15 de setembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: China, Estados Unidos, interferência no câmbio, japao
Dada a extrema valorização do yen japonês que está afetando as exportações japonesas, ao mesmo tempo em que aumenta as suas importações, depois de muito tempo, forçou as autoridades do Japão a entrarem no mercado. Isto ocorre para tentar compensar a extrema desvalorização do yuan chinês como do dólar norte-americano. Informam que foram adquiridos, somente num dia, mais de US$ 13 bilhões, e ainda assim a cotação que estava em torno de 82 yens passou para 85 por dólar, diante da expectativa que tal política tenha continuidade.
A pergunta que se faz é se as autoridades brasileiras não poderiam fazer algo semelhante. Muitos aguardavam que o real brasileiro terminaria o ano em torno de 1,80 e 1,90, mas está em torno de 1,70 podendo chegar a 1,60 por dólar norte-americano. As autoridades brasileiras vêm adquirindo dívidas estrangeiras num volume incapaz de alterar as tendências atuais do câmbio, apesar de estarem preocupadas com a competitividade internacional das empresas brasileiras.
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15 de setembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: balé butô, etnia japonesa tendendo a ser universal, liderado por Ushio Amagatsu, terceira vez no Brasil
O butô se tornou conhecido no mundo pelo trabalho de Tatsumi Hijikata e Kazuo Ohno, o último falecido recentemente. É considerado um balé de acentuada expressão corporal pós-Hiroshima. Ushio Amagatsu faz parte da segunda geração do butô, criador do grupo Sankai Juku, de criação japonesa que o levou para Paris para universalizá-lo. O grupo tem feito apresentações por todo o mundo, com uma frequência incrível, sendo a terceira vez que se apresenta no Brasil, sempre com grande sucesso.
Neste Tobari – Como um Fluxo Inesgotável faz uma apresentação como de costume com movimentos corporais minimalistas, dentro de um cenário quase zen, ótima iluminação e um fundo musical caracteristicamente oriental, que induz a uma meditação, ao mesmo tempo em que os gestos são extremamente valorizados.
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15 de setembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Integração | Tags: continuidade do desenvolvimento chinês, pronunciamento do premiê chinês em Tianjin, relações com as empresas estrangeiras, reunião com grande comparecimento
Evidentemente, mesmo a China não é totalmente avessa às críticas que as empresas multinacionais fazem às suas regras econômicas, ainda que todos estejam ansiosos por se beneficiarem do elevado ritmo do desenvolvimento daquela economia. O premiê Wen Jiabao assegurou que as empresas estrangeiras atuantes naquele país contarão com igualdade de condições com as locais, respondendo a algumas críticas efetuadas por elas, que temem um confronto mais explícito.
Todos sabem que as empresas estrangeiras efetuaram investimentos na China para aproveitar a sua mão de obra barata, e algumas começam a visar o mercado interno que inicia sua expansão. Poucas são as empresas que conseguem lucros naquele país, mas os resultados são obtidos no exterior, quando comercializam os produtos lá fabricados, quer sejam roupas, eletrônicos em seus países de origem ou no mercado internacional.
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15 de setembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: controle de déficit público, limites para o financiamento externo, necessidade de investimentos
De forma sempre oportuna, o professor Yoshiaki Nakano, da Fundação Getúlio Vargas, publica um artigo no Valor Econômico colocando um desafio para o novo governo brasileiro: o aumento dos investimentos sem um correspondente acréscimo da dívida pública. Ele entende, como muitos organismos que estão se agregando no chamado “Brasil Eficiente”, que o País tem todas as possibilidades de manter um crescimento de cerca de 6% ao ano no futuro. Mas, para tanto, precisaria aumentar o seu investimento para cerca de 25% do PIB ao ano.
Isto só seria possível com o aumento da poupança do governo, que teria que conter os seus gastos, pois o nível do seu endividamento público já está entre os mais elevados, quando comparados com outros países.
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15 de setembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Integração | Tags: suas repercussões pelo mundo, valorização do câmbio chinês
Num interessante artigo publicado no Valor Econômico, o professor Dani Rodrik, da Universidade de Harvard, mostra que a valorização do câmbio chinês, reclamado por muitos, não é uma unanimidade. Os países desenvolvidos, como muitos emergentes, entendem que esta mudança é indispensável para equilibrar o comércio mundial, pois as exportações chinesas inundam muitos países, enquanto as suas importações continuam contidas, dificultando a recuperação da economia de muitos países.
