27 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde | Tags: divulgação da Associação Médica Americana, estudos do Centro de Prevenção e Controle de Doenças, redução substancial da obesidade infantil
Um dos problemas de saúde pública que se verifica em muitas partes do mundo é o aumento da obesidade infantil. Estudos efetuados pelo CDC – Centro de Prevenção e Controle de Doenças, baseado em Atlanta – USA e divulgado pelo Journal da Associação Médica Americana, indicam que nos anos de 2003-2004 era de 14% e no período 2011-2012 caiu para 8,1% entre as crianças de 2 a 5 anos. O relatório sugere que uma nova onda pode evitar os riscos de doenças cardíacas e diabetes ligados ao severo sobrepeso. Os dados entre adultos indicam que 78 milhões são obesos, ou cerca de um terço da população norte-americana, não tendo apresentado queda. Também entre os adolescentes não houve queda na última década.
O diretor do CDC, Thomas Frieden, indica que a queda de obesidade entre as crianças de 2 a 4 anos em 2011 deve-se aos programas que as ajudaram, inclusive suas mães, a se alimentar de forma mais saudável, incluindo a amamentação como as iniciativas “Let’s Move” da primeira-dama Michelle Obama. O CDC recomenda o corte do montante de bebidas de suco entre as crianças e redução do tempo em frente à televisão e aos computadores, segundo apresentado num artigo da Bloomberg, escrito por Elizabeth Lopatto e Michelle Fay Cortez.
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27 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: observações no interior, os cuidados das observações in loco, perigo das generalizações, reportagem Mariana Caetano no Valor Econômico
Ainda que muitos saibam que o desenvolvimento brasileiro processa-se com maior intensidade no interior do país, nem sempre os veículos de comunicação social se preocupam em observar in loco o que está acontecendo. Uma reportagem efetuada pela Mariana Caetano e publicada no Valor Econômico, com o cuidado devido, demonstra a necessidade destas observações efetuadas nas fazendas. A jornalista Mariana Caetano acompanhou o quarto rally efetuado entre 18 a 21 deste mês pelo Mato Grosso pela consultoria Agroconsult visitando 13 cidades e 30 lavouras para constatar o que está acontecendo naquela região do país que vai de Rondonópolis até Sorriso, onde se concentra uma parcela importante da produção de soja naquele Estado.
As lavouras visitadas dão uma boa amostra da evolução da produção de soja, cuja colheita já está na sua metade, e com o início das chuvas acaba se exigindo um cuidado para que a produção obtida não seja prejudicada, notadamente pelo excesso de umidade, além das dificuldades das operações das grandes colhedeiras. Este cuidado é importante, pois as áreas de produção do Brasil estão espalhadas do Rio Grande do Sul até chegar hoje à vasta região conhecida como Mapitoba – Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia, que apresentam desde áreas afetadas pelas secas até as que estão recebendo excessos de chuvas. Como as condições são diversas, muitos analistas e operadores tendem a generalizar observações feitas numa localidade, mas os exames mais cuidadosos permitem diferenciações, que no conjunto indicam uma produção crescente, com produtividade razoável e preços compensadores. Os cuidados necessários foram tomados pela jornalista, mostrando a sua qualidade profissional.
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26 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: análises de Nakayama Toshihiro da Aoyama Gakuin University, artigo de Yuriko Koike no Project Syndicate, interpretações dos japoneses sobre as posições dos Estados Unidos
Yuriko Koike, ex-ministra da Defesa do Japão, foi presidente do Partido Liberal Democrata e continua como uma importante política como membro da Dieta Nacional daquele país. Ela apresentou um paper no Project Syndicate questionando se o relacionamento do Japão com os Estados Unidos, notadamente nas questões relacionadas com a China, seria de igualdade ou estaria havendo um estranhamento. O professor Nakayama Toshihiro, da Aoyama Gakuin Unviersity, apresentou a sua contribuição sobre o mesmo assunto no AJISS – Association of Japanese Institutes of Strategic Studies, mostrando que existem dúvidas sobre as posições dos Estados Unidos, que ora se posicionam como aliados dos japoneses, mas procuram manter relacionamentos de acomodação com os chineses.
