Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Dois Exemplos do Intercâmbio Sino-Americano

29 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: dois casos de intercâmbio bilateral, Financial Times relata projeto do Vale do Silício, The New York Times relata projeto de genética | 2 Comentários »

Em que pesem as naturais dificuldades de intercâmbio científico e tecnológico entre a China e os Estados Unidos, há que se admitir que os norte-americanos são ousados no incentivo de projetos inovadores que superam as resistências, prestigiando as iniciativas de competentes empreendedores, mesmo que envolvam os chineses que estão competindo com eles na vanguarda de muitos conhecimentos. O Financial Times relata sobre o projeto de um fabricante de lâmpadas de luz com baixo consumo de energia emitindo diodes (light bulbs that use low-power light-emitting diodes), na linha de tecnologias verdes no Vale do Silício. E o The New York Times sobre uma odisséia sino-americana na construção de um melhor mapa genético dos ratos.

Estas notícias vêm no rastro da visita do presidente chinês Hu Jintao aos Estados Unidos, marcado por declarações preocupantes sobre a atual rivalidade entre os dois países que disputam a liderança das inovações nas pesquisas e tecnologia.

President Barack Obama talks with Chinese President Hu Jintao during the morning plenary session of the G-20 Pittsburgh Summit at the David L. Lawrence Convention Center in Pittsburgh, Penn., Sept. 25, 2009. (Official White House Photo by Pete Souza)

Presidente da China Hu Jintao ao lado do presidente norte-americano Barack Obama

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Infinitesimal, Mas na Direção Correta

24 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: correção paulatina de uma distorção, críticas pouco ponderadas, decisão de política econômica do governo Dilma Rousseff

Apesar do Brasil tratar-se de um país que conta com uma quantidade relativa de mão de obra que necessita de emprego, que tem escassez de capital e de tecnologia, adotaram-se encargos no passado que sobrecarregam a folha de pagamentos, induzindo a redução da sua utilização. Desde a época da criação da Sudene, os incentivos fiscais foram para a utilização de equipamentos, acreditando-se que isto facilitaria a capitalização, o que provocou a instalação de fábricas automatizadas no Nordeste, que não estimulavam atividades empregadoras de mão de obra, abundante naquela região.

Agora, o governo Dilma Rousseff, de forma correta, inicia um processo de redução de encargos sobre a folha de pagamentos, ainda que de forma cautelosa. Seria primeira medida de política econômica visando um resultado de longo prazo. Os críticos contumazes apressam-se a preverem a criação de novos impostos para fazer face à redução da receita da previdência. Eles esquecem-se que já houve casos de redução de tributos que provocaram aumento da arrecadação, pois a população tem em mente um máximo de tributação, a partir da qual aumenta a tendência ao uso de mecanismos de sonegação.

Foto Oficial Presidenta Dilma Rousseff.  Foto: Roberto Stuckert Filho.

Presidente Dilma Rousseff, em foto de Roberto Stuckert Filho

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O Grave Problema da Defesa Civil

24 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: assistências técnicas, correções necessárias, experiências de outros países | 4 Comentários »

Os problemas das intensas chuvas que afetaram diversas regiões brasileiras de forma lamentável mostram que são indispensáveis muitos aperfeiçoamentos em todo o sistema de defesa civil, sendo insignificantes os mecanismos de alerta que começam a ser introduzidos em algumas localidades. Muitos países são afetados constantemente por tufões que são acompanhados por chuvas intensas, agravados por terremotos, e muitas grandes metrópoles ficam ao nível do mar, mas foram tomando medidas ao longo do tempo para que os danos causados por estes fenômenos climáticos fossem suportáveis.

O governo japonês enviou uma missão técnica ao Brasil, explicando o que fazem por lá e oferecendo assistência técnica, que não mereceu a devida atenção das nossas autoridades, que continuam com orientações errôneas na ocupação dos solos. A maior parte da cidade de Tóquio, por exemplo, fica a menos de cinco metros do nível do mar, mas não se ouve falar há muito tempo de inundações, pois seus principais rios, como Sumida, foram domados, em muitos trechos, por barreiras de muitos metros, mantendo uma margem de centenas de metros, destinados à prática de esportes e lazer.

