10 de maio de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: boas formações acadêmicas, grupo respeitado de profissionais, influência nas decisões sobre os juros, sobre o Depep do Banco Central
O suplemento Eu & Fim de Semana do jornal Valor Econômico vem revelando uma grande capacidade de abordar temas difíceis de política econômica numa linguagem razoavelmente compreensível até aos leigos no assunto. É o caso da sua reportagem de capa, que se refere ao modelo denominado “samba” elaborado pelo Depep – Departamento de Pesquisa Econômica, destinado a fornecer as informações básicas para as decisões que são tomadas no chamado Copom, composta pelos diretores do Banco Central. Eles decidem a taxa Selic, considerada a referência do que as autoridades monetárias perseguem em matéria de juros e política monetária e creditícia, visando o controle da inflação.
O artigo mostra a invejável preparação dos seus 50 componentes, dos quais 39 possuem o título de doutores e 11 de mestrados. Dos doutores, 9 são Ph.D em universidades estrangeiras de primeira linha, constituindo possivelmente um dos núcleos mais respeitáveis de qualificados profissionais de pesquisa econômica do Brasil. Com longas preparações, inclusive em discussões com importantes componentes de outros bancos centrais no mundo, acabaram desenvolvendo um modelo mantido em sigilo que lhes permitem apresentar as estimativas de inflação, dentro do sistema de metas inflacionárias. Elas têm, mesmo acompanhando a tendência da inflação ocorrida, sido em média 0,58 pontos percentuais menores do que as constatadas.
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10 de maio de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: chefs renomados, evento de três dias, evento promovido pelo Paladar, suplemento semanal de O Estado de S.Paulo, troca de experiências entre 73 profissionais
Está consolidada a tradição desta promoção anual do Paladar, suplemento semanal do jornal O Estado de S.Paulo, ao realizar a 7º versão deste evento de três dias em São Paulo. Estiveram presentes 73 profissionais, dos mais conhecidos como Alex Atala, Rodrigo Oliveira, Helena Rizzo, Carla Pernambuco e Benny Novak como outros menos conhecidos vindos de todas as partes do Brasil, inclusive do exterior. Foram 117 horas de atividades, com 5.000 visitantes, intercambiando informações sobre tudo que está ligado à gastronomia, desde a tradicional até as inovações, inclusive exóticas, centradas no que se dispõe no Brasil.
Muito do que aconteceu está registrado na edição deste dia 9 de maio, estando disponível pelo site www.estadao.com.br/paladar para os que estejam interessados nos seus conteúdos, com mais detalhes. Cinthia Bertalino expressa no seu artigo introdutório do suplemento que foi apresentado muito mais que a panela, com intenso intercâmbio de ideias, reflexões, demonstrações, experimentos e testes.
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9 de maio de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: baixo crescimento da economia, extensão da assistência social, melhoria da distribuição de renda, problemas futuros, The Economist sobre a satisfação dos brasileiros
O site do The Economist questiona porque os brasileiros, apesar do baixo crescimento de sua economia, se mostram satisfeitos, como também é criticado no Brasil por muitos opositores ao governo. As pesquisas efetuadas pelas entidades como o IPEA – Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, entidade vinculada ao Ministério do Planejamento, e outras que avaliam a satisfação da população ou o prestígio do governo mostram que a maioria esmagadora dos brasileiros está satisfeita, achando que seus padrões de vida melhoraram nos últimos anos. O fato concreto é que está ocorrendo uma significativa melhoria na distribuição de renda, com os salários mínimos e dos trabalhadores melhorando de forma real, ainda que a minoria que vive de ganhos financeiros esteja incomodada.
Os dados são sempre relativos, e apesar do intenso noticiário que a grande maioria dos países do mundo enfrenta enormes dificuldades, com recuperações econômicas modestas, ou com redução do crescimento como ocorrem com os grandes emergentes como a China e a Índia, muitos tendem a enfatizar somente o que acontece com aqueles que lhes interessam criticar. A economia inglesa certamente não se encontra em boa situação, como toda a Europa, e certamente o Brasil poderia ter uma melhor performance. Mas o governo prefere dar prioridade para a eliminação da miséria absoluta, melhoria de renda daqueles que estão na base da pirâmide e que são expressivamente mais numerosos do que aqueles que estão no topo, proporcionando-lhes apoio eleitoral.
