4 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: banquisas (ryuhyô), flores de geada (shimo-no-hana), neve e frio recordes, NHK-News, pingentes de gelo (icicles)
Enquanto no hemisfério sul – da América do Sul à Oceania – chuvas intensas afligem cidades, rios, montanhas e populações, trazendo temporais, índices pluviométricos recordes ou ciclones, o hemisfério norte sofre igualmente, afundado em neve. Frio e precipitação de neve atingem recordes nunca vistos, de Chicago-EUA a Niigata-Japão e do Golfo de Bohai-China a Pyongyang- Coreia do Norte.
Na região noroeste de Honshu, que Yasunari Kawabata chamou Yukiguni, País das Neves, províncias como Fukui, Nagano, Niigata, estão pedindo ajuda a tropas da Força de Defesa Nacional: cidades estão enterradas sob neve de dois metros ou mais, há ameaça de avalanches, e colapso de eletricidade e abastecimento. Estradas e linhas bloqueadas obrigam viajantes a pernoitarem dentro de trens paralisados. Idosos que moram só sofrem muito: permanecem sitiados dentro de casa incapazes de remover neve que se acumula nos telhados e enterram portas e janelas.
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4 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: Nippon Steel com a Sumitomo Metal, outros casos, tentativas de fusões para se manterem competitivas | 1 Comentário »
O importante jornal econômico norte-americano The Wall Street Journal como o japonês Nikkei noticiaram, observando a demora da operação, que as japonesas Nippon Steel e a Sumitomo Metal Industries anunciaram o plano de se fundirem até outubro de 2012. Estas siderúrgicas, que eram as mais importantes do mundo até algumas décadas passadas, precisaram tomar estas medidas para poder se aproximar da atual líder mundial indiana Acelor Mittal e competir com a chinesa Baosteel e a coreana Posco.
Estas fusões vêm ocorrendo ao longo da história econômica destes países. A Nippon Steel nasceu de uma fusão da Yawata com a Fuji no pós-guerra e, em 2002, a NKK (Nippon Kokan) fundiu-se com a Kawasaki Steel, dando origem a atual JFE.
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2 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Livros e Filmes | Tags: contos do Ryunosuke Akutagawa, contribuições culturais mal aproveitadas, inspiradores do filme Rashomon, tradução e prefácio de Shintaro Hayashi | 4 Comentários »
O livro “Kappa e o Levante imaginário”, de Ryonosuke Akutagawa, foi publicado em 2010 na versão em português, pela Editora Estação Liberdade, São Paulo, com uma excepcionalmente feliz tradução e prefácio do Shintaro Hayashi, um colega meu de infância. Ele é de uma família fortemente ligada ao que existe de melhor na literatura japonesa, pois sua mãe é irmã de um consagrado autor. E sua irmã Leiko Gotoda (Hayashi quando solteira) foi que traduziu para o português o épico “Musashi”, de Eiji Yoshikawa, maior sucesso editorial da literatura japonesa no Brasil. Não entendo porque eles não são mais aproveitados pelos seus conhecimentos culturais pelas entidades que deveriam estar voltadas à divulgação da literatura japonesa entre nós.
Ouvi, pela primeira vez, do Dr. Tadao Sonoda, que o filme “Rashomon”, de Akira Kurosawa estava baseado em dois contos de Ryunosuke Akutagawa. Um como o mesmo nome “Rashomon” e outro “No Matagal”, ambos constante desta preciosa publicação. O Prefácio de Shintaro Hayashi explica, com competência, tudo que precisamos saber sobre o autor e seus trabalhos.
