20 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, Política | Tags: amplas manifestações populares, necessidades de organização de caráter político, o Movimento Passe Livre, outros exemplos
Os analistas mais experientes veem com alguma apreensão o futuro das manifestações que começaram a ser realizadas no Brasil a partir do Movimento Passe Livre surgido em São Paulo. Aproveitando o aumento das tarifas de ônibus, provocou-se uma explosão de entusiasmos envolvendo a participação de grupos heterogêneos insatisfeitos com a situação presente.
Lamentavelmente, como pode se ver nas manchetes dos principais jornais e televisões, os fatos mais dramáticos provocados pelos segmentos radicais ganharam destaque, apesar dos esforços para a sua contenção pelos mais moderados. Parece haver uma tendência para divisão entre moderados e radicais nas diversas manifestações que possam surgir, pois os temas já abordados são demasiadamente amplos.
Estes tipos de manifestações e entusiasmos já foram observados anteriormente, por exemplo, na Polônia com o chamado Solidariedad, que despertou a admiração mundial e esperança de grandes mudanças não só naquele país. Lech Walesa era o seu líder e começou a atuar a partir dos Estaleiros de Gdansk, tendo chegado à Presidência da Polônia com elevadas expectativas nacionais e internacionais. Mas ele não conseguiu consolidar o seu prestígio por muito tempo.
Algo parecido ocorreu com o movimento “Diretas Já”, que pretensamente diz ter provocado a derrubada do regime autoritário e o retorno da democracia no Brasil. Depois de diversas tentativas de conquistar o poder, os operários brasileiros a partir do ABC chegaram com Lula da Silva até a Presidência da República, apesar da oposição da classe média alta brasileira, de alguns segmentos empresariais, e dos receios do sistema financeiro. O PT – Partido dos Trabalhadores e os sindicalistas são considerados por muitos os responsáveis pela precária situação atual.
O fato marcante e incontestável é que na base do sucesso eleitoral de Lula está a forte redistribuição de renda. Utilizaram-se mecanismos de elevação dos salários a partir do mínimo e medidas assistenciais, que resultaram numa nova classe média. O sucesso permitiu até a eleição de Dilma Rousseff, ainda que ela fosse considerada uma tecnocrata. Portanto, parece necessário respeitar-se a democracia e os resultados eleitorais, utilizando-se do sistema político para a conquista do poder.
O Brasil não é o único país onde está ocorrendo manifestações populares. Hoje, em decorrência da crise mundial desencadeada a partir dos problemas do sistema bancário nos Estados Unidos a partir de 2007/2008, multiplicam-se as insatisfações e as manifestações populares em muitos países. Os movimentos populares se confundem com as dificuldades políticas, começando pela primavera árabe, e chegando até a Turquia, passando por crises repetidas no Egito.
No Brasil, os jovens, entre eles universitários e de famílias da elite, não vinham participando de forma marcante de qualquer atividade política por décadas. Agora, com o uso das redes sociais, conseguiu-se uma mobilização ampla, a partir do gatilho provocado pelo aumento das tarifas dos transportes coletivos. Conseguiram também o envolvimento e a simpatia de variados segmentos da sociedade gerando elevadas expectativas.
Para que o movimento aplaudido pela imprensa, por diversas classes da sociedade brasileira, e até por alguns setores do governo não se perca parece necessário que algumas medidas sejam tomadas para aproveitar o seu sucesso inicial.
Anuncia-se que muitas cidades estão provocando pequenas reduções das tarifas de transporte de massa, e outros se mostram dispostos a fazer esforços para tanto. Mas as reivindicações já se ampliaram para outros setores. Deve-se estabelecer mecanismos políticos para aproveitamento das aberturas conseguidas para as negociações. Primeiro, com os Poderes Executivos Federais, Estaduais e Municipais, através da consolidação de alguns diálogos iniciais. É necessário ter consciência que o atendimento de algumas demandas implicará na redução de recursos para outras. Existem as lamentáveis limitações econômicas insuperáveis, mas parece que existem alguns espaços para mudanças de participações nos recursos.
