7 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: as dificuldades fiscais, efeitos controvertidos, necessidade de outras condições, novo impulso monetário do Bank of Japan
Parece fácil ao The Economist elogiar a maciça expansão creditícia do Bank of Japan comandada pelo presidente Haruhiko Kuroda, que nem dentro daquele banco central recebeu uma aprovação unânime, pois se trata de pimenta nos olhos dos outros. Os editores da revista inglesa reconhecem que a medida foi em dose mais que cavalar, fazendo com que os ativos do Bank of Japan superassem em muito ao do Banco Central Europeu e do Sistema Federal dos Estados Unidos. É preciso compreender que uma maciça easing monetary policy para provocar uma forte desvalorização do yen como esta acaba provocando dificuldades adicionais aos seus parceiros comerciais, como ocorre com as reclamações já feitas pelas autoridades filipinas, prejudicando outras economias mais fracas. Acaba estimulando uma guerra cambial, introduzindo incertezas adicionais para a economia mundial e não se constituindo em garantia da recuperação nem da economia japonesa, como reconhecido pelo artigo publicado.
Na minha modesta opinião, nenhuma política econômica pode concentrar todo o fogo num dos seus instrumentos, o monetário, quando o fiscal se encontra em sério risco, com o elevado nível do endividamento público do Japão. A elevação do imposto de vendas de 5 para 8% derrubou a demanda da classe média japonesa, e agora o The Economist afirma que não basta elevar para os 10% como já previsto e difícil de ser efetivado, mas chegar a 20% imaginável pelos mais radicais, de forma paulatina, algo como 1% ao ano. Além disso, muitas outras condições precisariam ser preenchidas, como as reformas mal definidas pela revista. Seria interessante que estas recomendações fossem propostas para o Reino Unido, para ver como arde a pimenta no próprio corpo. Uma recomendação desta natureza coloca em dúvida a sanidade dos seus redatores, como já vêm excedendo nas considerações políticas sobre o Brasil.
Gráfico publicado na revista The Economist
Existem analistas experientes que reconhecem que este tipo de recomendação se encontra atualmente em voga entre determinadas correntes de economistas, propondo fortes restrições fiscais para correção de desequilíbrios que estão se observando em algumas economias. Ainda que situações equilibradas do ponto de vista macroeconômico sejam desejáveis, há que se preocupar quando os remédios podem matar os doentes, notadamente as economias emergentes.
Deve-se reconhecer que a Coreia do Sul foi uma das primeiras a resistir às recomendações do FMI – Fundo Monetário Internacional alegando que a proteção do emprego e da renda dos seus recursos humanos era mais importante que as temporárias dificuldades de suas contas fiscais. Evidentemente, situações equilibradas proporcionariam mais tranquilidade para os credores externos, mas quando as dívidas externas não são tão cruciais, nem sempre a elegância macroeconômica deve ter tanta prioridade.
Mesmo reconhecendo que cada economia tem suas características próprias, e as experiências internacionais sejam sempre importantes, a análise correta da situação interna de cada país, principalmente dentro dos seus condicionamentos políticos, parecem ser recomendáveis ouvir-se um pouco mais a opinião daqueles que sofrem cotidianamente com os seus problemas, que nem sempre são compreensíveis para analistas estrangeiros, mesmo com as supostas capacidades de suas respeitáveis bagagens de experiências.
6 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias | Tags: a prática no mercado, aceleração das inovações e divulgações com Ferran Adrià, o G11 do Conselho de Culinária Basca
Nada como uma viagem por algumas cidades do mundo como Tóquio, Barcelona e Cingapura para constatar a aplicação prática dos princípios que estão sendo destacados nas reuniões como o do G11 da culinária, representado pelos membros do Conselho do Centro da Culinária Basca, chefiada por Ferran Adrià, que acaba influenciando as intensas inovações que estão ocorrendo na culinária cotidiana do mundo, que aparenta ser muito mais do que estão sendo destacados. Todos enfatizam a valorização dos ingredientes locais, o uso de inovações aproveitando a biodiversidade existente e o respeito às lições das tradições que vieram sendo acumuladas por séculos. Não há necessidade de se experimentar restaurantes badalados e caros, pois, no atual processo de disseminação das inovações, o que parece indispensável é que eles cheguem à massa de consumidores nos muitos estabelecimentos que utilizam parte dos princípios que estão sendo destacados.
É evidente que quando um grupo seleto de conhecidos chefs com prestígio mundial se reúne em São Paulo, como ocorreu nos últimos dias, a imprensa destaque o que eles estão pensando e constatando. Mas seus restaurantes acabam sendo limitados ao acesso de poucos privilegiados. Parece que há um processo mais amplo onde parte das inovações está sendo utilizada até em estabelecimentos modestos, fazendo com que haja uma verdadeira revolução de outros anônimos que estão contribuindo com o que impressiona até mesmo os observadores menos especializados. Parece que são deles que os grandes chefs retiram parte dos aprendizados que ajuda a absorver, sofisticar e a divulgar para alegria e prazer de todos quantos procuram se alimentar de forma mais saudável e prazerosa em qualquer parte do mundo.
