24 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Turismo, webtown | Tags: esqueceram a China, oportunidade da Copa, turismo internacional
Se a notícia que foi publicada no Valor Econômico informando que a Embratur elegeu 17 países como alvos para a Copa do Mundo e as Olimpíadas, excluindo a China, parece que os dirigentes daquela entidade estão desfocados com o que vem acontecendo no mundo atual. Quem viaja pelo mundo, Estados Unidos, Europa, Ásia, África observam que recentemente o número de turistas chineses em todo o mundo passou a ser a principal corrente, e chegam até o Brasil, mesmo sem eventos especiais.
Eles substituíram os norte-americanos, europeus ou japoneses, e “invadem” os países que apresentam atrativos turísticos enchendo as lojas de departamentos, as lojas de grifes conhecidas, os hotéis e os restaurantes. Possuem uma empolgação pelo futebol e os astros brasileiros e destacam-se nos esportes. Até na África, por motivos variados, o fluxo de passageiros nos voos aéreos é surpreendente. Existe uma maciça classe média chinesa, além dos que possuem elevados poderes aquisitivos, ocupando os melhores estabelecimentos disponíveis no cenário internacional.
Turistas chineses invadem o mundo / Cataratas do Iguaçu
Cristo Redentor / Pororoca no Rio Amazonas
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23 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: comportamentos racionais e movimentos de manada, demanda efetivas e bolhas, riscos
São nos momentos de crise econômica que se observam o excesso de movimentações que não parecem totalmente racionais, alguns caracterizando bolhas, outros baseados em dados objetivos. Tudo indica que há um aumento da aversão ao risco, com exagerados fluxos de recursos para aquisição de títulos do Tesouro Americano, chegando até a provocar uma valorização do dólar norte-americano, depois de exagerada política de aumento da circulação desta moeda provocada pelas autoridades americanas visando a desvalorização da mesma. Mesmo com todas as dificuldades dos Estados Unidos, muitos portadores de ativos financeiros continuam achando que os títulos do governo americano continuam sendo de mais baixo risco.
De outro lado, nota-se, como no Japão, um verdadeiro boom imobiliário, que se observa também em Londres, como os noticiados em diversos jornais internacionais. Há uma nítida preferência por ativos reais, representados pelos imóveis. No centro de Tóquio, em ambos os lados da estação central daquela cidade, as notícias são da continuidade, que parece exagerada, de novos preditos de grande porte, numa das áreas mais valorizadas do mundo em termos imobiliários. Ao mesmo tempo, noticia-se que mesmo com uma economia que começa a se recuperar, até no interior do Japão está se generalizando o aumento dos preços dos imóveis, em parte da recuperação dos que estavam reprimidos.
Edíficos modernos e imponentes “brotam” em Tóquio
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21 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: a evolução, artigo no Valor Econômico, o que acontece no Japão
Os antigos nomi-yas (literalmente, estabelecimentos onde se bebe) ganharam uma versão atualizada com a denominação de izakayas e até mereceram um extenso artigo da Maria da Paz Trefaut, publicado no Valor Econômico. No Japan Today, publica-se uma lista dos melhores izakayas de Tóquio, mostrando que houve um sensível aperfeiçoamento nestes estabelecimentos nos últimos anos, virando uma nova onda internacional, como as que espalharam o sushi por todo o mundo. Existem até redes com muitos estabelecimentos, abandonando os agradáveis ambientes familiares do passado.
Junto com boêmios do naipe de um artista como Manabu Mabe, tive o privilégio de conhecer os antigos nomi-yas onde a “mama-san” nos servia bebidas acompanhadas de petiscos caseiros de sua própria lavra, normalmente conservas como os tsudanes, conservas variadas com ingredientes mágicos, como os produzidos utilizando os noris, algas que já não eram adequadas para, por exemplo, um maki-sushi. Cada pequeno bar tinha o seu tempero específico, e os fregueses, normalmente habituês, jogavam conversa fora com a proprietária que ficava do outro lado do balcão, sempre com uma conversa inteligente.