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9 de maio de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a escolha de Roberto Azevêdo, fatos que podem ter contribuído, importância da OMC, tarefas difíceis
Não deixa de ser uma agradável surpresa a escolha do diplomata brasileiro Roberto Azevêdo para ser o novo diretor geral da OMC – Organização Mundial do Comércio a partir de 1º de setembro próximo. O candidato mexicano Herminio Blanco, preferido pelos Estados Unidos e pela Europa, acabou sendo derrotado, admitindo o resultado ainda a ser confirmado. O significado desta decisão ainda não permite uma avaliação final, mas há indícios de mudanças significativas na governança mundial, como a alteração do quadro em que os países desenvolvidos eram determinantes nas escolhas deste tipo.
Há tempos em que se manifestam insatisfações dos países emergentes e em desenvolvimento com as escolhas que vinham se fazendo nas Nações Unidas, no Banco Mundial, no FMI e outros organismos internacionais que ainda detêm um poder importante, ainda que menos influente que no passado. Os Estados Unidos, que ainda são os mais importantes no mundo econômico, não possuem mais o poder político para decidir estas escolhas. A Europa enfrenta crescentes dificuldades, enquanto os emergentes, principalmente os componentes do grupo denominado BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, ganham importância, ao lado de muitos outros que já possuem níveis de renda per capita intermediários.
Roberto Azevêdo
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8 de maio de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: webtown | Tags: Daniel Day Lewis, Steven Spielberg | 8 Comentários »
Sempre olhei a efígie de Abraham Lincoln, hirsuto, taxativo e macambúzio, pensando, “Como seria esse tipo esquisito na vida real?”. Para quem já viu sua figura associada até a um caçador de vampiros em ritmo de aventura, esse filme pode soar tedioso. Afinal, é praticamente todo rodado em ambientes fechados de gabinetes escuros, e relata o lento e tenso processo de negociação da 13ª Emenda que proibiria a escravidão nos Estados norte-americanos e estabeleceria o marco de igualdade entre os cidadãos nesse país. Mas não é chato, e palmas para o excelente roteiro que consegue te manter envolvido durante quase três horas de conversas e mais conversas entre pessoas sentadas. Histórias e mais histórias, que Abe adorava contar para expor suas ideias e envolver pessoas. Lincoln conta a grande aventura da argumentação, da estratégia e da negociação. É um filme de ação… sem correria.
Haveria uma tentação de apelar para cenas da Guerra Civil que grassava, mas os autores corajosamente se ativeram ao conceito original, de se fixar no embate político por trás dos acontecimentos. Que bom. Uma aula de Congresso, mostrando que a grande ação não ocorre nas plenárias e nem talvez nos campos de batalha, mas, sim, fora.
Daniel Day Lewis interpreta Abraham Lincoln em filme de Spilberg
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8 de maio de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: cerca de 1.000 quilômetros da costa, pesquisas nipo-brasileiras feitas utilizando o submergível Shinkai, possíveis extensões da plataforma continental do Brasil, possível localização de granitos na chamada Elevação Rio Grande, prova da separação da Pangeia
Um anúncio conjunto da CPRM – Companhia de Pesquisas Minerais do Brasil, da JAMSTEC – Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia da Terra e do Mar e do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo confirmaram descobertas importantes nas pesquisas que estão sendo efetuadas a cerca de 1.000 quilômetros da costa brasileira, na chamada Elevação Rio Grande, no Oceano Atlântico. A notícia está nos jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo como The Japan Times. Foram encontradas rochas com aparência de granito que não costumam ser localizadas no mar, permitindo supor que foram deslizamentos que ocorreram quando da separação da Pangeia, continente que unia a América do Sul com a África, bem como o que existia há cerca de 225 milhões de anos atrás no globo.
Foram utilizadas nas pesquisas o navio japonês Yokosuka, que dá apoio ao submergível Shinkai 6500, que pode chegar a 6.500 metros de profundidade do mar. A presença de granito, que terá ainda que ser confirmada com uma perfuração que será efetuada ainda neste ano, indicaria que houve um deslizamento de parte do continente sul-americano, que poderia estender à plataforma continental brasileira até esta vasta região, estimada como metade da dimensão do Estado de São Paulo.