Componentes do G11 da culinária, de pé: Alex Attala, Michel Bras, Gastón Acurio, Kamilla Seidter e Rodolfo Guzán; sentados: Yukio Hattori, Enrique Oliveira, Ferran Adrià, Joxe Alzega e Joan Roca, que se reuniram em São Paulo
Como muitos sabem, Cingapura exerce o papel de capital de toda a região do Sudeste Asiático, incluindo a gigantesca Indonésia, esta muito rica na sua variada cozinha que recebeu influências múltiplas, aproveitando a ampla diversidade dos produtos disponíveis no país. Fomos convidados pela família do professor Chong Tow Chong, reitor da Singapore University of Technology and Design, para jantar num agradável restaurante ao ar livre de cozinha indonésia, evitando os pratos que eram exageradamente apimentados. Algumas informações sobre estes restaurantes podem ser obtidos no: http://www.thebestsingapore.com/eat-and-drink/the-best-5-indonesian-restaurants-in-singapore/ .
Um exemplo da diversificada cozinha da Indonésia que pode ser apreciada em Cingapura
De Tóquio, tradicional centro de uma das melhores culinárias do mundo, até a japonesa reconhecida neste ano pela Unesco, vamos destacar dois exemplos que muito me impressionaram pela criatividade. Um seria o Sakanaya Rokuzo, no luxuoso Roppongi Hills, onde fui surpreendido por um jantar de preço modesto, que entre outras delícias leves apresentava um excepcional e inovador cozido no vapor de legumes e peixes em fatias, que podiam ser apreciadas com um molho suave. Estas informações podem ser obtidas também pelo http://www.sakanaya-rokuzo.com/english.html .
Cozido de legumes e fatias de peixe no vapor, a que se seguia um udon aproveitando a calda da água deles
Como pratos introdutórios foram consumidos ostras frescas, grelhados de peixe e outros produtos, tudo acompanhado por dois tipos de chás, e fechando com uma sobremesa de gelatina do tipo japonês. O incrível é que este lauto jantar não chegava a uma conta por pessoa correspondente a US$ 40.
Outro estabelecimento na mais famosa rua de Tóquio, a Omotesando, muito frequentada por estrangeiros como jovens inovadoras em fashion, foi o Yasai Yamei, que foi até objeto de uma reportagem do The Japan Times, que apresenta uma criativa culinária veggie, ainda que utilizando alguns peixes e suas ovas. Ele está no http://www.japantimes.co.jp/life/2008/06/20/food/yasaiya-mei-bespoke-veggies-in-omotesando/#.VFtwBv9OVLN .
Um exemplo de um prato do Yasai Yamei
O jantar completo e impressionante, também a um custo inferior a US$ 40 por pessoa, referia-se aos ingredientes típicos de outono, pois a culinária japonesa enfatiza os de cada estação. Começava por uma emocionante salada com cerca de 15 produtos crus, crocantes e apresentados num vasilhame de gelo picado, acompanhado de um molho mantido quente numa espécie de espiriteira. Todos estes vegetais, muitos desconhecidos dos brasileiros, tinham sabores destacados, sendo produzidos especialmente pelos agricultores que mantinham um acordo com esta rede de restaurantes. Destaco uma fatia de abóbora para também ser consumida cru, de sabor muito agradável e diferente.
Seguia-se um grande vasilhame com pequenos recipientes onde legumes cozidos, com molhos diferenciados, alguns com peixes e suas ovas, algo emocionante para qualquer comensal, todos para serem apreciados como slow foods. Seguia-se a refeição propriamente dita (os japoneses consideram o arroz ou o udon acompanhado de conservas e um caldo, como a refeição, sendo todos os pratos anteriores como aperitivos, para preparar a boca para o prato principal), era uma espécie de risoto de um arroz especial, com pequenos pedaços de peixes e cogumelos, algo fora de série e leve.
Seguia-se uma sobremesa tipicamente japonesa, com leituras novas, algo como feito de pasta de arroz, de delicado sabor, muito leve. Tudo acompanhado de variados tipos de chás. Todos os ingredientes deste jantar eram locais e frescos, muitos ainda desconhecidos até de apreciadores da boa culinária. Uma inovação surpreendente e acessível a qualquer bolso.
