15 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: consenso que as mudanças foram mais políticas, os problemas de poluição, posições do Financial Times, uma nota do The Economist
Uma das técnicas mais utilizadas por todos é falar mal dos outros, quando se enfrentam problemas próprios graves. Os ingleses ainda usam também da ironia, fazendo humor com a sua própria desgraça, como o The Economist nos recentes artigos que falavam sobre a decadência do Reino Unido, que já teve muito mais importância mundial. O jornal Financial Times acaba destacando que a poluição chinesa é a prova de que muitos objetivos estabelecidos pelos diversos planos passados dos chineses são meras palavras, como as atuais que só tiveram o objetivo de concentrar o poder nas mãos do presidente Xi Jinping e do primeiro-ministro Li Keqiang, mostrando que sem isto as resistências para as reformas seriam incontornáveis. Ambos os veículos, que escrevem muito sobre a China, concordam que a mudança na organização da administração foi mais importante e efetiva que as medidas de reformas ainda a serem detalhadas. A nós parece que as mudanças no tratamento dos imóveis rurais também têm a sua importância marcante.
O Financial Times desfila depoimentos de muitos acadêmicos chineses que se mostram insatisfeitos expressando suas críticas, muitas delas realmente relevantes. O problema mais complexo costuma ser o que terá que ser feito e como, havendo múltiplas opiniões daqueles que não contam com o poder para executá-las. Para quem não tem a responsabilidade de implementá-las, criticar é fácil. O The Economist já tinha antecipado as equipes competentes que foram selecionadas, tanto na formulação dos planos como na cobertura política, agora se limitou a registrar a importância da mudança no poder de decisão.
Third Plenary Session of the 18th CPC Central Committee in Beijing Photo: AP/XINHUA
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14 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo de Antonio Palocci no Eu & Fim de Semana do Valor Econômico, observações de um mês na China, paralelos com problemas brasileiros
Todos devem admitir que Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil no Brasil, com formação básica de médico sanitarista, é uma pessoa com elevada capacidade para a compreensão de problemas políticos, econômicos e administrativos, ainda que nem todos concordem com suas posições. Tendo iniciado a sua carreira política em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, foi eleito para diversos cargos e chegou a ocupar posições chaves no governo Lula da Silva, com elevada capacidade de diálogo com o setor privado. Esteve por um mês na China, em outubro último, a convite da School of International Studies da Universidade de Pequim, tendo feito estudos e debates com variados setores da China. Publicou um interessante artigo no suplemento Eu & Fim de Semana do Valor Econômico, com acesso para os assinantes do jornal no http://www.valor.com.br/cultura/3337966/o-dilema-de-pequim.
Suas observações constatam o que ele observou no crescimento da China das últimas décadas e discussões que já se travavam sobre as reformas indispensáveis para a continuidade do seu desenvolvimento, cujas diretrizes para os próximos anos foram aprovadas pela cúpula do Partido Comunista Chinês recentemente. Ao mesmo tempo em que menciona sua interpretação sobre o que teria causado a desaceleração do crescimento no Brasil. Todos estes assuntos não necessitam ser considerados consensuais, permitindo outras interpretações. Os debates sobre estes problemas acabam acrescentando conhecimentos que podem ser aproveitados em ambos os países, bem como em situações semelhantes em outros países emergentes.
Shenzhen, cidade da na China Antonio Palocci
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14 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: iniciativa do BID no Japão, tentativas de recuperação da presença japonesa na região, visita do ex-ministro Heizo Takenaka à Fiesp
Do reconhecimento realístico que o Japão não vem mantendo um relacionamento intenso e dinâmico com a América Latina e o Brasil recentemente, apesar de algumas iniciativas pontuais, o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, como já se tornou tradicional, vem efetuando reuniões no Japão convidando empresas daquele país para observarem as mudanças que estão ocorrendo na região. É preciso reconhecer que tanto o Japão como os países da América Latina estão concentrados em outras prioridades, tanto que os seus chefes de Governo não se concentram nestes intercâmbios, ficando as visitas oficiais para níveis ministeriais, no máximo. Por exemplo, a presidente Dilma Rousseff e o primeiro-ministro Shinzo Abe não estão preparando projetos bilaterais que justifiquem visitas recíprocas.
Na reunião do BID no Japão, o Brasil foi representado pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior, que não tem tradição no relacionamento com os empresários e as autoridades japonesas. O embaixador André Corrêa do Lago, embaixador do Brasil em Tóquio, procurou preencher a lacuna com o que é rotineiro na sua função atual. O máximo que foi apresentado é a afirmação que o Brasil está se concentrando na elaboração da infraestrutura para o Pacífico que deverá facilitar o intercâmbio com o Japão, além do que está sendo feito. Deve-se reconhecer que estes projetos brasileiros só podem ter efeito ao longo prazo, não atendendo o cerne dos interesses bilaterais. Da parte do Japão, quem visitou o Brasil foi o ex-ministro Heizo Takenaka. Apesar destas visitas serem sempre úteis, não são marcantes suficientes para mostrar uma reversão da atual situação em grandes projetos de interesse brasileiro.