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Rio Tame, perto da cidade de Ome, na Tóquio Ocidental: sua margens são cobertas de grama e arbustos, formando um cinturão de vegetação. As áreas livres são usadas para lazer

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The Economist Analisa Relações Sino-Americana

21 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: análise equilibrada, experiência com a Ásia, vantagem da distância

20110122_DE_US.indd Muitos comentários estão sendo publicado na imprensa de todo o mundo sobre as atuais relações sino-americana, em função da visita de Estado do presidente Hu Jintao aos Estados Unidos. Como já são usuais, as mais judiciosas análises costumam ser publicadas pelo The Economist, possivelmente em função do seu distanciamento do palco das discussões e suas longa experiência em assuntos internacionais e asiáticas.

Todos sabem que os interesses dos dois países são divergentes e as dificuldades dos norte-americanos foram comparadas com a situação quando a extinta URSS conseguiu lançar o seu Spunik, em 1957, provocando uma forte reação dos Estados Unidos. As pesquisas espaciais foram aceleradas, conseguindo-se colocar os homens na Lua. O esforço exigido dos soviéticos para acompanharem os americanos ajudou a acelerar a dissolução do Leste.

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Saga de Náufrago Japonês é “Best-Seller” Americano

21 de janeiro de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos, Notícias | Tags: “Heart of a Samurai” de Margi Preus - Amulet Books - Nova York – 2010. | 2 Comentários »

samurai A incrível história de menino pescador japonês que naufragou nas costas da Província de Kochi, Ilha de Shikoku, em 1841, e foi parar nos EUA, é best-seller americano de literatura juvenil, informa a NHK. O barco em que Manjiro, de 14 anos, estava com mais quatro pescadores soçobrou, e eles conseguiram chegar a uma pequena ilha no Oceano Pacífico. Resgatados por baleeiro americano, Manjiro foi levado pelo capitão até New Bedford, Massachusetts; os outros preferiram ficar em ilha do Havaí. Apesar de nunca ter tido escolarização formal, Manjiro impressionava pela inteligência e vontade de aprender, principalmente matemática, navegação e língua inglesa. O Capitão William Whitfield, que não tinha filhos, o adota cativado pela retidão de caráter e tenacidade do menino. Manjiro recebe o nome de John Mung, frequenta a escola de Fairhaven, Mass., onde foi morar com a família do Capitão.

Atraída pela singular epopéia, Margi Preus fez pesquisas na Nova Inglaterra e no Japão, no vilarejo natal de Manjiro, Nakanohama. Ela foca a história em como Manjiro conquistou sólidas amizades e respeito com seu caráter franco e confiante, apesar dos pesados preconceitos, revezes e desencontros culturais que sofreu. Professora de literatura em Duluth, estado de Minnesota, Preus escreveu o livro desejando que seus alunos se inspirassem na coragem de Manjiro e na sua capacidade de aceitar críticas e se envolver com as pessoas. Ela se declara preocupada com o crescente número de crianças americanas que encontram dificuldades para estabelecer relacionamentos, e tem viajado pelo estado divulgando o livro para que mais jovens conheçam a edificante história.

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Ascensão e Queda das Nações

17 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: a visita de Hu Jintao aos Estados Unidos, lições da história, o processo de ascensão da China, sinais das dificuldades norte-americanas

Está sendo amplamente divulgada a visita do premiê chinês Hu Jintao aos Estados Unidos, com muitas informações e opiniões nos principais órgãos da imprensa mundial, pois é o encontro das duas maiores potências do momento. Com toda a importância que os Estados Unidos continuam mantendo e deverão continuar a ter nas próximas décadas, há sinais evidentes de todas as suas dificuldades para preservar a atual liderança mundial por muito tempo. De outro lado, a ascensão da China, seguida da Índia, ocorre numa velocidade que chega a assustar o mundo.

