Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Distribuição de Renda nos Países Emergentes

23 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: diferenças nos centros urbanos e no meio rural, melhoria com os recursos enviados pelos imigrantes, o caso chinês | 2 Comentários »

Cris Buckley, da Reuters, elaborou um interessante relatório especial sobre a visita do premiê chinês Wen Jinbao à vila de Zhaoyuan, na Província de Anhui, durante os feriados do Ano Novo chinês, dentro do “novo socialismo para o interior”, que visa à melhoria da distribuição de renda na China. Ele, que é conhecido como o Grande Pai, pela imagem de um homem do povo, só permaneceu lá quarenta minutos, para insatisfação da população local.

Os processos de desenvolvimento acelerado das economias emergentes, como da China e da Índia, infelizmente pioram a distribuição de renda, o que preocupa suas autoridades, principalmente agora que está se assistindo aos problemas do mundo árabe. A China conta com 720 milhões de habitantes rurais e seus trabalhadores migrantes que vão para conseguir trabalho temporário nos centros urbanos. Os idosos e as crianças que permanecem no interior dependem dos recursos enviados por estes migrantes.

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Premiê Wen Jinbao durante visita a Zhaoyuan

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Redução de Estudantes Japoneses no Exterior

21 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: artigo do The New York Times, fora das tendências mundiais, quando as empresas japonesas estão contratando recursos humanos com experiência no exterior, redução dos estudantes japoneses no exterior | 2 Comentários »

A jornalista Miki Tanikawa, do The New York Times, escreveu um artigo estranhando a redução de estudantes japoneses que estão procurando universidades no exterior. Isto contraria a tendência que está se observando em todo o mundo. Ela informa que, de acordo com as últimas estatísticas disponíveis do Ministério de Educação e Ciências do Japão, em 2008 este número declinou 11%, para 67.000, quando comparado com 2007. Houve uma redução de 20% comparado com o pico superior de 2004.

Segundo Tatsu Hoshino, uma conselheira independente de estudantes estrangeiros em Tóquio, nos últimos três a quatro anos sente-se que há um declínio firme nestes números. Ele vai contra a direção dos principais empregadores japoneses que procuram expandir a procura de recursos em novos mercados, dentro da estratégia de contratar novos talentos. Também Hitomi Okazaki, editor chefe da web site líder na localização de empregos no Japão, informa que há uma defasagem com a procura dos empregadores.

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Presidente da Universidade de Harvard, Drew Faust, durante conversa com grupo de estudantes femininas de Keio Senior High School

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Presença Chinesa no Pré-Sal Brasileiro

21 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: artigo no Valor Econômico, comparações com o BG Group inglês, investimentos chineses no pré-sal brasileiro

Um extenso e cuidadoso artigo de Cláudia Schüffner foi publicado no jornal Valor Econômico de hoje, reportando que os investimentos chineses no pré-sal já se aproxima meteoricamente dos da BG Group inglês, com aplicações superiores a US$ 10 bilhões, tendo acesso a uma área de 1.232 quilômetros quadrados nas bacias de Campos, Santos e Espírito Santo. A área do BG Group soma uma área de 1.361 quilômetros quadrados, segundo o artigo.

A China Petroleum & Chemical Corporation (Sinopec) teria adquirido 40% da espanhola Repsol nos campos Carioca e Guará, sendo a maior operação. A Sinochem teria adquirido 40% do campo Pelegrino, da norueguesa Statoil. Os chineses não teriam ido às concorrências da Agência Nacional de Petróleo, dispondo-se de poucas informações sobre os possíveis comprometimentos de fornecimentos das produções.

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Características Específicas de Macau

21 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: características próprias, esforços para preservação de sua cultura, Macau na China | 2 Comentários »

Como é do conhecimento geral, Macau era uma pequena colônia portuguesa próxima de Hong Kong e hoje integra a China, mas continua mantendo algumas de suas características. Chama atenção recentemente pelo seu gigantesco cassino utilizado por uma multidão de chineses que trabalham em regiões próximas. Um interessante artigo de Andrew Jacobs, do The New York Times, publicado hoje no suplemento da Folha de S.Paulo, traz algumas informações interessantes sobre ela.