Em segundo lugar, parece recomendável que os políticos mais simpáticos a estas reivindicações sociais sejam contatados para a formação de um bloco como os já existentes na saúde, entre os evangélicos, os ruralistas e outros. Estes blocos, que são suprapartidários, possuem elevada eficácia, mais do que os partidos políticos tradicionais, que são exagerados em número e sem definições programáticas ou disciplinas internas.
Terceiro, apesar de as redes sociais (Facebook, Twiter etc.) serem relevantes, os meios de comunicação tradicionais como os jornais, as televisões, as rádios e as revistas devem ser incorporados no movimento. Deve-se aproveitar alguns participantes que estão se destacando pela sua elevada capacidade comunicativa.
Ninguém tem a capacidade de prever como tudo evoluirá no futuro, mas sem que as forças desencadeadas sejam canalizadas em sistemas politicamente organizados, as dificuldades serão maiores, pois nunca se conseguirá um consenso razoável entre todos os atuais participantes destas manifestações.
Existem riscos previsíveis para algumas tendências anárquicas que acabarão sendo esvaziadas com o tempo, pois qualquer sociedade necessita de organização. Os que provocam danos materiais, públicos ou privados, necessitam ser punidos. As manifestações parecem ser contra as impunidades, corrupções e gastos exagerados em investimentos que não são considerados prioritários.
As autoridades parecem atônitas. Nota-se pelas mudanças diárias de posição, como no uso das forças policiais necessárias, e na intensidade adequada. Elas não parecem treinadas para eventos amplos desta natureza. É preciso ser realista e pragmático, ainda que os sonhos sejam necessários. Vamos continuar acompanhando com elevado interesse a evolução destes acontecimentos que já contam com repercussões externas, que ampliam as cautelas com o Brasil, incluindo no radar os riscos políticos, lamentavelmente.
19 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: artigo do New York Times publicado em português na Folha de S.Paulo, efeitos sobre a culinária, procedimentos como os conhecidos no interior brasileiro por muito tempo, volta do uso de grelhas de lenha nos restaurantes internacionais de elevada classe
Um artigo publicado por Rachel Wharton, do The New York Times, está sendo republicado em português no suplemento da Folha de S.Paulo. Trata do uso de grelhas nos novos restaurantes dos Estados Unidos, semelhantes aos que eram usados no passado no interior brasileiro, com o uso da lenha. Só que será de aço inoxidável, com compartimento para a produção de carvão da lenha, cuja altura pode ser controlada. Carnes e legumes poderão ser grelhados, tornando-os mais saudáveis, ao mesmo tempo em que o calor poderá ser controlado. Tudo indica que será a nova tendência que permite até o aproveitamento da fumaça para dar aos produtos um sabor especial de defumado. Com tijolos e ladrilhos, o calor é preservado, que será aproveitado para grelhar alguns produtos.
Tudo isto leva à lembrança dos fornos e fogões de lenha que eram utilizados no interior brasileiro. O café acabava ficando com um gosto característico, as linguiças e os toucinhos ficavam defumados, a casa aproveitava o calor nos dias frios e os imigrantes japoneses utilizavam uma serpentina para aquecer a água, que era utilizada inclusive para os banhos de imersão como no Japão. Mas, também eram utilizados por imigrantes de origens europeias, como italianos e alemães, com tradição em regiões frias.
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18 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: comparações com o Brasil, necessidade de controle monetário mais rígido, o setor bancário chinês e suas dificuldades, queda dos influxos de recursos
Muitos analistas criticam os problemas da economia brasileira de baixo crescimento, pressões inflacionárias e dificuldades nas contas externas, apontando para o crescimento que continuaria ocorrendo na economia chinesa. Um artigo de Lingling Wei, instalado em Beijing, publicado no The Wall Street Journal, informa sobre o agudo problema que está sendo enfrentado pelo sistema bancário chinês, que pressiona as autoridades monetárias daquele país. Algo semelhante também está divulgado pelo Financial Times, num artigo escrito por Simon Rabinovitch, que se encontra em Xangai.