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21 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: colocações interessantes, Fórum de Cultura e Arte China – Estados Unidos, Yo Yo Ma é atração
O mais importante jornal chinês, que conta com uma versão norte-americana e outra europeia, o China Daily, noticiou com destaque o Fórum de Cultura e Arte realizado na China com os Estados Unidos. A figura principal do evento foi o famoso violoncelista Yo Yo Ma, norte-americano de origem chinesa, que se mostrou extremamente humilde em suas colocações, segundo o jornal.
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Yo-Yo Ma e Amy Tan no primeiro painel do Fórum. Foto de Zou Hong / China Daily |
Além de fazer uma das principais palestras do Fórum, quando ele destacou a imaginação, a criatividade e a tradição, numa entrevista que concedeu, mostrou-se extremamente humilde, apesar de ser um dos músicos mais famosos do mundo. Ele informou sobre o seu projeto cultural que se iniciou em 1998 e se realiza ao longo da antiga Rota da Seda, por onde ocorreu o intercâmbio de diversas culturas, artísticas e intelectuais tradicionais, desde o Pacífico até o Mediterrâneo.
Do ponto de vista artístico, ele informa que tudo necessita se iniciar no interior do coração. Ele esclarece: quando os chineses o convidam para a sua casa ou para a sua tradição de milhares de anos, ele se torna um hóspede, ficando informado sobre como vivem e com que se preocupam, havendo muitas tradições ao longo da Rota da Seda. Repetindo as visitas, aprende-se a apreciar as tradições e formas de viver, uns com os outros.
Com respeito às diferentes tradições, tornamo-nos mais sensíveis, modificando-nos individualmente ou em grupo, tornando-nos mais humanos, completando-nos como seres humanos, informa Yo Yo Ma. Ele entende que a cultura não compete com a tecnologia, mas sempre há uma tensão criativa, notadamente entre o velho e o novo, tornando a cultura muito interessante. Para ele, não existe tradição sem a invenção, e uns aprendendo com os outros, vai se encontrando novos elementos em todo o mundo.
No seu projeto ao longo da Rota da Seda, colecionou novos amigos, ficando com eles nos dois lados do Pacifico.
20 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: apreciação do outono, atividades culturais, Gastronomia, panoramas, pausa no mundo conturbado
Quando os orientais, principalmente os japoneses, afirmam que o outono é a melhor estação do ano, muitos ocidentais têm dificuldade para compreender esta interpretação, quando conhece a primavera e a florada das cerejeiras. Só quando os seres humanos vão ficando mais maduros, com um espírito mais nostálgico é que podem apreciar todas as belezas desta estação preferida dos orientais. Usufruindo serenamente de um panorama com as vistas de florestas coloridas com os momijis, os maples japoneses, que ficam mais belas com os fortes choques térmicos dos frios intensos com os dias ensolarados, pode-se ter uma idéia da intensa alegria de estar vivo.
Momiji. SKYE HOHMANN PHOTOS
Este site já publicou o depoimento da Naomi Doy sobre as delícias que podem ser apreciadas na culinária desta estação. Quem nunca experimentou um matsutake, o mais valorizado cogumelo japonês, com seu sabor suave, que pode ser apreciado num dobin mushi, um delicado consomeé japonês, não pode afirmar que conhece o que se dispõe de melhor na gastronomia mundial, ainda que caro.
Matsutake dobin mushi
Mas se dispõe, como em Nikko, de um excepcional yuba, a nata do leite extraído da soja, que vai se utilizada na produção do tofu. Pratos delicados, compatíveis com o espírito da estação, que podem ser equiparados com o que se pode apreciar nos melhores restaurantes estrelas do mundo.
E é na temporada do outono que se dispõe das melhores exposições como o do Museu Suntory no MidTown, Tóquio, que apresenta a contribuição dos portugueses nas artes plásticas japonesas, que perduram até hoje. Ou da nova versão do “Madame Butterfly” apresentada pela NHK, a televisão oficial japonesa no seu canal G.