O autor coloca, no entanto, que muitos países menos desenvolvidos dependem das exportações de matérias-primas para a China, que teria o seu ritmo de desenvolvimento reduzido, como vem ocorrendo com os minérios brasileiros e produtos agropecuários como a soja. O que Dani Rodrik coloca é que estas exportações são temporárias e que estes países necessitam promover a sua diversificação, com uma política industrial que lhes permitiria um desenvolvimento mais sustentável.
Trabalhador da construção civil em uma rua no distrito de negócios de Shenzhen na China. Foto de Bobby Yip / Reuters
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14 de setembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: artista plástico que influenciou muito a geração atual, aventuras no Japão, Escola Brasil | 2 Comentários »
Apesar deste nome pomposo, parecendo norte-americano, Wesley Duke Lee, que faleceu no último fim de semana, era um grande artista autenticamente paulista, com uma formação internacional, que deixa uma grande contribuição para as artes plásticas brasileiras. Tudo que existe de melhor entre os artistas brasileiros, das gerações mais jovens (que hoje já são veteranos), recebeu influência dele. Os trabalhos chamados conceituais, como de Megumi Yuaça na cerâmica, foram influenciados pela Escola Brasil, fundada em 1970. Carlos Fajardo, José Resende e Luiz Paulo Baravelli foram alunos dele.
Apesar de não chegar a ser uma figura popular, tinha uma ousadia e o contato pessoal com ele só enriquecia as pessoas. Revelou-me, certa vez, suas aventuras no Japão, que percorreu quase todo de motocicleta sem falar japonês, logo no pós-Segunda Guerra Mundial. Tinha merecido uma grande reportagem num grande jornal do Japão, acredito que no Mainichi Shimbum, na qual constava uma boa fotografia dele.
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14 de setembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Intercâmbios | Tags: aumento de notícias sobre o intercâmbio, cuidados a serem tomados, riscos envolvidos
Se de um lado é extremamente auspicioso constatar que aumentam as notícias sobre os intercâmbios entre a Ásia, principalmente China e Japão, com a América do Sul, onde se destaca o Brasil, de outro se teme o desconhecimento recíproco entre os agentes que estão envolvidos nestas novas relações. Já de algum tempo, nota-se que pequenos investidores, até donas de casa, passaram a aplicar parte de suas economias nos países que remuneram melhor suas reservas, mas verifica-se que nem sempre os riscos cambiais são devidamente considerados, além de desconhecimento das instituições vigentes em cada país. Acabam sendo seduzidos pelas brutais diferenças de juros entre as duas regiões, e nem sempre são adequadamente assessorados pelos agentes financeiros, mais interessados em seus lucros imediatos.
Noticia-se, também, que executivos que conhecem a língua e a cultura dos chineses estão sendo procurados para permitir um relacionamento de parcerias em alguns empreendimentos, que vão além do simples comércio. Mesmo nas importações e exportações, as diferenças brutais de tradição comercial fazem com que muitas operações acabem gerando problemas, quanto mais se os projetos exigem uma convivência de prazo mais longo.
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13 de setembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: decisões do BIS, prazo para implementação, ratificação do G20, riscos sistêmicos
Segundo o site de economia de O Estado de S.Paulo, importantes decisões foram tomadas hoje em Basileia, Suíça, no chamado BIS – Banco Internacional de Compensações, uma espécie de Banco Central dos Bancos Centrais. As medidas visam evitar que ocorram problemas financeiros internacionais como os que afetaram o mundo no passado recente, levando economias de todo os países a sofrerem uma paralisação dos seus financiamentos, gerando uma crise global.
Segundo as primeiras informações, que ainda deverão ser ratificadas na próxima reunião do G20, a ser realizada na Coreia em novembro deste ano, os bancos terão elevadas as suas necessidades de capital, principalmente para efetuarem determinadas operações. Os maiores bancos, cujas dificuldades poderão gerar uma crise sistêmica, ou seja, afetando todo o sistema financeiro internacional, serão os mais afetados. As medidas que regulamentam o que se chama “alavancagem” só serão válidas a partir de 2013, dando aos bancos tempo para se ajustarem às novas exigências.
Os bancos, apesar da resistência da maioria dos banqueiros, serão regulamentados, não podendo pagar dividendos ou remunerar os seus dirigentes se não cumprirem as medidas de aumento do capital. Tudo isto visa aumentar a segurança dos próprios bancos, reduzindo a sua liberdade de concederem empréstimos de alto risco que afetem a sua estabilidade.
Estas medidas devem reduzir os empréstimos em todo o mundo e, como consequência, o ritmo de crescimento de muitas economias, afetando a todos. A segurança mundial exigia medidas drásticas regulamentando melhor o sistema bancário, que não poderia continuar contando com a liberdade que estão usufruindo, com influência exagerada sobre a vida de todos.
