19 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: argumentos de analistas opositores ao governo, desaparecimento do Banco Central clássico, easing monetary policy de muitos países, objetivos além das metas inflacionárias
Apesar das amplas constatações que os bancos centrais de muitos países deixaram de se concentrar nos seus papéis clássicos de visarem unicamente às perseguições das metas inflacionárias que lhes foram propostas, sempre fica conveniente para os mais conservadores fingirem que o mundo não mudou. Somente os cínicos ou irônicos podem imaginar que as autoridades monetárias não interferem nos câmbios cujos mercados sempre foram “sujos”, e que as autoridades monetárias fazem parte do governo, onde se procura coordenar o conjunto da política econômica, operando tanto os aspectos monetários como os fiscais, cambiais, salariais, de defesa, de comércio internacional, do emprego, de medidas sociais e tantos outros que influem no comportamento da economia, que nem mesmo nos regimes mais autoritários os governos possuem o seu controle total, mesmo que os desejem.
Muitos imaginam que a “independência” do Banco Central seria uma garantia fundamental. Mas, para quem? Qualquer governo deve considerar prioritária a preservação ou melhoria da qualidade de vida de sua população, ainda que interesses do sistema financeiro internacional ou dos oligopólios em muitos setores acabem sendo afetados. Parece evidente que não havendo nenhuma distorção nos mercados mundiais poderia se alcançar maior eficiência com os mercados “livres”, que continuam sendo uma abstração que só existem nos livros textos neoliberais. Todos sabem que os que possuem o poder econômico e militar continuam influenciando estes mercados mundiais, evidentemente com maiores interesses para os seus do que para o resto do mundo. O artigo publicado pelo The Economist da próxima semana, deste ponto de vista, deve ser tomado como uma ironia dos quais os ingleses são mestres.
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19 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: crônicas sobre famosos e pessoas comuns, edição da Escritura Editora e Editora Unesp de 2000, primeiro depoimento no meio da leitura, Retratos Japoneses de Donald Richie, tradução de Lúcia Nagib
Já havia lido muitos trabalhos de Donald Richie, recentemente falecido e que trabalhava na Columbia University, depois de longo tempo vivido no Japão, colaborando com diversas publicações e livros. Ele lá chegou logo depois da Segunda Guerra Mundial e ousou mais que muitos que foram como parte das tropas de ocupação norte-americana, interessando por cada indivíduo da população japonesa, chegando a dominar o idioma local, tornando-se um especialista que escreveu sobre várias personalidades e pessoas comuns, com destaque para os cineastas japoneses que muito admirava. Chegou a receber um reconhecimento da Casa Imperial pelas suas contribuições, notadamente no que se refere ao cinema japonês. Sempre acreditei que existiam dois tipos básicos de estrangeiros: os que se tornaram exagerados admiradores dos japoneses ficando viesados nas suas análises pelas suas paixões, e outros que efetuavam considerações superficiais sobre eles, não conseguindo entender as essências das personalidades dos nipônicos. Poucas eram as exceções que permitiam um equilíbrio nas avaliações, ressaltando suas muitas qualidades, mas também tendo o espírito crítico para observar também os muitos problemas que afligem os indivíduos que formam o povo de um país, tendo como referências seus conhecimentos de outros povos.
Este livro, que tem o título em português “Retratos Japoneses Crônicas da vida pública e privada”, é uma tradução do inglês de Lúcia Nagib, ela especialmente interessada no cinema japonês, baseado na nova edição do livro “Public people, private people – Portraits of some Japanese”. E foi editada pela Escritura Editora, junto com a Editora Unesp em São Paulo, 2000. Não pode ser ignorado por todos quantos se interessam pelos japoneses e suas formas de ser, tanto de personalidades conhecidas como pessoas comuns do povo japonês, com suas muitas qualidades como suas limitações. Analisando mais a fundo o seu conteúdo e aprendendo mais com o que ali está expresso, aumento a minha consideração pelo seu autor, pois além de sua admiração por muitos japoneses, preservou a sua capacidade de observar suas dificuldades dispondo de referências internacionais.