Em Barcelona, considerado hoje um dos centros mais inovadores da cozinha mundial, já postamos que fomos jantar no restaurante Bravo, no hotel W, do chef Carles Abellan que nasceu nesta cidade e hoje conta com fama internacional, rivalizando com Ferran Adrià, com quem trabalhou por longo tempo. Entre os muitos pratos que apreciamos estava um cordeiro cuja receita original girava em torno do ano de 1500, evidentemente com leituras novas, notadamente no excepcional molho com base em vinhos de boa qualidade, como especiarias difíceis de serem diferenciadas. Começava com o perfume deste prato, que valia a pena ser apreciado.
Restaurant Bravo onde Carles Abellan apresenta pratos com novas leituras sobre receias que vem desde o século XV
O que parece possível constatar-se é que está havendo uma fase de inusitadas inovações nas culinárias de todo o mundo, o que deve ser saudado, pois, além de contribuir para a saúde de todos, proporciona um elevado nível de satisfação, para compensar todas as notícias negativas que continuam sendo disseminadas pelo mundo.
5 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias | Tags: adequado para dietas, artigo de Kate Bratskeir no The Huffington Post, origem na China, uso na cozinha
Um interessante artigo, publicado por Kate Bratskeir no site The Huffington Post, esclarece a origem do hashi, este genial e simples conjunto de dois palitos que começou a ser utilizado na China, inicialmente na cozinha quando se permitia controlar os alimentos que estavam sendo cozidos, evitando-se machucar com a alta temperatura. Evidencias do seu uso foram localizados nas tumbas na província de Henan, na parte central da China. Inicialmente eram de bronze e eram utilizados nos vasilhames e nas águas quentes, no preparo de alimentos, segundo o artigo. No ano 400 houve uma expansão da população, pois o hashi permitia alimentar-se em pequenas porções de alimentos, tendência que se espalhou pela Ásia.
O uso do hashi permite que os alimentos sejam levados à boca em pequenas porções. Shutterstock / HLPhoto
Existem, segundo o artigo, versões que atribuem a Confúcio esta possibilidade, ele que era vegetariano, e apresentava a alternativa de ser um utensílio que desestimulava a violência, ao contrário de uma faca. Assim, o hashi seria um símbolo de paz.
Hoje, o hashi é recomendado àqueles que desejam manter ou reduzir o peso, pois ao contrário do garfo que estimula se alimentar em grande quantidade, o hashi obrigaria a pequenas porções. É preciso constatar que esta é uma versão Ocidental, pois se verifica que existem orientais que são capazes de ingerir uma grande quantidade de alimentos com o uso do hashi, pois se costuma também levar a tigela à boca, ajudando com o hashi a empurrar os alimentos para dentro.
As cargas culturais nem sempre são possíveis de serem entendidas pelos que não estão acostumadas com elas. Os japoneses ficam chocados quando alguém simplesmente enterra o hashi, por exemplo, sobre uma porção de arroz, deixando-os em pé, durante uma refeição com amigos. Na realidade, tanto no budismo como no xintoísmo, que possuem o hábito de oferecerem pequenas porções de alimentos aos falecidos, os hashis são usados nestas formas junto aos pequenos altares. Se isto é feito numa refeição, acaba dando a chocante impressão que se deseja a morte de um dos participantes. O costume correto é depositar os hashis nos seus descansos.
Para quem não está acostumado ao uso dos hashis, existem hoje algumas pequenas peças que ajudam a mantê-los juntos, facilitando o seu uso, inclusive para as crianças. Na sua ausência, os restaurantes costumam oferecer um elástico que exerça esta função.
Fala-se também sobre outras etiquetas para o uso dos hashis, mas o que se constata é que, mesmo entre os povos que os utilizam, existem variações pessoais no seu uso, não se devendo importar com algumas imperfeições. É preciso entender, também, que não se utilizando o garfo e a faca os alimentos devem ser servidos cortados em porções pequenas, e os japoneses não se constrangem em cortá-los com os dentes quando isto não ocorre.
Entre os chineses aparecem também hashis de plásticos (originalmente eram de marfim), mais longos, principalmente para se servir das apresentações coletivas para pratos individuais. Como são flexíveis, pode haver algumas dificuldades para o seu manejo. Este instrumento tornou-se tão popular em todo o mundo, que se verifica no Ocidente crianças manejando-os com grande habilidade.
5 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: a experiência japonesa, correções possíveis, expansão exagerada
Num artigo elaborado por Stella Fontes, publicado no Valor Econômico, informa-se que o faturamento da indústria farmacêutica brasileira vem crescendo de forma interrupta desde 2010 de 9 a 11% anual, segundo informações fornecidas por Antônio Brito, da Interfarma – Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa, tendência que se estima deva sofrer um ajustamento no futuro. A entidade representa 55 empresas que respondem pelo varejo de 80% dos medicamentos de referência e 33% dos genéricos, 46% dos medicamentos isentos de prescrição e 52% dos chamados tarjados, que requerem prescrição médica, segundo consta do artigo mencionado. Esta expansão é explicada pelo aumento da nova classe média e o acesso dos pacientes a estes medicamentos, o que evidentemente está acima do razoável, estimando-se que o Brasil é o quinto mercado destes produtos no mundo, segundo informações de outras fontes.
