14 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: artigos na imprensa japonesa, formas de verem os estrangeiros, preocupações com a integração | 43 Comentários »
Dois artigos recentes publicados em jornais que circulam no Japão demonstram que naquele país onde a população local veem os estrangeiros de forma diferenciada já desperta uma discussão sobre o assunto. Um publicado por Hifumi Okunuri no The Japan Times, ela que é professora no Sagami Women’s University, preocupa-se com a polêmica que se criou com um anúncio da ANA – All Nippon Airline, o qual os estrangeiros consideravam discriminatório, mas os japoneses achavam que era natural. Outro foi publicado por Kate Elwood, professora na Waseda University’s School of Commerce, no Japan News, que é mantido pelo popular Yomiuri Shimbun de grande tiragem. Ela, que vive 30 anos no Japão, ainda é tratada como gaijin, ou seja, estrangeira.
O anúncio da ANA reproduzia uma conversa de dois pilotos japoneses referindo-se às localidades para os quais viajariam, e propõe com um gesto um abraço, ao qual o outro reage com espanto, ao qual o primeiro comenta “uma reação tão japonesa”, e recebe a resposta “porque eu sou japonês”, recebendo uma observação “vamos mudar a imagem do povo japonês”, e aparece a cena em que o outro personagem surge com uma peruca loira e um falso nariz de Pinóquio de proporções avantajadas. Assim que este anúncio foi ao ar, tamanha foi a reação negativa que acabou sendo rapidamente retirada, com pedidos de desculpas pela ANA.
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13 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: entusiasmo com os efeitos geopolíticos subestimados, exemplo para outros países, novos artigos do The Economist sobre o xisto, tecnologia genuinamente privada e americana | 2 Comentários »
A revista internacional The Economist, que costuma ser cuidadosa em suas avaliações, volta a manifestar entusiasmo excepcional com a exploração do xisto (shale) nos Estados Unidos, com artigos já disponíveis na sua versão eletrônica, que devem sair no seu número impresso da próxima semana. Estima que a exploração do petróleo e do gás naquele país pode deve acrescentar 2 a 4% ao PIB norte-americano, com a redução dos efeitos danosos sobre o meio ambiente, na medida em que substitui as utilizações do carvão mineral, criando duas vezes mais de emprego que a indústria automobilística. E as suas produções nos campos do Texas e Dakota do Norte são mais rápidas do que a exploração nas plataformas do Golfo do México.
Este entusiasmo decorre desta atividade do fraqueamento (“fracking”) estar sendo efetuada por elevado número de empresas privadas, que é da ideologia da revista, utilizando tecnologia americana, onde diversas organizações competem para oferecer avanços tecnológicos mais eficientes, inclusive para resolver os problemas dos financiamentos dos investimentos indispensáveis. Não depende somente da disponibilidade de reservas de xisto. Além da utilização de informações de satélites, as explorações horizontais a elevada profundidade utilizam altas tecnologias com grande precisão, e são injetados águas com produtos químicos para provocar fissuras nas rochas, liberando o petróleo e o gás que são sugados para a superfície. Estima-se que os Estados Unidos devem superar a produção da Arábia Saudita até 2020.
Campos de exploração de xisto nos Estados Unidos
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13 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo do Nikkei Asian Review, dificuldades com mecanismos relacionados com a China, operações peer-to-peer seria um exemplo
Um artigo publicado por Hisatsugu Nagao, do Nikkei Asian Review, demonstra como o sistema financeiro externo está encontrando dificuldades para liquidar os seus créditos do sistema conhecido como peer-to-peer da China. Como todos sabem que existem muitos mecanismos que se assemelham aos paralelos naquele país, as autoridades chinesas estão alertando para as dificuldades que estão ocorrendo. Decorrem do maior rigor que a China está impondo para a expansão do crédito, fazendo com os que não são tradicionais tenham dificuldades nestes períodos de mudanças.
