionalistas tanto entre os japoneses como entre os chineses que fomentam atitudes belicistas, e as autoridades procuram reduzir as ansiedades, mas não estão se conseguindo avanços expressivos.
São constantes os sobrevoos de aviões, inclusive militares dos dois países sobre as ilhas em disputa, e os Estados Unidos procuram dar um respaldo para seus aliados japoneses, mas evitam confrontos diretos com os chineses que poderiam agravar os conflitos que se extendem por outros países da região. Também são frequentes as presenças de navios de guerra, principalmente da China na região que ampliam os sentimentos contrários de muitos países que possuem outras disputas com aquele país.
Os entendimentos diplomáticos teriam que ser intensificados, mas muitas questões passadas não facilitam que se cheguem a resultados. O que continua predominando é a possibilidade de que estas tensões emocionais sejam adomercidas, fazendo com que interesses econômicos e comerciais continuem aumentando de importância.
10 de setembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: 61 volumes dos anais do Imperador Hirohito, posição contra a aliança com a Alemanha nazista, posição contra a guerra com os Estados Unidos
A Agência da Administração da Casa Imperial do Japão divulgou os anais do Imperador Hirohito que detalham os 87 anos de sua longa vida, que começou no dia 29 de abril de 1901 e terminou com o seu falecimento no dia 7 de janeiro de 1989. Inclui o período em que ele ascendeu ao Trono do Crisântemo em 25 de dezembro de 1926, o seu pronunciamento pelo rádio de 15 de agosto de 1945 declarando a rendição japonesa, até o seu falecimento no pós-guerra, já como Imperador constitucional. São 61 volumes que compreendem 12.137 páginas, com 3.152 conjuntos de materiais, sendo 40 não conhecidos até hoje. Estão publicados em todos os jornais japoneses.
Entre os fatos destacados no The New York Times pelo jornalista Martin Fackler está sua oposição à aliança na Segunda Guerra Mundial com a Alemanha nazista que levou a formação do Eixo junto com a Itália, e sua advertência antes do ataque a Perl Harbor que uma guerra com os Estados Unidos como autodestrutivo para o Japão.
Sua Majestade Imperial Hirohito
Atribui-se a demora na divulgação destes anais, dado que muitos dos assuntos abordados são sensíveis para a opinião pública japonesa e mundial, podendo ser atribuída a sua responsabilidade na Segunda Guerra Mundial por não ter assumido uma posição mais atuante ao período nacionalista e militarista que levou ao conflito mundial.
Os analistas norte-americanos também informam que os contatos do Imperador Hirohito com o general Douglas MacArthur, que comandou a ocupação dos aliados no Japão não estão apresentados em todos os seus detalhes.
Os documentos divulgados incluem o diário de Saburo Hyakutake, o grande camareiro do Imperador Hirohito, que compreende o período crítico do regime militar em 1936. Estes documentos japoneses do passado costumam ser muito detalhados, como os que foram divulgados, compreendendo o período deste a Restauração Meiji até a Segunda Guerra Mundial, e devem servir para muitos estudos dos historiadores.
3 de setembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: problemas com os chineses nos mares da China, problemas com os russos na região da Ucrânia, problemas no Oriente Médio
Lamentavelmente, confrontos até militares estão se multiplicando pelo mundo de forma assustadora. A Rússia que se encontra numa tendência decadente depois da dissolução da antiga URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, onde explorava os países vizinhos, torna aguda a crise na região da Ucrânia, tendo já absorvido a antiga Criméia, fomentando a dissidência das populações de origem russa que ocupam partes destes países vizinhos. Os países ocidentais que contavam no passado com o policiamento mundial dos Estados Unidos, não contam mais com mecanismos para a solução destas dificuldades, mesmo que tenha ainda alianças como a da NATO – Organização do Tratado do Atlântico Norte. Eram as forças militares norte-americanas que tinham o poder para exercerem pressões operacionais para a solução rápida destes conflitos.