Ainda que se preveja um arrefecimento deste crescimento no futuro, atribui-se a sua razão ao aumento de doenças de alta complexidade que exigem medicamentos de alto custo nem sempre acessíveis aos pacientes brasileiros. Ao lado destas informações, poderiam ser esboçadas algumas hipóteses que levam a este exagero. De um lado, uma parte da publicidade desta indústria volta-se aos médicos que prescrevem os medicamentos para os seus pacientes, e existem informações de algumas distorções neste processo. E o sistema de venda em pacotes, contendo mais medicamentos que os necessários durante o período prescrito pelos médicos, cujas sobras acabam virando problemas, com a necessidade de que sejam agora eliminados com critérios, de forma que não sejam consumidos indevidamente por desavisados.
Dados publicados no Valor Econômico
Uma experiência com as farmácias no Japão poderia ajudar a sanar parte dos exageros. Mesmo com as prescrições médicas, os pacientes naquele país são obrigados a preencherem informações médicas adicionais nas farmácias, para verificar a possibilidade de algumas reações ou incompatibilidades, o que é de responsabilidade de uma farmacêutica habilitada.
Os fornecimentos dos medicamentos são por unidades, dentro da quantidade indispensável para a prescrição médica com detalhes das dosagens e de quando devem ser utilizados, pelos dias prescritos. As farmacêuticas esclarecem as finalidades perseguidas por estes medicamentos, bem como individualizando cada um deles, quando são mais de um. Com isto, não há possibilidade de haver sobras que não sejam utilizadas, fazendo com que os custos sejam menores do que os dos pacotes. As farmácias contam com uma dependência para estes controles, como costumam ocorrer nos hospitais.
Ainda que haja uma pequena demora, todos estes detalhes deixam os pacientes mais tranquilos, esclarecidos devidamente, e com a possibilidade de uma economia, quando as dosagens prescritas não atingem o conteúdo de um pacote. Tudo indica que para estes aperfeiçoamentos seriam necessárias algumas medidas adicionais da ANVISA, mas estabeleceu-se entre os governos brasileiro e japonês um acordo de cooperação, que poderia ajudar na introdução de um aperfeiçoamento desta natureza, que beneficiaria toda a população.
4 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: comparação com as alimentações em Tóquio, indicação de algo errado na economia brasileira, média dos restaurantes do Roppongi Hills
Atualmente em São Paulo, para um almoço chamado executivo nos restaurantes de média qualidade, compreendendo uma entrada, um prato principal e uma sobremesa, acompanhado de água mineral, café e os serviços, a conta fica no mínimo em R$ 70 por pessoa que ao câmbio atual em torno de R$ 2,50 por dólar norte-americano representaria algo em torno de US$ 28. Para um jantar normal, o seu custo chegaria a algo em torno do seu dobro, pois não costuma existir jantares executivos. Ocorrem muitas queixas dos estrangeiros sobre estes custos, e, para efeito de uma simples comparação grosseira, vamos utilizar os preços de jantares dos restaurantes constantes de um guia para gourmet no luxuoso Roppongi Hills, um dos melhores conjuntos existentes em Tóquio, que costumava ser considerada a capital de custo elevado no mundo e hoje figura como bastante razoável.
Os preços mais frequentes começam em yen 2.000 e chegam a yen 4.000 que, ao câmbio atual em torno de 115 yens por dólar norte- americano, chega-se a menos de US$ 24,00 até US$ 48,00 por pessoa, compreendendo entradas mais ricas, prato principal mais sofisticado e uma sobremesa simples, que é uma refeição completa, pois no Japão não existem almoços ou jantares executivos, mas conjuntos completos. Evidentemente existem exceções nos restaurantes considerados de alto luxo que superam estes custos, mas, mesmo assim, poucos chegam ao seu dobro. Os restaurantes que frequentei numa viagem recente, tanto neste Roppongi Hills como em Omotesando, considerado a localidade de mais alto luxo muito frequentado pelos estrangeiros, apresentavam padrões de qualidade bem elevados comparados com os de São Paulo, mal chegando ao preço de US$ 50 por pessoa, sem bebidas alcoólicas cujo preço, em qualquer lugar, depende de suas qualidades, variando de forma substancial.
