Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Complexos Problemas Geopolíticos no Sudeste Asiático

14 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: a influência da diáspora chinesa, artigo sobre o assunto no Bloomberg, interesses chineses, interesses nipo-americanos, problemas de segurança e comerciais

O Sudeste Asiático está merecendo uma atenção cada vez maior tanto da China como da aliança nipo-americana envolvendo o comércio, os investimentos e financiamentos, como problemas relacionados com as disputas territoriais, que acabam ampliando as preocupações com a segurança regional. Enquanto as mais altas autoridades chinesas intensificam visitas aos países vizinhos da região, procurando intensificar o seu intercâmbio, o primeiro-ministro Shinzo Abe hospeda a cúpula dos líderes da ASEAN – Associação dos Países do Sudeste Asiático, ao lado do aumento de viagens de autoridades japonesas para a região, procurando ampliar os intercâmbios com investimentos e financiamentos japoneses. Os interesses comerciais regionais de todos com os chineses são substanciais, bem como existe uma diáspora dos imigrantes chineses que representam importantes contingentes populacionais de seus descendentes na região, o que não acontece nem com os norte-americanos nem com os japoneses, o que não pode ser desprezado. Estas tentativas de aumentar suas influências estão se intensificando de todos os lados.

Como se trata de uma das regiões mais dinâmicas do mundo atual, mesmo que seus problemas também sejam monumentais, tanto pelas dimensões de suas populações como portadores de longas historias e consolidadas culturas que voltam a serem valorizadas, estas disputam acabam chamando a atenção mundial. Mas não parece possível simplificar as questões, imaginando que já se caracterizam dois blocos, pois existem variadas sobreposições de interesses, que muitos pretendem simplificar nas suas análises. Um artigo elaborado por Chris Blake e Isabel Reynolds para o site da Bloomberg procura discutir algumas destas complexas situações.

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O Papel da Agropecuária Brasileira

14 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: dois artigos sobre o assunto no Valor Econômico, estimativa para a safra de 2013/2014, o desenvolvimento da região de Mapitoba, o efeito na economia brasileira apesar da estiagem

Um artigo publicado por Fernando Lopes e Mariana Caetano no Valor Econômico apresenta a estimativa da produção agropecuária brasileira em 2014, que deve apresentar um crescimento de 9,8% mesmo com a estiagem. No mesmo jornal, Mariana Caetano apresenta uma fronteira agrícola cada vez mais madura na região conhecida como Mapitoba – compreendendo partes do Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia – estimando que a safra de soja para 2013/2014 deve apresentar um crescimento de 35%. São informações que confirmam a importância da agropecuária na economia brasileira, que está levando o desenvolvimento para regiões que eram consideradas desfavoráveis para estas atividades.

O primeiro artigo mostra que a lavoura brasileira vem apresentando um crescimento expressivo nos últimos dez anos, cujo valor bruto de produção cresceu de R$ 163 bilhões para R$ 305 bilhões, quase dobrando numa década. A da pecuária teria passado de cerca de R$ 85 bilhões para R$ 145 bilhões, com um crescimento pouco menor. O destaque seria a produção de soja, cujo preço continua sendo atrativo, e o problema continuaria sendo o gargalo logístico para o seu escoamento. O importante é que tudo isto estimula todas as atividades econômicas ligadas ao agronegócio, ampliando seus efeitos estimuladores por toda a economia brasileira.

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Problema Inusitado em Cingapura

13 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: aglomeração de imigrantes indianos, choque de imigrantes com a polícia, problemas raros em Cingapura, restrições ao uso de mão de obra barata do exterior

Cingapura é um país/cidade singular no mundo, a mais importante no Sudeste Asiático do qual é considerado uma espécie de Capital Regional, com privilegiada localização estratégica, inclusive portuária numa rota crucial para aquela parte da Ásia. Conta atualmente com o aeroporto considerado o melhor do mundo. Com somente cerca de 710 km² é hoje considerada uma das mais desenvolvidas, com uma renda per capita superior a US$ 50 mil. Conta com uma população em torno de 5 milhões de habitantes, atualmente com forte predominância de descendentes de chineses, com cerca de 75% de sua população, contando também com malaios e hindus. Quando os ingleses deixaram esta antiga colônia, a distribuição era de cerca de 1/3 de cada etnia. Foi ocupada durante a Segunda Guerra Mundial pelos japoneses.

