Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Trens Asiáticos ou Mundiais

14 de julho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Trem Rápido | Tags: Argentina, Brasil, China, Coréia, Estados Unidos, Europa, notícias de trens para todos os veículos

Quem observar os noticiários asiáticos sobre negócios de trens acaba ficando confuso. Tem para todos os gostos, desde a visita da presidente argentina à China e os acordos firmados, como entendimentos de empresas japonesas, coreanas, com tecnologias europeias, para atender mercados até norte-americanos. No meio de tudo isto, o anúncio da concorrência no Brasil para ser julgado ainda este ano.

O que se pode sentir é que o setor ferroviário se globalizou com empresas, tecnologias, financiamentos, mão de obra, componentes e tudo que envolve grandes obras de logística. Devem ser consórcios que montam verdadeiros quebra-cabeças, com contribuições das mais variadas, nem permitindo saber quem é concorrente de quem.

Se os custos mais baixos, as tradições de operação por prazos mais longos, tudo é incluído no currículo dos componentes de um grande consórcio, vai acabar ficando difícil discriminar o que é de quem. Como está se tratando de projetos que devem operar por muitas décadas, envolvendo riscos econômicos e humanos, parece ser mais conveniente julgar tudo com muito cuidado.

Não se trata somente do Brasil ou de um determinado país, mas acaba se tornando um grande negócio internacional onde a segurança deve ter o devido peso. As lições das dificuldades do Golfo do México devem servir para os mais variados projetos, onde as responsabilidades pelos riscos devem ser desafios para os melhores contratos, com foros claros que não podem ser definidos somente do ponto de vista político.

Que todos nós sejamos sensatos para antecipar, no que forem possíveis, os problemas que vamos enfrentar no futuro, que pode ser distante. Não deve ser um problema simples para qualquer autoridade, pois necessita de um equilíbrio entre a autonomia nacional e os interesses supranacionais.


Concorrência Brasileira do Trem Rápido e Outros Cuidados

20 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Trem Rápido | Tags: outros critérios de avaliação, preços, qualidade

Os analistas mais responsáveis estão notando que importantes inovações, como os trens rápidos cogitados para implantação no Brasil, demandam estudos cuidadosos, não podendo ser subordinados a cronogramas esportivos ou políticos. Como são projetos de longa duração, é preciso ficar atento, além nos preços das construções como das tarifas, nas transferências de boas tecnologias.

Os editais cogitados ainda concentram demasiada atenção aos preços, sem que a qualidade seja considerada essencial. A topografia predominante em território brasileiro, principalmente na área prioritária que contaria com demanda expressiva, desde a região de Campinas, São Paulo, Guarulhos e até o Rio de Janeiro, é de apreciável desnível, que recomenda técnicas específicas, que nem sempre são as mais baratas.

shinkansen 

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Notícia da Folha Sobre o Trem-Bala

19 de março de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Trem Rápido | Tags: asiáticos, consórcios, mudanças, trem bala

A reportagem publicada pelo jornalista Humberto Medina, “Asiáticos acirram disputa por trem-bala”, na Folha de S.Paulo de hoje, é imperdível para todos que procuram acompanhar este momentoso assunto.

Traz informações preciosas sobre as negociações que estão sendo efetuadas, indicando que esta disputa deverá ser muito acirrada, principalmente depois que as condições mundiais se alteraram com a recente crise.

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Suporte Oficial Japonês Para o Trem Rápido

1 de março de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Destaque, Trem Rápido | Tags: consórcio privado, governo japonês, lições do caso Toyota, participação brasileira, projeto brasileiro, trem rápido

Depois de perder uma grande concorrência de projetos de usinas nucleares nos Emirados Árabes Unidos, o governo japonês acordou para a atual realidade internacional.  Sem uma intensa coordenação das agências governamentais com o consórcio de empresas japonesas, não há como ter condições competitivas.

O respeitável jornal econômico japonês Nikkei noticia hoje que o governo japonês está ciente desta necessidade, tanto que o primeiro-ministro revelou a disposição de ajudar o setor privado japonês numa concorrência na Ásia.  O mesmo fará no Brasil.