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2 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: criação e destruição, descrição do jornalista Akash Kapur, publicado no The New York Times | 11 Comentários »
Todo o processo de desenvolvimento é doloroso, havendo acadêmicos que o descrevem como um lamentável processo de destruição criativa. Akash Kapur é certamente um sensível jornalista com a melhor formação em Oxford, que se lembra de sua infância na Índia, sobre a qual veio escrevendo com regularidade no prestigioso International Herald Tribune sobre as mudanças que lá se processam. Ele toma emprestada a expressão usada por Joan Robinson de Cambridge, “qualquer coisa que você disser corretamente sobre a Índia, o oposto também é verdadeiro” (Whatever you can rightly say about India, the opposite is also true).
Seu artigo de despedida de sua coluna escrita da Índia saiu no The New York Times. Reflete muito bem toda a contradição que é o processo de desenvolvimento por que passa aquele país. Ele entende que seus artigos foram ambíguos. Desde o primeiro que escreveu sobre o idílico meio rural em que foi criado, que não mais existe.
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2 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: esforços de adaptações de empresas japonesas, exemplo da NEC | 1 Comentário »
As grandes empresas japonesas, como a NEC – Nippon Eletric Company, se empenham profundamente para se adaptar ao novo quadro econômico, encerrando algumas atividades, procurando novas parcerias, adotando novas estratégias. O jornal japonês Nikkei publica uma extensa matéria sobre os esforços que a NEC está efetuando.
Os seus negócios com PC serão transferidos para uma nova joint venture que estabeleceram com a chinesa Lenovo. Eles já não produzem mais microchips que passaram a adquirir de terceiros. As vendas anuais do grupo devem se reduzir em 60% com o que tinham no ano 2000.
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1 de fevereiro de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Livros e Filmes | Tags: Haruki Murakami, Norwegian Wood e Beatles, O que eu Falo quando Falo de Corrida, Suicídios, Vazio Existencial | 1 Comentário »
Decidida a conferir por que livros de Haruki Murakami se tornam blockbuster instantâneo entre jovens, comecei com aquele cujo título me atraía e atingia 20 milhões de exemplares no Japão: Norwegian Wood, 1987 (Portugal: Civilização Edit. – 2004), da canção-título dos meus eternos ídolos. Na canção de 1965, que faz o protagonista do livro se lembrar de ex-amada, Norwegian wood é madeira de pinho boa para mobília e para lenha de lareira; Lennon nos transmite sensação de aconchego: “so I lit a fire; isn’t it good, Norwegian wood?” Detalhe: o título original do livro é “Norway-no-Mori”, Norwegian woods. Não vá botar fogo nos bosques da Noruega, Lennon.
No enredo, que recorda ritual de passagem pós-adolescência em Tóquio-1969, sobressai sequência das histórias de cada personagem. São todos solitários, perdidos entre experiências sexuais, estudos tediosos, e vazio saturado de tristeza por amores não correspondidos: Toru que ama Naoko, que ama Kizuki, que se suicida. Midori que ama Toru, que ama Naoko, que se suicida. Preparada para ser virtuose do piano desde os quatro anos de idade, e muitas tentativas de suicídio, Reiko é como irmã para Naoko, Naoko cuja cintilante irmã – superestudante, superatleta, com paredes do seu quarto cobertas de medalhas e certificados de excelência – havia se suicidado. Hatsumi namora Nagasawa, amigo de Toru e brilhante aluno da Todai, que a humilha, maltrata e a abandona. Hatsumi se mata. Suicídio é uma fuga fácil demais para os problemas, um gesto fácil demais para ser imitado por almas fragilizadas. (Em 1970 o escritor Yukio Mishima cometia espetacular suicídio-seppuku, abalando a juventude japonesa).
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31 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: assuntos preocupantes em diversos países asiáticos, efeitos da urbanização | 3 Comentários »
Muitos entendiam que os ensinamentos de Confúcio seriam fortes suficientes para que os países asiáticos tivessem menores problemas de abandono dos idosos que ele recomendou que fossem respeitados. No entanto, o que está se verificando é que sem o Estado preparado para assisti-los convenientemente, os conceitos das famílias estão sofrendo alterações com a urbanização não sendo suficientes para manterem os contatos dos descendentes com seus idosos. Muitos estão se sentindo abandonados, aumentando o índice de suicídios entre eles.