Aoi Miyazaki e Ethan Landry em "Cho Cho," remake da NHK de "Madame Butterfly"
No atual mundo conturbado, este outono permite uma pausa refletiva, mostrando que a felicidade humana pode ser alcançada até nas pequenas coisas, muitas que não custam nada. Será que temos que correr tanto para obter as riquezas materiais? Ou os seres humanos podem se sentirem realizados e completos com o que a natureza nos oferece.
20 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aplicação na China, noticias do Nikkei, possibilidades no Brasil
Uma notícia publicada no jornal econômico Nikkei informa que a Nissan e a Mitsubishi Heavy estão fornecendo tecnologias de ponta para resolver os problemas de congestionamento do trânsito nas principais cidades asiáticas. Um caso concreto é a que está sendo utilizada na capital chinesa, Beijing, que é um projeto de maior dimensão na espécie, envolvendo 12.000 veículos equipados com GPS. Câmeras são instaladas nas principais rotas transmitindo aos motoristas as informações do tráfego, oferecendo alternativas mais favoráveis. Em fevereiro próximo, as informações das pequenas ruas também serão incluídas.
Cerca de 5 milhões de veículos provocavam problemas em Beijing em 2005, e as autoridades resolveram utilizar a tecnologia da Nissan. Como o projeto envolvia veículos de outras marcas, ele era complicado, mas está sendo melhorado. Utiliza-se o chamado ITS – sistema de transporte inteligente, e a Mitsubishi Research Institute estima que as vendas de 2005 a 2020 destes sistemas devem chegar a cerca de US$ 1,3 trilhões. Eles envolvem a utilização do ETC – coletores eletrônicos de pedágio, VICS – sistemas de comunicações e informações de veículos, e sistemas de assistência à segurança dos motoristas, ajudando o ITS.
Centro de controle de tráfego em Beijing e pedágio eletrônico em Cingapura
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20 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: noticias do Nikkei, polo de outros acordos na Ásia, uma tendência clara
Ainda que nenhum acordo de livre comércio seja fácil para os diversos países participantes, comparando-se suas vantagens com os inconvenientes, sempre se acaba concordando sobre o balanço favorável. Mas as resistências dos setores prejudicados, como a agricultura japonesa, continua tendo um poder político respeitável, havendo que se obter algumas compensações para os seus agricultores. Parece que a declaração conjunta do primeiro-ministro do Japão, Yoshihiko Noda, do primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, e do presidente da Coreia do Sul, Lee Myung Bak, revela a evidência que um primeiro avanço dos entendimentos entre os três países é mais pragmático que conversações que envolvem muitos outros países, com os que pertencem ao bloco do Asean – Associação dos Países do Sudeste Asiático, ou outros entendimentos relacionados com os países da Bacia do Pacífico, que podem se agregados posteriormente. A notícia foi divulgada hoje pelo jornal japonês Nikkei.
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18 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: em 2012 maioria dos peixes servidos será criado, informações da FAO, projetos em todo o mundo | 5 Comentários »
Um artigo publicado pelo jornal econômico Nikkei, do Japão, um dos maiores consumidores de pescados do mundo, informa que a FAO – Organização da ONU para Agricultura e Alimentação, divulgou a previsão que em 2012 estará havendo uma forte expansão da aquacultura, fazendo com que mais da metade do consumo mundial será abastecido pelos criadores de peixes nas fazendas especializadas para tanto, nos mares como nos rios.
Os relatórios divulgados informam que no ano 2000, 32,4 milhões de toneladas eram produzidos nas fazendas de criação dos peixes, passando a 57,2 milhões em 2010. E isto significa que 48% do consumo de produtos marinhos eram já atendidos pela aquacultura, acima dos 34% de uma década passada.
