29 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Saúde, Tecnologia | Tags: fronteiras do conhecimento, japoneses investindo na área, novos produtos
Um interessante artigo acaba de ser publicado no jornal econômico japonês Nikkei. Refere-se aos novos avanços que estão ocorrendo no desenvolvimento de produtos farmacêuticos elaborados a partir de organismos vivos, ganhando maiores parcelas do faturamento das empresas do setor, já propiciando resultados. Os primeiros trabalhos começaram em 1980, baseados nas tecnologias de ponta da recombinação genética e cultivo das células, sendo que a francesa Sanofi-Aventis e a suíça Roche são as pioneiras.
A biomedicina chegou a 29% das vendas em 2009 nas 50 maiores vendedoras de produtos farmacêuticos, e sua era deve continuar por algum tempo, segundo importantes dirigentes destas empresas. No Japão, a Oncotherapy Science já está com uma vacina para certos tipos de câncer nos estágios finais de teste. Com suporte da indústria farmacêutica, ela já obtém lucros desde 2008. Visitei laboratórios japoneses, há décadas, que já produziam interferon, para o combate de determinados tipos de câncer, dominando a tecnologia da multiplicação de células, inclusive de produção de sangue humano.
O laboratório ImmunoFrontier está trabalhando em vacinas contra o câncer em seu laboratório em Tsu, Mie.
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29 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: artigo do editor da China Confidencial, economia informal na China, inflação chinesa e suas dificuldades
Um interessante artigo de James Kynge, o conhecido editor do China Confidencial, serviço de pesquisa do Financial Times, publicado na Folha de S.Paulo com o título “A economia paralela da China”, levanta algumas questões complexas da China que podem repercutir em todo o mundo, dada a importância da economia chinesa no atual mundo globalizado. Os ingleses são profundos conhecedores daquele país, desde a época da Guerra do Ópio, quando eles contavam com um enclave em Xangai, ao lado de outras potências mundiais da época, e contavam com Hong Kong.
O artigo aponta que, pelas pesquisas efetuadas pela China Confidencial, o setor financeiro informal naquele país é muito grande, com muitos agiotas atuando fora do sistema bancário oficial, podendo contribuir para o descontrole no combate à inflação chinesa que está se tornando perigosa. Os que conhecem um pouco daquele país sabem que isto é histórico, pois muitos chineses possuem uma cultura anarquista, no sentido de que as autoridades são consideradas opressoras da população, desde antes do período maoísta.
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29 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: avanços contínuos nas imagens, endoscopia japonesa, volume de pesquisas
Um artigo publicado no jornal econômico japonês Nikkei informa sobre os avanços que estão sendo registrados nos equipamentos utilizados na endoscopia, onde os produtores japoneses são tradicionalmente competitivos. Informa que a Olympus, produtora tradicional, se prepara para lançar brevemente um novo gastroscópio de ultrassom com alta resolução, com funções que facilitam os trabalhos dos usuários. Será utilizado para os setores iniciais do sistema gastrointestinal, como o estômago e duodeno, mas se preparam outros para as fases seguintes.
Os materiais especiais utilizados nestes equipamentos facilitam a adequada extensão e retração dos equipamentos cirúrgicos utilizados em conjunto, servindo não somente para diagnóstico como para intervenções que são realizados imediatamente depois de detectados os problemas. Competentes profissionais desta especialidade, como o Dr. Luis Maruta, do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo e Hospital Santa Cruz, no Brasil, costumam utilizar estes tipos de equipamentos.
O gastroscópio novo tem uma função antiofuscamento
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29 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: crescimento da classe média na Ásia, importância para o Brasil, seu consumo substitui as exportações para a Europa e USA
Insistimos neste site sobre a importância da classe média asiática, que vem crescendo substancialmente segundo o artigo publicado no jornal econômico japonês Nikkei. Mesmo excluindo o Japão, seu consumo chegou a 16% do PIB mundial em 2009, tendo crescido 9% desde o ano 2000. São, segundo o METI – Ministério de Economia e Comércio Exterior do Japão, consumidores que dispõe de US$ 5.000 a 35.000 que se aproximam de um bilhão somente na Ásia, sem contar os japoneses e nem o Oriente Médio.