Tudo indica que está se radicalizando a situação de conflito no Extremo Oriente, com a China reagindo de forma explícita com relação às posições adotadas pelo governo de Shinzo Abe, e os Estados Unidos procuram se equilibrar, por ora, de forma a não caracterizar uma nova guerra fria, como a que já manteve com a União Soviética no passado. Esta posição dos Estados Unidos, que pode ser considerada cautelosa, é interpretada por muitos japoneses como dúbia. Alguns analistas internacionais interpretam que os Estados Unidos estão provocando os chineses para uma corrida armamentista como a que causou a dissolução da antiga URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, diante das maciças inversões necessárias. Os chineses aumentam suas pressões, com as comemorações relacionadas ao massacre de Nanking.
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25 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: artigo do Financial Times sobre a perda da fé, as experiências de alavancagem do orgulho nacional, desacertos com a Fifa, mudança do clima econômico
Lamentavelmente, estão se multiplicando as manifestações como o artigo de Joe Leahy, do Financial Times, expressando as suas preocupações sobre as precariedades da realização da Copa do Mundo no Brasil. Estes eventos mundiais como as Olimpíadas costumam ser aproveitados pelos países anfitriões para demonstrar para todos os avanços conseguidos. Mas os atrasos nas muitas obras consideradas custosas e desnecessárias, as insatisfações populares expressas nas manifestações de rua, bem como a mudança no cenário econômico nacional e internacional acabaram criando um clima que não pode ser considerado como de festa.
O artigo colhe nos bastidores das obras sentimentos de dúvidas dos operários envolvidos em algumas ainda a serem concluídas, além das cogitadas inicialmente, mas já abandonadas como o projeto de trem rápido que ligaria Campinas a São Paulo, chegando ao Rio de Janeiro. Os projetos relacionados com os aeroportos devem atender precariamente os visitantes estrangeiros, e os arredores dos muitos estádios deverão contar somente com arremedos que certamente serão notados pela imprensa mundial. As decisões iniciais sobre a escolha do Brasil ocorreu num período de euforia com as economias emergentes, com a elevação do número de estádios sem estudos mais profundos, como se os benefícios colaterais pudessem agradar as populações das sedes regionais.
Estádios do Itaqueirão, de Manaus e de Curitiba: obras atrasadas
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25 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo de Lula da Silva, oportunidades de investimentos, problema da confiança, quadro em que se encontra, situação atual depois de cinco anos da crise de 2008
Há que se admitir que Lula da Silva tenha qualidades para a comunicação, principalmente com o grosso do eleitorado brasileiro, e seus textos escritos acabam recebendo subsídios técnicos, não possuindo as qualidades carismáticas dos seus discursos. E a presidente Dilma Rousseff revela pouca disposição para discussões francas, quer seja com empresários como os políticos, acabando por criar climas de desconfiança que dificultam os investimentos privados, hoje estratégicos. Ainda que se possa concordar que existe um exagero de pessimismo sobre a economia brasileira, em parte disseminada pelos contrariados interesses do setor financeiro que já usufruíram no passado de lucros elevados em moeda estrangeira, sem que houvesse riscos como os cambiais. Na realidade, a percepção da situação acaba contando com uma forte dose de subjetivismo, na medida em que existem incertezas que são comuns a todos os países neste momento, onde alguns equívocos governamentais acabam sendo agigantados.
Lula da Silva publicou o seu artigo no Valor Econômico arrolando as razões pelas quais entende que a situação da economia brasileira é boa, apresentando grandes oportunidades de investimentos, assunto que vem apresentando inclusive em fóruns internacionais. Mas os que tiveram seus interesses contrariados, no mínimo nas suas perspectivas de ganho, acabam ressaltando os aspectos negativos, até diante de alternativas que veem em outros países, também com horizontes carregados de dúvidas. Sem uma garantia, difícil de ser proporcionada, de uma perspectiva robusta de desenvolvimento no futuro próximo, a tendência acaba sendo a preferência pela inércia, ainda que algumas oportunidades sejam perdidas.
