31 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a arte de manutenção do wa humano, conceitos complexos para a sua compreensão, exemplos práticos, formas culturais da kaizen | 2 Comentários »
Num artigo de grande importância, Glenn Newman, que morou no Japão e continua viajando muito para aquele país, publica no The Japan Times com grande felicidade uma explicação do kaizen, que também se expressa na forma coletiva já incorporada na jeito de ser dos japoneses, mostrando que o autor compreendeu um aspecto relevante da psique japonesa. Ele entende kaizen como uma prática japonesa de melhoria contínua, através do acúmulo de pequenas mudanças incrementais. Este conceito é bem conhecido no mundo na sua forma de comportamento empresarial, para melhorar os processos de negociação comercial, de fabricação, engenharia e outros.
Com exemplos práticos, o autor mostra que o kaizen está sendo aplicado para benefícios coletivos, de forma mais profunda, estando presente em tudo que se refere às necessidades físicas e psicológicas dos seres humanos no Japão. Na sua melhor hipótese, ele desenvolve o conceito de kaizen na escala humana (HSK – Human Scale Kaizen), para eliminar muitas incertezas da vida, evitando embaraços e aborrecimentos cotidianos.
Ilustração de Tim O’Bree publicada no The Japan Times
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31 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: criação de atum, Maglev no Japão, uso de fermentação na gastronomia
Percorrendo rapidamente pelos principais jornais japoneses, constata-se algumas notícias que podem ser consideradas alvissareiras. O Yomiuri Shimbun, de grande tiragem no Japão, noticia, como em outros jornais, que foi efetuada mais uma fase de testes com o novo sistema de trem rápido no sistema Maglev que deve ligar Tóquio com Nagoia em 2027, mas entrará em funcionamento comercial num trecho inicial em 2016. O jornal econômico Nikkei anuncia que uma subsidiária da Mitsubishi, Toyo Reizo, começa o embarque do atum bluefin (honmaguro) criado no próximo mês. E o The Japan Times informa sobre um chef Nobuaki Fushiki que criou diversos pratos têm como base a tradicional fermentação utilizada no Japão.
O sistema de Maglev já existe num curto trecho entre o aeroporto internacional de Xangai e a cidade, com o uso da tecnologia alemã, sendo muito rápido e suave. Chega a mais de 300 quilômetros por hora, levando poucos minutos para chegar ao seu destino. No Japão, que deve chegar a 500 quilômetros por hora, a tecnologia está sendo desenvolvida pela JR Tokai, tendo passado por testes com sucesso, e agora completa nova fase com o trem chamado de Tsuru, num trecho de 42,8 quilômetros de Uenohara para Fuefuki na província de Yamanashi.
Sistema Maglev de trem rápido / Conjunto de pratos preparados por Nobuaki Fushiki
Atuns bluefin são criados em cativeiro
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31 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Abeconomics recebe apoio, artigo de Yuriko Koike no Project Syndicate, artigos no The Economist sobre empreendedorismo, mas precisa provar que funciona
Apesar da impressionante aprovação popular que o Abeconomics está conseguindo junto à opinião pública e os empresários, com um bom esquema de apoio da imprensa, os obstáculos que necessitam ser superados não são desprezíveis. Yuriko Koike, que já foi uma popular personagem na TV japonesa e conseguiu o seu mandato de parlamentar e um posto de ministra no passado, continua se empenhando em espalhar otimismo, como no seu artigo no Project Syndicate que recomenda que o Abeconomics seja implantando na Ásia. Mesmo que não tenha ainda conseguido resultados reais de reformas no próprio Japão. A revista inglesa de circulação internacional The Economist publica dois artigos sobre o estímulo que o primeiro-ministro Shinzo Abe está dando ao empreendedorismo, estimulando figuras controvertidas como Takafumi Horie, o ex-proprietário do Livedoor que esteve preso por fraude, e que apresenta nada menos que 30 novas empresas. O primeiro-ministro, ele mesmo que fracassou na sua primeira tentativa, é de opinião que o sucesso só pode ser obtido depois de diversas tentativas.
Depois de décadas de estagnação, o Japão volta a tentar uma reativação de sua economia com a política que recebeu o nome de Abeconomics. Já conseguiu uma sensível desvalorização de sua moeda, o que deve tornar a sua economia competitiva. Aumentou seus investimentos públicos, ainda que com o aumento de sua elevada dívida pública. Necessita efetuar reformas, e entre elas escapar dos grandes aglomerados empresariais, perseguindo uma meta de 100.000 novas empresas até o ano 2020, estimulando novas iniciativas dos jovens, que estão condicionados a uma sociedade que evita riscos. Abe está sendo assessorado por empresários como Hiroshi Mikitani, fundador da Rakuten, que é um gigante no online-commerce.