A expansão da China vem se efetivando pelos mares que os cercam, incomodando vizinhos que contavam antes com forças norte-americanas para evitar estes confrontos. Os desgastes que os Estados Unidos sofrem vêm se repetindo, começando no Vietnã, estendendo-se pelo Iraque, pelo Afeganistão e por muitas partes do Oriente Médio, junto com seus aliados, não permitem mais cogitar-se de suas participações na solução destas dificuldades na Ásia. As dificuldades de Israel com a Palestina, os problemas com a Síria e com as facções terroristas em países do Oriente Médio não podem mais ser resolvidos com a participação do país que era o líder mundial. Nem as Nações Unidas, que com o Conselho de Segurança que foram criadas depois da Segunda Guerra Mundial para evitar estas dificuldades internacionais não encontram espaços para as suas soluções, que além das ações diplomáticas, necessitam de forças militares, mesmo que elas não sejam utilizadas.
Sede das Nações Unidas em Nova Iorque
Se haviam dificuldades com o policiamento mundial dos Estados Unidos, o mal sem ele parece pior. Desde 1945 quando foi criada a Organização das Nações Unidas com o seu Conselho de Segurança, as grandes potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial contam com o poder de veto dos Estados Unidos, da Rússia, da China, da França e do Reino Unido. Não se consegue que haja uma reforma considerando a complexidade mundial que é diferente da época da sua criação.
Como as principais dificuldades mundiais atuais dividem estes países que possuem poder de veto, não se consegue que haja uma decisão que permita a sua atuação, mesmo que não se espere que ninguém deseje uma guerra aberta. O fato concreto é que os países como a Rússia e a China vão ampliando as situações de fato, para aumentarem o seu poder, inclusive de uma negociação.
Evidentemente, atrás dos problemas político-militares estão os grandes interesses econômicos, como os relacionados com a energia e o suprimento de matérias primas estratégicos. Envolvem também a proteção das rotas indispensáveis para a garantia do seu suprimento estável. Não se podem relevar também os problemas étnicos de populações que se deslocaram pelas diversas regiões, e que se acentuam com a globalização econômica.
Parece, também, que não se dispõem de líderes estadistas que sejam capazes de conduzir os diversos países para soluções que sejam convenientes para todos, de forma estável e no longo prazo. O atual quadro de incertezas acaba afetando a todos, notadamente os países emergentes e menos desenvolvidos, que necessitam fomentar suas produções para conquistar estágios superiores de padrão de vida para suas populações.
28 de agosto de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: a consolidação da situação da Marina Silva, aspirações por mudanças dos eleitores brasileiros, influência do setor financeiro, o novo não muito novo
Ainda que o quadro sucessório brasileiro não esteja totalmente definido as pesquisas de opinião como as demais informações disponíveis indicam uma nítida tendência para a vitória da candidata Marina Silva para a Presidência da República na eleição de outubro próximo, que poderá se consolidar politicamente nas próximas semanas com as novas adesões populares que possam ser esperadas. A ideia de uma terceira via alem do PT – Partido dos Trabalhadores e do PSDB –Partido Social Democrata Brasileiro, que vem sendo proposta pela coligação do PSB – Partido Socialista Brasileiro e a Rede da Solidariedade parece atender a aspiração da renovação política de parcela importante do eleitorado brasileiro, ainda que seja somente uma esperança vaga acrescentada de forte emoção com o desastre que vitimou Eduardo Campos. O acidente provocou a sua substituição por uma nova chapa tendo Marina Silva como cabeça, secundada por Beto Albuquerque que se diferencia dela em muitos pontos, como vice-presidente. A falta de experiência administrativa parece menos relevante para os eleitores que a vontade que se acredita suficiente para superar obstáculos concretos e reais.
Mesmo que esquema atualmente existente, procurando conseguir credibilidade e maioria no Congresso que dê sustentação ao novo governo pouco tenha de novo, parece que isto está se tornando irrelevante pela enxurrada que está ocorrendo na procura de mudanças. Como o PSB não é um partido expressivo, estando preso aos esquemas tradicionais da política brasileira, a candidata Marina Silva acena para alvos preferências de novas incorporações até como de Lula da Silva e José Serra que contariam com quadros experientes do ponto de vista político partidário. Exatamente parte política do que se desejaria substituir na nova colocação, mas o desejo de mudanças parece atropelar a tudo, mesmo a razão. Também nos quadros técnicos acena-se para a participação de profissionais ligados ao setor financeiro e empresarial, inclusive com capacitação operacional, que resulta numa solução tradicional, sem correspondência nos aspectos reais. Ainda que resolvendo os problemas de curto prazo, parecem apresentar dificuldades para o desenvolvimento no longo prazo, que exige setores engajados com as inovações tecnológicas.