Luiz Inácio Lula da Silva
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25 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Educação, Notícias | Tags: deficiências apontadas, ensino técnico, muitos cursos pós-graduados oferecidos, o conceito de educação geral
Apesar de haver quase uma unanimidade no Brasil de hoje que a educação é a chave para a melhoria do país, ainda não se consegue apontar os caminhos objetivos para a sua melhoria, ainda que quantitativamente esteja se avançando, imaginando-se que isto já seria um bom começo. As deficiências básicas dos recursos humanos brasileiros são constatadas pela incapacidade de pensar de muitos, até nas coisas mais simples. As operações básicas de aritmética só conseguem ser feitas com os usos dos calculadores eletrônicos. As redações parecem estar piorando com a disseminação da internet e das redes sociais que utilizam formas sintéticas de comunicação. Os conhecimentos elementares de física e química parecem deficientes quando comparados com outros jovens do mundo. Sem falar nas limitações das formações humanísticas.
Muitas reivindicações nas manifestações públicas mostram que para muitos basta desejar, sem levar em considerações sobre as limitações dos recursos disponíveis ou a necessidade de se produzir antes de se distribuir e consumir, sendo imperativo se poupar uma parte para que haja um aumento da eficiência na produção no futuro. Os bens que deveriam ser utilizados para atender as demandas de melhores transportes são simplesmente destruídos, como se houvesse uma mágica que permitisse a sua multiplicação do nada. Parece generalizada a consciência de muitos direitos e do dever do Estado de providenciá-los, não se conseguindo incutir que só se pode distribuir o que o governo arrecadou de outros. Não se consegue transmitir que a natureza no Brasil é dadivosa, e que se plantando tudo dá, mas que é preciso plantar…
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25 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: discussões relevantes de Howard Davis, qualificação acadêmica e experiências de responsabilidade, razões adicionais que podem ser apresentadas
O professor Howard Davies, atualmente da Sciences Po em Paris, conta com um currículo invejável para discutir este assunto que apresentou num artigo publicado pelo Project Syndicate, pois ele foi o primeiro chairman da United Kingdom’s Financial Services Authority (1997-2003), diretor e professor da London School of Economics (2003-2011), Deputy Governor do Bank of England, e Diretor Geral da Confederation of British Industry. Portanto, além de uma formação acadêmica, atuou em ambos os setores envolvidos no debate. Ele toma como base para sua discussão uma conferência feita no final do ano passado por Mark Carney, governador do Bank of England, que especula que os ativos dos bancos sediados em Londres chegariam a nove vezes o PIB dos britânicos em 2050.
Muitos discutem sobre a atual predominância do setor financeiro sobre as demais atividades econômicas, fazendo com que até cientistas e profissionais ligados à produção física sejam contratados pelos elevados salários oferecidos pelos bancos. Na realidade, a atividade financeira poderia ter a relevante função de providenciar recursos para os investimentos e demais atividades que viabilizam a produção física que vai atender as necessidades dos seres humanos, tanto de alimentação, habitação, locomoção e todas as demais atividades de atendimentos das necessidades humanas. Mas tudo indica que acreditava-se que uma certa divisão de trabalho permitiria uma eficiência maior, na medida em que os profissionais se aprofundariam no que podem exercer com maior habilidade. A exagerada concentração de todas as decisões, não reconheceriam estas habilidades diferenciadas.
Professor Howard Davies
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24 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no Bloomberg, Colorado inicia a regulamentação da exploração do xisto, controle de qualidade do ar no Colorado
Tradicionalmente, nos Estados Unidos, começa a ocupação como do Far West para depois chegar o xerife. No site da Bloomberg, Jennifer Oldham publica um artigo informando de um entendimento pioneiro no Estado do Colorado para uma coalizão das empresas de exploração do petróleo e gás do xisto, mediante o emprego da tecnologia do chamado fracking, com ambientalistas para estabelecer uma regulamentação visando combater o agravamento da poluição. Os maiores produtores do Estado, como a Anadarko Petroleum, Noble Energy e Encana trabalharam com o Fundo de Defesa Ambiental para obter a regulamentação da Comissão de Controle de Qualidade do Ar do Colorado, que corrigiria os vazamentos persistentes de tanques e tubulações nestas explorações.