Agora, este jornal noticia que, por intermédio do JBIC – Japan Bank for International Cooperation, haverá uma assistência oficial para o consórcio japonês participar da concorrência que será efetuada no Brasil, ligando Campinas a São Paulo, Guarulhos até chegar ao Rio de Janeiro.  Volta a atuar como o consagrado “Japan Inc.”

A concorrência será acirrada, pois franceses, alemães, chineses e coreanos estão dispostos a participar da concorrência brasileira, usando todos os instrumentos que dispõem.  Como o edital permite a exploração do complexo ligado ao trem rápido, por um longo prazo de 40 anos, o consórcio que deverá incluir uma empresa ferroviária japonesa ganha competitividade, com a experiência acumulada no Shinkansen.

O adequado aproveitamento dos imóveis próximos de onde se localizam as estações ferroviárias se torna estratégico para baixar os custos das tarifas, ponto importante no edital.

A tecnologia japonesa é considerada adequada para as características brasileiras, pois há um desnível de cerca de 700 metros entre São Paulo e Rio de Janeiro, e a nipônica, que apresenta tração em todos os vagões, ajusta-se aos trechos acidentados.

O ponto crucial torna-se, agora, os participantes brasileiros do consórcio japonês, por conhecerem as especificidades brasileiras, além de longa experiência em projetos de envergadura, inclusive de exploração de infraestrutura depois da privatização, envolvendo conhecimentos que vão além da engenharia.  Os problemas enfrentados pela Toyota mostram a importância do conhecimento local muito profundo.

Uma visita do mais alto escalão do governo japonês ao Brasil seria oportuna, pois outros países estão realizando a mesma.  Uma conversa direta com o governo brasileiro sempre resulta num posicionamento estratégico, como está se notando no caso dos aviões para a FAB.  Tudo exige o máximo cuidado.

O jogo está se tornando interessante, com grandes vantagens para o Brasil.


Mais Notícias Sobre o Trem Bala Japonês

1 de fevereiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Trem Rápido | Tags: impacto sobre as cidades servidas, reportagem, Shinkansen, Valor Econômico

O Valor Econômico publicou hoje um novo artigo do jornalista Danilo Farcello, que visita o Japão a convite da Embaixada daquele país, sob o título Trem-bala muda o destino das cidades, além de dois outros pequenos complementos.

Depois de cobrir o monotrilho japonês, ele dá uma excelente cobertura sobre o trem rápido que está sendo cogitado para o Brasil, adicionando informações detalhadas que merecem a atenção de todos que se preocupam com o assunto.

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Excelente Trabalho do Valor Econômico

29 de janeiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Trem Rápido | Tags: Camargo Corrêa, Hitachi, monotrilho, Odebrecht

 

monotrilho_japones-300x199É fora de série este excepcional trabalho elaborado pelo jornalista Danillo Farlello, que foi ao Japão   convidado pela Embaixada daquele país. Mostra que alternativa interessante e barata existe para algumas necessidades sul-americanas.

Os que conhecem o monotrilho japonês, desde o primeiro que liga o centro ao aeroporto de Haneda até os mais recentes que vão para as ilhas artificiais criadas na baía de Tóquio, sempre hão de pensar numa solução como esta para algumas necessidades específicas.

E na medida em que a Hitachi pensa num consórcio com duas grandes e eficientes empresas de construção pesada do Brasil, parece um dos mais promissores equacionamentos existentes. A matéria Hitachi fecha acordo para monotrilho em SP merece um prêmio pelo “furo” e pela excelente explicação muito simples deste projeto, até agora guardado a sete chaves.

Tudo que é fundamental está nesta grande matéria. Deve ser lida, obrigatoriamente, por todos que se interessam por soluções eficientes para transportes de massas, ainda que não tão grandes. São Paulo tem um preconceito por algumas soluções elevadas, mas deve-se lembrar que Chicago possui uma semelhante há quase um século.

Até uma ligação até Guarulhos ou até Viracopos pode ser pensada, com as devidas adaptações. Acaba sendo mais econômica que o trem rápido que está com o edital já divulgado.