São consumidores como os indianos, que estão adquirindo luxuosos automóveis da Mercedes Benz ou japoneses. Só em um único dia, uma loja vendeu 160 destes veículos. Na China onde, atualmente, estes consumidores são mais numerosos, os filhos dos consumidores de classe média adquirem brinquedos eletrônicos japoneses, e seus pais os eletrodomésticos importados ou produzidos pelos chineses.
Mercedes Bens: consumo alto na Índia
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27 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: exemplos asiáticos, não se pode tentar conviver, uma luta sem tréguas
Por mais assustadora que seja para a população do Rio de Janeiro e do Brasil, a decisão de um forte engajamento inclusive das Forças Armadas no combate ao crime organizado relacionado com o comércio de drogas, que chegaram a dominar algumas favelas, ela é uma imperiosa necessidade, e está recebendo o apoio dos cariocas, e deve contar com uma solidariedade nacional que vá além das palavras. Lamentavelmente, houve algumas autoridades, no passado que, diante da magnitude da tarefa de impor a ordem legal, pensaram que poderiam conviver, ainda que secretamente, com estas facções criminosas, que acabaram ganhando vulto diante da demanda existente destas drogas.
É importante ter a consciência que o maior culpado de todo o problema que enfrentamos são os consumidores de drogas, muitos que se apresentam como se fossem cidadãos dignos, com elevada posição social, até com elevado poder de corrupção.
A própria legislação precisa ser revista, impondo maior rigor, principalmente no cerceamento dos meios de comunicação dos líderes criminosos já presos, para que não continuem comandando dos presídios operações que acabam se caracterizando como um terrorismo urbano. Os direitos humanos são importantes, com prioridade para os bons cidadãos, e não para os criminosos. Ninguém é a favor da violência, mas as autoridades policiais precisam contar com o respaldo da população brasileira, com apoio legal e estarem equipados adequadamente para esta verdadeira guerra interna, que é de longo prazo.
É preciso que haja um grande programa nacional para educar a população contra o uso de drogas, principalmente dos mais ricos e famosos, que são consumidores conhecidos e contumazes, com amplas assistências para a recuperação dos viciados. É preciso que haja uma guerra nacional contra estas drogas, produzidas internamente, mas principalmente as importadas, bem como dos armamentos que dotam os criminosos com poder de fogo maior que das autoridades locais.
Muitos países asiáticos, que sofreram com drogas como o ópio, hoje são extremamente rigorosos, inclusive com portadores de grandes volumes destas drogas, ainda que aleguem ser de uso pessoal, até com alguns brasileiros presos com longas penas nestes países. Muitos países que acreditavam que a luta contra elas era insana, interminável, já chegaram a pontos considerados razoáveis, e continuam extirpar estas atividades do seu cotidiano.
Não podemos ser tolerantes, mesmo com aqueles que são considerados “leves”, pois acabam sustentando organizações criminosas que trabalham com os mais pesados, que chegam a constituir quase um governo paralelo, com alguns quistos onde as autoridades não conseguem chegar.
Não podem se resumir nas eventuais operações espetaculares que impressionam a todos. Mas um trabalho contínuo, usando o que melhor se dispõe dos serviços de inteligência. Neste final de administração federal e transição para o novo, mesmo com o risco de imagens negativas espalhadas por todo o mundo, pode se acreditar que uma decisão forte no seu combate acabará dando resultados que precisamos com vistas aos eventos de grande visibilidade como as Olimpíadas e a Copa do Mundo.
Mas, acima de tudo, o que está em jogo é o futuro dos brasileiros, que merecem um grande esforço constante, para que os jovens não sejam obrigados a trabalhar nas organizações criminosas, ou sejam vítimas inocentes de um terrorismo insano. É sempre importante lembrar que já houve, ao longo da história, países que foram dominados pelas drogas, e hoje estão com os mesmos controlados, com trabalhos como os que devemos fazer.