Todos sabem da importância de um razoável entendimento das duas potências, e sentem-se as mensagens diplomáticas expressando certa humildade chinesa ao mesmo tempo em que as autoridades norte-americanas acabam expressando certo nervosismo. Como quando o seu secretário de Defesa expressa no Japão um desconforto com aperfeiçoamentos dos projetos balísticos chineses que podem atingir seus porta-aviões nas proximidades da Ásia ou suas bases militares mantidas nos países aliados naquele continente.

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Ao longo da história, verificaram-se as ascensões e quedas de muitas nações, bem como renascimentos espantosos de algumas. Joseph Needham de Cambridge no seu monumental Science and Civilisation in China mostrou que aquele país tinha atingido um nível de desenvolvimento pouco conhecido no Ocidente até que, por muitas razões, entrou em declínio em torno do período da Revolução Industrial que começou na Inglaterra. Mas nas últimas décadas a China vem revelando uma nova ascensão que impressiona o mundo, havendo muitos analistas estimando quando ultrapassará os Estados Unidos, como o que já ocorreu com o Japão, tornando-se a segunda potência econômica do universo que, ademais, detém o poder atômico e de veto nas Nações Unidas.

A visita pouco mudará o cotidiano dos bilhões de habitantes do globo, mas há que se reconhecer que existe um processo em marcha, que muitos terão dificuldades em aceitar, eclodindo em tensões aqui e acolá. Todo quadro novo é aterrador e muitos geram notícias terroristas, pensando que podem impedir a marcha dos acontecimentos. Evidentemente, não existe um determinismo histórico nem geográfico, tudo dependendo das decisões dos seres humanos, mas quando em coletividades são difíceis de serem controlados, porque eles não agem somente pela racionalidade. E nem existe uma engenharia social capaz de planejar uma transição de lideranças sem atritos.

O mundo Ocidental teve, por muito tempo, a pretensão de ser a parcela importante e relevante da humanidade, quando vai constatando que no atual mundo globalizado de 7 bilhões de habitantes, só conta com a minoria da população, sendo suplantada pelas nações asiáticas que contam com bilhões de habitantes. Sua superioridade econômica e tecnológica começa a ser questionada, quando se usa como medida de comparação o poder de paridade de compra. Mas nem tudo pode ser reduzido a simples dados econômicos.

O que se desconhecia e continua sendo desconhecida da cultura e história do mundo não ocidental pode ser uma demonstração da fragilidade desta parte do globo terrestre. Aos bilhões de asiáticos soma-se o mundo árabe injustamente satanizado por milênios, que servia de ponte e meio de intercâmbio da Ásia com a Europa. Além de africanos e outros povos habitantes do resto do mundo.

As recentes revoluções das comunicações e dos transportes que se processaram nas últimas décadas tornaram realidade a aldeia global na qual temos que aprender a conviver com povos que são diferentes dos nossos conhecidos. Mas os seres humanos são dotados do instinto de sobrevivência e, sejamos otimistas, somos parcialmente racionais. Engolir um pouco de sapos e lagartos pode não ser tão desagradável, pois sempre fomos submetidos a alguns compromissos quando não ao poder econômico e militar.


Herói de Mangá Ataca de Papai Noel

12 de janeiro de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos, Notícias | Tags: anime e mangá dos anos 70, Antonio Inoki, artes marciais e luta livre, Naoto Date, Rikidozan, Tiger Mask | 2 Comentários »

Segundo agências de notícias (Kyodo, NHK), instituições e centros de bem estar para crianças órfãs em diversas cidades do Japão estão recebendo mochilas escolares contendo material escolar, brinquedos, comida e dinheiro, de remetentes que se identificam como o herói de antigo mangá e anime.

Tudo começou no dia de Natal na cidade de Maebashi, província de Gunma, e, depois que o fato foi divulgado pela imprensa, novos casos vêm ocorrendo, um depois de outro, e se espalhando por cidades de várias províncias, principalmente a partir do Ano Novo. (É tradição japonesa presentear crianças no Ano Novo com o “otoshidama”, geralmente em forma de pequena mesada). No dia 25 de dezembro, uma funcionária de centro de assistência infantil em Maebashi encontrou 10 caixas de papelão contendo mochilas escolares com brinquedos na porta da instituição. Acompanhava apenas uma nota assinada “Naoto Date, pedindo que fossem destinadas a crianças órfãs necessitadas. Não se fazia a menor idéia de quem seria a pessoa ou qual a motivação, quando um funcionário veterano se lembrou que Naoto Date era o alter-ego do herói de luta livre da série de mangá e anime Tiger Mask, dos anos sessenta/setenta.

