29 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: dois casos de intercâmbio bilateral, Financial Times relata projeto do Vale do Silício, The New York Times relata projeto de genética | 2 Comentários »
Em que pesem as naturais dificuldades de intercâmbio científico e tecnológico entre a China e os Estados Unidos, há que se admitir que os norte-americanos são ousados no incentivo de projetos inovadores que superam as resistências, prestigiando as iniciativas de competentes empreendedores, mesmo que envolvam os chineses que estão competindo com eles na vanguarda de muitos conhecimentos. O Financial Times relata sobre o projeto de um fabricante de lâmpadas de luz com baixo consumo de energia emitindo diodes (light bulbs that use low-power light-emitting diodes), na linha de tecnologias verdes no Vale do Silício. E o The New York Times sobre uma odisséia sino-americana na construção de um melhor mapa genético dos ratos.
Estas notícias vêm no rastro da visita do presidente chinês Hu Jintao aos Estados Unidos, marcado por declarações preocupantes sobre a atual rivalidade entre os dois países que disputam a liderança das inovações nas pesquisas e tecnologia.
Presidente da China Hu Jintao ao lado do presidente norte-americano Barack Obama
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28 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: comparando a China atual com o Japão de algumas décadas passadas, desafios atuais
Um artigo do jornalista Tadanori Yoshida foi publicado no jornal econômico japonês Nikkei apresentando alguns paralelos entre a China atual e o Japão da época que ultrapassou a Alemanha, em torno de 1968, tornando-se a segunda economia no mundo. A questão fundamental continua sendo a liberdade política, que apesar de admitida e crescente na China atual, ainda não consegue absorver um Prêmio Nobel concedido a um seu dissidente. Ao mesmo tempo em que se mantém um regime de partido político único.
O autor apresenta como desafio para a atual China a criação de uma sociedade justa que pode ser vista sob diversos ângulos. Alguns entendem que a disparidade de renda, sem uma adequada defesa de um padrão mínimo para seus cidadãos mais desfavorecidos, é um problema acentuado nas sociedades entendidas como capitalistas, ainda que as acelerações dos crescimentos provoquem fenômenos semelhantes nos países emergentes. Parece ser da natureza humana a aspiração por mais liberdade, na medida em que o mínimo econômico está atendido.
Prêmio Nobel chinês dissidente Liu Xiaobo
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27 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: agências de rating, artigos no Wall Street Journal e no Financial Times, endividamento público japonês
Agências de rating que foram criadas para auxiliar na compreensão dos fenômenos financeiros que estejam afetando países e empresas continuam prestando desserviços, aumentando as confusões. Anunciaram a redução do grau de avaliação da dívida pública japonesa, apesar do quadro japonês ser totalmente diferente dos usuais. Que o crescimento da dívida pública do Japão é preocupante, não resta a menor dúvida, mas fazer paralelo ao que está acontecendo na Grécia e outros países europeus não faz nenhum sentido.
Dois artigos publicados nos respeitados Wall Street Journal e no Financial Times chamam a atenção para esta insensatez. Todos sabem que a dívida pública japonesa é sustentada pelas poupanças locais que estão entre as mais elevadas do mundo, e que são aplicadas com prazos longos e custos extremamente baixos. O Japão difere totalmente dos países que dependem dos financiamentos externos que, quando não são suficientes, podem provocar o chamado default, ou seja, a incapacidade de honrar os compromissos externos assumidos.
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27 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: estudo imperdível de grande importância, Índia e a globalização, relatório especial da Financial Times | 2 Comentários »
Se existe um país que está merecendo as atenções mundiais, ele é a Índia, mais que a China ou o Brasil. Acabou de ser visitado pelo presidente norte-americano Barack Obama, que não considera a Índia mais um país emergente, mas “emerged”, que já emergiu. Considera o grande parceiro tecnológico dos Estados Unidos nesta década e aprova a sua presença permanente no Conselho de Segurança da ONU. Manmohan Singh está previsto receber nos próximos seis meses David Cameron, primeiro-ministro inglês, Nicolas Sarkozi, presidente da França, Dmitry Medvedev, presidente da Rússia, Hu Jintao, presidente da China, entre os mais credenciados.