Miriam Belchior Heizo Takenaka
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14 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo do galês Jon MIchell no The Japan Times, dificuldades constantes, problemas deixados pelas tropas norte-americanas no Japão
O jornalista galês Jon Michell é particularmente crítico sobre os constantes problemas deixados pelas tropas norte-americanas que desde a Segunda Guerra Mundial estão estacionadas no Japão. Um problema grave foi localizado agora por trabalhadores de construção em Okinawa, onde mais de 20 barris enferrujados foram encontrados debaixo de um campo de futebol, num terreno que foi da Base Aérea de Kadena. Apesar das autoridades norte-americanas terem sempre negado a existência de tais materiais no Japão, constatou-se que são resíduos do agente laranja utilizados na Guerra do Vietnã para desfolhar as matas onde se encontravam as tropas vietcongs.
Apesar das negações das autoridades norte-americanas, os especialistas japoneses como estrangeiros confirmam os perigos destes materiais para a saúde da população local. Teriam sido enterrados em torno de 1987, e os norte-americanos ocuparam 30 bases localizadas em Okinawa, ocupando cerca de 20% de suas terras. Os dados constatados são constrangedores para os Estados Unidos que continuam sofrendo pressões para a mudança de suas bases para ilhas que continuam sob o seu domínio desde a Segunda Guerra.
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14 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: a criação do Conselho de Segurança Nacional, as mudanças na propriedade rural, aspectos fundamentais das mudanças que estão se processando, fortalecimento do presidente nas seguranças interna e externas
Verificando o noticiário internacional sobre as reformas que estão se processando na China, que utilizam variadas fontes e analistas treinados nas análises sobre aquele país, começam a destacar as mudanças mais importantes aprovadas, que permitem a continuidade do desenvolvimento daquele país, superando as principais dificuldades que enfrentam. Dois aspectos parecem ser considerados quase consensualmente como os mais importantes. O primeiro seria a criação do Conselho de Segurança Nacional da China que fortaleceria muito o poder do presidente Xi Jinping. Ele deve passar a ter o comando operacional da segurança interna bem como a externa, que sofria restrições nas tentativas passadas de reformas naquele país. O segundo seria a propriedade imobiliária no setor rural chinês, que iguala as oportunidades aos agricultores com relação aos residentes nos centros urbanos.
Na Terceira Sessão Plenária da China, com 376 líderes participantes, onde foram decididas as grandes mudanças do passado, depois da morte de Mao Tsetung, como a ascensão de Deng Xiaoping e o uso do socialismo de mercado, como a entrada da China na OMC – Organização Mundial do Comércio, que acelerou a atual globalização, ajusta-se a China agora as condições atuais do mundo. A segurança interna visa compatibilizar o país com a nova realidade decorrente das naturais aspirações para descentralização política ajustada às demandas populares. Também a crescente importância militar da China, notadamente nos mares asiáticos, aumentam as possibilidades de conflitos com vizinhos e seus aliados, exigindo soluções ágeis diante de potenciais crises. O artigo publicado por Jeremy Page no The Wall Street Journal informa que muitas resistências passadas não permitiram a criação deste Conselho de Segurança Nacional, que reduz o poder de outros setores políticos da China, inclusive militares.
A outra decisão fundamental é a mudança da legislação de terras rurais, fazendo com que os agricultores possam usufruir do mesmo tratamento que já era concedido às populações urbanas. Também esta decisão é histórica, pois na China só havia a autorização para o uso destas terras rurais, sem que fossem patrimônios ou propriedades dos agricultores. As autoridades locais tinham o direito de transformar estas terras em áreas para projetos industriais ou habitacionais urbanos, sem que os agricultores fossem indenizados. Agora, estes agricultores passam a poder vender estes imóveis, e passar a gozar de todos os privilégios sociais dos habitantes urbanos, como o acesso à saúde.
Será com base nestas mudanças fundamentais que as demais reformas serão implementadas daqui para diante na China. Todos reconhecem que Xi Jinping teve fortalecido o seu poder, mais do que contaram os presidentes que o antecederam. Com cuidado, serão tomadas as medidas para que o mercado decida sobre as alocações dos recursos, de forma decisiva, o que deve significar que as estatais, que continuarão a desempenhar o seu papel estratégico, estarão sujeitas aos critérios de eficiência, com seus preços, financiamentos, e eventuais subsídios estabelecidos de forma a tornar transparente os orçamentos.