Marina Silva, candidata à Presidência da República
Marina Silva conta com uma capacidade de se expressar como uma batalhadora que vem lutando pelos seus ideais, mesmo diante de obstáculos dos mais difíceis, chegando até a convencer segmentos que normalmente adotam posturas mais conservadoras. Mesmo tendo fortes convicções pessoais, coloca-se na posição para entendimentos pragmáticos com correntes de diferentes, surpreendendo a muitos.
Diante de adversários desgastados procura convencer o eleitorado que suas fortes determinações são capazes de superar os obstáculos hoje existentes no Brasil, promovendo a união de forças relevantes com suportes populares. As experiências que se repetem pelo mundo recentemente demonstram que estas mudanças expressivas nem sempre são fáceis, principalmente num período curto como o de um mandato de quatro anos.
Marina Silva expressa que é contra a reeleição, que vem se mostrando com um mecanismo com muitas dificuldades e se compromete que a reforma política ampliando o período do mandato será aplicado somente a quem a venha a suceder, caso seja eleita.
Ainda que a eleição confirme estas tendências, tudo indica que governar bem o Brasil pode ser algo com mais complexidade que exige outras condições que ainda não estão equacionadas.
19 de agosto de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: análise das pesquisas como do Datafolha, análises que nem sempre correspondem às indicações, o problema do engajamento da imprensa na campanha eleitoral
Ainda que existam os que defendem a posição que os meios de comunicação social deveriam adotar uma posição equidistante dos diversos candidatos em qualquer campanha eleitoral, existem países de longa tradição democrática onde estes engajamentos são plenamente aceitos, desde que estas posições sejam explicitas. O que parece inconveniente é que análises que não correspondem aos dados de uma pesquisa sejam apresentadas, o que mostra que ou existe uma disfarçada intenção de induzir os leitores a erros, ou uma incompetência mesmo em analistas experimentados, o que deve ser uma hipótese que deve ser rejeitada. Com a oportuna divulgação da pesquisa efetuada pela Datafolha, após o lamentável falecimento do candidato Eduardo Campos do PSB, havendo fortes indícios da sua substituição pela Marina Silva, muitas indicações preciosas acabaram sendo reveladas.
Resumidamente, as indicações foram que a candidata Marina Silva apresentou um empate técnico com Aécio Neves no segundo lugar, com a candidata Dilma Rousseff como a preferida para Presidente da República, mas levando à necessidade do segundo turno. No segundo turno haveria uma superação da atual Presidente pela Marina Silva, hipótese que não se verificaria com Aécio Neves, neste levantamento. Evidentemente, estas pesquisas indicam o que se observa no momento e a Datafolha costuma utilizar uma amostra estratificada que reduz as margens de erro. Como informações complementares, evidenciou-se a recuperação dos que consideram o governo bom ou ótimo quando comparada com a pesquisa anterior, ao mesmo tempo em que se identifica um desejo pela mudança do governo do PT e seus coligados, o que seria conseguido no segundo turno pelo PSB e seus coligados, ainda que a tradição brasileira seja o voto no candidato e não nos partidos.
A íntegra da pesquisa pode ser obtida no: http://datafolha.folha.uol.com.br/eleicoes/2014/08/1502039-com-marina-disputa-presidencial-iria-para-o-segundo-turno.shtml
Comparando com os dados coletados nas pesquisas anteriores, verifica-se que a Dilma Rousseff como Aécio Neves obtiveram os mesmos percentuais do levantamento anteriores e Marina Silva conseguiu seus 21%, mais que o dobro do obtido por Eduardo Campos pela redução dos indecisos e brancos e nulos.