A partir do entorno de 1965, Cingapura passou a contar com uma espécie de ditadura esclarecida comandada por Lee Kuan Yew, que modernizou o país, impondo uma disciplina rigorosa. Qualquer pessoa que atirasse uma ponta de cigarro ou um papel na rua poderia ser presa, o que a tornou uma das cidades mais limpas do mundo. Foram estimuladas em Cingapura as instalações de empresas internacionais que tinham atividades no Sudeste Asiático, notadamente os bancos e as tradings. Foram estimulados os empreendedorismos, proporcionando estímulos para a instalação de pequenas empresas locais, ao mesmo tempo em que os estudantes contavam com bolsas para estudar inclusive no exterior, o que só beneficiava o primeiro filho, pois os demais teriam que ser arcados pela família com todos os seus custos. O país tornou-se famoso como um dos mais destacados dos Tigres Asiáticos.

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Preocupantes Problemas na Índia

13 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo no The Economist, comparações com o Brasil, problemas econômicos e políticos da Índia, suas complexidades

A Índia, como é sabida por todos, é o segundo país do mundo em termos populacionais, perdendo somente para a China, e vem desenvolvendo um sistema político democrático, lutando com suas dificuldades diante de muitas diferenças internas, para obter um padrão de vida mais razoável para a sua grande população. Vinha conseguindo manter o poder político com o Partido Congresso, onde a família Gandhi sempre foi influente. O atual primeiro-ministro Manmohan Singh, que foi mais reformista, hoje com 81 anos está terminando o seu mandato, com as eleições marcadas para maio do próximo ano. Rahaul Gandhi deveria ser o candidato, mas não aparenta apetite para tanto.

Narendra Modi é o favorito para se tornar o próximo primeiro-ministro da Índia, ele que vem administrando a localidade de Gujarat, que possui 5% da população do país, contando com um núcleo apaixonado de adeptos, com um misto de eficiência econômica e nacionalismo hindu de linha dura. Ele é visto como alguém capaz de tirar a Índia de suas dificuldades atuais, que está com baixo crescimento, incapaz de criar os empregos necessários. Mas ele tem uma terrível mancha de violência em 2002, que deixou mais de mil mortos, a maioria de muçulmanos.

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Narendra Modi

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Trancos e Barrancos no Caminho Para Liberalizar o Comércio

12 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: avanço atribuído à ação de Roberto Azevêdo, o ideal de acordos multilaterais e globais, versão impressa do The Economist

O que a importante revista internacional The Economist já tinha adiantado em linhas gerais no seu site, como já postado neste, e agora aparece de forma completa e mais veemente na sua próxima edição impressa, em dois artigos importantes. Nos últimos doze anos, muitas vezes a chamada Rodada Doha já parecia condenada. Mas na reunião de Bali um esforço especial foi desenvolvido, para se chegar a um primeiro acordo mais modesto, com a revista expressando que se trata de uma vitória pessoal do diplomata brasileiro Roberto Azevêdo, que se tornou direitor geral da OMC – Organização Mundial do Comércio em setembro último. Uma afirmação desta magnitude acaba tendo repercussão internacional. O mesmo tipo de reconhecimento está ocorrendo em muitos meios de comunicação social do mundo, como no Correio da Rússia que colocou o título Roberto Azevêdo “É o Cara”.

A revista The Economist expressa que todos os chamados acordos bilaterais ou plurilaterais podem ser mais fáceis e representam avanços para a liberalização do comércio internacional. Mas todos apresentam as desvantagens de marginalizar os que não estão incluídos, podendo transferir o comércio que era feito entre alguns países para outros. O entendimento de Bali, envolvendo 159 países, encontrou os obstáculos usuais como os relacionados com os subsídios agrícolas dos países desenvolvidos, e os problemas mais difíceis foram postergados nas suas soluções definitivas, onde se destacava a posição da Índia no seu estoque estratégico de alimentos. Também Cuba apresentou o problema do boicote dos Estados Unidos, mas todos foram mantidos nas mesas de negociações por Roberto Azevêdo, mesmo com o tempo esgotado. Atingiu-se o acordo no dia seguinte, sábado, dia 7 de dezembro, deixando uma pauta intensa para ser negociada no futuro próximo.