Yuriko Koike Hiroshi Mikitani
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31 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigos do The Economist, mudanças na diplomacia brasileira, os problemas dos médicos no Brasil
Dois assuntos momentâneos do Brasil mereceram artigos do The Economist da próxima semana: o problema dos médicos brasileiros que evitam regiões difíceis e as mudanças no Ministério das Relações Exteriores, ainda que o foco desta edição seja a Síria. Colocam que entre os assuntos das reivindicações populares recentes estava a situação precária da saúde no Brasil, havendo uma concentração dos médicos nos grandes centros urbanos, ainda que a Constituição estabelecesse o atendimento universal de saúde para todos. O governo teria dado como resposta o programa Mais Médicos, e para tanto estaria promovendo a vinda de estrangeiros, notadamente de Cuba, num arranjo especial. O artigo aponta que o número de médicos é baixo no Brasil comparado com outros países.
Num outro artigo aborda-se o problema que ocorreu com a Bolívia com um senador que estava refugiado na Embaixada Brasileira e foi transferido para o Brasil, criando um problema entre os dois países, provocando a queda do ministro Antonio Patriota, que teria sido substituído por Luiz Alberto Figueiredo. Ainda que estes assuntos sejam de relativo interesse no exterior, o fato da presença de um correspondente da revista em São Paulo acaba provocando esta intensidade de artigos sobre os problemas brasileiros nesta revista que procura abranger os problemas mundiais.
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30 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a elevação dos juros no Brasil, desvalorizações cambiais em economias emergentes, diferenças brasileiras
É muito comum os leigos perguntarem por que na economia brasileira existem tendências de efeitos inflacionários mais acentuados quando ocorrem desvalorizações cambiais como acontecem atualmente em muitas economias emergentes. Em muitos países, as suas transferências para as pressões inflacionárias não são tão acentuadas e as autoridades locais procuram preservar o crescimento de suas economias. Podem ser apontadas diversas causas, que sempre são diferentes em cada caso. Não se pode negar que no Brasil há uma longa cultura inflacionária, diante de períodos de acentuada elevação dos preços, que nem sempre ocorreram em todos os países.
Mas pode-se chamar a atenção para a sobrevivência de alguns sistemas de indexação, mesmo quando se provocou com a introdução do Real um período de razoável estabilidade que não foi curto. Como isto,continua sendo aplicado, a tendência é que a inflação que já ocorreu no passado seja transferida para o futuro, mediante a correção do que se entende que houve de prejuízo para alguns setores. Toda a inflação é um processo de disputa entre setores que procuram se defender dos efeitos da elevação continuada dos preços, que provocam transferências dos seus efeitos para os outros. Com a indexação que proporciona uma sensação de que se corrigiram as perdas, acaba se prolongando esta disputa por um longo período. Não se conhece um esforço para a eliminação desta indexação no Brasil, que costuma não existir em outras economias mesmo emergentes.
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28 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: estudos efetuados e publicados no Vox, indicações das eficiências nas gestões provinciais, relacionamentos com os líderes anteriores, um sistema de meritocracia | 2 Comentários »
Um grupo de pesquisadores formados por Ruixue Jie, professora assistente na Escola de Relações Internacionais e Estudos do Pacífico da Universidade da Califórnia, San Diego, Masa Kodamatsu, professor assistente do IIES da Universidade de Stockholm, e David Seim, professor assistente em economia da Universidade de Toronto, publicaram em conjunto um interessante trabalho sobre quem chega ao topo da política chinesa. O trabalho foi publicado no Vox, que divulga os estudos e análises feitas por reconhecidos economistas com base em pesquisas realizadas. Eles procuraram preencher uma lacuna existente sobre como são escolhidos estes líderes da China, país que tem uma importância econômica e política no mundo atual, mas que não conta com um sistema eleitoral amplo, mas restrito ao comando do Partido Comunista Chinês, não sendo um processo transparente.
Eles constaram que os escolhidos não foram somente os leais e incompetentes, como costuma ser usual nos sistemas autocráticos, mas há uma rotação dentro do Partido, o que ajuda os que trabalham em conjunto com os líderes, permitindo que a cúpula escolha os mais competentes entre um grupo de subordinados de confiança. Evidentemente, são indicações importantes que não esgotam todos os dados, como sobre os cursos que efetuaram nem os estágios iniciais de suas carreiras, mas os resultados econômicos que obtiveram nas administrações provinciais e os relacionamentos que tinham com os componentes da cúpula partidária.
Ruixue Jia Masa Kidamatsu David Seim
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28 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: apoio governamental no Japão para construções em grande escala, diversos projetos no mundo, projeto da BASF com outras empresas, um exemplo em São Paulo
As economias de energia e residências não poluentes estão se tornando um foco importante de preocupações em variadas partes do mundo. A revista Inovação! Brasileiros de agosto/setembro apresenta um artigo elaborado por Fernanda Cireza com o título “Um Espaço de Conceito”, referindo-se a um projeto liderado pela BASF chamada CasaE (indicando eficiência) que conta com 19 parceiros brasileiros e estrangeiros e que também está sendo implantado na Alemanha, França, Itália, Coreia do Sul, Reino Unido, Estados Unidos e Argentina. Em São Paulo, a primeira unidade está na Avenida Prof. Vicente Rao, 1195, no bairro do Brooklin, visando comprovar a eficiência energética com uma economia de 70% no seu consumo.