O que parece incorreto é que se atribuía as maiores dificuldades para Dilma Rousseff, ainda pelos dados ela tenha que se submeter ao segundo turno, com a possibilidade de perder para Marina Silva. O que parece mais provável é que Aécio Neves, igualmente, tende a perder eleitores para Marina Silva, na medida em que não teria condições de vencer no segundo turno, o que poderia ser conseguido por Marina Silva.
Evidentemente, estas tendências ainda não se encontram consolidadas, pois a campanha pela televisão e rádios com o uso dos tempos concedidos pela atual legislação eleitoral mal começou. Muitos atribuem que o impacto emocional do desastroso desaparecimento de Eduardo Campos ainda estaria muito elevado.
As campanhas devem ressaltar que Marina Silva não dispõe de experiência no comando do Executivo, ainda que regionalmente. E haveria restrições de alguns segmentos políticos diante do seu passado com fortes marcas conservacionistas. Procura-se ressaltar que ela assumiria todos os compromissos de Eduardo Campos, contando o PSB com um programa substancioso já elaborado.
A campanha eleitoral deverá ser acirrada, pois as margens atuais são pequenas.
15 de agosto de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Destaque, Editoriais e Notícias, Política | Tags: a morte trágica do candidato a Presidente, as manifestações generalizadas de lamentações, novos quadros, os elogios quase unânimes
É mais que natural que as qualidades de um político sejam ressaltadas quando ocorre um trágico desaparecimento como de Eduardo Campos, ainda com somente 49 anos, quando começava a despontar na política nacional. Como candidato à Presidência da República foi vitimado num acidente aéreo em Santos em plena campanha eleitoral. Poucos conseguiriam a unanimidade que está obtendo de manifestações sobre suas potencialidades, inclusive de seus adversários, consequência natural do prestígio que conseguiu acumular pelas suas atuações regionais. Com dois mandatos no governo de um Estado da importância de Pernambuco onde conseguiu as melhores avaliações, além de outros obtidos em eleições como de Deputado Federal. Também acumulou experiências em cargos federais como de Ministro de Ciência e Tecnologia no governo Lula da Silva. Todos enfatizam suas qualidades de conciliador, ainda que exercesse a presidência de um partido político considerado de esquerda, como o Partido Socialista Brasileiro, e apresentava suas ideias que fascinavam até os mais conservadores, notadamente no respeito às regras de mercado.
Sendo um político de origem nordestina não poderia deixar de trazer as fortes marcas da região, notadamente nos seus aspectos positivos que estão sendo reconhecidos recentemente por uma melhoria superior à nacional do padrão de vida. Representava a população aguerrida desta parte do país que enfrenta até as adversidades climáticas, tirando partido de suas condições favoráveis para contribuir para o desenvolvimento nacional como para a atual economia globalizada. Insistia numa mensagem com nova roupagem, procurando superar os obstáculos antepostos até pela tradição. Ninguém pode imaginar que ele fosse perfeito, mas suas qualidades superavam em muito os compromissos que todos os políticos necessitam assumir, tratando com pragmatismo as situações que precisava enfrentar.
Eduardo Henrique Accioly Campos (1965 – 2014)
Seu otimismo era reconhecido como o sonho de dias melhores para a população brasileira. Ainda que não conseguisse a vitória na sua primeira tentativa de chegar à Presidência da República, todos admitiam que seu futuro fosse promissor para cargos da maior importância. Deixa um vazio difícil de ser preenchido, mas um exemplo estimulador para todos que acreditam na política.
Tinha se preparado num ambiente, inclusive familiar, de insistentes e persistentes batalhas, tendo como inspirador Miguel Arraes que tinha no seu currículo décadas de lutas adversas em Pernambuco e no nordeste. Mas, não aparentava contar com resquícios de rancor, mas uma inconformidade com a acomodação e a ineficiência.
O que se espera é que o seu exemplo inspire outros jovens que existem caminhos políticos e democráticos para se alcançar condições melhores de vida para a população brasileira, ainda que as limitações sempre estejam presentes.