In search for lost world: A Shinkai 6500 manned submersible belonging to the Japan Agency for Marine-Earth Science and Technology probes the seabed off the coast of Rio de Janeiro on April 30. | JAPAN AGENCY FOR MARINE-EARTH SCIENCE AND TECHNOLOGY/KYODO
Muitos que participaram das pesquisas estão ligando as descobertas com a localização da legendária Atlântida como brincadeira, como divulgado nos jornais. O diretor da CPRM, Roberto Ventura Santos, informa que normalmente outras formações marítimas costumam ser de rochas vulcânicas, como os arquipélagos Fernando de Noronha e São Pedro e São Paulo, quando esta aparenta ser de granito, à semelhança do Pão de Açúcar.
O biólogo Paulo Sumida, do Instituto Oceanográfico da USP, considerou que a expedição foi um sucesso, ele que foi um dos quatro brasileiros que mergulharam no Shinkai, pois foram colhidas muitas informações sobre a vida marítima na região. A professora Naomi Ussami, da USP, que estuda a formação do Elevado Rio Grande, a descoberta, se confirmada, vai mudar a história do Atlântico Sul, além de resolver o debate sobre a extensão da plataforma continental brasileira. Segundo ela, “se for um pedaço da crosta continental, é um pedaço do Brasil, e aí passa a ser área exclusiva de exploração pelo país”.
Esta cooperação nipo-brasileira está sendo considerada de grande importância, pois sem os equipamentos japoneses, como o navio de suporte Yokosuka e o submergível Shinkai 6500, os brasileiros levariam muito tempo para efetuarem estas pesquisas.
O professor Shinichi Kawakami, professor da Universidade de Gifu, especialista em ciências planetárias, afirmou que o granito pode ser parte de um grande continente que se separou no que hoje é a África e a América do Sul, diante das movimentações das placas tectônicas. Isto nada teria com a legendária Atlântida, que seria muito posterior a estas movimentações.
Um dos objetivos da expedição seria parte da expedição da JAMSTEC, chamada Busca pelos Limites da Vida, procurando os chamados ambientes quimiossintéticos, com base em micro-organismos que sobrevivem totalmente isolados da luz solar. As descobertas dos norte-americanos já comprovaram que existem dezenas de micro-organismos que se alimentam de petróleo e gás que vazam de reservas profundas, eliminando inclusive derramamentos que provocam poluições. Suas concentrações seriam indícios de potenciais petrolíferos na região.
Outro aspecto interessante é que esta Elevação do Rio Grande não apresenta profundidades como as regiões do pré-sal que dificultam suas explorações. Evidentemente, as pesquisas ainda são iniciais, mas suas potencialidades são elevadas.
7 de maio de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: a cruzada de Bill Gates, artigo no Project Syndicate, Fundação para disseminação de vacinas, melhoria das informações sobre indicadores de desenvolvimento
Bill Gates, depois de acumular uma fortuna, dedica-se a trabalhos de cunho social, principalmente com preocupações com os países mais pobres, induzindo outros bilionários a fazer o mesmo. Num artigo publicado pelo Project Syndicate, ele descreve a necessidade de ajudar os países pobres na melhoria de suas estatísticas, notadamente nos diversos e precários atuais indicadores do desenvolvimento. Os doadores precisam tomar as decisões sobre onde concentrar os recursos escassos para financiar os seus programas de desenvolvimento, mas encontram limitações de dados para os seus julgamentos.
Tradicionalmente, os doadores como Bill Gates utilizam os dados como o PIB per capita, ou seja, os valores dos bens e serviços produzidos pela população de um país num determinado período, e as melhorias que estariam ocorrendo com os diversos esforços. No entanto, ele constata que estes dados ainda são precários, por todas as razões que discute no artigo. É muito difícil elaborar boas estatísticas que sejam comparáveis entre os diversos países ou no transcorrer do tempo. Ele cita que a internet ampliou o acesso às informações, inclusive para as crianças, de forma gratuita. Como isto seria medido pelo PIB? Pergunta ele.
