27 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Destaque | Tags: fontes de informações sobre a presente situação no Japão, recomendação de consultas diversificadas | 3 Comentários »
Neste momento em que todos estão traumatizados com os problemas criados pelos desastres naturais no Japão, listamos abaixo algumas das fontes de informações que podem ser utilizadas:
www.onlinenewspapers.com/
Acessem ASIA, depois Japan.
Há uma lista de jornais japoneses, em inglês e japonês. Os mais credenciados como o Nihon Keizai Shimbun (em japonês e inglês, algumas matérias somente para assinantes que pagam), o Yomiuri (que tem uma posição crítica – em japonês e inglês) e algumas dezenas de outros jornais. Muitos de Tohoku (nordeste do Japão, mais atingidos pelos desastres) também constam da lista.
É possível acessar quaisquer jornais em todo o mundo, sendo que muitos apresentam versões em inglês, como o The Times e Financial Times, de Londres, The New York Times e Wall Street Jounal, de Nova Iorque, Washington Post, de Washington, China Daily, da China, Times of India, da Índia etc.
www.asiacomentada.com.br/
Há dois links para a NHK, em inglês e outro em japonês, 24 horas por dia, sem custo adicional.
Informações sobre telefonemas gratuitos para o Japão, pelo tempo necessário, quantas vezes desejar, até o dia 31 de março próximo:
TIM oferece ligações a custo zero para o Japão
A TIM anunciou que desde domingo (20/03), todas as ligações DDI realizadas para o Japão com o código 41 – originadas de telefones móveis pré e pós-pagos da TIM ou de qualquer fixo – serão gratuitas, seja qual for a duração da chamada e as cidades de destino. O benefício será válido até o dia 31/03 e não há necessidade de adesão à oferta ou contratação de qualquer plano de longa distância internacional.
Dois sites, extremamente críticos, de brasileiros residentes no Japão, que apresentam algumas dificuldades pelos quais estão passando:
@silviakikuchi
www.web-town.org/
www.pequenascousas.com/
Outras informações que desejarem sobre o Japão pode ser dirigido, pela internet, diretamente para:
[email protected]
27 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: diferenças com os japoneses, limitações pelas quais passam, um depoimento de uma brasileira longamente integrada no Japão
O extremamente interessante depoimento da consagrada chef Mari Hirata que, apesar de residente há longo tempo no Japão, continua visitando regularmente o Brasil, registra na Folha de S.Paulo deste domingo as suas impressões sobre a crise que se abateu sobre o Japão. Apesar de residir em Tóquio, teve que enfrentar uma fila no supermercado para comprar leite, água e ovos, ficando impressionada com a paciência dos japoneses com estes inconvenientes. Ela demonstra que continua nipo-brasileira, mas tem a sensibilidade de apreciar uma prematura florada de uma cerejeira nas proximidades do supermercado, dando um toque agradável ao seu depoimento, uma de suas muitas qualidades.
Ela compara a situação como semelhante a de um filme de guerra, e ela certamente não passou por esta experiência, pois é muito jovem para tanto. Os horrores do desabastecimento, inclusive no Brasil, longe do teatro da guerra, exigiam que todos fizessem filas deste as madrugadas frias, por muitas horas, para conseguir um pouco de pão ou farinha. Ninguém subestima as dificuldades, principalmente nas regiões mais afetadas, inclusive pelas contaminações atômicas, que estão vedadas para o trânsito de caminhões que podem levar estes suprimentos à população.
Mari Hirata, chefe de cozinha nipo-brasileira que vive no Japão
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27 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Tecnologia | Tags: dúvidas sobre o não emprego de alternativas, empenho dos responsáveis pelas usinas de Fukushima, transparência
Ninguém pode duvidar que os japoneses possuam tecnologias avançadas em diversos setores, inclusive as relacionadas com as radiações, pois foram os únicos que sofreram os efeitos das bombas atômicas, havendo uma preocupação quase traumática sobre o assunto entre eles. E que elas estão sendo utilizadas para tentar equacionar os problemas das usinas de Fukushima Daiichi que preocupam todo o mundo, não somente os japoneses. Ninguém que esteja longe das dificuldades que eles enfrentam pode, irresponsavelmente, formular sugestões sem correr o risco de colocar questões que mais atrapalham que ajudam.