30 de julho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: a profundidade da campanha contra a corrupção na China, comando direto de Xi Jiping, envolvimentos políticos, indústria petrolífera e as estatais, órgãos de segurança, um plano arquitetado com cuidado
Todos os dados referentes à China são astronômicos. No último dia 29, dia Internacional do Tigre, anunciou-se que Zhou Yongkang o “tigre” de mais elevado escalão naquele país, assim chamados os grandes corruptos, foi oficialmente anunciado como investigado por graves violações disciplinares, ele que já deve estar detido desde 1º de outubro último, quando foi visto pela última vez em público. O peso da campanha anticorrupção iniciado pelo Presidente Xi Jinping abateu-se pelo ex-chefe da segurança mais elevada na China, que também era membro do Comite Permanente do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista Chinês, a entidade máxima do comando daquele país. O China Daily, órgão oficial daquele país anunciou que nada menos do que 38 “tigres” já foram indicados para investigações desde a última mudança do governo da China, em novembro de 2012. Os corruptos de menor escalão são chamados “moscas” e estes atingem centenas, mais de 480.
Zhou Yongkang, China’s former security chief, is under investigation for suspected "serious disciplinary violations". Jason Lee / Reuters
Afirma-se que Xi Jinping chegou à conclusão que ou a China elimina a corrupção ou a ela acaba com o país e começou a desencadear esta campanha recomendando as punições mais severas, mesmo atingindo os escalões mais elevados. Uma longa matéria publicada no site da Bloomberg, escrita por Ting Shi, Shai Oster e Aibing Guo informa com detalhes toda a campanha, considerada a mais importante deste a morte de Mao Zedong.
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23 de julho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: mudança de polarização da URSS com a ascensão chinesa, o complexo quadro geopolítico atual, posicionamentos e evoluções futuras, redução da hegemonia dos Estados Unidos
Todos estão observando que se registram importantes mudanças recentes no quadro geopolítico mundial, com a redução da hegemonia dos Estados Unidos, até sobre os seus aliados. Tinha como polo dialético a antiga URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas comandadas pela Rússia, que sofreu uma desagregação. Mas aquele país procura recuperar a sua ascendência sobre a Criméia como outros países que participavam do seu bloco, como a Ucrânia e outros vizinhos, mesmo com a contrariedade da maioria dos países ocidentais. A recente derrubada de um avião civil na região, possivelmente atingido por um míssil, complica mais a situação mundial.
United States of America
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21 de julho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias, Política | Tags: necessidade premente de decisões mundiais, suicídio diante das catástrofes, Tags: dados alarmantes recentes
O site da Bloomberg publica num artigo escrito por Tom Randall um resumo dos dados que estão sendo divulgados pelo US National Oceanic and Atmospheric Association, que anualmente informa os coletados em diversas partes do mundo sobre os assuntos relacionados com o clima. O deste ano está com 275 páginas, tendo o título “Spoiler Alert: o planeta está ficando mais quente ainda”, com dados coletados com rigor científico, que confirmam o que todos estão sentindo na pele e se tornam visíveis pelas indicações mais evidentes. Em que pesem indicações claras desta natureza, as autoridades dos diversos países não conseguem chegar a uma orientação mundial no sentido de decidir pelas medidas práticas para evitar a continuidade deste processo suicida que chega a beirar a insanidade coletiva, apesar dos esforços desenvolvidos pelos conservacionistas.
Os dados foram agrupados por temas e mostram que as superfícies dos oceanos continuam a aquecer; os níveis dos mares atingem recordes; as geleiras recuam pelo 24º ano consecutivo; os gases que provocam o efeito estufa continuam subindo; as superfícies do planeta mantêm-se perto de seu nível mais quente; e os dias quentes estão aumentando e as noites frescas diminuindo. Ainda que as evidências científicas não consigam determinar que tudo isto decorre da ação humana ou faz parte de uma tendência do planeta de longuíssimo prazo, os dados são convincentes para muitos que medidas urgentes precisam ser tomadas, mesmo preventivamente e por precaução, visando que os grandes acidentes climáticos não continuem a aumentar. Com terríveis secas de um lado e inundações que acompanham os violentos tufões do outro, como está se observando nos últimos dias em variados lugares do mundo, e vem sendo informado pela mídia internacional.
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