Todos sabem que sempre existem os que imaginam que podem conseguir remunerações excepcionais com alguns mecanismos que acreditam seguros. Mas os credores individuais descobrem que sempre as elevadas remunerações implicam em riscos também elevados, que nem sempre são considerados. O artigo explica que desde 2007 muitos aplicadores externos imaginaram que poderiam usufruir remunerações anuais que variavam de 15 a 20% ao ano, usando este chamado peer-to-peer, de forma similar que muitos aplicam no bitcoin, acreditando que sem a intermediação bancária, pode-se contar com um sistema que mereça credibilidade, dada a sofisticação dos mecanismos utilizados.
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13 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: os problemas do comércio exterior e suas estatísticas, posição da Bloomberg, posição do China Daily
O comportamento do comércio exterior é relevante em qualquer economia, pois são as exportações que sustentam parte de suas atividades internas, geram as divisas para as importações necessárias bem como todos os encargos financeiros dos relacionamentos com o exterior, e as importações demonstram como estão se comportando as absorções de equipamentos atualizados, com suas novas tecnologias provenientes do exterior. Os dados chineses preocupavam, pois no final do ano passado já denotavam um menor dinamismo, mas os dados de janeiro vieram surpreendentemente elevados, gerando até suspeitas de algumas manipulações, como expresso no site da Bloomberg. O China Daily, órgão oficial do governo daquele país, saudou os mesmos com certa euforia, informando que isto permitiria continuar com as reformas que estão planejadas.
Todos no mundo estão preocupados com a recuperação econômica mais modesta dos Estados Unidos, bem como as dificuldades de melhores resultados na Europa e no Japão, enquanto os países emergentes sofrem com as turbulências nos mercados de recursos externos que afetam seus câmbios. Se a China reduzir drasticamente o seu crescimento, acabará somando dificuldades neste cenário complicado, afetando toda a economia mundial. Mas, todos sabem que os dados de comércio exterior permitem interpretações diferentes, que podem denotar algo mais do que o volume físico das exportações, pois existem muitos mecanismos para influir nestes dados, usualmente utilizados pelos que atuam nos relacionamentos com o exterior.
O movimentado porto de Xangai, na China
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13 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: a análise do FED, contradições no Japão e na Europa, deteriorando a situação dos emergentes, efeitos de sua política no mundo, observações da Bloomberg
Lamentavelmente, o mundo está bastante confuso e mesmo o FMI – Fundo Monetário Internacional no seu relatório mais recente não consegue apresentar uma análise mais profunda, considerando o Brasil e a Turquia como países emergentes que são classificados como de maior fragilidade, comparando dados que no início do período considerado apresentam diferenças significativas, que estão sendo corrigidas. Um artigo publicado no site da Bloomberg, elaborado por Ye Xie e John Detrixhe, chama a atenção sobre o volume de reservas que também se diferenciam entre os países emergentes e que era mais elevado que nas crises anteriores. Mas, quando o mercado fica extremamente nervoso, há um risco de pânico que no momento ainda está contido, mas que pode atingir indistintamente a todos os países emergentes dadas a pouca racionalidade de um comportamento de manada.
O fato que não pode ser negado é que o sistema financeiro internacional insiste em se manter fora de qualquer controle, almejando lucros exorbitantes, e qualquer medida que lhe proporcione perdas, acaba sendo motivo para suas críticas e aversões, mesmo que muitas economias emergentes sejam as vítimas de políticas monetárias e creditícias dos países desenvolvidos, que só pensam nas soluções para os seus problemas, ainda que afetem o mundo todo, como deixou claro a nova presidente do FED – Sistema Federal de Reservas, Janet Yellen. Há que se fortalecer as atenções para as possibilidades de gerações de divisas externas, que nem sempre foram praticadas no passado, para evitar riscos como os que estão se apresentando aos países emergentes. As medidas de elevação de juros acabam sendo um mero paliativo, pois reduzem as possibilidades de crescimento destas economias, tornando-as mais vulneráveis no longo prazo.