Na realidade, um agudo problema está sendo enfrentado pela queda do influxo de recursos externos para a China, tanto diante do problema de desaquecimento da economia local como dos riscos envolvidos com os seus bancos. Como as autoridade monetárias chinesas estão procurando controlar a expansão monetária, os juros interbancários acusou um elevado crescimento, enquanto o seu Banco de Desenvolvimento Agrícola, uma estatal, teve dificuldade para colocar seus papéis no mercado.
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18 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo do Financial Times, capacidade ociosa na indústria chinesa, projetos sem uma avaliação adequada, subsídios do governo e problemas com autoridades locais
Num longo artigo de Jamil Anderlini, publicado no Financial Times, trata-se detalhadamente dos problemas que estão sendo enfrentados pela China em alguns setores industriais, que sofrem com grandes capacidades ociosas. O exemplo mais marcante foi da Suntech, empresa produtora de painéis de energia solar que colocava os seus produtos nos Estados Unidos e na Alemanha, com fortes subsídios governamentais. A empresa que chegou a ser cotada pelo valor de mercado de US$ 16 bilhões consegue hoje somente US$ 180 milhões, tendo o seu presidente Shi Zhengrong destituído, ele que era considerado o “rei sol”. Hoje, metade do setor de energia solar precisa ser fechada, o que constitui um grande problema para a China que procura manter um crescimento de cerca de 7,5% ao ano.
Segundo o artigo, diversos setores industriais chineses enfrentam problemas semelhantes após o desaquecimento global depois de 2008, e a redução do crescimento interno da economia chinesa. Muitas destas indústrias foram montadas diante dos subsídios que eram oferecidos pelas autoridades chinesas, quando as autoridades locais tinham interesse nestas instalações, oferecendo terrenos para tanto. O sucesso dos dirigentes chineses era medido pelos crescimentos que conseguiam localmente, o que se esgotou determinando atualmente uma descomunal capacidade ociosa.
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18 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: audição afetada, exageros no uso do smartphones, outros meios eletrônicos de comunicação, problemas de uso do cérebro
Um artigo publicado no The New York Times, reproduzido em português no seu suplemento semanal da Folha de S.Paulo, de autoria de Tom Brady, discute se o uso do smartphones estaria inibindo o uso do cérebro por parte dos seus usuários. O mesmo parece que está acontecendo com outros instrumentos eletrônicos que vem facilitando a comunicação rápida, porém com versões em notícias curtas, que não permitem uma reflexão profunda como a que nos obriga os textos mais longos. Os exageros transformados em verdadeiros vícios estão estimulando experiências com períodos sem o uso destes meios, no mínimo temporariamente, para superar a ansiedade de que são tomados os seus usuários.
Um paralelo pode ser feito com o aprendizado do idioma chinês, não somente do mandarim como todas as diferenciações regionais naquele país. A elevada quantidade de ideogramas que necessitam ser conhecidos acaba provocando propostas para a sua redução. No entanto, todos sabem que os seres humanos utilizam somente parte pequena dos neurônios de que são dotados, e benefícios podem ser atribuídos aos que são forçados a utilizar mais deles. Mesmo sem se optar por um determinismo físico, parece evidente que muitos chineses acabam utilizando mais sons, mais imagens pequenas, havendo até os que admitem que isto lhes proporcione maior capacidade de visão e de capacidade de aprendizado de outros idiomas e até da música. No fundo, quanto mais se usa os neurônios parece que se aumenta a capacidade do cérebro.
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18 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: constatação na exposição do New York Botanical Garden, cuidados na sua utilização, inclusão de informações do naturalnews, WebTown reproduz artigo do site istoejapao | 2 Comentários »
Mantendo uma intensa colaboração com o site www.web-town.org/ publicado no Japão, voltado para os brasileiros residentes naquele país, e encontrei um artigo que reproduz outro dos muitos postados naquele país como o do www.istoejapao.com/2p=1681 que informa o intenso uso de produtos que utilizam o aloe, ou seja, a babosa muito conhecida no Brasil. O último artigo inclui informações de Mike Adams sobre os benefícios para saúde com aloe vera do www.naturalnews.com, mas também encontrei na exposição sobre plantas medicinais no New York Botanical Garden, como já postei neste site. Como todos os medicamentos, mesmo os de origem vegetal, sempre é conveniente que um médico seja consultado para o seu uso.