Mesmo assim, diante de um quadro insuficiente de informações, alguns engenheiros especializados em tecnologia estranham que algumas alternativas não estejam sendo utilizadas. Algumas tarefas executadas por especialistas acabam sendo interrompidas pelo elevado grau de radiação nos locais próximos ou dentro de setores das diversas usinas, afetando-os. Heróicos técnicos acabaram sendo internados em hospitais por terem sofrido lamentáveis danos com radiações, atrasando trabalhos que poderiam acelerar as medidas que poderiam evitar contaminações adicionais como continuam ocorrendo durante o domingo nas águas do mar na proximidade das usinas.
Médicos analisam imagens à distância e robôs cada vez mais completos
Sabe-se que os japoneses estão entre os que possuem maiores avanços na robótica, destacando-se no mundo, sendo objeto de exposição no exterior para demonstrar suas melhores tecnologias. Certamente deve haver algum motivo ainda não esclarecido que impedem o uso de robôs para o desempenho de tarefas que podem prejudicar seres humanos. Seus avanços na transmissão de imagens de lugares adversos, como exemplo, na medicina, assombram a todos no mundo. Nos laboratórios da NHK houve oportunidade para verificar-se o uso de câmeras de alta definição com o sistema digital, que permitiam imagens de locais que não contavam com nenhuma iluminação, até em ambientes que tinham sofridos desabamentos, que podem ter o funcionamento prejudicado pela radiação. Deve haver fortes razões para que elas não sejam utilizadas para constatar os locais dos diversos vazamentos, como por exemplo, das águas contaminadas, mas as informações transmitidas pelo ministro Yukio Edano neste domingo indicam que eles possuem informações para afirmar que não há rachaduras internas na unidade 3 de Fukushima Daiichi, que mais preocupa por utilizar plutônio.
Sabe-se, pelos usos na medicina, que os materiais que evitam a disseminação de radiações são os produzidos com chumbo. Possivelmente existem razões que impedem o seu uso em grande escala no caso destes vazamentos.
Muitas são as vozes, inclusive de autoridades internacionais, que reclamam sobre a falta de total transparência nas informações divulgadas, ainda que autoridades japonesas venham se esforçando para prestá-las com a urgência possível e frequência. Resta à impressão que muitas autoridades envolvidas estão atrapalhadas com diversas alternativas que foram utilizadas, que não resultaram nos efeitos desejados.
Todas as pessoas responsáveis sabem que sempre existem difíceis opções a serem adotadas, com diferentes custos/benefícios. Sempre é fácil formular sugestões sem a responsabilidade de sua execução, mas tudo indica que o intercâmbio internacional de experiências poderia diminuir a impressão da falta de transparência que deve estar preocupando as autoridades japonesas, neste momento inusitadamente difícil.
26 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: NHK e o twitter da @silviakikuchi, outras fontes de atualização, tentando acompanhar a elevada dinâmica dos acontecimentos | 4 Comentários »
Procuro aprender e acompanhar com o estoicismo do povo japonês e procuro manter me informado, retransmitir aos que nos honram com suas visitas notícias objetivas baseadas nos fatos. Nota-se, no entanto, um pequeno aumento das apreensões, principalmente dos habitantes e agricultores das regiões mais próximas às usinas do Fukushima Daiichi. As autoridades ainda não conseguem transmitir notícias positivas que mostrem como serão reduzidos os riscos de contaminação radioativa. Muitas informações atualizadas estão sendo transmitidas pelos programas da NHK, como desta manhã de sábado no Brasil, já noite no Japão. E de meios extremamente úteis, como da jornalista Silvia Kikuchi, do IPCTV JP, que retransmite parte da programação da TV Globo do Brasil, que mantém um twitter @silviakikuchi. Ela está localizada num ponto tão estratégico, com a ajuda de muitos amigos, entre os quais tento me incluir.
