18 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: breve reinauguração do novo Kabukiza, desaparecimento de duas figuras importantes, muitas notícias sobre o Kabuki do Japão, tradição dos papéis femininos
Uma das marcas mais importantes da cultura japonesa está expressa no tradicional kabuki que já é conhecido em todo o mundo, e vem sendo noticiado com grande frequência nos meios de internacionais de comunicação sociais mais expressivos. O The Economist traz uma matéria registrando o desaparecimento de dois atores dos mais consagrados, Danjuro Ichikawa XII, ou seja, o décimo segundo a desempenhar este papel, neste mês de fevereiro, ele que, segundo a revista, seria uma espécie de Laurence Olivier para os ingleses, para os apreciadores japoneses desta arte. Sua família participa há 300 anos do kabuki, estabelecendo uma longa tradição nesta arte. Também desapareceu Kanzaburo Nakamura XVIII, em dezembro do ano passado, também o décimo oitavo a desempenhar o seu papel. Estas perdas colocariam, segundo a revista com a tradicional ironia inglesa, o teatro Kabukiza, que será reinaugurado de abril próximo, no mesmo local que estava o anterior, no mesmo estilo, porém modernizado, em risco de manter a sua qualidade.
A agência francesa de notícias AFG distribuiu a matéria elaborada por Jacques Lhuillery e Kioko Hasegawa, publicada no jornal de maior tiragem do Japão, o Yomiuri Shimbun, falando sobre o ator Tamasaburo Bando que só desempenha o papel feminino, considerado tesouro nacional vivo, título outorgado pelo Imperador, por preservar a cultura do seu país. Ele vem estudando as mulheres toda a sua vida, a forma como elas se movem, andam e utilizam suas mãos. Isto é tradicional no kabuki, pois todos os papéis femininos são desempenhados pelos homens, conhecidos como onnagata, que não são normalmente homossexuais.
Danjuro Ichikawa XII
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18 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: intenção de austeridade fiscal, problemas dos recursos dos paraísos fiscais, promessa de evitar a guerra cambial, reunião dos ministros do G20 na Rússia
Mesmo com a clara evidência de que havia uma guerra cambial em curso, os ministros e presidentes dos Bancos Centrais dos países membros do G20 reunidos na Rússia no último fim de semana se limitaram a uma breve manifestação informando que todos se esforçariam para evitá-la, como noticiado nos principais jornais do mundo, sem condenarem os que estavam mais criticados, como o Japão ou o Brasil. Na realidade, eles sabem que a política monetária mais flexível que vem sendo adotado pelo FED norte-americano desencadeou a desvalorização do dólar com relação às outras moedas, e os que puderam reagiram para manter a sua competitividade internacional que afetam seus comércios com o exterior.
Ainda que poucos desejem discutir o assunto em profundidade, o The Economist publicou na sua edição deste fim de semana mostrando num conjunto de artigos que se estima em US$ 20 trilhões o volume dos recursos depositados nos paraísos fiscais, que é maior que o PIB dos Estados Unidos. Na sua maioria, decorrem de fraudes e evasões fiscais, lavagens de dinheiro e produtos da corrupção, não havendo uma forte disposição em acabar com estes problemas. Assim, as demais medidas acabam parecendo quase abstrações acadêmicas, pois somente este montante chegaria próximo dos 20% da economia mundial. E não haveria força no mundo capaz de interferir nas políticas econômicas dos Estados Unidos, do Japão, do Brasil e outros países que procuram desvalorizar os seus câmbios. Portanto, seria um simples acordo de cavalheiros, onde não existem cavalheiros, ainda que não haja interesse a ninguém numa guerra cambial mundial aberta.
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17 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aumento da idade da população, noticias provenientes do Japão, problemas de escassez de energia, soluções em andamento | 4 Comentários »
Na história da humanidade, sempre os desafios representados pelos problemas que se apresentam serviram para a introdução de inovações que estimulam o desenvolvimento. Observam-se os significativos aumentos das idades médias das populações em quase todo o mundo, aumentando a quantidade relativa de idosos, que apresentam desafios específicos. As exigências recentes para a sustentabilidade exigem inovações para a economia do consumo de energia, num mundo onde fortes flutuações das condições climáticas parecem aumentar nos mais variados países, desenvolvidos ou não.
Na imprensa japonesa, noticiam-se inovações para enfrentar estes problemas com muitas inovações, algumas difíceis de serem imaginadas nos países tropicais. No jornal econômico Nikkei, informa-se que a Panasonic engajou-se com um grupo de 30 construtores de edifícios para construírem complexos voltados para os idosos, com as instalações adequadas a eles e suas convivências com outros, bem como todos os serviços que eles necessitam para manter uma razoável qualidade de vida.