Alguns exemplos de restaurantes no Roppongi Hills
O que utilizei no Roppongi Hills foi o Sakanaya Rokuzo que por ser especializado em peixes e outros frutos do mar costumava ser mais dispendioso em qualquer lugar do mundo. Hoje, salvo os de elevadíssima culinária japonesa, os estrangeiros como os franceses estão com preços mais elevados, notando-se a elevação do consumo de carnes, que aumentaram no Japão e cujos preços se tornaram razoáveis, possivelmente diante da redução das tarifas de importação de outros países.
Em Omotesando utilizei um restaurante pertencente a pequena rede de culinária veggie, que também incluía alguns pescados e seus ovos, de extrema criatividade, chamado Creat Restaurante que conta com muitos agricultores fornecedores exclusivos. Para os brasileiros seriam novidades difíceis de serem obtidas para jantares, e ainda assim os preços estavam nas faixas citadas. Já postei um artigo neste site sobre este restaurante.
Os câmbios nos dois países estão muito voláteis como em todo o mundo, sendo que no Brasil o real está ainda muito valorizado, enquanto no Japão o yen está desvalorizado, mesmo com as correções que estão se observando recentemente. Até a algumas semanas atrás as comparações seriam piores para os restaurantes brasileiros.
Os indícios que se devem parcialmente aos câmbios decorrem da comparação de outros preços, como de táxi, e outros serviços. Ainda que a carência de recursos humanos no Japão esteja limitando as qualidades dos serviços, ainda estão melhores que no Brasil ou na Europa, o que era mais acentuado tradicionalmente.
Os japoneses sempre contaram com culinárias de boa qualidade, tanto japonesa como estrangeiras, sendo que mesmo que no Brasil haja uma tendência para a sua melhora, ainda não podem ser consideradas boas do ponto de vista internacional, mesmo contando com ingredientes invejáveis.
Tudo isto mostra que existem reformas substanciais a serem introduzidas, que não só limitam somente aos câmbios e as possibilidades de competitividade dos produtos industriais como de muitos serviços básicos.
4 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias | Tags: 365 dias ao ano, a região do mercado de Tsukiji, além dos tradicionais sushi e sashimis, operam atualmente 24 horas por dia, tudo para culinária
Apesar de ter sofrido alguns problemas com determinadas matérias que afetaram a sua credibilidade, o Asahi Shimbun continua sendo considerado um dos mais importantes jornais japoneses. Vem publicando uma série imperdível de artigos sobre o que chamam Tsukiji exterior, ou seja, cerca de 400 estabelecimentos que ficam em redor do mais famoso mercado de peixes do mundo. São especializados em sushi ou “kaisendon”, uma tigela de arroz coberto de frutos do mar. Hoje, já existem cadeias destes estabelecimentos como o “Sushizunmai”, que opera nada menos que 53 estabelecimentos no Japão, sendo nove da área de Tsukiji, segundo o artigo elaborado por Noriyuki Shigemasa, do site do Asahi. Os que oferecem estes “kaisendon” representam cerca de 20% destes 400 estabelecimentos da região.
O artigo informa que existem algumas reações a estas redes, mas os mais conscientes concorrentes informam que eles estão atraindo mais turistas, até estrangeiros, para a região, introduzindo o hábito de operarem 24 horas por dia, inclusive feriados e fins de semana. Para os que não conhecem a região, além destes restaurantes que aproveitam os frutos do mar frescos adquiridos no famoso mercado, encontram-se milhares de estabelecimentos que vendem tudo que se possa imaginar para ser utilizado na culinária japonesa. Desde ingredientes, dos mais caros aos mais populares, como panelas, facas, e outros produtos difíceis de serem imaginados. Existem estabelecimentos especializados somente nos enfeites dos pratos da culinária japonesa, que variam de acordo com as características da época, como galhos de cerejeiras em botão, para servirem de descanso para os hashis.
Existe um site oficial sobre este mercado externo de Tsukiji no: http://www.tsukiji.or.jp/english/index.html que está em inglês, mas pode ser traduzido eletronicamente, ainda que não seja perfeito, mas compreensível até em português. Quase tudo que se desejar saber sobre este mercado pode ser encontrado neste site. Eu costumo visitar os mercados em todas as localidades que visito, pois dão uma ideia de como se alimentam as populações das mais variadas partes do mundo. Mas, toda esta região de Tsukiji é uma das mais impressionantes que se possa encontrar no nosso universo.
Uma das muitas ruelas em torno do Mercado de Tsukiji, numa hora excepcionalmente tranquila
O jornal publica histórias pessoais de personagens importantes da região, como da evolução ao longo do tempo desta região, que já passou por crises e hoje está plenamente recuperada, ainda que a economia japonesa não esteja muito bem. Além dos turistas, muitos executivos que trabalham na região de Ginza, que é próxima, costumam almoçar nestes estabelecimentos, que contam com produtos frescos de boa qualidade. Os preços das redes são mais elevados, mas também existem pequenos estabelecimentos que atuam com preços razoáveis.