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Roberto Azevêdo

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Adaptações, Melhorias e Deteriorações na Gastronomia

12 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias | Tags: adaptações em São Paulo, amplas divulgações sobre as culinárias, o que vem ocorrendo no mundo

Mesmo com as melhores das intenções de Janaina Fidalgo, que publicou no Eu & Estilo do Valor Econômico uma extensa matéria sobre mudanças que estão ocorrendo em São Paulo na gastronomia, ela abarca somente algumas mudanças que estão se acelerando com a crise atual. Como na maioria dos lugares no mundo, sempre houve algum tipo de culinárias servidas até de forma popular nas ruas sem perder a sua qualidade. Os que conhecem a China, o Japão e muitos países asiáticos sabem que ótimos alimentos são tradicionalmente oferecidos em barracas nas ruas, tanto tipos de macarrão preparados na hora com ótimos molhos como cozidos do tipo chamado em japonês como “oden” ou grelhados variados de frutos do mar, normalmente muito simples.

Mesmo em Paris, até os restaurantes de primeiríssima linha contam com estabelecimentos auxiliares mais simples, com a qualidade da culinária quase equivalente, onde preparam os que trabalhariam depois na cozinha ou no salão do restaurante principal, que oferece um serviço mais sofisticado evidentemente com preços elevados. Nas cidades interioranas francesas e mesmo na Capita,l as “feiras” costumam apresentar os produtos variados preparados por familiares dos produtores rurais com muitos tipos de pães, embutidos, queijos e até legumes e frutas da melhor qualidade, quase todos de produção limitada. Nada melhor para conhecer as especialidades regionais e o que nem sempre se encontram nos estabelecimentos tradicionais. No Parque Água Branca, em São Paulo, algo semelhante já se tornou tradicional junto com a feira de produtos orgânicos.

Recentemente, nos Estados Unidos aumentaram os chamados “food trucks” que contam com melhores condições higiênicas e de conservação dos alimentos, substituindo em parte os que antes serviam somente “hot dogs” e assemelhados, além de multiplicar a venda de produtos adaptados do mundo árabe. Em alguns existem filas de clientes com algumas esperas.

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Generalizações que nem Sempre se Ajustam Para o Brasil

12 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo de Stefano Scarpetta para o Project Syndicate, desemprego dos jovens, manifestações populares

O Project Syndicate que costuma selecionar bem os artigos que divulgam distribuiu um elaborado por Stefano Scarpetta, diretor de emprego, trabalho e assuntos sociais da OECD – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Parece que nem tudo se ajustar adequadamente para o Brasil e alguns outros países, apesar de estarem explicitamente citados. Ele informa, com razão, que os benefícios do desenvolvimento costumam ser mal distribuído e os jovens que estão pouco empregados tendem a manifestar as suas insatisfações nas demonstrações populares, o que teria começado na Primavera Árabe e estaria se repetindo nos protestos como do Chile, do Brasil, de Israel, da Turquia e da Índia.

Para informar sobre sua posição utiliza um gráfico que está sendo apresentado abaixo, em que seleciona alguns países, mostrando o desemprego dos jovens no quarto trimestre de 2007, o pico que atingiu em alguns países e o que se observa no terceiro trimestre de 2013, onde os piores resultados ficam registrados na Espanha, na África do Sul, na Itália e na Arábia Saudita, sendo que nos dois primeiros supera a 50%.

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O Mundo Presta Homenagem Merecida a Nelson Mandela

11 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: Dilma Rousseff falou em nome da América Latina, Fernando Henrique Cardoso, inspirou Barack Obama a cumprimentar Raul Castro, Lula e Fernando Collor, mais de 90 chefes de Estado, presenças de José Sarney

As merecidas homenagens mundiais foram apresentadas na cerimônia fúnebre realizada no FNB Stadium em Soweto, onde Nelson Mandela encerrou a Copa do Mundo que se realizou na África do Sul, segundo artigos publicados nos principais sites do mundo. Compareceram às homenagens cerca de 90 mil pessoas que quase lotaram o estádio, rivalizando com as homenagens prestadas a John F. Kennedy. Falaram na cerimônia, entre outros, o ex-presidente F.W. de Klerk, o último presidente branco da África do Sul, que partilhou com Mandela o Prêmio Nobel da Paz, por terem conseguido que negros e brancos tivessem a possibilidade de conviver pacificamente, num país que tinha uma política oficial de apartheid, que manteve Mandela preso por 27 anos. Ele continuará inspirando toda a humanidade para as conciliações, inclusive os brasileiros.