O artigo informa que Macau, antes do multiculturalismo e a “cozinha fusion” se tornar conhecida no mundo, os antepassados de Ainda de Jesus, uma chef de 95 anos, já misturava comida, língua e DNA de diversos cantos do globo, como sempre foi da tradição portuguesa. Eles levaram contribuições de outras colônias portuguesas na Ásia, como Goa ou Timor Leste, que preservaram igualmente a mesma língua.

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Centro de compras e a moderna arquitetura de Macau. Ruínas da igreja de São Paulo

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Problemas na Agricultura Indiana

21 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: artigo do The New York Times, discrepância com o que acontece com outros emergentes, o desenvolvimento agrícola indiano | 2 Comentários »

Um interessante artigo de Vikas Bajaj, do The New York Times, foi publicado no suplemento da Folha de S.Paulo de hoje. Depois da Revolução Verde dos anos 60 e 70, que melhorou as sementes, fertilizantes e técnicas agrícolas beneficiando países como a Índia e o Brasil, as pesquisas agropecuárias continuaram elevando a oferta de alimentos nos países chamados atualmente de emergentes. Isto tem acontecido no Brasil e na China que, além de atender as suas necessidades, ajudam no suprimento mundial.

A economia indiana tem crescido cerca de 9% ao ano, o que aumenta também o seu consumo interno de alimentos pela melhoria da renda da sua população. Se a agricultura não acompanha este crescimento, ficando em torno de 3%, quando existem irregularidades climáticas como neste ano, acaba sendo necessária a importação de produtos agrícolas, ao mesmo tempo em que ocorrem pressões sobre os seus preços. Isto está trazendo problemas para a economia daquele país.

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Pequenos agricultores ainda são maioria na Índia

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Filme Japonês é Premiado no Festival de Berlim

21 de fevereiro de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Livros e Filmes | Tags: de Tahahisa Zêze-2010, NHK-News, Revistas Eiga Geijutsu e Kinema Junpô, “Heaven’s Story”

Pelo terceiro ano consecutivo, um filme japonês recebe o prêmio da Federação Internacional de Críticos de Cinema, no 61º Festival de Cinema de Berlim. Os anteriores foram Parade, de Isao Yukisada (2008), e Love Exposure, de Shion Sono (2009). Heaven’s Story, do diretor e ex-produtor porno-soft Takahisa Zêze, é um drama épico de quatro horas e meia, que retrata vida de uma dezena de personagens cuja tragédia comum é a violência traumática a que são submetidas pessoas que tiveram entes queridos assassinados.

Dizendo-se profundamente comovido com a apreciação que o filme recebeu da audiência internacional, Takahisa Zêze acrescentou que se baseou em ocorrências reais acontecidas no Japão nesta última década. Enquanto filmava, ponderou sobre como as pessoas deveriam encarar a vida, apesar da crueza a que possam ser jogadas. O filme tenta refletir sobre o abismo a que estamos todos caminhando. Zêze almejaria que pudéssemos evitá-lo, “antes que o mundo seja destruído pelo ódio”.

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Cenas do filme Heaven’s Story, de Takahisa Zêze

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Possíveis Vieses na Avaliação da Economia Brasileira

21 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: avaliação do crescimento do produto e da inflação, consideração sobre o lado real, interesses vinculados ao setor financeiro

Existem fortes evidências que o mercado funciona e os preços de todos os tipos influenciam na alocação de recursos. Os salários dos profissionais relacionados com o setor financeiro têm sido relativamente elevados quando comparados com o lado real da economia. Isto provoca uma natural atração dos melhores talentos para as atividades financeiras, que nem sempre efetuam análises isentas sobre o comportamento da produção que são mais trabalhosas e demandam mais tempo para se efetivarem.