O tempo concedido para estes ajustes parece generoso, mas muitos países que vieram abusando do seu endividamento terão que redobrar seus sacrifícios, pois contarão com menos empréstimos externos. Em economias, os agentes antecipam o que vai acontecer no futuro, e isto significa que seus efeitos serão imediatos.
Ainda que estes assuntos sejam técnicos, acabarão afetando a todos, que devem aumentar as medidas cautelares, evitando atitudes demasiadamente arrojadas.
13 de setembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Trem Rápido | Tags: criação de uma agência especial, diferenças nos projetos, presença de coreanos no Brasil, seus custos de produção
O jornal O Globo publica uma notícia sobre a criação de uma agência especial em Seul para concorrer na licitação do trem rápido brasileiro. Especialistas bem informados dão conta que os coreanos são os favoritos nesta disputa, por contarem com uma forte determinação do seu governo, já transmitido para as autoridades brasileiras. Fontes japonesas, normalmente bem informadas, dizem que os coreanos possuem custos baixos na produção dos vagões, e que até mesmo o consórcio japonês para manter a sua competitividade teria que produzir parte substancial dos seus na Coreia.
A experiência coreana com trem rápido já em funcionamento naquele país apresenta algumas características semelhantes com São Paulo e Rio de Janeiro. Seul teria a dimensão da capital paulista e Busan teria a dimensão de Rio de Janeiro, informando-se que a sua operação tornou-se rentável depois de um ano e meio.
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12 de setembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: como acompanhar esta evolução, dificuldades dos focos, efeitos na imprensa
Observam-se as dificuldades que os meios tradicionais de comunicação enfrentam com as rápidas mudanças que ocorrem com os instrumentos que transmitem “on time” as informações por todo o mundo pela internet. Fico impressionado ao encontrar no site de um jornal de Bancoc, da Tailândia, os resultados da Fórmula 1 de automobilismo em Monza, na Itália, minutos depois que a corrida terminou. Resultados atualizados sobre o US Open de tênis estão nos mais variados sites de jornais asiáticos, em muitos países. Ao lado da massa de notícias sobre o futebol em todas as localidades. Isto me dá a consciência da importância dos esportes e dos meios de comunicação, tornando o mundo uma aldeia global e, pior, instantâneo e descartável.
Vejo os jornais tradicionais lutando para se adaptar a esta nova realidade, inovando as formas pelas quais se apresentam ao seu público, que está diminuindo, apesar de algumas honrosas informações em contrário. As verbas publicitárias necessárias para sustentar organizações complexas e pesadas estão se reduzindo, o que está obrigando muitos a cobrarem pelo acesso a elas. Vários veículos, inconformados com a superficialidade das notícias que os seus leitores exigem, procuram criar suplementos para análises mais profundas para parte dos seus usuários tradicionais. Eles desejam satisfazer os que procuram reflexões mais cuidadosas. Mas é sempre complicado ajustar o foco e o equilíbrio em que devem se concentrar, atendendo também as publicidades indispensáveis.
Lamentavelmente, para os mais exigentes, o que parece aumentar é a demanda de “fofocas” sobre personalidades sociais ou aqueles que ficam conhecidos, com o seu minuto de fama, pela sua presença nos meios de comunicação, principalmente a televisão. Tenho a impressão que atendem uma necessidade, quando constato a quantidade destas revistas nas salas de espera de muitos consultórios.
As revistas semanais que antes tinham uma importância na formação da opinião pública e até para pautar outros meios de comunicação também passam, cada vez mais, a fornecer informações mais superficiais, tentando concorrer com os meios eletrônicos mais velozes e sintéticos, como se tudo fosse possível de ser transmitido numa frase de um twitter.
Com tudo isto, ainda que a demanda de livros esteja aumentando em todo o mundo, muitos deles também estão se tornando menores e mais visuais. Os que exigem leituras mais cuidadosas parecem estar reservados para um público restrito, mas a esperança é que o hábito da leitura comece na juventude com os mais leves.
Até os bens materiais estão ficando descartáveis. Ninguém compra um computador para a vida toda, bem como automóveis ou produtos eletrônicos. Depois de pouco tempo de uso, necessitam ser substituídos por outros tecnicamente mais avançados. As lojas tradicionais estão sendo substituídas pelas mais ágeis nas mudanças.
A grande dificuldade é que na formação dos seres humanos é preciso um pouco mais de tempo, e uma gestação continua demandando nove meses, ainda que os jovens atuais iniciem os seus estudos ainda em tenra idade. E contem com os estímulos para um rápido aprendizado. Mas alguns conhecimentos necessitam ser decantados, separando-se o joio do trigo.
Mas, assim caminha a humanidade, e certamente o amanhã será melhor do que ontem.