Muitos funcionários das empresas e compradores que visitam as lojas de departamentos que existem em Ginza também aproveitam o fato de estarem na região para fazer suas refeições antes de voltar para suas casas. Existem redes que ficaram conhecidos pelo aproveitamento de pequenos espaços, becos nas entradas de alguns pequenos edifícios da região.
Muitos consideram que o principal estabelecimento da região seria o Tsukiji Sushisay, que foi criado na região de Nihombashi, considerado o centro de Tóquio, em 1889. Depois do grande terremoto de 1923, foi transferido para o local atual, próximo ao mercado. Existem algumas preocupações, pois o mercado de peixe está programado para ser transferido em 2016, mas muitos acreditam que a marca Tsukiji é muito forte, e que vai se encontrar algumas soluções para que este distrito continue sendo importante para a continuidade da maioria dos estabelecimentos que atraem compradores profissionais, clientes habituais como turistas de todo o mundo.
4 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: comprovações estatísticas, piora nos sentimentos dos jovens japoneses, possíveis interpretações
Quando meus amigos no Japão informaram que muitos jovens japoneses não se sentiam suficientemente motivados, encarei o problema com certo ceticismo. Agora, uma pesquisa publicada pelo Instituto de Estatística Matemática naquele país, realizada a cada cinco anos, confirma esta informação de forma dura, segundo notícia distribuída pela agência Jiji Press e publicada no jornal Japan Today. 26% de uma amostra de 6.400 entrevistados entre jovens homens informam este sentimento, onde 3.170 deram respostas válidas numa pesquisa que foi feita em 2013, e que vem se repetindo regularmente desde 1953. Em 1988, este percentual era de 17%, mostrando um crescimento assustador. Segundo estas informações, eles não se interessam em estudar e/ou executar trabalhos, pois acreditam que não são compensadores.
As informações são de que as jovens também não se interessam em se casar e principalmente terem filhos, chegando a quatro entre cinco mulheres. Apesar do governo japonês incentivar o aumento de crianças, visando evitar a forte redução de sua população. Encontramos em alguns restaurantes grupos de jovens mulheres comendo e bebendo em grupos, com somente uma criança entre elas, brincando com um aparelho eletrônico, pois não se interessava pela conversa, chegando a apelar para uma delas, possivelmente sua mãe, que já era tarde, hora de dormir. Uma cena chocantemente triste, mas revelando uma dura realidade.
Grupo de jovens japonesas jantando
As mais variadas razões devem estar determinando uma situação desta natureza. Com a redução da população, muitos jovens se acostumaram a viver por conta dos seus pais, e o custo de um aluguel para morarem separados é relativamente baixo, pela grande disponibilidade de habitações modestas. O Japão tornou-se o país de mais alto percentual de população idosa.
Um longo período de deflação, com baixo crescimento econômico, não parece ter apresentado desafios para os jovens homens, fazendo com que muitos ficassem indeferentes e pouco motivados. De outro lado, as jovens conquistaram uma posição no mercado de trabalho, deixando de ter um papel relativamente subalterno na sociedade japonesa.
O custo de manutenção de um casamento, bem como de criação das crianças, tornou-se uma carga relativamente pesada, limitando a livre atividade das jovens, quando não se conta com babás e outras pessoas que ajudem a cuidar das crianças. O governo está estimulando as empresas a criarem creches que não existiam em grande número no Japão.
Este tipo de situação está se repetindo em países europeus, onde também a população deixou de crescer, aumentando relativamente a quantidade de idosos. Tudo indica este fenômeno, de forma precoce, tende a se reproduzir também nos países emergentes, inclusive no Brasil, que nas próximas décadas não apresentará mais crescimento populacional.
Tudo parece indicar que as autoridades terão que redobrar suas preocupações com problemas desta natureza.
3 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: aprendizado no Ministério Público e na Justiça, observações de décadas da política brasileira, reações inusitadas sobre os resultados eleitorais, tentativas lamentáveis de radicalização
Acompanhando e participando diretamente do processo eleitoral no Brasil desde a década dos cinquenta do século passado, fica-se com a impressão que o atual período de aprendizado do exercício da democracia na sociedade brasileira vem apresentando indícios de algumas dificuldades que se espera sejam pontuais. É verdade que uma eleição decidida em segundo turno com pequena diferença, com algumas questões judiciais possivelmente criminais em andamentos, alguns, ainda em seus estágios iniciais, propiciam ambientes para precipitações que nem sempre contribuem para os aperfeiçoamentos democráticos desejados pela grande maioria dos eleitores brasileiros. Algumas contestações públicas aparentam inconformismos do tipo do que se observava ainda quando grupos se consideravam donos do país, e relevavam as opiniões de uma grande massa de menos privilegiados, principalmente do ponto de vista político, econômico e social.