Nas estimativas de crescimento da economia brasileira, bem como da inflação para 2011 e 2012 efetuados pelos economistas ligados aos estabelecimentos bancários e consultorias econômicas com eles relacionados, fica-se com a impressão que existem tendências para alguns vieses, sobre os quais as autoridades deveriam tomar as devidas cautelas. As estimativas de crescimento costumam considerar a participação dos setores primários (que é baixa), secundários (que é moderada) e terciários (que é grande e usualmente baseado no crescimento populacional) pelo percentual na formação do PIB total que deveria ser apurado pelos censos econômicos e é utilizado pelos responsáveis pelas contas nacionais. Os jornais anunciam que as autoridades batalham para que o crescimento seja superior a 4% em 2011, com uma inflação que ficaria ligeiramente acima da margem superior da meta inflacionária que está fixada em 4,5%.

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Autêntico Kaiseki Ryori de Kyoto em São Paulo

21 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Gastronomia | Tags: Academia de Culinária Japonesa de Kyoto, jantar kaiseki preparado sob comando dos chefs Takuji Takahashi e Yoshihiro Takahashi

Alguns poucos privilegiados tiveram a oportunidade ímpar de apreciar um jantar preparado sob comando dos chefs Takuji Takahashi, ele proprietário do restaurante Kinobu, e Yoshihiro Takahashi, da 14ª geração de proprietários do restaurante Hyotei, ambos de Kyoto. Numa realização da Fundação Japão, eles vieram para o Brasil promover um intercâmbio da mais elevada qualidade, como representantes da Academia de Culinária Japonesa de Kyoto. Muitos chefs que atuam no Brasil participaram da preparação dos jantares demonstração, com destaque para Shinya Koike que promoveu todos os entendimentos, assistindo aos visitantes no que fosse necessário.

Além de explicarem aos convivas todas as suas apuradas técnicas, os chefs informaram que trouxeram do Japão alguns dos ingredientes, inclusive o sakê de Hiroshima, que melhor se compatibilizava com os pratos apresentados. Apesar dos chefs visitantes terem planejado o jantar desde o Japão para o verão brasileiro, fizeram adaptações aos muitos produtos que encontraram por aqui, considerando-os satisfatórios e em variedades difíceis de serem encontrados em outros países.

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Restaurante Kinobu e seu chef Takuji Takahashi. Restaurante Hyotei e o chef Yoshihiro Takahashi

O jantar contou com duas entradas: um prato com brotos de bambu, com pupunha e folha de “sanshô” com um “missô” branco, e um “tofu” de gergelim com ouriço e “wasabi” (este autêntico, na forma de tubérculo ralado). Os chefs visitantes explicavam a cada prato as técnicas usadas para o seu preparo.

Seguiu-se um sashimi de pargo marinado em “kombu”, vinagre temperado e brotos. No Japão, os pargos utilizados nos restaurantes de alto nível são adquiridos vivos, e o que estava disponível no Brasil, ainda que aceitável, exigiu algumas manobras com sakê e sal, ficando marinado.

Como ensopado, foi apresentada uma garoupa com “kuzu”, abóbora d’agua, brócolis, polpa de “ume” e “yuzu”. O “kuzu” foi temperado com saquê, ficando divino para acompanhamento com esta bebida, sendo que o “yuzu” era de produção brasileira.

Como frituras, foram apresentados dois tempuras diferentes de camarões (que no Japão são adquiridos vivos pelos bons restaurantes) a moda “yourou”, um de forma tradicional e outro coberto com ingredientes brasileiros, cogumelo “shitake”, quiabo, com sal e “sanshô” e “mizore-su”, recomendando-se que os camarões fossem consumidos com sal.

Como cozido, foi apresentado um prato com abóbora “kabotchá”, inhame, berinjela, pimenta-doce e “myoga”, apresentando uma novidade, pois era servido frio para o verão.

Na refeição propriamente dita, como denominam os japoneses, o arroz foi apresentado cozido com gengibre, acompanhado de dois pedaços de filé mignon mal passados de “wagyu” com “wasabi”, marinado de “yuzu”, com picles de berinjela.