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26 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: Japão Voltará à Normalidade Mesmo no Seu Nordeste | 2 Comentários »
Diante do desafio imposto ao Japão, o jornal Nikkei publica um artigo com a mentalidade típica da cultura nipônica, com o título “Now’s The Time To Show What Japan Can Do” (pela tradução livre, Agora é Hora do Japão Mostrar O Que Pode Fazer). Como prova, informa que a Toshiba, responsável pela construção da usina Fukushima Daiichi (primeira), enviou 100 dos seus técnicos, que se unem com 120 da sua concorrente Hitachi, para a revisão das usinas de Fukushima Daini (segunda), nas suas partes cruciais. O Japão depende em 30% das 54 usinas atômicas no fornecimento da energia elétrica que consome. O presidente da Toshiba, Norio Sasaki expressou a sua confiança no “senso de responsabilidade e orgulho” dos seus técnicos de alto nível.
O artigo cita, também, os casos concretos de continuidade de suprimento do varejo. A loja da rede Ito-Yokado, de Ishinomaki, província de Miyagi, estava com 200 fregueses quando com do terremoto e ficou sem energia elétrica, gás e água corrente, e eles foram colocados para fora da loja pelos funcionários. Por ordem do presidente da rede, os funcionários receberam ordem de estudar como poderiam prosseguir com suas operações. Três horas após os funcionários fecharem as portas, eles voltaram a operar fora do estabelecimento com dúzias de produtos, como água em garrafa, macarrão instantâneo e baterias. No dia seguinte, estavam com uma fila de 800 pessoas desejando comprar o que se dispunha.
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26 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: novos meios eletrônicos, o problema dos jornais, tentando acompanhar a evolução
Entre as inúmeras lições que aprendemos com os lamentáveis problemas enfrentados pelo Japão com os terremotos, tsunamis, radiações e todos os demais problemas associados, notamos os dramas das comunicações. Recebemos de uma brasileira residente no Japão a mensagem que nos gratifica e tomamos a liberdade de tornar pública:
1. Claudia Mera
3 escreveu às 07:57 em 24 de março de 2011:
Moro no interior de Shizuoka e seus textos me deixam tão tranquila quanto o governo dizendo que não há perigo aqui. Queria que minha família no Brasil compartilhasse de minha tranquilidade e confiança de que amanhã será um lindo dia.
GANBARE NIPPON!!!
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26 de março de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos | Tags: autorrefreamento, reserva; NHK-News, The Japan Times
Nos dias que se seguiram ao 11 de março, o Japão foi tomado por sentimento coletivo que mescla autocomedimento, pesar reservado e grave circunspeção, jishuku. É sentimento que vem do íntimo de cada um, voluntariamente (sem que ninguém dite regras ou diga o que seja apropriado) nos momentos de grande perda ou comoção nacional. Nos últimos tempos, o país experimentou esse sentimento nos dias após a rendição do Japão na Segunda Guerra, quando tiveram que “suportar o insuportável” em meio à fome, racionamentos e devastação de grandes metrópoles (Tóquio principalmente) bombardeadas e incendiadas por blitz aérea, e duas outras destruídas por bombas nucleares. Quando da agonia e morte do Imperador Showa em janeiro de 1989, o país também observou um período de jishuku: mergulhado em luto e pesar profundo, o povo se absteve, por longas semanas, de promover ou participar de eventos, voluntariamente: inaugurações, festividades, espetáculos, até festas de casamento foram adiados ou cancelados, considerados impróprios e inadequados para o momento.