No passado mais remoto, eram usuais as contestações de irregularidades processuais nas eleições que certamente existiam. Desde a Constituição de 1988 e com a introdução das votações eletrônicas, mesmo que venham sendo aperfeiçoadas com a inclusão das digitais de cada eleitor, os resultados aceitos até pelos concorrentes derrotados não eram contestados por pequenas minorias de inconformados com os resultados. Estas manifestações, até com demonstrações públicas, mostram que alguns segmentos dos eleitores pretendem ter uma consciência política superior a de todos os eleitores e “sabem” quais seriam os adequados para os dirigentes nacionais ou regionais eleitos.
Fernando Zamora/Estadão Conteúdo Gabriela Biló/Estadão Conteúdo
Estas manifestações são difusas, com participantes contrariados pelos mais variados motivos. O que assusta é que ao lado destes desejos de se apresentarem para merecer um espaço na mídia, demonstram que não estão propensos a ações políticas dentro das legislações existentes, como se fosse possível criar fatos a partir de manifestações de segmentos pouco expressivos do ponto de vista numérico, de forma suficiente para modificarem o quadro com que estão inconformados.
O que pode ser mais grave é que, por meios mais variados, os que deveriam defender a legalidade, dentro do estabelecido pelas normas e processos existentes sobre questões eleitorais, representantes do ministério público e até do judiciário, dão vazão ilegais a membros da imprensa sobre alguns depoimentos de confessos criminosos que estão se beneficiando das delações premiadas.
Pelo que se pode aprender da história é que o desenvolvimento da democracia necessita ocorrer dentro de processos definidos por representantes legítimos dos eleitores, escolhidos nas eleições. Os processos que fogem destes princípios podem ser contestados ampliando o tumultuo numa situação já difícil, em nada contribuindo para o entendimento daqueles que precisam conviver em sociedade, mesmo com os que têm opiniões contrárias.
Numa democracia, que se espera que todos desejem, não se pode atropelar estes processos que muitas vezes são demorados para que a justiça seja feita. A simples acusação não pode ser usada para a condenação de suspeitos, pois isto se aproximaria do linchamento que nem é algo civilizado.
O que se espera é que, a partir das autoridades estabelecidas, oriente-se a população sobre a necessidade de respeito às regras existentes, ainda que isto não agrade a todos. O que se espera é o predomínio da opinião da maioria, dentro de processos definidos.
Os eventuais adversários destes manifestantes acabarão por ter razão nas suas acusações de que existem alguns movimentos golpistas, se as normas existentes não forem respeitadas.
2 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: a imponente Estação de Tóquio, acompanhando a evolução da região de Marunouchi, um dos símbolos da cidade | 2 Comentários »
Dos cem anos que a Estação de Tóquio completa ainda este ano, como noticiado no The Japan Times num artigo de Satoko Kawasaki, por 46 anos tive o privilégio de acompanhar pessoalmentesua evolução, tendo revisto-a recentemente com todas as mudanças da região central de Marunouchi. De inspiração inglesa, foi projetada pelo arquiteto japonês Kingo Tatsuno e todo construído com tijolos como até hoje é preservado, com pequenas mudanças decorrentes dos estragos dos bombardeios durante a Segunda Guerra Mundial. Ela resistiu ao Grande Terremoto de 7,9 graus que arrasou a capital japonesa em 1923. Dois andares foram acrescidos há poucos anos, numa operação inusitada sem destruição do seu teto, e cerca de sua metade é hoje ocupada por escritórios, bem como pelo lendário Tokyo Station Hotel, que acomodou visitantes ilustres do governo japonês. Diariamente passam por esta estação nada menos de 4.100 trens, em diversos níveis, como os famosos Shinkansen que cobrem hoje praticamente todo o Japão.
Tendo ocupado um hotel ao lado destas linhas ferroviárias perto desta estação, minha esposa se preocupava com todo o intenso tráfego dos trens, mas, com as vedações eficientes dos edifícios japoneses, não se sente nenhum barulho ou vibração. Todo o bairro de Marunouchi foi remodelado, tanto na parte pertencente ao grupo Mitsubishi como com a construção da Prefeitura de Tóquio, que compreende um suntuoso centro cultural. Ambos os lados da linha férrea sofreram fortes remodelações com muitos prédios sendo substituídos por arranha-céus, acomodando lojas de elevado luxo e escritórios de grandes empresas internacionais. No antigo pátio ferroviário, na região da primeira estação de Shimbashi que ligava Tóquio ao porto de Yokohama, ergueu-se um novo bairro conhecido como Siodome, todo de novos, elevados e suntuosos edifícios comerciais. Quem não vai a Tóquio há mais de dois anos não reconhece mais esta região da cidade.