Bill Gates e sua esposa Melinda
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7 de maio de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: caso em julgamento na Suprema Corte dos EUA, conhecimento decorrente de outros, importante na medicina, Joseph Stiglitz discute os limites da propriedade intelectual
Joseph Stiglitz é Prêmio Nobel de Economia, professor da Universidade de Columbia e discute no seu artigo no Project Syndicate os limites para o direito de propriedade intelectual, com base num caso que está sendo discutido na Suprema Corte dos Estados Unidos. Uma empresa, Myriad Genetics, afirma que possui os direitos de qualquer teste para detectar a presença de dois genes críticos associados com o câncer de mama, mesmo os que foram desenvolvidos pela Universidade de Yale, de custos mais baixos. Ele menciona que para esta empresa o lucro supera todos os demais valores, incluindo o da própria vida humana.
Muitos economistas costumam relacionar o direito de propriedade intelectual com o incentivo às inovações. No caso em discussão, a Myriad descobriu o que decorre de um esforço internacional financiado publicamente para decodificar todo o genoma humano, um dos grandes avanços da ciência moderna. Há, segundo o autor, um reconhecimento que o atual sistema de patentes impõe custos sociais incalculáveis, tanto que muitas vacinas importantes hoje estão sendo produzidas no mundo, negando-se qualquer direito de patente. Medicamentos vitais para salvar vidas não podem ficar sujeitos à fome de lucros, pois todos dependem de conhecimentos anteriores acumulados pela humanidade.
Joseph Stiglitz
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7 de maio de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: acordos convenientes para troca de informações, correntes migratórias, problemas de poluição
Existem alguns problemas difíceis de serem mantidos nos limites das fronteiras internacionais, exigindo cooperações entre países vizinhos para minorar alguns deles. Um se refere à poluição, como o que vem sendo enfrentado pela China, a Coreia e o Japão, e os seus ministros do Meio Ambiente resolveram criar um painel para a troca regular de informações, como noticiado pelo jornal econômico japonês Nikkei. Todos sabem que a China, principalmente, enfrenta problemas sérios de poluição de partículas minúsculas, abaixo de 2.5 microns, que acabam se espalhando fora de suas fronteiras.
Noticia-se que o ministro japonês do Meio Ambiente reuniu-se com o seu colega coreano Yoon Seong Kyu e o vice-ministro para proteção ambiental da China, Li Ganjie, numa reunião realizada em Kitakyushu, no sul do Japão, mais próximo dos países vizinhos. Numa declaração conjunta, resolveram estabelecer um painel periódico para troca de informações sobre a poluição do ar na região, bem como relato das providências que estão sendo tomadas.
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6 de maio de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: apoio aos investimentos chineses, artigo de Eliane Velloso do Brasil Econômico sobre os bancos chineses no Brasil, atuação como bancos múltiplos, diferenças com os japoneses e coreanos
O jornal Brasil Econômico publicou um artigo de Eliane Velloso sobre a agressividade dos bancos chineses nas suas atuações com relação ao Brasil. Ela informa, com base nas informações do Banco Central do Brasil, que os dois maiores bancos chineses, o BOC – Banco da China e o ICBC – Banco Industrial e Comercial da China, já possuem autorizações das autoridades brasileiras para atuar como bancos múltiplos no Brasil. Eles são também os maiores bancos do mundo atualmente. Estas autorizações necessitam de reciprocidade, o que significa que o Banco do Brasil e outra brasileira devem receber autorização para atuar na China, de forma semelhante.
O artigo informa que estes bancos procuram dar o respaldo para os investimentos diretos chineses no Brasil que já atingem US$ 50 bilhões, que se estendem desde a indústria automobilística, eletrônica, aço, energia elétrica, petróleo e minérios. Atuando como bancos múltiplos, podem atender também os imigrantes chineses que figuram entre os que mais ingressam no Brasil, bem como expatriados das empresas chinesas, além de atenderem as empresas chinesas bem como outras estrangeiras ou nacionais. Eles já contam com suas dependências em São Paulo como o Rio de Janeiro, e nesta última cidade deve começar a atuar em junho próximo. Informa-se que ainda o Banco de Construção e o Banco de Comunicação da China também estão estudando suas entradas no Brasil, para dar apoio aos projetos de suas especialidades.
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