Todas estas mudanças estão baseadas nas experiências passadas onde o governo chinês não conseguia a adequada coordenação para resolver problemas cruciais, internos como externos. O novo organismo que deverá estar acima dos ministérios e ajudar a superar as resistências que existam.
Ainda que muitas medidas ainda tenham que ser detalhadas, parece que se tomou o cuidado de contar, nos postos chaves, com o pessoal qualificado para dar o suporte necessário ao presidente e ao primeiro-ministro. As reformas devem ser profundas, como foram preparadas nas expectativas criadas, sem o que a China não contaria com condições para continuar com o seu processo de desenvolvimento, num mundo globalizado que não apresenta mais o dinamismo estimulador necessário.
13 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: apreciações do The Wall Street Journal, primeiras informações sobre as aguardadas mudanças chinesas, resumos da Reuters, resumos do documento divulgado pela Xinhua
Como de costume, depois de terminadas as importantes reuniões da cúpula do Partido Comunista Chinês, a agência oficial chinesa Xinhua divulgou o que foi decidido no idioma local. A agência Reuters divulgou um primeiro resumo muito geral, informando que eles perseguem um desenvolvimento sustentável reduzindo as tensões sociais e políticas que começaram a aparecer. O mercado terá um papel decisivo na alocação de recursos com o objetivo de alcançar resultados decisivos sobre as reformas em 2020. Na economia, informa-se que o Estado continua sendo prestigiado, exercendo o seu papel de liderança, como na energia e controle da economia.
Procura-se aperfeiçoar a relação entre o governo e o mercado, permitindo que a alocação de recursos seja feita por ele. As áreas consideradas chaves deverão estar padronizadas até 2020. Vai ser reduzida a barreira para a entrada de investimentos nas zonas especiais, notadamente no interior do país. O setor fiscal vai sofrer um aperfeiçoamento, estabilizando a carga tributária com um orçamento transparente, melhorando o relacionamento do governo central e o local.
Presidente Xi Jinping e primeiro-ministro Li Keqiang,
A reforma social procurará um sistema de segurança mais justo e sustentável, com destaque para as assistências médicas. Reformas serão introduzidas neste setor, visando a prosperidade de todos. A gestão social visará aproveitar as organizações sociais, inclusive na solução dos conflitos.
Faz-se uma referência explícita à melhoria do meio ambiente e uso dos recursos naturais, utilizando o pagamento para as medidas de sustentabilidade. O setor agrícola terá os direitos dos agricultores ampliados, equilibrando com o setor urbano. O mercado imobiliário será único, melhorando o sistema financeiro e o desenvolvimento da ciência e tecnologia.
Carlos Tejada escreveu para o The Wall Street Journal, utilizando as interpretações do professor Li Wei, da Cheung Kong Graduate School of Business, que o governo resolveu aprovar uma plataforma política ampla, sendo notável a recuperação dos agricultores.
O documento está vazado em colocações vagas, mostrando que se procurou adequar às aspirações de muitos, procurando um consenso de todos, inclusive governo e militares. O comunicado expressa que a questão chave está na forma de lidar com o governo e o mercado, que deve alocar os recursos.
Não se deixou muito claro o papel das estatais, que ficaram asseguradas com alguns setores de infraestrutura, mas que as empresas privadas são também relevantes para o desenvolvimento. Mas, parece que é da cultura asiática, está forma de se expressar, quando os ocidentais apreciariam uma forma mais clara.
Mas obtém-se um sentido de que a China procura uma economia de padrão de consumo elevado, como o que é encontrado nos Estados Unidos e na Europa, havendo que se fazer uma transição cuidadosa.
Com o tempo, diante de medidas que sejam tomadas com base nestas orientações gerais, poderá se ter uma ideia mais clara do que acontecerá na China, com repercussões em todo o mundo.
11 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo de Jules Kortenhorst no Project Syndicate, eficiência energética depois da OPEP, nova rodada sugerida pelo Rocky Mountain Institute
Jules Kortenhorst é CEO do Rocky Mountain Institute que opera nos Estados Unidos e tem procurando maior eficiência energética preocupado com os problemas das mudanças climáticas. Num apanhado histórico, informa que a cerca de 40 anos atrás, quando se formou a OPEP – Organização dos Países Produtores de Petróleo, formando um cartel para a substancial elevação dos seus preços, o mundo enfrentou um grande desafio. Os Estados Unidos organizaram o DOE – Department of Energy em 1977 e um ano antes aprovaram a National Energy Act para efetuar a regulação industrial e de incentivos fiscais para promover a eficiência no uso dos combustíveis e de energia renovável.