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11 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, Saúde | Tags: controle dos setores financeiros nos planos de saúde, grupos financeiros internacionais, rede de faculdades, tendências preocupantes | 4 Comentários »
Os jornais continuam noticiando que empresas privadas brasileiras relacionadas com a saúde e com a educação superior estão passando cada vez mais para o controle de fundos financeiros estrangeiros. Mesmo que não exista nenhuma preocupação xenófoba, é preciso entender que estes fundos financeiros estão preocupados somente com a maximização dos seus retornos de seus investimentos, pouco se preocupando com a qualidade dos seus serviços e o atendimento adequado dos seus clientes. Além de redes de hospitais que já passaram para este controle, os seus centros de decisões estão distante da realidade brasileira, envolvendo também planos de saúde e laboratórios que prestam serviços na análise de elementos que permitem um diagnóstico mais adequado. Não se pode afirmar que existem dificuldades de tecnologia, e os resultados financeiros mais expressivos só podem ser obtidos quando seus custos de captação de recursos são mais baixos e estejam focados na maximização dos seus resultados, mesmo com prejuízo na qualidade dos serviços prestados. Não há como esperar serviços de melhor qualidade, se não estão centrados nestes objetivos.
De forma semelhante, algumas redes de instituições de ensino superior estão também passando para estes fundos estrangeiros. Novamente, não se pode entender que estes fundos disponham de sistemas de administração destas faculdades que lhes proporcionem melhores resultados. Verificando-se as elevadas cifras envolvidas nestas operações, os analistas mais experientes acabam entendo que os resultados só podem ser melhorados com a redução dos seus custeios, que podem implicar na queda da qualidade dos serviços prestados.
Amil, Fleury, Anembi Morumbi e Anhanguera: vendidos para fundos estrangeiros
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11 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: artigo sobre educação online nos Estados Unidos, dilemas, Moocs | 2 Comentários »
Um artigo publicado no site da revista The Economist informa sobre a possibilidade de que o ensino online, que está se multiplicando nos Estados Unidos, venha a prejudicar a custosa economia da educação superior naquele país. O tradicional sistema de ensino superior não teria se modificado sensivelmente desde o século XI, mas com a intensificação do uso dos sistemas eletrônicos está se processando uma rápida alteração no quadro. Os professores estão publicando suas aulas e palestras na web, e os alunos se interagem uns com os outros, e apresentam seus trabalhos por e-mail. Mesmo os que frequentam os campus universitários estão complementando seu aprendizado pela internet, deixando somente as salas de aula para os exames finais.
As universidades estão juntando os seus esforços no chamado MOOCs – Massive Open Online Courses, de forma independente, e apesar de estarem na fase experimental, podem dar uma luz sobre a economia do ensino superior e suas mudanças. Duas forças estariam sustentando as universidades: a proximidade física dos estudantes com os demais, professores e instalações, cujo custo marginal seria elevado; a produtividade na universidade seria difícil de ser elevada, pois cada professor poderia ensinar somente algumas centenas de alunos cada semestre, e docentes adicionais acabam reduzindo os salários para níveis mais modestos.
Universidades de Harvard, MIT e Princetown
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11 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: as duras realidades, decisões cínicas como dos Estados Unidos, entendimentos pragmáticos indispensáveis, medidas que estão sendo tomadas pela China, não basta ter um câmbio competitivo
A imprensa nacional e internacional está divulgando uma série de exemplos particularmente interessantes que demonstram a dura realidade na acirrada disputa pelos mercados internacionais. O Brasil enfrenta o duro cinismo dos Estados Unidos que não cumprem sequer as condenações efetuadas pela OMC – Organização Mundial do Comércio no que se refere a sua política de subsídio da produção de algodão, e estabelece uma nova programação para suporte de sua agricultura, não se importando com os reclamos do Brasil como de outros países. Os jornais japoneses registram que a simples desvalorização do yen não é capaz de recuperar suas exportações, dificultando os resultados do chamado Abeconomics. E a China, depois de 65 anos, procura se entender com Taiwan para ampliar as suas exportações.