Além disso, na sua construção haveria uma economia de 40% de energia global, redução de 30% na emissão de gases de efeito estufa, e somente de 10% da emissão da poeira global. Os materiais utilizados colaborariam na economia de recursos naturais, e sua construção seria mais rápida. O assunto teria sido discutido no 10º Congresso Brasileiro de Eficiência Energética e ExpoEficiência.
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28 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: notícia no The Wall Street Journal, pesquisa insuspeita, tremores constatados no Texas decorrentes da exploração do xisto
Todos sabem que os Estados Unidos estão considerando os custos da energia decorrentes da exploração do xisto (shale) um dos fatores que determinam a recuperação de sua economia. Além de poderem contar com a independência energética, como seus custos são baixos, acabam proporcionando maior competitividade para diversos setores de sua economia. Mas, mesmo as pesquisas efetuadas por fontes insuspeitas, acabam mostrando que existem pesados prejuízos para a sua sustentabilidade, provocando até pequenos tremores nas áreas próximas das explorações mais intensas do xisto mediante o processo do seu fraqueamento (fracking), como está se observando na área chamada de Eagle Ford Shale, no sul do Estado do Texas.
O jornalista Tom Fowler, do The Wall Street Journal, informa sobre o estudo que apareceu no Earth and Planetary Science Letters, constatando pequenos tremores considerados terremotos nesta área. O jornal tomou o cuidado de analisar os seus resultados antes da publicação da notícia. Os autores do estudo sugerem que extrair óleo e água do solo nas áreas próximas das pedras e areias provocam tremores que são pequenos, algumas vezes imperceptíveis na superfície.
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28 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a maioria que vai mudando responde que já passou, há um moderador, Kishore Mahbubani da Universidade de Cingapura apresenta argumentação contrária, o desenvolvimento já é o passado ou continua, os leitores podem apresentar suas contribuições, previsto para duas semanas, Rucher Sharma do Morgan Stanley defende intepretação, The Economist promove um debate sobre os BRICS
Parece natural, tanto pela natureza da revista como pela importância das economias envolvidas, que os debates se concentrem no que acontece na Ásia, notadamente na China e na Índia, com os demais emergentes do mundo aparecendo somente para compor o quadro geral. Na apresentação, o moderador Ryan Avent, um experiente editor do The Economist, aponta que o atual soluço está provocando um intenso debate, se seria o fim de um crescimento rápido dos emergentes ou não. A China estaria necessitando de uma adaptação e a Índia e Brasil se esgotando prematuramente, com problemas também em outros países emergentes mundo afora, mas haveria muito espaço para se chegar ao nível dos atuais desenvolvidos.
Ruchir Sharma, do Morgan Stanley, que também foi colunista em importantes meios de comunicação, afirma que a China e Índia que foram relevantes no século 17 voltariam a sê-los novamente no século 21. Cunhou-se o grupo dos BRICS e outros emergentes também assim podem ser considerados. Depois da crise de 2008, parecia que desafiariam a desaceleração que estava se observando no mundo, mas agora estaria com seus crescimentos em queda quando os desenvolvidos que são 35 retornam ao seu normal, e os demais dos 185 acompanhados pelo FMI continuariam emergentes.
Ruchir Sharma Kishore Mahbubani
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27 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: adaptações às condições locais, antes tarde do que nunca, dificuldades das grandes empresas japonesas
Interessante o artigo publicado por Yoree Koh no The Wall Street Journal e reproduzido em português no Valor Econômico de hoje. Mostra a dificuldade de grandes empresas japonesas, como a Toyota, na absorção de especificidades dos mercados de outros países, parte pela insuficiência de uso de consultores externos. No Japão, os conhecimentos acumulados numa grande empresa costumam ocorrer ao longo do tempo com a contribuição de muitos dos seus próprios funcionários. Com isto, ficam limitados em absorverem conhecimento de mercados externos, e não são poucos os equívocos decorrentes destas limitações. A Toyota foi uma das primeiras indústrias automobilísticas a iniciar a sua montagem no Brasil, inicialmente com um jipe denominado Bandeirantes, que era adequado às condições rústicas do país.
No entanto, como ele era montado com um motor da Mercedes Benz, não teve condições de evolução, e a sua produção acabou sendo abandonada, deixando saudades. Também a Toyota ficou estagnada no país, perdendo para outras concorrentes, inclusive a Fiat que chegou bem depois no Brasil, produzindo veículos de menor porte adaptadas às condições do poder aquisitivo dos consumidores brasileiros. Mesmo alertado por consultores que com a nova classe média brasileira haveria demandas para automóveis baratos de pequeno porte, seus dirigentes no Brasil alegavam que isto seria para tecnologias chinesas e indianas. Agora, com novos dirigentes que vieram de outros grupos como a GM, como está no artigo citado, procura recuperar décadas perdidas, que começou com a produção do Etios e que deve evoluir para outras versões mais baratas.
Toyota Etios
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