A estação de Tóquio por onde passam 4.100 por dia, em diversos níveis
A cúpula da Estação de Tóquio, em foto publicada no The Japan Times
Com a multidão que circula diariamente pela Estação de Tóquio, que conta também com diversas linhas de metrô, o local é considerado com um dos melhores pontos de venda do Japão. A região de Marunouchi já foi considerada um dos mais importantes centros financeiros do mundo, e somente empresas de grande prestígio internacional conseguiram alugar algum espaço. Hoje, são as grandes lojas de grifes internacionais que ocupam suas lojas, mais para marcarem a sua importância.
A agência do Banco do Brasil que se localizava nesta região, possivelmente diante dos elevadíssimos aluguéis, parece ter se deslocado para outra região mais acessível da cidade, pois não a localizei para tomar um cafezinho, pois lá estava uma placa indicando a minha presença na sua inauguração. Outras empresas brasileiras internacionais como, a Vale e a Petrobras, também mudaram de localização, ainda que para outras áreas também importantes.
Alguns analistas entendem que está havendo um exagerado boom imobiliário no Japão, pois também em outros bairros de prestígio estão sendo construídos conjuntos de assustadoras dimensões, destruindo prédios que seriam considerados pelos brasileiros como novos.
Mas os mais importantes marcos de Tóquio continuam preservados, ainda que com modernizações, exigindo os que não frequentam a cidade se atualizarem com as localizações dos pontos que desejam visitar.
29 de outubro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: as impressões positivas, dificuldades com os serviços., lições de Oliveira Lima, mas também as negativas para ser justas
Já registramos neste site aspectos positivos que encontramos em Barcelona, mas, para ser justo, também temos que registrar algumas dificuldades encontradas. A economia espanhola passa por dificuldades como muitas outras europeias, com o nível de emprego relativamente baixo. Necessita das receitas que obtém com o turismo, que é importante, mesmo neste período de início do outono, quando europeus, chineses e os provenientes de outros países efetuam gastos importantes para esta economia, gerando muito dos seus empregos. Não se compreende que continue com sua proverbial forma de tratamento ríspido aos estrangeiros e até aos locais, que já faz parte de sua cultura. Poderiam empenhar-se em tratar da melhor forma possível aqueles que procuram ajudar a Espanha a recuperar sua economia, como quando o restante da Comunidade Europeia podia ajudá-la, o que se tornou difícil, pois até a Alemanha, sua locomotiva, encontra-se com suas dificuldades.
Fiz a reserva do hotel pela internet, como hoje é usual. Mas, diante dos fusos horários de uma viagem que se estendeu até o Japão, houve um erro inicial nas reservas, que foram posteriormente corrigidos. Para minha surpresa, quando cheguei ao pequeno hotel que estou utilizando, havia duas reservas de apartamentos para o primeiro dia no meu nome, e o débito das diárias já tinham sido feitas para o cartão de crédito utilizado. Em vez do funcionário corrigir o erro claro, tive que arcar com o prejuízo, ficando com um quarto vago, sem que houvesse a mínima possibilidade de entendimento razoável. Num outro incidente, de volta de um restaurante utilizando o táxi, para o pagamento ofereci uma nota, pedindo que fosse incluída uma gratificação pelo serviço. O motorista deu-me o troco menor do que o sugerido, e ainda acabei perdendo neste veículo a moedeira com alguns euros. Isto pode ser considerado um roubo, que acontece somente em países que tratam os turistas de forma negativa, como também existem na Europa.
Pequeno hotel em Barcelona com limitações nos serviços da internet
Além destas limitações, os serviços de internet são lentos e precários, como as tarefas mais simples de fornecimento de informações sobre os locais que se deseja visitar, bem como os serviços de limpeza que dependem da ajuda de trabalhadores estrangeiros, pois os idosos funcionários espanhóis parecem acomodados.
Isto se observa também nos locais turísticos, onde muitos ficam em conversas entre eles, não se incomodando muito com os turistas. Os atendimentos, como nas entradas, são demorados, compreendendo-se quando a procura pelos turistas supera a capacidade de atendimento do local. No entanto, mesmo nos horários menos procurados, ou quando se encontram bastantes vazios, estes atendimentos parecem demasiadamente burocráticos.
Os serviços de câmbio existentes são verdadeiras extorsões. Para a simples troca de um traveller check em euro chegaram a cobrar 30%, quando os bancos fazem a mesma operação com uma comissão modesta. Nos aeroportos, os câmbios não estão cobrando comissões, ainda que as taxas também não sejam nenhuma maravilha.
Os cartões de crédito que costumam ser aceitos hoje em todo o mundo, com a simples assinatura dos portadores consumidores, nem sempre são aceitos. Não se compreende como um país que já hospedou as Olimpíadas ainda conte com estas limitações, quando a receita dos turistas é importante para a recuperação de sua economia.