26 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: influência sobre os animais, legumes e frutas desenvolvidas com a ajuda da música clássica, preferência por Mozart
Como até hoje não existem evidências científicas, estas curiosidades que estão ocorrendo no Japão, por enquanto, tratam-se de um bom marketing. Num artigo de Daniel Krieger, publicado no jornal The Japan Times, informa-se que estão aumentando as produções de tomates, bananas e sakês onde se utiliza a música clássica, sobretudo de Mozart, para a sua produção. Já se informava que para a produção dos conhecidos Kobe beef alguns produtores utilizavam a música e a cerveja para manter o gado relaxado, para obterem carnes mais macias, o que parece ter uma lógica.
Mas agora, tanto tomates e bananas como outros produtos similares estão sendo desenvolvidos com o uso da música de Mozart, e assim são apresentados aos seus consumidores nas embalagens para vendas a varejo. O artigo informa que ainda não se obteve dos cientistas evidências de que a música contribui para a melhoria da qualidade destes produtos, mas parece que é um eficiente mecanismo de marketing, por melhorarem suas vendas.
Tomates em estufas do Tomate Harada amadurecem com o som de Mozart durante 10 horas por dia. Foto da Tomate Harada
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26 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Integração | Tags: algumas comparações entre o Brasil e a China, intercâmbio comercial, trabalho da economista Patrícia Stefani | 2 Comentários »
Um trabalho cuidadoso foi elaborado pela economista Patrícia Stefani, comparando alguns dados do Brasil e da China, bem como o comércio bilateral. Será resumido neste site, somente com os dados mais gerais de interesse dos leigos. O que fica evidente é que o PIB da China vem crescendo nos últimos 15 anos de forma mais estável e robusta que o do Brasil, tanto em termos reais quanto em termos per capita. Muitos reclamam que o comércio bilateral vem sendo danoso para o Brasil, concentrando suas críticas ao câmbio desvalorizado deles, mas o que se constata que existem muitos outros fatores que prejudicam a competitividade brasileira.
Tanto em formação bruta do capital fixo como na poupança doméstica, os chineses apresentam dados bem superiores aos brasileiros, esta última em decorrência de um consumo menor deles. Há uma superioridade também nos ingredientes que são importantes para o desenvolvimento dos negócios: os gastos chineses em pesquisa e desenvolvimento cresceram recentemente, e eles são bem mais eficientes na produção de patentes. A carga tributária chinesa é bem mais baixa, e os serviços alfandegários e de infraestrutura são superiores aos do Brasil, o que resulta num sensível aumento da participação chinesa no comércio internacional, enquanto que a brasileira cresceu pouco, inclusive como proporção do PIB.
O conteúdo tecnológico, tanto das exportações quanto das importações chinesas, vem aumentando, com a diversificação de sua pauta exportadora sendo comparável a dos países industrializados. No caso do Brasil, o conteúdo tecnológico permaneceu estável nos últimos anos, notando-se uma maior concentração nos produtos primários no período mais recente.
Há indicações, no entanto, que o modelo utilizado pela China, calcado em elevados subsídios para a sua indústria, notadamente voltada para a exportação, tende a se esgotar. O mercado interno deverá ocupar cada vez mais espaço, como já vem dando sinais, com a ampliação dos seus serviços e um crescimento menos vigoroso que o registrado no passado recente.
O país já sente os efeitos das distorções geradas por esse modelo de crescimento e já dá sinais de pressão inflacionária, o que provocará alterações cambiais, ao que tudo indica, de maneira gradual.
Da parte brasileira, não se deve concentrar somente no aspecto cambial, mas num conjunto de medidas que torne a sua indústria competitiva, como a redução da carga tributária, a desoneração dos investimentos e a redução dos custos de transporte e logística.
Nada indica que as mudanças serão rápidas, mas o Brasil precisa se preparar para um período em que a economia chinesa não continuará mais tão vigorosa como no passado recente e ajudando a melhorar os preços dos produtos que exportamos para lá.
26 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Gastronomia | Tags: frutos do mar do Pacífico, heranças dos incas, influências do Peru, uso do yuzu japonês
Dois importantes jornais brasileiros, O Estado de S.Paulo, no seu suplemento Paladar, e o Folha de S.Paulo, no seu Ilustrada – Comida, traz matérias interessantes que mostram a integração da culinária brasileira com o que acontece de importante em outros países. O primeiro refere-se a uso do yuzu, um tipo de cítrico japonês que já conta com uma produção razoável no Brasil, e está sendo utilizado em alguns restaurantes, acompanhando o que acontece também em centros importantes como Nova Iorque.