Estas medidas resultaram, segundo o artigo, numa grande melhoria energética, tanto que, entre 1973 a 1985, o consumo de energia por dólar nos Estados Unidos diminui 28%, cinco vezes mais rápido do que nos 25 anos anteriores. Mas o declínio correspondente da demanda fez com que o preço do petróleo caísse em 1986, inaugurando uma nova fase de energia barata, facilitando o crescimento econômico de duas décadas, reduzindo a pressão sobre o governo para continuar perseguindo esta eficiência.
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11 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo no The Japan Times, execuções por motivos banais, receios exagerados sobre influências de outras culturas
Uma inacreditável notícia foi publicada pelo The Japan Times com base nas informações provenientes da agência AFP informando que cerca de 80 execuções foram efetuadas nos últimos meses na Coreia do Norte, muitas pelo fato dos condenados serem acusados de assistirem a programas de TV contrabandeados da Coreia do Sul, que foi noticiado num jornal deste último país. O conservador Joong Ang Ilbo citou uma fonte não identificada, mas no mínimo um grupo de refugiados do norte confirmaram os rumores que dão credibilidade à notícia. A fonte familiarizada com os problemas internos da Coreia do Norte, que recentemente retornou daquele país, informa que as execuções ocorreram em sete cidades, no dia 3 de novembro último.
No porto leste de Wonsan, informam que as autoridades reuniram 10 mil pessoas para assistir às execuções de oito pessoas por um pelotão de fuzilamento, que foram feitas num estádio esportivo, com base na testemunha ao jornal. As informações informam que dramas sul-coreanos de televisão, que são populares inclusive no Japão, foram assistidos por estas pessoas, alguns envolvendo a prostituição. Wonsan como Pyongson foram designadas como zonas econômicas especiais para acolher investimentos estrangeiros, visando impulsionar a economia local.
Líder norte-coreano Kim Jong Un / Foto: KCNA/AFP/Getty Images
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10 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo de Zhang Monan no Project Syndicate, benefícios para o mercado interno chinês, competitividade internacional, indústria de alto padrão tecnológico inserido na economia global
Um artigo espetacular e esclarecedor da conhecida Zhang Monan, que é fellow do China Information Center, do China Foundation for International Studies e pesquisadora do China Macroeconomic Research Platform, foi publicado no Project Syndicate. Informa o papel da nova Zona de Livre Comércio que está sendo instalada em Xangai, um dos centros mais avançados da China e onde já se contava com 393 MNCs – Multinational Corporations em setembro de 2012. Esta é uma medida que antecipa as reformas que estão sendo decididas na China, de forma que sua economia continue crescendo conectada com o exterior, mas com a visão no dinamismo do mercado interno.
O que impressiona na emergente economia chinesa é sua capacidade pragmática para pensar a longo prazo, criando mecanismos ousados para consolidar as condições para absorver conhecimentos externos para melhorar a produtividade de toda a economia, que deixa de contar com recursos humanos baratos para dispor de tecnologias avançadas para continuar competitiva no mundo, que não vem apresentando o dinamismo que seria desejável. Promove-se uma abertura para investimentos, comércio e finanças, procurando a sua inserção numa cadeia de valor global, promovendo mais uma rodada de liberalização. Acaba provocando uma inveja no países emergentes como o Brasil, que passam por dificuldades semelhantes.
Zhang Monan
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8 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: financiamentos chineses com pagamentos em exportações brasileiras, importância num momento crucial da economia mundial, investimentos chineses no Brasil, o encontro do Vice-Presidente Michel Temer com o Presidente Xi Jinping
A imprensa mundial não está dando a devida importância para uma nova aliança Sino-Brasileira que está se consolidando cada vez mais. Tanto o Brasil como a China, duas importantes economias emergentes, encontram-se bastante isoladas dos entendimentos internacionais que se consolidam mundo afora. Nada mais natural que ambos procurem intensificar seus intercâmbios visando vantagens recíprocas que são relevantes, utilizando os setores onde possuem e estão mais avançados. Quando da visita da presidente Dilma Rousseff à China, em abril de 2011, foram estabelecidos importantes acordos, que continuam se desdobrando posteriormente, com entendimentos objetivos e concretos em 2013.
A China vem intensificando a participação na exploração brasileira de petróleo, utilizando suas reservas externas que são as maiores do mundo, principalmente num dólar que está se desvalorizando. Os montantes que não passam despercebidos, ainda que não destacado pela imprensa mundial, estão sendo investidos no Brasil. O Brasil tem um elevado potencial de exploração do petróleo, e a China necessita desta fonte de energia assegurada. Também a China demanda muitas produções agropecuárias para a alimentação de sua gigantesca população, e o Brasil vem aumentando a sua produção competitiva no mundo. Nada mais natural que ambos os países procurem todas as oportunidades para fortalecer entendimentos de interesse mútuo, como nesta recente visita do vice-presidente Michel Temer à China.
Michel Temer com empresários chineses e o presidente Xi Jinping
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