O relatório especial sobre a Índia e a Globalização hoje divulgado pelo Financial Times é um documento imperdível, que além de sua potencialidade descreve os problemas que enfrenta. A matéria principal, do jornalista James Lamont, fala do crescimento forte para melhorar a vida dos seus pobres, estampando uma foto do Barack Obama abraçado ao Manmohan Singh. Como lide, aparece que os líderes mundiais reconhecem o sucesso da potência em crescimento, mas para muitos hindus o quadro não é tão róseo.
Barack Obama e Manmohan Singh
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26 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: dados da Sobeet, investimentos estrangeiros no Brasil, os chineses em primeiro lugar | 4 Comentários »
Os principais jornais brasileiros destacam que em 2010 os fluxos dos investimentos de capitais estrangeiros no Brasil ultrapassaram US$ 52,6 bilhões, superando as expectativas, segundo os estimados pela Sobeet – Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização, sendo liderados pelos das empresas chinesas pela primeira vez, que chegaram a mais de US$ 17 bilhões.
Estes investimentos chineses se concentram nas commodities, principalmente de empresas estatais que operam com minerais, mostrando que estão procurando assegurar o abastecimento de matérias primas que necessitam para o seu processo de desenvolvimento. Procuram participar de empresas mineradoras que contam com jazidas em exploração.
Campo de minério da Vale
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26 de janeiro de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos | Tags: A. S. Neill, behaviorismo, cognitivismo, decoreba, liberdade sem medo, Summerhill
A educação formal nas escolas como conhecemos sofreu duas grandes transformações entre 1960 e 1970. Até então, grosso modo, assumia-se que o aluno era um ser passivo cujo comportamento se moldava e modificava através de aplicações positivas ou negativas de estímulos. Experimentos behavioristas realizados em laboratórios com animais eram generalizados para aplicações em humanos. Ratos em labirintos, testes de Pavlov com cães, lembra-se?
Ao redor de 1960, propostas cognitivistas passaram a substituir as behavioristas como paradigma. A psicologia educacional se foca então em atividades mentais mais profundas: as pessoas não são animais programados que apenas respondem a estímulos exteriores, mas seres racionais capazes de participar ativamente para aprender; suas respostas são consequências da capacidade de estabelecer conexões de ideias. O cognitivismo usa a metáfora da mente como um computador: informação recebida (input) é processada pelo cérebro, e resulta em respostas (output).
Para a didática e a metodologia do ensino, isso significou grandes mudanças em todos os campos, o maior deles talvez no ensino de línguas estrangeiras – no Brasil, o ensino do inglês como 2ª língua. Foi preciso rever toda a metodologia; fizeram-se reciclagens nos Estados Unidos, especialistas americanos foram convidados para orientar professores de língua e linguística em São Paulo. A União Cultural Brasil-Estados Unidos foi das pioneiras. Métodos foram revistos, livros didáticos refeitos, mães que tinham estudado no método antigo questionavam desconfiadas os novos livros adotados para os filhos. Repetição automática e decoreba tinham chegado ao fim: agora o aluno participava ativamente, estabelecia conexões, seus neurônios processando a mil megabytes.
Capa do livro Liberdade sem Medo e fachada da escola na Inglaterra
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24 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: análises fundamentais, fatores que podem explicar a sua performance, tentando entender a economia da Índia | 2 Comentários »
Muitos estudiosos, inclusive brasileiros, tendem a considerar a Índia um país pobre, complicado, cheio de limitações. Ficam surpresos quando informados que a performance daquele país democrático com mais de um bilhão de habitantes, nos últimos 30 anos, supera a do Brasil, que mesmo tendo melhorado nos anos recentes, continua colhendo resultados inferiores a daquele gigante emergente asiático, que segundo alguns devem ultrapassar a China nas próximas décadas.
Entender por que isto acontece parece ser importante, e um livro publicado pela Oxford University Press em 2010, “India’s Economy: Performance and Challanges – Essays in Honour of Montek Singh Ahluwalia, edited by Shankar Acharya – Rakesh Mohan” pode ser um dos que oferecerem subsídios importantes para tanto.