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18 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: algumas advertências de especialistas, formas práticas de evitar exageros, os exageros no uso dos computadores e celulares
Um artigo publicado por Andrew Miller no site Health chama a atenção para o uso exagerado de computadores por pessoas de idade, baseado nos artigos publicados por Saori Takagi no seu site Navi Notícias. Ele sistematizou o assunto em alguns itens, sugerindo medidas para evitar os inconvenientes, ressaltando que muitos passaram a trabalhar à distância dos seus locais habituais de trabalho, por poderem fazê-los com o uso da internet. Começou por observar que: 1) risco de esofagite de refluxo pelo excesso de postura comprimindo o estômago que acaba provocando danos ao esôfago. Também provocaria a síndrome da coxa queimada, por e manter a mesma postura por muitas horas. 2) A exposição do rosto ao branco das telas acabaria por acelerar o embraquiçamento do rosto e a acelerar o seu enrugamento. Alguns simples exercícios dos músculos faciais poderiam evitar estes problemas, segundo o autor, concedendo intervalos para estes períodos de concentração. 3) As atenções concentradas sobre os textos dos computadores tendem a provocar o enrugamento das testas que poderiam ser retardadas com exercícios no sentido contrário, o que pode ser feito com a ajuda dos dedos. 4) A concentração por longos períodos tendem a favorecer a formação de bolsões escuros sobre os olhos. Colocando-se pequenos espelhos laterais, olhando-se para os mesmos pode-se fazer pequenos exercícios tirando este excesso de concentração.
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17 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: agressividade do empresário nipo-coreano Masayoshi Son, artigo no jornal japonês Nikkei, negócios de dezenas de bilhões de dólares, Softbank sofre disputa da Dish Network | 2 Comentários »
Poucos empresários no mundo são tão ousados e agressivos como o jovem nipo-coreano Masayoshi Son, controlador do Grupo Softbank, importante operador de celulares no Japão, que tivemos o privilégio de conhecer quando visitou o Brasil há alguns anos. Ele já tinha assombrado o mercado mundial adquirindo parte importante da Yahoo, e agora tem uma oferta firme sobre 70% da Sprint Nextel nos Estados Unidos, uma operação que representa uma aquisição de US$ 20,1 bilhões, sobre a qual tem um acordo a ser efetivado em 1º de julho próximo. Mas noticia-se que o grupo norte-americano Dish Network está disposto a oferecer US$ 25,5 bilhões aos mesmos acionistas, segundo noticia publicado no site do jornal econômico japonês Nikkei.
O artigo aventa duas hipóteses: ou a Softbank acabará sendo obrigada a cobrir a oferta da Dish ou Masayoshi Son terá que convencer os acionistas envolvidos que a longo prazo a associação com o seu grupo proporcionará maiores vantagens no futuro, como parece ter destacado na declaração divulgada ao mercado após a notícia da nova oferta. Os valores envolvidos são astronômicos, mostrando as potencialidades que só podem ser avaliadas pelos especialistas, pois estão acima das atuais cotações.
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17 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: Daiichi Sankyo japonesa associada à indiana Ranbaxy, presente em 56 países, segunda no Japão
O mercado brasileiro de medicamentos atrai investimentos estrangeiros como a segunda do Japão, a Daiichi Sankyo, que vem associada com a indiana Ranbaxy para o fornecimento de remédios genéricos para epilepsia. O Brasil é considerado o 6º mercado no mundo, e a Daiichi Sankyo do Brasil já está presente fornecendo medicamentos para a pressão alta. Ainda que a Anvisa já tenha iniciado uma campanha para a redução do sal nos alimentos, os brasileiros ainda consomem mais sódio que a necessário, aumentando os pacientes que sofrem de pressão alta e todas as suas consequências para a saúde humana.