Realmente, é impressionante a quantidade de produtos disponíveis no mercado japonês que possuem a babosa como matéria-prima, como pode ser constatada nestes artigos citados, bem como a lista das propriedades a ela atribuída. Na exposição do New York Botanical Garden, apresentada atualmente, constata-se a elevada quantidade de plantas que são conhecidas no cotidiano que, contendo princípios ativos constatados por pesquisas científicas, muitos povos utilizam como medicamentos. A biblioteca daquele Botanical Garden apresenta muitos preciosos e raros livros antigos, quando a medicina ainda só encontrava plantas que eram utilizadas como medicamentos. Eram conhecimentos transmitidos oralmente como ainda fazem muitos indígenas brasileiros, ou de outros países e continentes.
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17 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a conservação dos seus fundamentos, aprendizado da democracia, esperanças no Irã, os problemas brasileiros, problemas nos Estados Unidos
Sempre é bom falar sobre as esperanças, ainda que tenhamos que enfrentar também as duras realidades. A secular Pérsia, atual Irã, passa por mais uma esperançosa transformação utilizando os sistemas democráticos, ainda que muitos entendam que ainda é prematuro falar na sua consolidação. O fato concreto é que o moderado Hassan Rohani, utilizando a televisão para apresentar suas ideias claras e seus programas sobre o que o seu país está necessitando, conseguiu ganhar as eleições no primeiro turno, obtendo a maioria de forma surpreendente para muitos. Seu corajoso comportamento criticou antes até o governo que está saindo, considerado autoritário, mostra que existem esperanças fundadas. Levando em conta a os acontecimentos recentes de algumas décadas, muitos se esquecem da longa cultura persa que possui uma invejável história de muitos milênios. Quando minha filha disse que viajaria sozinha pelo interior do Irã, recentemente, confesso que fiquei com alguma apreensão, mas seus relatos são de um povo de grande hospitalidade, que acolhe até os desconhecidos em suas modestas casas dividindo seus alimentos e, ainda na partida para outras jornadas, oferecem o necessário para estas viagens, sem nada pedir em retorno. Com isto, quero tentar ressaltar que as imagens que muitos fazem sem conhecer a realidade, ainda que parcialmente captada, pode se enganosa.
Todos estão expressando suas esperanças, inclusive revistas internacionais críticas como The Economist. Os profissionais que acompanham o que acontece no Irã, onde o seu petróleo é relevante no mundo, também revelam grandes esperanças, inclusive com diálogos com os Estados Unidos e seus aliados. Os que convivem com iranianos refugiados em Paris, por exemplo, aguardam que dias melhores chegarão à pátria dos seus amigos. Neste site, procuramos divulgar a gigantesca Ásia que poucos conhecem, a não ser pelos seus aspectos exóticos. Assim como o Brasil é só conhecido por alguns aspectos que chamam a atenção, como sua Amazônia, o carnaval, o futebol que todos esperam que melhore tornando-se competitivo com os mais respeitados no mundo. Apesar de todos os pessimistas que existem em todos os lugares, os brasileiros são reconhecidos como duros trabalhadores que sabem também viver com alegria.
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17 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: além do aquecimento global, artigo no Nature de maio último, desconfianças dos leigos sobre os problemas climáticos, estudos sobre o Atlântico, óxido de carbono transportados
Para os leigos, sempre existem desconfianças que os grandes problemas climáticos recentes devem estar ligados aos danos que a humanidade está provocando no meio ambiente, provocando fenômenos como o aquecimento global. Os cientistas de muitos países, como relatado pela revista científica Nature de maio deste ano, as correntes marítimas do Atlântico devem ser estudadas, separando-se o que está ocorrendo nas superficiais como nos mais profundos, provocando alterações relevantes. Existiriam duas correntes transportadoras globais, com as de superfície levando águas quentes para os polos, e as profundas com água fria de volta para os trópicos. Tudo indica que eles estão provocando parte dos problemas climáticos que afetam a todos. Algo semelhante também ocorre no Pacífico, sendo que algumas são mais conhecidas como as La Niña e El Niño.