E resolveria outro problema grave em metrópoles como São Paulo, cujos vales estão ocupados por avenidas ou estradas. O monotrilho (ou por que não duotrilho, mais estável?) não apresentaria inconveniências como de reduzir a permeabilidade do solo, e as constantes inundações a que continuaremos sujeitos enquanto o aquecimento global continuar alto, provocando o El Niño. Pode-se pensar também no deslizamento magnético e outras soluções já existentes.

Tecnologia é que não falta e, quanto à viabilidade econômica, ela é de custo mais baixo que a de superfície ou subterrânea. Como lembra a matéria, o bom aproveitamento das áreas periféricas é fundamental, pois gerarão os melhores pontos de venda da metrópole. As grandes empresas de engenharia do Brasil ficarão imensamente felizes se puderem operar o sistema, o que farão com maior eficiência que o setor público.

Parabéns ao Valor Econômico, ao jornalista Danilo Farlello e à Embaixada do Japão e às empresas participantes do consórcio. Que outros sigam o exemplo dado.


Concorrência Para o Trem Rápido Brasileiro

23 de janeiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Trem Rápido | Tags: concorrência, condições anunciadas, possibilidades, trem rápido

Entrevistas dadas pelas autoridades brasileiras do setor de transportes anunciam que as tarifas mais baixas e a menor solicitação de financiamentos locais devem ser os fatores relevantes para o julgamento do vencedor, que preencherem as demais condições exigidas pelo edital.

Se assim for, sem se examinar profundamente as outras condições, as chances dos chineses ficam atrás. A recente inauguração de uma linha de mais de mil quilômetros ficou com uma tarifa em torno de US$ 100,00 para os passageiros, e informa-se que eles dispensam o financiamento do BNDES, dispondo-se até a conceder um empréstimo adicional para custear o projeto.

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Engenharia Para o Trem Rápido

18 de janeiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Trem Rápido | Tags: operação do sistema, projetos, tecnologia de ponta, trem rápido

O Brasil comprovou que é fazendo que se aprende a projetar com maior eficiência. Quando os chineses se propõem a executar em poucos anos 16.000 quilômetros de trem rápido, há que se respeitar a sua capacidade de projetar túneis, viadutos e outras obras de arte.

Quando o Brasil projetou e construiu Itaipu, tinha acumulado a melhor engenharia na construção de grandes barragens e hidroelétricas, pois vinha construindo um grande número de usinas à montante, que teve um coroamento com o complexo de Urubupungá, com Ilha Solteira e Jupiá.

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Viabilidade do Trem Rápido

8 de janeiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Trem Rápido | Tags: desapropriação dos imóveis, imóveis próximos, operação do sistema, projetos ferroviários, tarifas baixas, trem rápido, túneis e pontes

Neste texto, um pouco mais técnico, vamos tentar esclarecer este tema, recapitulando alguns aspectos que são de conhecimento geral, mas que ficam esquecidos nas nossas memórias. Todos sabem que os projetos ferroviários são de longa implementação e que seus resultados são obtidos num prazo muito longo, incluindo atividades paralelas.

Muitas ferrovias foram viabilizadas pelo aproveitamento dos benefícios que os imóveis próximos obtiveram, proporcionando ganhos de capital. As áreas limítrofes às novas ferrovias se valorizam, e é muito comum serem taxadas com as chamadas “contribuições de melhoria”. No passado histórico, nos Estados Unidos e inclusive no Brasil, foram feitas concessões de grandes glebas de terras que foram loteadas, para projetos de colonização, por exemplo. Isto proporcionou aos investidores substanciais retornos paralelos às tarifas que são cobradas dos passageiros e das cargas.

Mais recentemente, os projetos foram beneficiados por grandes patrimônios imobiliários que eram de propriedade das ferrovias, que foram privatizadas. No Japão, foi criada uma empresa especial de imóveis, procurando dar melhor destino às grandes áreas que pertenciam às ferrovias estatais. As estações se tornaram pontos de vendas, e sobre os pátios foram construídos os mais modernos edifícios.

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