No segundo, acompanhando uma onda de multiplicação da culinária andina, especialmente do Peru, refere-se a uma viagem àquele país e um jantar de um grupo de chefs brasileiros que realizou no restaurante La Mar, de São Paulo, maravilhando-se com a culinária lá praticada, que, além de tirar partido dos bons frutos do mar do Pacífico, utiliza produtos deixados pela civilização inca, considerados benéficos para a saúde humana, que está se espalhando por todo o mundo, como no já noticiado neste site, quinua.
Restaurante La Mar, no Itaim, em São Paulo e o fruto cítrico Yuzu
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24 de novembro de 2010
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos | Tags: Cancun-México, COP-16, mudanças climáticas, província de Yamagata, Zaô-san
Na região profunda de Tohoku, a nordeste de Honshu, entre as províncias de Yamagata e Miyagi, ergue-se, bela e majestosa, a outrora isolada Cordilheira Zaô, com suas montanhas de abetos e pinheiros eternamente cobertas de neve e seu silêncio de milênios. Hoje, suas estações de esqui e spa-onsens (termas) se tornaram hits para esportistas e turistas.
O que torna as Montanhas Zaô únicas no mundo, porém, é o fenômeno chamado jûhyô – maravilha da natureza que pode ser vista em algumas das altas montanhas da cadeia durante os meses mais frios, entre dezembro e março. Condições climáticas típicas locais colaboram para que as camadas de neve que caem sobrepostas nos galhos se congelem e se cristalizem, tomando estranhas formas de “monstros de gelo”. A neve extremamente úmida do Mar do Japão, carregada do noroeste pela gélida e forte corrente siberiana, se “gruda” nos galhos fechados das coníferas. Com a temperatura permanecendo a -5ºC, o jûhyiô se conserva por meses e continua a crescer com o acúmulo de mais neve, e a mudar de forma. Camadas de neve de dois a três metros costumam cobrir a região.
Conforme informa a NHK-TV, cientistas da Universidade de Yamagata alertam agora que, se o aquecimento global continuar avançando no passo atual, o fenômeno do jûhyiô na Cordilheira Zaô pode desaparecer dentro de quatro décadas. A pesquisa examinou a formação do jûhyiô usando dados e fotos datando desde começos do século XX, e constatou-se que, há 70 anos, o fenômeno podia ser observado a partir de 1.400 metros de altitude. Hoje, o jûhyiô só pode ser observado a partir de 1.600 metros. A montanha mais alta da cadeia tem 1.800 metros de altitude. Com o gradual aquecimento, a temperatura próxima ao cume aumentou uns 3ºC nos últimos 70 anos, cerca de 1ºC a cada 40 anos. Estudos avaliam que apenas mais um grau de aumento significaria o fim do fenômeno. Além do mais, o período em que se pode observá-lo se encurtou em mais de 60 dias, se comparado aos dados de 70 anos atrás.
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23 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Intercâmbios | Tags: Coreia e Taiwan, Índia, intercâmbio brasileiro com a China, japao, suplemento especial
O atual volume do intercâmbio brasileiro com a Ásia já é expressivo, representando em 2010 cerca de um terço das importações e exportações totais do país com o mundo todo, justificando um suplemento especial como do jornal Valor Econômico, pois é a região onde estão as economias mais dinâmicas nos anos recentes, devendo incrementar este intercâmbio no futuro. Destacam-se nas exportações os produtos básicos, como minérios e produtos agropecuários que cresceram mais de dez vezes na última década, enquanto os manufaturados cresceram menos de quatro vezes no mesmo período. Nas importações, predominam os produtos industrializados.
As exportações dependem fortemente dos investimentos efetuados na Ásia, como ocorre na maioria dos países. São os da Vale, da Petrobras, da Embraer, da Marcopolo, da Weg, da JBS, da Gerdau, da Cutrale, da Suzano, entre outras empresas brasileiras. Verifica-se que elas estabeleceram entendimentos com grupos locais, atendendo as necessidades específicas destas empresas que utilizam os produtos de origem brasileira, como matérias-primas ou componentes.
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