Já existem acompanhamentos na Flórida e nas Ilhas Canárias efetuadas desde 2004. Os Estados Unidos devem iniciar as pesquisas que vão da Argentina à África do Sul. E os americanos e os ingleses devem financiar os monitoramentos de superfície entre o Labrador e a Escócia. Estes monitoramentos são considerados cruciais para as previsões climáticas, segundo cientistas da Universidade de Southampton, pois as correntes transportam grandes quantidades de calor, afetando as condições sazonais em partes da Europa, da África, da América do Sul e América do Norte.
Researchers deploy a float that forms part of the Rapid Climate Change monitoring array.
Expand . Source: Rapid: NERC; SAMOC: NOAA; OSNAP: S. Lozier. Foto e gráfico publicado na revista Nature
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17 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: depoimento de Robert Jones, o esporte judô como forma de criar relações, publicado no Japan Times
Muitos esportes são mecanismos importantes para estimular a sociabilidade. No Japão atual, muitos professores de inglês são convidados para passar uma temporada no interior do Japão para ensinarem o seu idioma de forma autêntica, pois muitos dos japoneses ainda preservam alguns vieses, assim como os brasileiros. Isto está sendo corrigido pelos jovens atuais que contam com possibilidades de “home stay” em países onde o inglês é o idioma original. Nesta situação, muitos acabam isolados, sem terem com quem conversar com pessoas que dominam completamente o seu idioma, cercados que ficam com seus alunos e a comunidade local.
Robert Jones trabalha em Hanamaki, província de Iwate, e contava com poucas oportunidades para encontrar estrangeiros como ele, e sua adaptação com a comunidade local foi acelerada pela sua prática com judô. Ele escreveu um artigo interessante publicado no Japan Times relatando a sua experiência. Depois de meses sem contato com pessoas que dominavam completamente o inglês, ele foi praticar o seu judô num dojo local (lugar adequado para a prática deste esporte). Houve um torneio e ele foi convidado a participar, e era de uma equipe contra outra, o que não era costume na sua Califórnia, onde a prática era mais individual.
Fotos da pequena cidade de Hanamaki Japan
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17 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Beleza em Desordem, biografia de Noe Ito, da Era Taisho (1912-1926), livro de Harumi Setouchi
Se existe confusão sobre a cultura japonesa, o papel da mulher no Japão figura certamente entre os seus aspectos mais controvertidos. Muitos confundem as formas com o verdadeiro conteúdo, imaginando que as mulheres no Japão sempre tiveram um papel secundário, quando elas cuidam dos assuntos fundamentais de uma sociedade. São responsáveis pela educação dos filhos que prosseguirão com os destinos de sua comunidade, como das finanças das famílias, sendo a principal figura que decide sobre os investimentos a serem feitos, como a aquisição de uma residência para seus familiares, com os recursos que lhes são entregues integralmente pelos homens quando recebem seus salários. Os homens ficam somente com uma mesada para suas despesas pessoais.
Ainda assim, o Japão é considerado um dos países mais machistas. E um livro escrito por Harumi Setouchi, hoje Jakucho, pois ela se tornou uma monja budista em 1973, cujo título “Beauty in Disarray” poderia ser traduzido como “Beleza em Desordem”, acaba de ser publicado pela Tuttle Pubishing, 2013, com 354 páginas, traduzida por Sanford Goldstein e Kazuji Ninomiya (edição digital). Em 1911, a obra-prima feminista do controverso Henrik Ibsen, “Casa de Bonecas”, foi apresentada em Tóquio. Acabou provocando a formação do Seitosha (Bluestocking Society), onde atuavam a famosa escritora da época Kanako Okamoto e Noe Ito que se tornou ainda adolescente a editora do jornal da organização, até o seu encerramento por perseguição em 1915-1916. Era o símbolo da “Nova Mulher” no Japão, e o livro em questão é uma biografia de Noe Ito. Esta entidade acabou se tornando socialista, como era moda também no Japão da época.
Defying boundaries: The former Harumi Setouchi, who wrote ‘Beauty in Disarray’ and is known by the Buddhist name Jakucho after taking vows in 1973, visits a school in Kyoto in April. | KYODO
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