Barack Obama, o presidente dos Estados Unidos cumprimentou o presidente Raul Castro de Cuba, país que continuam mantendo sob boicote. A presidente Dilma Rousseff falou em nome da América Latina na cerimônia. Um coro levou às multidões as músicas gospel e antiapartheid, com as pessoas aplaudindo e agitando as bandeiras com o retrato de Mandela. O mundo estava se unindo de forma maravilhosa, como poucas vezes na história.

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Personalidades mundiais estavam presentes, como a esposa de Mandela, Graça Machel, que foi também presidente de Moçambique, artistas locais e mundiais conhecidos, outros Prêmio Nobel da Paz. Muitos populares sul-africanos deram entrevistas para a imprensa internacional contando fatos marcantes da vida de Mandela que inspiraram a todos.

Mesmo depois que Mandela foi solto da prisão, muitas e duras negociações foram por ele comandadas, como a figura mais importante da CNA – Conselho Nacional Africano, tendo à frente de Klerk que era o presidente de então da África do Sul, mesmo sob os mais violentos protestos de brancos e negros que tentavam boicotar a conciliação. O braço direito de Mandela foi assassinado, ele que deveria ser o sucesso deste destacado líder antiapartheid, como multidões de inocentes negros sul-africanos, nos atentados mais cruéis que possuem poucos paralelos na história.

Somente o carisma e a determinação de Nelson Mandela, consolidados pelas longas meditações durantes seus anos de prisão, permitiram que se atingisse a conciliação, que ainda não se completou, pois os negros ainda continuam sofrendo desigualdades tanto com os brancos como os negros que enriqueceram recentemente.

Os velhos líderes com todos os seus defeitos terão que ser substituídos por jovens idealistas que foram inspirados por Mandela, mas, ainda assim, haverá necessidade de tempo de algumas gerações para superar a apartheid que foi construída ao longo de séculos, desde que os europeus chegaram a aquela parte da África.

Há que se considerar, também, as realidades tribais da África, onde diversas etnias não se entendem com outras. A chuva foi enfrentada pela multidão, pois elas também são símbolos alvissareiros da frutificação dos ensinamentos de Nelson Mandela, que foram transformados em impressionantes atos concretos, apesar da longa e sofrida perseguição de que foi alvo.

As homenagens locais ainda terão prosseguimento, até que ele possa descansar onde escolheu, uma pequena vila sul-africana onde ele passou a sua infância.


Simbolismos Importantes do The Economist Sobre WTO

9 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo sobre o entendimento de Bali para o The Economist, o papel de Roberto Azevêdo, publicado simbolicamente no site da revista nesta segunda-feira, uma vitória inicial de um longo caminho cheio de dificuldades | 2 Comentários »

Muitas coisas importantes precisam ser lidas nas entrelinhas ou nos gestos. O site do The Economist publicou um importante artigo hoje sobre o que aconteceu em Bali, na reunião da OMC – Conselho Mundial de Comércio presidida pelo diplomata brasileiro Roberto Azevêdo, no cargo somente desde setembro último. Admite que um passo inusitado foi dado, o primeiro desde a organização desta entidade, mas aponta-se uma lista de duras tarefas futuras dentro da chamada Rodada Doha, que muitos achavam que já estava morta e enterrada. A revista admite a capacidade deste diplomata brasileiro manter os negociadores na mesa, mesmo quando o tempo já estava esgotado, e tópicos cruciais apresentavam grandes divergências. Muitos assuntos foram mantidos na pauta, sem que se decidisse a respeito, uma forma diplomática de superar as posições antagônicas entre membros relevantes, deixando a questão para o futuro. Este registro feito por uma revista da importância do The Economist é algo que deve ser interpretado como muito significativo.