Publicada no Jornal Nikkei
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17 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: agropecuária, artigos da Folha de S.Paulo, caminhoneiros, inovações, MPE, O Brasil que mais cresce | 1 Comentário »
Sempre tendemos ser críticos aos trabalhos da imprensa, tanto do Brasil como do exterior, inclusive da Ásia que procuramos acompanhar para inspirar alguns artigos que são postados regularmente neste site. Mas, para ser justo, procuramos ressaltar também as contribuições positivas que vêm sendo dadas, como no caso da Folha de S.Paulo, mesmo convicto que o principal papel da imprensa continua sendo a de apontar as irregularidades que se observam em qualquer país, como um dos instrumentos mais importantes para a democracia. No número deste domingo, podemos destacar o artigo que faz parte da série “O Brasil que mais cresce” que já cobriu 45 localidades pelo interior deste país, ou mesmo no litoral, fora dos grandes centros urbanos do Brasil.
É natural que a imprensa privada, para poder sobreviver, destaque sempre os assuntos que são de maior interesse dos que anunciam em suas páginas. São as grandes empresas, notadamente os componentes do sistema financeiro, onde as críticas à política econômica costumam se destacar. É evidente que existem dificuldades que devem ser apontadas, mas voltar os olhos para a produção e o que está acontecendo neste país também precisa ser de conhecimento da população, o que parece apresentar algumas insuficiências.
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17 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: elevação dos custos salariais, mudanças nas condições brasileiras, problemas de sustentabilidade, tecnologias adaptáveis do exterior
Como os custos dos salários eram relativamente baixos no Brasil, notadamente na construção civil, os avanços tecnológicos que vinham se observando no exterior demoraram a ser adaptadas às condições locais. Comparando com o que já ocorre no resto do mundo, as construções brasileiras ainda era de mão de obra intensiva, com baixo uso de tecnologias avançadas nas elaborações dos projetos, bem como nos usos de materiais pré-fabricados que tendiam a reduzir o tempo de construção, além de outras reduções de custo. Como os custos dos recursos humanos aumentaram significativamente no passado recente no país e as exigências de sustentabilidade estão aumentando, as tendências atuais são no sentido da aceleração das adaptações das tecnologias já empregadas no exterior.
No Japão, por exemplo, há muitas décadas os recursos humanos eram mais elevados, as energias disponíveis escassas e a ocorrência de muitos terremotos forçaram o desenvolvimento de suas tecnologias de construção civil, tanto nas obras públicas como nas edificações comerciais ou residenciais. O planejamento exigia um custo mais elevado, mas na execução dos projetos contava-se com muitos materiais pré-fabricados, reduzindo o tempo de execução, levando-se em consideração a sustentabilidade de um país arquipélago, com longa tradição de conservação do meio ambiente.
Casart Terra Homeda Panasonic e planta de aproveitamento geotérmico
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15 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: as petições populares, as posições no Supremo Tribunal Federal, marchas e contramarchas, os problemas no Senado Federal
A revista internacional The Economist chama a atenção dos seus eleitores que, mesmo em tempo de Carnaval no Brasil, foram colhidas 1,36 milhão de assinaturas numa petição popular, 1% do eleitorado brasileiro, para solicitar a destituição do novo presidente do Senado Federal eleito no dia primeiro de fevereiro último. Isto ocorreu em somente 10 dias, pois a petição já contava com estas assinaturas no dia 11 de fevereiro, segunda feira de Carnaval. Como é sabido, Renan Calheiros, que já foi presidente do Senado entre 2005 a 2007, teve que renunciar acusado de muitas irregularidades, com o suporte para um filho seu fora do casamento por uma empreiteira, como a absurda alegação de que ele contava com recursos necessários para tanto pela venda de gado de sua fazenda, entre outros fatos.
A revista informa que potenciais candidatos da oposição para a Presidência da Republica em 2014, como Aécio Neves e Eduardo Campos, apesar de se manifestarem por um nome alternativo, não contaram senão com uma votação insignificante contra Renan Calheiros. Mesmo a atual presidente Dilma Rousseff teve que adotar uma posição de “real politik”, admitindo-o, quando não tomou partido dos seus partidários no julgamento do processo conhecido como “mensalão” no Supremo Tribunal Federal, tentando firmar uma imagem de campeã contra a corrupção.
Máscaras de Joaquim Barbosa foram uma das mais procuradas durantre o Carnaval
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15 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no The Economist sobre o programa habitacional no Brasil, complementos, necessidade de habitações pré-fabricadas, observações críticas e elogiosas
Quando a jornalista de O Estado de S.Paulo perguntou ao experiente e observador professor Delfim Netto sobre o que ele achava dos artigos críticos do The Economist sobre a economia brasileira, ele respondeu que muitos não entendiam a ironia inglesa. Quando algumas autoridades se sentiam contrariadas, e respondiam sobre alguns pontos colocados naquela respeitosa revista de circulação internacional, no fundo, os responsáveis pela publicação estavam exultantes com a reação. No novo número da revista, além das observações jocosas sobre a nova presidência do Senado brasileiro, muitas autoridades brasileiras devem ter ficadas eufóricas sobre a cobertura do programa Minha Casa, Minha Vida, ainda que não seja somente de elogios.