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18 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigos publicados, os problemas dos câmbios, um entendimento mínimo
Entre os assuntos mais espinhosos para os comentaristas econômicos figura, certamente, os comportamentos dos câmbios, ainda que seja dos mais questionados pelos que dependem deles para se posicionarem nos seus negócios. O jornal Valor Econômico publica hoje alguns artigos falando da valorização do dólar, difíceis de serem imediatamente compreendidos pelos seus leitores, mesmo que sejam um público especializado, pois todos entendem que existe uma forte tendência de desvalorização do dólar num prazo mais longo. Isto acontece porque as conclusões dependem do período selecionado para a análise, diante das fortes flutuações que têm ocorrido recentemente.
Nos artigos elaborados por Alex Ribeiro e Fernando Travaglini, informa-se que a guerra cambial diminui, mas os controles estabelecidos por alguns países, inclusive o Brasil, ainda persistem, baseados no período de abril a outubro de 2011, portanto, num prazo curto dos últimos meses. Estão baseados nos estudos publicados pelo Peterson Institute for Internacional Economics, de autorias de Willian R. Cline e John Williamson.
De outro lado, na coluna publicada no mesmo Valor Econômico, Assis Moreira informa que o real deixa de ser a moeda mais valorizada, utilizando outro período analisado pelo BIS – Banco Internacional de Compensações, que mostra que o dólar norte-americano desvalorizou-se neste período, que tem base em 2005 com o índice 100 e vem até os dias atuais.
Na tentativa de esclarecer um pouco da tendência que se observa no período janeiro de 2001 ao mais recente disponível, que é de 17 de novembro de 2011, a Idéias Consultoria elaborou um gráfico que pode ajudar a compreender até visualmente, ainda que seja um pouco mais técnico.
O que pode se constatar é que o dólar apresentou uma desvalorização sensível que está relacionada com o aumento do preço das principais commodities, no período que vem desde janeiro de 2001, provocando uma valorização das outras moedas. É uma tendência que se observou num prazo mais longo, desde 2001.
Mas, desde agosto deste ano 2011, houve uma acomodação que está assinalada para setembro, outubro e 17 de novembro, que foi destacado nos primeiros artigos mencionados acima, no Valor Econômico. Neste período, o dólar norte-americano valorizou-se como consequência do influxo de recursos que procuravam uma segurança nos títulos norte-americanos, fazendo com que as moedas dos principais países emergentes se desvalorizassem, inclusive o real.
O que só não aconteceu somente com o yen japonês, que é de uma economia industrializada que também serve de refúgio para os que evitam riscos, e que gera dificuldades para as suas empresas, exigindo medidas de intervenção das autoridades do Japão.
Joan Robionson, uma famosa inglesa acadêmica de economia, afirmou que só estudou esta especialidade para não ser enganada pelos economistas, onde podem ser incluídos os analistas que estão a serviço do sistema financeiro, que ganha na ida como na volta.
As famosas Mrs. Watanabe, pequenas poupadoras japonesas que procuraram obter ganhos melhores no exterior do que proporcionado pelas aplicações no Japão, que colocaram quase uma centena de bilhão de dólares nos chamados hedge funds, perderam com estas variações cambiais, quando os seus administradores ficaram com a parte do leão, tanto quando estava havendo uma valorização do real como quando ele sofreu uma desvalorização.
18 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: China e Brasil, Estudo Comparativo sobre inovações, IEDI | 2 Comentários »
O IEDI – Instituto de Estudos para Desenvolvimento Industrial, uma instituição privada organizada e sustentada por diversas empresas industriais brasileiras, vem publicando diversos estudos de importância e na sua última Carta IEDI nº 492 publica uma profunda análise comparativa entre a agenda chinesa e brasileira de inovações, procurando entender as diferenças das performances do desenvolvimento industrial nos dois países.
Ainda que os dados apresentados sejam expressivos, não se pode atribuir a este organismo intenções críticas ao Brasil, mas a apresentação de subsídios para o debate das opções brasileiras da política de inovações, advertindo a entidade que aspectos setoriais são insuficientes para constatação do que acontece na sociedade e na economia chinesa, mas como uma referência para o que acontece neste país.
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