A revista admite que o coração da reunião foi um acordo sobre a facilitação do comércio global, ou medidas para reduzir o custo do comércio, diminuindo as burocracias nos procedimentos aduaneiros. Isto pode chegar a mais de 10%, segundo estimativa de outra entidade importante, a OECD – Organização Econômica de Cooperação no Desenvolvimento, que elevaria a produção global em mais de US$ 400 bilhões, com benefícios para as economias em desenvolvimento.

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Roberto Azevêdo recebe os cumprimentos do ministro do comércio da Indonésia. Foto: AFP

A revista admite que o assunto sempre muito difícil seja a agricultura, e sobre os subsídios que são dados pelos países desenvolvidos como os Estados Unidos, os europeus e o Japão não foi explicitado, mas todos sabem que está em pauta. A Índia, que enfrentará brevemente uma dura eleição e conta com muitos pequenos produtores agrícolas, exigiu que o seu estoque de alimentos fosse considerado como de “segurança alimentar”, podendo continuar a ser subsidiado até quatro anos, não sendo obrigada a sofrer a concorrência de outros países exportadores e mais eficientes.

Cuba levantou o problema do embargo dos Estados Unidos e havia necessidade da unanimidade dos 159 países presentes. O Itamaraty, com seu ministro das relações exteriores, entrou na negociação para que aquele pequeno país admitisse que estivesse sendo destacada corajosamente sua posição frente aos Estados Unidos, diante de todo o mundo. Vitória da diplomacia brasileira.

Muitos assuntos que apresentavam divergências foram mantidos para entendimentos futuros, consagrando a OMC como o fórum adequado para as negociações. Estava salva a organização, ficando Roberto Azevêdo com uma pauta dura, exigindo fórmulas imaginativas para superar as dificuldades. Seu sucesso lhe proporciona uma grande credibilidade para as negociações futuras, e ele terá que escolher as prioridades, e as formas de resolvê-las.

Muitos assuntos continuarão na pauta multinacional e outras continuarão sendo objetos de entendimentos bilaterais ou entre grupos regionais ou plurilaterais, que poderão abrir caminhos para outros gerais, podendo ficar no âmbito da OMC. Entre eles estarão os dos investimentos, como a preservação do meio ambiente ou dos serviços.

O The Economist admite que, depois desta reunião de Bali, na Indonésia, o cenário para as negociações comerciais internacionais parece muito diferente, aguçando o apetite de todos os países, evitando que acordos regionais acabem excluindo muitos países, como o Brasil que não veio conseguindo se inserir nos mais importantes em negociação, o que a revista chamou de “balcanização do comércio”.


Ainda o Difícil Problema da Educação

9 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: considerações da jornalista autora de livros Amanda Ripley, dificuldades nas avaliações, discussões sobre os resultados do PISA, um artigo publicado no The Economist sobre a evolução dos resultados de matemática

A jornalista Amanda Ripley declarou numa entrevista concedida a Fabiano Maisonave, publicada no jornal A Folha de S.Paulo, que fez pessoalmente o teste PISA, e concluiu que ele requer mais pensamentos do que outros padronizados que conhece. Ela elaborou um livro sobre “As crianças mais inteligentes do mundo”, ainda sem tradução para o português, com base em muitas entrevistas e acompanhando estudantes norte-americanos que foram estudar na Finlândia, que considera que conta com o sistema mais adequado, a Polônia e a Coreia do Sul, esta última que considera o seu sistema muito estressante. Ela mesma afirma ter feito um curto curso na França, onde aprendeu a ver o mundo de forma mais ampla que nos Estados Unidos.

A revista The Economist publica uma comparação, somente de matemática da PISA, com base na avaliação dos países feita no ano de 2006 e agora em 2012, para alunos de 15 anos, constatando que os asiáticos continuam melhorando, com destaque na China (que usa somente os dados de Xangai), mas considerando também Cingapura, Hong-Kong, Taiwan, Coreia do Sul e o Japão entre os mais bem avaliados neste período. A Finlândia acusou uma queda acentuada que também se observou em alguns outros países. Isto não significa que nos demais itens as mesmas observações são uniformes.

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