As emissões provenientes da exploração contribuem para a poluição atmosférica excedendo as diretrizes federais para o lançamento de ozônio prejudicando as Montanhas Rochosas. Inclui o metano que causa o efeito estufa, provocando a mudança do clima. A neblina criada levou o governador John Hickenlooper a pedir para as empresas e ambientalistas elaborarem as regras para o seu disciplinamento. Alguns entendem que isto servirá de modelo para o país, mas outros atribuem intenções eleitorais. As perfurações dos Estados de Colorado, Dakota do Norte, Montana, Pensilvânia e Ohio estão se aproximando mais das comunidades, forçando regulamentações para atender as queixas crescentes de ruídos, tráfegos e riscos das contaminações do ar e da água, havendo onde se estabeleceram restrições às técnicas de perfuração horizontais conhecidas como fracking.
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24 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: além dos lamentos das ineficiências constatadas, aperfeiçoamentos possíveis, lições da experiência
Entre os diversos setores onde o desempenho brasileiro recente tem sido criticado e lamentado estão os relacionados com a energia e o aproveitamento das águas, que acabam ficando parcialmente ligados. Além do lamento das dificuldades constatadas, parecem que lições possam ser retiradas para se obter resultados mais confortáveis no futuro. Um artigo publicado por Keith Johnson no Foreign Policy refere-se aos problemas energéticos do governo brasileiro informando o Brasil pode estar se transformando numa piada, sempre sobre o país do futuro que está demorando a chegar. O pré-sal aparentava ser extremamente promissor, mas, com os atrasos que estão se verificando, está se transformando num problema, com os brasileiros contando os seus ovos antes da galinha tê-los botado, notadamente com a atual revolução da exploração do xisto que está reduzindo seus custos.
No passado mais longínquo, quando se planejou o sistema energético da região Centro Sul do Brasil, pensava-se no prazo de décadas, objetivando o melhor aproveitamento das águas disponíveis na bacia do Paraná – Uruguai, adaptando a tecnologia utilizada no TVA – Tennesseee Valley Authority. Além do aproveitamento hidroelétrico, pensava-se em todas as demais possibilidades, como navegação fluvial, irrigação, abastecimento da água potável para a população, piscicultura, turismo etc. Com muitas autoridades atuais considerando-se especialistas no setor, estamos colhendo resultados preocupantes. Não se pode negar que o setor foi sacrificado para conseguir resultados inflacionários mais favoráveis, que acabam resultando em dificuldades maiores quando considerados no prazo mais longo.
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20 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: as decisões isoladas dos países desenvolvidos, dificuldades de entrosamento dos emergentes, problemas na governança mundial em tempos de crise, próxima reunião do G-20
Ainda que o mundo esteja se tornando mais complexo, com uma recuperação mais lenta dos países desenvolvidos, uma desaceleração do crescimento das economias emergentes além das expectativas, parece lamentável que decisões cruciais para todos estejam sendo tomadas com prioridade absoluta para os problemas internos de cada país sem considerar seus impactos no resto do mundo. O site da Bloomberg publica um artigo elaborado por Simon Kennedy, Sharmim Adam e Jeff Kears informando que a competente nova presidenta do FED – Sistema Federal de Reservas dos Estados Unidos, Janet Yellen, comparecerá na reunião do G-20 informando que estará empenhada na recuperação da economia norte-americana, que mais vigorosa estará ajudando a todos. Os norte-americanos, com a easing monetary policy, inundaram o mundo com dólares, provocando a desvalorização do dólar, que corresponde às valorizações das demais moedas, prejudicando suas contas comerciais externas. Na medida em que começa a reduzir este substancioso incentivo monetário, provoca críticas como os da Índia e da Turquia que enfrentam dificuldades para os financiamentos de suas necessidades.
O argumento de Janet Yellen é que se todos estivessem executando as políticas corretas, com as reformas indispensáveis, estas medidas norte-americanas poderiam ser neutralizadas sem maiores problemas, com as variações cambiais, o que não é uma realidade tão definitiva. Muitos países emergentes não poderiam colocar restrições unilaterais restritos aos influxos dos recursos externos, acabando por valorizar seus câmbios, que não foram neutralizados por reformas que mantivessem sua competitividade. Agora, quando o problema começa a se reverter e de forma brusca, com a agravante das atuações do sistema bancário internacional, as desvalorizações são violentas, criando problemas das pressões inflacionárias, além da elevação dos juros para conseguirem financiamentos externos. Ela tem razão que muitos países não conseguiram cuidar adequadamente dos seus problemas fiscais, que não ajudam o quadro geral, exageradamente dependente da política monetária. Como no Brasil.
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