Todos reconhecem que as suas exportações são estratégias para as políticas de desenvolvimento ou recuperação do crescimento que ainda é baixo em todo o mundo. E que elas necessitam de um conjunto de medidas que não se restringe a um câmbio competitivo, mas de apoio às suas atividades produtivas que podem estar sendo afetadas por outros concorrentes internacionais. Procuram utilizar todos os instrumentos que dispõem, usando também o poder político, pouco importando se estão prejudicando terceiros, mesmo que tenham assinado acordos internacionais globais, como o do âmbito da OMC.
Plantação de algodão no Brasil
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11 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: considerações importantes de Dani Rodrik de Princeton, o problema das economias emergentes no momento, título inadequado para um artigo importante
Um resumo interessante, mas incompleto foi apresentado pelo professor Dani Rodrik no Project Syndicate e reproduzido em português pelo Valor Econômico, colocando seus pontos de vista sobre os problemas que estão sendo enfrentados pelos países emergentes, inclusive o Brasil, bem como gigantes asiáticos. Os emergentes tinham adquirido importância no mundo quando economias desenvolvidas como a dos Estados Unidos, da Europa e do Japão enfrentavam suas dificuldades. No entanto, nem todos os países emergentes aproveitaram o momento, quando seus produtos de exportação contavam com bons preços, para efetuar as reformas que necessitavam. Todos acabaram valorizando suas moedas, e agora enfrentam dificuldades.
O que Dani Rodrik não deixa muito claro é das dificuldades dos países emergentes enfrentarem o violento aumento dos fluxos de recursos externos, provocado pela política de easing monetary policy, como dos Estados Unidos que inundaram a economia mundial de recursos financeiros, que agora começam a ser contraídos aos poucos. O sistema bancário mundial se opunha aos controles dos fluxos monetários internacionais, e nenhum país emergente isoladamente poderia tomar medidas restritivas, sem correr fortes riscos de ser isolado do mundo globalizado. Mas, ele tem razão sobre as outras faltas de providências para reformas que agora são obrigados a executar.
Professor Dani Rodrik
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11 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Imprensa, Notícias | Tags: a emoção brasileira, a morte cerebral de Santiago Andrade, a procura de um cadáver, os criminosos do Black Bloc | 2 Comentários »
Se havia alguma dúvida sobre as intenções criminosas do chamado Black Bloc, que com o emprego da violência de toda ordem procurava perturbar até as manifestações públicas mais legítimas, ela acabou se expondo por completo de forma mais lamentável. Constituído por uma quadrilha de antidemocratas, mascarados para poder iludir parte da opinião pública, o Black Bloc caiu por terra diante de fatos objetivos, inclusive pelo comunicado que distribuiu. Seus membros procuravam um cadáver que poderia emocionar a opinião pública brasileira, ajudando a multiplicar manifestações emotivas de grandes massas, generalizando o caos. Mas, com os seus meios irracionais para atingir qualquer manifestante, provocando uma reação de força das autoridades, acabou por atingir um membro querido de todos da imprensa, o jornalista cinematográfico Santiago Andrade, da TV Band, cujo sacrifício deve ajudar o retorno à racionalidade.
A sociedade brasileira por todos os meios que dispõe está se manifestação pela necessidade de punição exemplar dos criminosos, não somente os malucos que decidiram executar o que provocou o incidente, mas principalmente os que estão na sua retaguarda, articulando um movimento destruidor, aproveitando as oportunidades de reivindicações que podem ser legítimas. Mentes criminosas, em número limitado, que pensam poder manipular as massas para atingir seus objetivos criminosos, nada menos que o caos. A opinião pública está expressando o total repúdio à violência.
Momento em que Santiago Andrade é atingido pela explosão do rojão
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