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24 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: correção paulatina de uma distorção, críticas pouco ponderadas, decisão de política econômica do governo Dilma Rousseff
Apesar do Brasil tratar-se de um país que conta com uma quantidade relativa de mão de obra que necessita de emprego, que tem escassez de capital e de tecnologia, adotaram-se encargos no passado que sobrecarregam a folha de pagamentos, induzindo a redução da sua utilização. Desde a época da criação da Sudene, os incentivos fiscais foram para a utilização de equipamentos, acreditando-se que isto facilitaria a capitalização, o que provocou a instalação de fábricas automatizadas no Nordeste, que não estimulavam atividades empregadoras de mão de obra, abundante naquela região.
Agora, o governo Dilma Rousseff, de forma correta, inicia um processo de redução de encargos sobre a folha de pagamentos, ainda que de forma cautelosa. Seria primeira medida de política econômica visando um resultado de longo prazo. Os críticos contumazes apressam-se a preverem a criação de novos impostos para fazer face à redução da receita da previdência. Eles esquecem-se que já houve casos de redução de tributos que provocaram aumento da arrecadação, pois a população tem em mente um máximo de tributação, a partir da qual aumenta a tendência ao uso de mecanismos de sonegação.
Presidente Dilma Rousseff, em foto de Roberto Stuckert Filho
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24 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: demonstrações da ação coordenada, imprensa internacional, sempre os benefícios chineses considerados como prioritários
Toda a imprensa mundial tem sido profícua na divulgação de matérias relacionadas com os intercâmbios sino-americanos, procurando não se destacar os entrechoques que estão nos seus bastidores. Os chineses procuram fazer o seu public relations mostrando que estão incrementando as importações de produtos norte-americanos em dezenas de bilhões de dólares, mas elas estão concentradas naquelas que necessitam para manter a sua estabilidade, principalmente assegurando o seu abastecimento de alimentos. Ao lado da visita do presidente Hu Jintao a Chicago, as corporações estatais chinesas adquiriram volumes espantosos de soja norte-americana para entregas em 2011 e 2012, cuja Bolsa daquela cidade é a principal na cotação deste produto.
Todos sabem que a China enfrenta problemas de pressões inflacionárias com aumento dos preços dos alimentos e de algumas matérias primas, em parte como decorrência das irregularidades climáticas. Isto favorece não só os Estados Unidos como outros fornecedores destes produtos, como o Brasil. Não se trata de nenhum favorecimento aos norte-americanos, mas o estrito atendimento da necessidade dos chineses, que no máximo, está sendo antecipado aproveitando a viagem de Hu Jintao.
Colheita de soja no cerrado brasileiro
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24 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: assistências técnicas, correções necessárias, experiências de outros países | 4 Comentários »
Os problemas das intensas chuvas que afetaram diversas regiões brasileiras de forma lamentável mostram que são indispensáveis muitos aperfeiçoamentos em todo o sistema de defesa civil, sendo insignificantes os mecanismos de alerta que começam a ser introduzidos em algumas localidades. Muitos países são afetados constantemente por tufões que são acompanhados por chuvas intensas, agravados por terremotos, e muitas grandes metrópoles ficam ao nível do mar, mas foram tomando medidas ao longo do tempo para que os danos causados por estes fenômenos climáticos fossem suportáveis.
O governo japonês enviou uma missão técnica ao Brasil, explicando o que fazem por lá e oferecendo assistência técnica, que não mereceu a devida atenção das nossas autoridades, que continuam com orientações errôneas na ocupação dos solos. A maior parte da cidade de Tóquio, por exemplo, fica a menos de cinco metros do nível do mar, mas não se ouve falar há muito tempo de inundações, pois seus principais rios, como Sumida, foram domados, em muitos trechos, por barreiras de muitos metros, mantendo uma margem de centenas de metros, destinados à prática de esportes e lazer.
Rio Tame, perto da cidade de Ome, na Tóquio Ocidental: sua margens são cobertas de grama e arbustos, formando um cinturão de vegetação. As áreas livres são usadas para lazer
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