Como sopa, o cogumelo “shimeji” e “mitsuba”, com vôngoles, com caldo de “missô” escuro. No Japão, é utilizado um marisco menor, que não se dispõe no Brasil, e esta sopa tem a função de facilitar a digestão, principalmente das gorduras consumidas.

Na sobremesa, com o reconhecimento dos chefs visitantes que no Brasil se dispõe de muitas frutas de qualidade, optou-se pela raspadinha de “matchá”, de Kyoto, com “azuki” trazido do Japão, e “mochi shiratama”.

Foi uma demonstração soberba e única do verdadeiro “kaiseki ryori” de Kyoto utilizando ingredientes brasileiros, uma integração elogiável com uma plêiade dos mais credenciados convidados, que estavam qualificados para avaliar o trabalho de todos os chefs que ajudaram a preparar o jantar, visitantes japoneses e atuantes no Brasil. Parabéns ao governo japonês.


Culinárias Inovadoras ou Releituras das Tradicionais

21 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Gastronomia | Tags: culinárias chinesas e japonesas, El Bulli de Ferran Adrià, Gaggan in Bangkok de Gaggan Anand, Noma de Rene Redzepi

O The Wall Street Journal elaborou um artigo sobre um novo restaurante, Gaggan in Bangkok, que se tornou muito conhecido apesar de atuar há pouco tempo, informando que a cozinha deste estabelecimento de origem indiana parece um laboratório químico. Apresenta uma culinária de alta tecnologia, elaborada pelo chef Gaggan Anand, que alega não fazer uma nova cozinha indiana, mas uma nova cozinha, um novo estilo de culinária da Tailândia. O jovem chef informa que é em Bangkok onde encontra os materiais necessários, que o jornal chama de “Molecular Masala”. Mas seus pratos denotam o treinamento que ele recebeu na Espanha, no El Bulli, do Ferran Adrià.

O artigo registra que a gastronomia molecular debutou na Ásia algum tempo atrás, mas é novo na Tailândia. O jornal informa que numa recente visita, o destaque do restaurante mencionado era uma espécie de bola de iogurte temperado, transformado num disco com gelatina apimentada, com interior liquido. Estes pratos desestruturando produtos e dando-lhes novas formas, como ficou sendo a marca de Ferran Adrià, não lembram milenares culinárias chinesas e japonesas que utilizam gelatinas marítimas há centenas de anos, utilizando materiais de vegetais e legumes dando-lhes novos designs?

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Fachada do restaurante Gaggan, localizado em Bangkok

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Crescentes Complexidades nos Trens Rápidos

21 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: clima de incertezas, complexidades com seus retornos, os problemas com os trens rápidos

O prosseguimento da concorrência do trem rápido ligando Campinas, São Paulo, Cumbica e o Rio de Janeiro continua acrescentando dúvidas. Complicações estão ocorrendo com projetos similares em muitas partes do mundo. No Brasil, noticiam-se as inclusões dos Correios, que utilizam estes serviços, bem como dos fornecedores de energia elétrica, fazendo com que consórcios que já tinham desistido voltem a considerar a participação no projeto, como os japoneses.

Na China, o The Wall Street Journal noticia que depois da queda do ministro dos transportes, Liu Zhijun, acusado de corrupção, está se verificando que os retornos dos muitos projetos que foram construídos como medidas antirrecessivas acabam atendendo uma elite pelos seus elevados custos das tarifas, colocando em dúvida a sua sustentabilidade. O jornal japonês Nikkei lamenta da decisão do governo do Estado da Flórida recusando recursos federais para o seu projeto. Tudo indica que os japoneses depositavam grandes esperanças que vencendo esta concorrência nos Estados Unidos voltariam a ser competitivos no mercado internacional.

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A japonesa JR Tokai formou um consórcio de 11 empresas para candidatar-se a uma pré-triagem do governo da Flórida

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