No The New York Times, a jornalista Sharon LaFraniere publica um artigo informando que um ministro chinês está propondo que os trabalhados dos centros urbanos sejam obrigados a visitar seus genitores no meio rural por ocasião do Ano Novo Lunar. Este é um problema que vem sendo detectado no Japão, onde os longos feriados seguidos estão sendo utilizados pelos jovens para excursões no exterior em vez de visitas aos seus familiares que permaneceram em suas terras natais.
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31 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: abertura para os estrangeiros, problemas ambientais, usina da Posco coreana na Índia
Existe uma constante discussão em todo o mundo sobre as compatibilizações das necessidades de desenvolvimento com os cuidados ambientais, envolvendo agora a Índia e a Coreia. Um artigo da jornalista Alexandra Stevenson publicado no Financial Times informa que a gigantesca Posco coreana conseguiu um novo avanço na Índia, para a instalação da usina siderúrgica que implica em US$ 12 bilhões de investimentos no estado de Orissa, na Índia, com uma autorização provisória.
A Índia projeta uma grande necessidade de produtos siderúrgicos e existem alguns projetos importantes da ArcelorMittal, Tata Metaliks e JSW Steel, e as preocupações ecológicas estão crescendo também naquele país. Evidentemente, do ponto de vista industrial existem hoje tecnologias para evitar poluições, mas que implicam em investimentos pesados. Uma grande siderurgia acaba provocando impactos ambientais amplos em muitos setores, mas os indianos possuem recursos humanos competentes para fazer face a todos estes problemas.
Logotipo da Posco em sua sede, em Seul
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31 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: avaliações acadêmicas, investimentos feitos para evitar a recessão, utilidade do trem rápido no Festival da Primavera
Os chineses estimam que neste Ano Novo Lunar que marca a entrada no Ano do Coelho, também chamado de Festival da Primavera, cerca de 230 milhões de pessoas se deslocarão dos seus atuais lugares de trabalho para suas terras natais. É uma massa impressionante, sem paralelo no mundo, e algumas delas utilizarão o sistema de trem rápido implantado recentemente que já chegou a 8.358 quilômetros construídos, como parte das medidas antirrecessivas da China.
Numa matéria publicada pelo acadêmico Liu Wellin no China Daily, informa-se que a passagem entre Guangzhou e Wuhan, nestes trens rápidos e confortáveis, em primeira classe chega a custar 780 yuans, muito acima da possibilidade de um chinês normal. O ticket normal custa 490 yuans, sendo que a passagem aérea é de cerca de 800 yuans, mas existem ofertas especiais deste período que chegam a 300 yuans.
Verdadeira multidão comemora o Festival da Primavera
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29 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: baixo intercâmbio Brasil-Índia, pode aumentar o conhecimento recíproco, promoção indiana | 4 Comentários »
Segundo nota distribuída pela Confederação das Indústrias Indianas, eles estão tomando a iniciativa de promover em São Paulo, entre 11 a 14 de março próximo, a feira The India Show. O volume de exportação da Índia para o Brasil em 2010 foi de US$ 4,2 bilhões, contra US$ 3,4 bilhões de importação, cifras insignificantes quando consideradas as importâncias que ambas as economias emergentes estão ganhando no mundo.
O evento deverá reunir 100 das mais importantes empresas da Índia, destacando-se os três gigantes da área de óleo e gás, Bharat Petroleum, Hindustan Petroleum e a Oil India. O evento será aberto pelo ministro indiano de indústria e comércio, Anand Sharma, e envolverá empresas de engenharia e tecnologia, como o conhecido Tata Group, indústrias de autopeças, farmacêutico, têxtil e processamento de alimentos.
Anand Sharma
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