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25 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: a vida continua mesmo nos períodos de adversidade, necessidade de suportes, Shojin Ryori novamente no Brasil | 2 Comentários »
Em que pesem todas as dificuldades do momento no Japão, a vida precisa continuar e, aos poucos, procuram-se manter as atividades que voltam para a vida normal. Entre eles, o intercâmbio entre o Brasil e o Japão no sentido de promover a gastronomia saudável, chamada Shojin Ryori, de origem budista e vegetariana. O consagrado chef Toshio Tanahashi, da Universidade de Arts and Design da Kyoto University, que já esteve no Brasil no começo do ano passado, voltou a nos visitar, pois ficou encantado com o país como a maioria dos estrangeiros.
Ele veio acompanhado do chef Koichi Mori, que mantém o seu restaurante em Sendai, uma das cidades japonesas mais atingidas pelos atuais terremotos e tsunamis no Japão. Ele relata que para chegar a Tóquio, o que levaria normalmente cerca de três horas, acabou necessitando de 14 horas de viagem no mesmo trecho, como reflexo das limitações que lá persistem. Ambos contaram com a ajuda fundamental do chef Shin Koike, do restaurante Aizomê, de São Paulo, e visitarão também a Amazônia, especificamente Belém, no Pará. Efetuarão também um workshop na Universidade Anhembi-Morumbí.
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25 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: exemplos de sites dos brasileiros no Japão, o papel dos meios de comunicação eletrônica
Existem muitos trabalhos comunitários importantes prestados pelos brasileiros que se encontram no Japão, principalmente numa crise como a atual por que se passa no momento. Eles se tornam mais relevantes, e desejo destacar os que estão ajudando e muito no que acontece com eles, e como estão enfrentando os problemas, para maior tranquilidade dos que lá vivem, bem como seus parentes e amigos no resto do mundo.
O site: http://www.web-town.org/ merece especial destaque, pelas ponderadas formas pelas quais transmitem com rapidez muitos dos graves problemas pelos quais estão passando, inclusive parte dos programas brasileiros que informam o público sobre a evolução dos mesmos. Elaboram esclarecimentos úteis para todos os brasileiros, aproveitando o que há de melhor nestes dados, inclusive alguns que podem ser considerados mais agudos.
Os itens relacionados com a COMUNIDADE, que podem ser facilmente acessados, contêm importantes depoimentos que estão sendo prestados pelos brasileiros que vivem naquele país, apontando as suas necessidades. Alertam, também, sobre os malandros que sempre procuram tirar proveitos nos momentos de dificuldade, como na arrecadação de doações.
Só podemos prestar a nossa integral solidariedade, informando inclusive as autoridades brasileiras sobre a necessidade de ampliar a assistência a estes heroicos patrícios.
24 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: dificuldades de assistência, estoicismo do povo japonês, fracasso do Estado, relações espúrias das empresas com os políticos
A importante revista de influência mundial, The Economist, editada em Londres, expressa duramente o que alguns japoneses podem pensar, mas não ousam explicitar. Ao mesmo tempo em que elogia o estoicismo do povo japonês diante de um incompreensível desastre natural, colocam de forma implacável suas críticas à ineficiência do Estado e do governo. Registram que a assistência às vitimas demorou a chegar, com o lamentável governo do primeiro-ministro Naoto Kan concentrando suas atenções aos problemas das usinas atômicas de Fukushima Daiichi, onde ficou evidente a ineficiência da empresa TEPCO.
A revista registra que no episódio de Kobe já ficou evidente a ineficiência do Estado e do governo, fazendo com que os eleitores japoneses interrompessem o longo período em que sua política foi dominada pelo LDP – Partido Liberal Democrata, que acabou sendo substituído pelo DPJ – Partido Democrata do Japão que comanda o atual governo. Mas as promessas de mudanças não ocorreram. O governo demorou em conscientizar-se da magnitude do desastre, e o estoque de reserva estratégica de gasolina só foi acionado depois de dias, segundo The Economist.
Logotipo do The Economist, que faz duras críticas ao primeiro-ministro Naoto Kan
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