O The Economist tem concedido um bom espaço para a cobertura do que acontece no Brasil, apesar dos seus muitos problemas, reconhecendo que se faz um grande esforço para a melhoria da distribuição de renda, criando mecanismos que permitam a ampliação do programa habitacional no país, atendendo desde os mais pobres com subsídios até os componentes da nova classe média. Apontam que ainda existem aspectos para facilitar a vida dos empresários voltados ao setor, bem como formas de superar os elevados custos da mão de obra, com construções utilizando, por exemplo, materiais pré-fabricados, que acabam acelerando as construções e baixando os seus custos.
Presidente Dilma Rousseff durante evento relacionado com o programa Minha Casa, Minha Vida
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15 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aplicações possíveis, avanços tecnológicos mundiais, tecnologias mais promissoras
O Conselho do Fórum Econômico Mundial da Agenda Global de Tecnologias Emergentes identificou as principais tendências tecnológicas consideradas promissoras para auxiliar o desenvolvimento sustentável, numa apresentação feita por David King, que é o seu atual chairman. Os desafios atuais necessitam de novas tecnologias para superá-los, e foram os considerados mais promissores.
O primeiro listado são os novos veículos elétricos sem fios, que estão sendo experimentados na Coreia, que são alimentados em movimento. Na próxima geração destes carros elétricos, estes veículos receberão a energia de um campo magnético instalado nas estradas. Terão também baterias que serão utilizadas quando os veículos estiverem fora das áreas de alimentação, que terão um quinto da capacidade de um carro elétrico padrão, e terão uma eficiência de transmissão de mais de 80%.
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15 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: demanda chinesa, dificuldades que induzem o desenvolvimento tecnológico, economia de energia, o caso brasileiro, problemas de poluição | 2 Comentários »
Um artigo publicado no jornal econômico japonês Nikkei informa que o atual nível da poluição chinesa está atraindo empresas do Japão a colocarem seus produtos naquele país. Citam inúmeros casos concretos, mostrando que os problemas passados de intensa poluição num pequeno arquipélago geraram tecnologias que hoje podem ser colocados em países emergentes como a China, a Índia e até no Brasil. De forma similar, os problemas agudos de disponibilidade de energia no Japão geraram tecnologias que hoje interessam a muitos países como o Brasil, que de uma abundância relativa de fornecimento de energia, passa a enfrentar desafios de seus usos crescentes a longo prazo a custos crescentes, ainda que medidas temporárias possam reduzir os seus custos, como no caso da energia elétrica.
Um dos casos citados é o da Sharp que está tentando ampliar as suas vendas de produtos de limpeza pela ventilação, que podem reter as partículas finas, especialmente os chamados PM2,5 com 2,5 micrômetros de diâmetro ou menores, prejudiciais à saúde. Estes são de uso doméstico, mas também existem os industriais que purificam o ar com a desulfurização e desnitrificação. Eles explicam que a poluição de pequenas partículas é uma mistura de produtos sólidos e gotículas microscópicas de líquidos, como ácidos, produtos químicos orgânicos e metais. Também a Panasonic coloca os seus produtos de limpeza que acumulam vendas subindo 120% num ano, com preços relativamente modestos, adaptados às condições chinesas, com sua produção local.
Equipamento da Sharp para limpeza da micropoluição
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15 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: critérios sempre difíceis na seleção, os riscos das superficialidades das informações rápidas, separando o joio do trigo
Uma acirrada discussão provocada por um artigo postado neste site sobre o filme Lincoln obrigou-me a refletir sobre a disseminação de visões que são transmitidas por poderosos instrumentos como o cinema, bem como os divulgados pelos muitos serviços disponíveis na internet. Uma revista semanal brasileira, a Veja, publicou uma matéria sobre o lamentável sucesso na Facebook do chamado Bang with Friends, onde centenas de milhares de pessoas se tornaram usuários, procurando primordialmente relacionamentos sexuais eventuais, que podem até resultar em outros mais profundos. Para os que já atingiram uma idade madura este novo mundo acaba nos assustando, com a esperança que as avaliações de toda natureza sejam mais cuidadosas, não se limitando a alguns poucos parágrafos ou imagens.
Já postei um comentário neste site expressando a minha opinião apesar de não ser especialista na história norte-americana, que Thomas Jefferson e seus companheiros que redigiram a Declaração de Independência de 1776 tiveram mais importância que o expressivo papel desempenhado por Abraham Lincoln, tanto para os Estados Unidos como para o resto do mundo. Até mesmo Lincoln reconheceu esta importância e procurou adicionar a sua contribuição. Um livro publicado por David Armitage, doutor em história pela Universidade de Princeton e professor de Harvard, que teve o título original “The Declaration of Independence: a Global History”, 2007, editado em português em 2011 pela Companhia das Letras, São Paulo, parece recomendável para leitura de todos, pois permite uma avaliação mais isenta e profunda de suas repercussões.
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