A notícia consta do jornal econômico Nikkei, informando que Daiichi Sankyo está se dispondo a aumentar a sua participação no mercado latino-americano. Como é sabido, a Shimizu que é a maior produtora japonesa de medicamentos já possui 30% do mercado brasileiro, utilizando ainda o das empresas norte-americanas e suíça que adquiriram nos últimos anos. Mas as informações disponíveis é que paulatinamente pretendem usar o seu próprio nome, pois os produtos japoneses costumam contar com elevada credibilidade quanto a sua qualidade, o que se espera seja confirmada com suas produções locais.
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17 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a AGC e a Takeda, agressividade das empresas japonesas no exterior parece associada às influências de executivos de origem estrangeira, caso da Softbank, Nissan e Hitachi
Alguns grandes grupos japoneses tiveram origem em executivos ousados de origem estrangeira, como o caso da Softbank que parece inclinada a tentar o controle da Nextel, sob comando de Masayuki Son, de origem nipo-coreana. Também a Nissan, diante das suas dificuldades financeiras de anos atrás, foi obrigada a contar com a participação do Carlos Ghosn, de origem franco-brasileira, que também a recuperou e atua intimamente associada com a Renault. A Hitachi também se mostra ousada no Brasil, contando com executivo de origem nipo-brasileira, envolvendo-se agora em pesquisas na área das telecomunicações. Outras cogitações parecem em andamento, com pequenos e médios projetos.
Os grupos japoneses já foram mais agressivos no passado, e parecem voltar agora a ter as mesmas atitudes com a forte desvalorização do yen, que os tornam mais competitivos internacionalmente, apesar de algumas reações com a sua guerra fiscal, que as autoridades informam que não é o objetivo principal. Mas decorre da nova easing monetary policy, dentro do chamado Abeconomics. A sua prioridade ainda parece ser a Ásia, mas alguns primeiros passos também começam a ser esboçados no resto do mundo, ainda de forma cautelosa. Parece que não existe alternativa diante da redução da população japonesa e mesmo com alguma recuperação a sua economia continuará crescendo menos que nos mercados emergentes.
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17 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: ajustamentos sempre dolorosos, exageros decorrentes dos engajamentos doutrinários, redução normal abaixo do resto do mundo
Os principais veículos de comunicação social do mundo, notadamente os que adotam posições doutrinárias contrárias aos vigentes atualmente na China, parecem exagerar a desaceleração que se observa no crescimento daquela economia, que atualmente esta na cifra anual de 7,7%. Todos já estão informados que os organismos que controlam a economia daquele país já anunciaram há meses que haveria uma redução do seu crescimento para 7,5%, havendo necessidade de ajustes importantes, voltando o centro dinâmico do setor exportador, para a expansão do mercado interno. Isto implicaria em reformas difíceis que provocariam a redução do ritmo de crescimento de sua economia, mais baixo do que está se observando recentemente.
No entanto, alguns artigos publicados nos principais jornais econômicos de circulação internacional, notadamente no Ocidente, informam com estardalhaço exagerado a desaceleração que está ocorrendo, como se tratasse de uma grande novidade. Eles se esquecem de lembrar que os crescimentos observados na Europa, nos Estados Unidos e no resto do mundo estão abaixo dos registrados na China. Todos gostariam que esta redução fosse mais paulatina, mas sabe-se que esta gradação é muito difícil de ser controlada, pois, além do governo, depende do comportamento do setor privado, que ganha maior importância relativa.
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17 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: Anvisa amplamente divulgada, outros problemas da nova classe média brasileira, redução do sal
Deve-se aplaudir a ação da Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária divulgando amplamente a recomendação da redução do sal nos alimentos por intermédio dos meios de comunicação social. No entanto, constatando-se o que está acontecendo notadamente com a nova classe média brasileira, que visivelmente está com excesso de peso, poderia se sugerir que, além da preocupação do sódio acima do recomendável, também fosse objeto de atenção as gorduras saturadas e os açúcares. Os hábitos alimentares da população brasileira, que evidentemente está melhorando a quantidade de alimentos, não parece se preocupar igualmente com relação à sua qualidade.