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Tiger Mask- Naoto Date, Antonio Inoki e Rikidozan

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Livros Sobre a Vida na China

11 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais | Tags: A Garota da Fábrica de Mísseis, Lijia Zhang, outros livros memoráveis

A Editora Reler, do Rio de Janeiro, publicou em 2010 a versão em português do livro de Lijia Zhang “A garota da fábrica de mísseis – Memórias de uma operária da nova China”, originalmente publicada em inglês em 2008, pela Atlas & Co., com o título “Socialism is great!: a worker´s memoir of the new China”. A intenção expressa da autora é o mesmo deste site, aumentar o conhecimento no Ocidente sobre a verdadeira China. Acaba dando sequência a outros clássicos como “Wild Swans – Three Daugters of China”, de 1991, de Jung Chang, e “The Good Women of China”, de 2002, de Xinran, que também estão disponíveis em português. É um livro agradável que vale a pena ler.

Lijia Zhang trabalha hoje na China como jornalista freelancer, publicando em jornais internacionais de prestígio e escrevendo livros: “Como alguém que conhece profundamente uma cultura que permanece grandemente incompreendida em âmbito mundial, e que consegue se comunicar com as pessoas de fora, espero poder funcionar como uma ponte entre culturas”.

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Acirrada Competição Chinesa nos Trens Rápidos

11 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: atuais dados de construção da China, fusão das empresas chinesas, preparo para a competição internacional

Um dado estatístico de construção da China que assombra todos os competidores internacionais, como a Bombardier, Alstom, Siemens e a Kawasaki Heavy, é o do setor de trem rápido. Em 2010, já completaram 8.358 quilômetros de linhas de trens rápidos implantadas em território chinês, devem atingir 13.000 em 2012 e mais de 16.000 quilômetros em 2015. Atualmente, estão divididas em duas estatais: a CNR – China North Locomotive and Rolling Stock Corp e a CSR – China South Locomotive and Rolling Stock Corp que cogitam fundir-se numa, visando competir nos mercados externos. As autoridades chinesas ainda não deram o sinal verde, esperando que as duas continuem competindo entre elas no mercado chinês, onde atendem em conjunto 90 por cento da demanda. Mas continuam dando todo suporte necessário.

Um artigo de Jamil Anderline, do Financial Times, proveniente de Beijing e publicado no Nikkei, fornece as informações detalhadas, como a meta de aumentarem suas rendas operacionais nos próximos cinco anos para cerca de US$ 22,7 bilhões. Sabidamente, estes dois jornais são responsáveis, não se tratando de propaganda oficial.

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Sustentabilidade do Consumo do Atum

10 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: consumo de atum no mundo, controle da pesca, produção em fazendas, variedades existentes

Um extenso artigo escrito por Hillel Wright, mais reconhecido como literato, sobre a possibilidade de extinção do atum com o atual consumo mundial, foi publicado no The Japan Times. Discorre sobre a imensa variedade de peixes considerados como atum, com estatísticas elaboradas por diversas agências japonesas e internacionais, classificando os que estão considerados como em risco de extinção. No geral, ele é otimista, chegando à conclusão que somente algumas espécies estão em risco, diferenciando os das mais variadas regiões do mundo, como o Pacífico, Mediterrâneo e de outras regiões.

Usando os dados da FAO, de 2008, ele considera que 1% está se recuperando da extinção, 7% correndo o risco, 17% está sendo superexplorado, 52% está sustentável mesmo plenamente explorado, 20% moderadamente explorado e 3% não explorado. É preciso considerar que estes dados estão defasados, e está havendo um rápido aumento do seu consumo em todo o mundo com a disseminação dos sushis e sashimis, inclusive entre os chineses que não tinham o hábito de consumirem produtos crus, principalmente do mar.

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Mercado de Tsukiji, o mais famoso do Japão

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