O percentual de brasileiros com excesso de peso, inclusive de jovens e crianças, apesar de muitos estarem praticando esportes e exercícios físicos, mostram que a melhoria do seu nível de renda resultou também na ingestão exagerada de alimentos com muitos sais, gorduras e açúcares, igualmente danosos à preservação da saúde. Campanhas de ampla magnitude parecem necessárias visando à correção destes hábitos, informando sobre os males que estão causando, sobrecarregando a sociedade com elevados custos relacionados com a saúde.
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17 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Complexo Industrial, Entusiasmo no Ceará, Melhoria Portuária, ZPE – Zona de Processamento da Exportação
Observa-se um justificado entusiasmo no Ceará com a implantação do conjunto que denominam CIPP – Complexo Industrial e Portuário de Pecém, a cerca de 45 quilômetros de Fortaleza. Depois de uma incompreensível demora nas autorizações, está em plena execução a primeira Zona de Processamento da Exportação de porte no Brasil com o início das obras da CSP – Companhia Siderúrgica do Pecém, uma joint-venture da Vale com as coreanas Dongkuk e Posco que, na primeira fase prevista para 2015, deve permitir a produção de 3 milhões de toneladas/ano de chapas grossas, que serão basicamente exportadas.
O complexo já conta com um terminal portuário em pleno funcionamento, recebendo contêineres, bem como está preparado para receber carvão mineral importado, tanto para a produção de energia elétrica como para a siderurgia. Muitas indústrias já estão instaladas neste conjunto, destacando as produtoras de cimento e de equipamentos para a geração de energia eólica, aproveitando as excepcionais condições do litoral nordestino do Brasil. Verifica-se que já existem muitos técnicos coreanos na região, frequentando inclusive restaurantes da culinária local.
Porto de Pecém e Zona de Processamento da Exportação de Pecém
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15 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aspectos culturais, exemplo de Beth Goulart apresentando Clarice Lispector, Teatro José de Alencar, tentando acompanhar o desenvolvimento
Mesmo tendo uma elevada expectativa de Fortaleza com o desenvolvimento recente porque passa todo o Nordeste brasileiro, confesso que fui surpreendido pelo elevado interesse cultural de parte de sua população. No domingo à noite, o público que compareceu para o espetáculo apresentado por Beth Goulart é um exemplo, tratando-se de um difícil monólogo sobre o trabalho da consagrada escritora Clarice Lispector considerada de complexa compreensão na literatura brasileira, e que não figura entre às mais populares. O famoso e exuberante teatro José de Alencar inaugurado em 1910, orgulho da cultura cearense, localizado no atual centro mais voltado para as atividades comerciais, encontrava-se com uma lotação difícil de ser alcançada em centros metropolitanos como São Paulo.
Como se trata de uma cidade tropical, eu tomei a liberdade de trajar uma camiseta e uma bermuda, mas era o único, destoando completamente do restante da plateia, que apesar do teatro tradicional com fina decoração da época de sua inauguração, contava com um ar condicionado até exagerado, resfriando todo o amplo ambiente. Os jovens estavam com o que costuma chamar-se de esporte fino, e o público feminino com trajes festivos com finas complementações, dignos das mais importantes cerimônias formais. Até um jovem casal que estava sentado logo atrás de nós, eu e minha esposa, falava correntemente em inglês, o que me levava à ideia de se tratar de estrangeiros que deveriam ter dificuldades de entendimento de um monólogo literário como o que seria apresentado. Para minha surpresa, acompanhava plenamente o espetáculo deixando-me perplexo sem entender exatamente o que ocorria.
Teatro José de Alencar de Fortaleza e de Beth Goulart interpretando Clarice Lispector
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