11 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: concorrência internacional, novas tecnologias, pensando um pouco no futuro, setores competitivos
No atual mundo globalizado, não parece conveniente ficar somente nos comentários sobre alguns assuntos específicos, mas considerar o conjunto das informações que chegam a todos os analistas. Noticia-se que o intercâmbio bilateral do Brasil com a China cresceu e que já estamos entre os dez primeiros parceiros comerciais, com o aumento brasileiro do fornecimento de petróleo e minérios. Certamente, a Petrobrás e a Vale têm um papel importante nesta performance. Isto é encarado por muitos como se fosse uma notícia alvissareira, quando na realidade somos concorrentes em uma série de produtos que utilizam estas matérias-primas nas fases seguintes.
Ao lado desta, veicula-se outra notícia extremamente positiva, pois uma empresa brasileira, a Braskem, do grupo Odebrecht, consolida-se como a líder mundial no fornecimento de plásticos biodegradáveis, assunto sobre a qual trocamos ideias com seus dirigentes há algumas décadas. Utiliza o etanol como matéria-prima básica, mas já se cogita de outras fontes sustentáveis, com produções em outras partes do mundo. O lixo é um grave problema mundial.
Ora, todos sentem as dificuldades por que passa a economia mundial, com os países desenvolvidos enfrentando problemas, e os emergentes tendo que desacelerar um pouco o seu crescimento. Uma nova crise indesejável ameaça o sistema financeiro de todo o mundo, com nova disseminação das incertezas e a redução da confiança, que inibe qualquer investidor. Ao lado da resistência das instituições financeiras por uma regulamentação razoável para minimizar os riscos.
Algumas matérias-primas, inclusive agropecuárias que são importantes para o Brasil, já acusam os primeiros sinais de reversão das tendências de alta dos preços. Mas os que pensam em tecnologia precisam ter seus horizontes de prazo mais longo, como também em todos os setores básicos da economia.
É claro que as economias emergentes continuarão a crescer, mesmo com as atenções aos problemas do meio ambiente, bem como melhoria do nível de bem-estar dos assalariados. Mas não se pode esperar um crescimento contínuo, a elevadas taxas, e sim algumas flutuações naturais nos fenômenos econômicos.
Torna-se mais relevante a escolha de alguns setores onde os investimentos devem ser concentrados, por apresentarem melhores condições de concorrência internacional. É evidente que aos preços atuais, novas fontes de matérias-primas e energias serão estimuladas, aumentando a competição onde o Brasil já dispõe de tecnologia, mas que deverá continuar a evoluir.
Agregar valor ao que exportamos é um imperativo, e nem sempre o mercado é eficiente nas alocações de recursos em setores de longa maturação. Há que se contar com um mínimo de planejamento, com o Estado indutor desempenhando um papel estratégico, principalmente na geração de tecnologia de ponta.
O Brasil já comprovou que tem competência para tanto, mas é preciso que haja uma diretriz clara de política industrial para as pesquisas, formação de recursos humanos estratégicos, tributações e financiamentos adequados. Como de infraestrutura indispensável para viabilizar a competitividade internacional, fugindo da mera concepção financeira de resultados mais imediatos.
Se nós pretendemos consolidar o Brasil como uma economia desenvolvida digna deste nome, precisamos que as diretrizes para tanto fiquem claras, inclusive para provocar a galvanização de toda a sociedade num projeto razoavelmente consensual. Parece insuficiente que fiquemos nos gabando que dispomos de recursos naturais, e precisamos nos acostumar a pensar nas dimensões deste país, pois o que estamos fazendo parece que vai nos deixar distantes dos asiáticos, que estão pensando grande e a prazo mais longo.
11 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: atende a idosos, nas estações ferroviárias, novas máquinas de venda, touch screen
Com os elevados custos da mão de obra, nos países desenvolvidos o uso de máquinas de vendas prolifera em todas as localidades. O jornal Nikkei noticia o lançamento da última geração destas máquinas que facilitam a aquisição de produtos por idosos. Podem ser utilizadas com dinheiro ou cartão de crédito, e as informações são fornecidas pelo toque nas telas.
Informações, por exemplo, sobre as bebidas são fornecidas antes que sejam optadas, com toques nas telas. Estes equipamentos foram desenvolvidos em conjunto pelas empresas JR East Water Business, Omron e Fuji Eletric Retail e já estão funcionando na estação de Shinagawa, na rede ferroviária leste do Japão. As informações são transmitidas por um sistema sem fio, e fornecem dados sobre ofertas temporárias, como chás frios durante o verão que está terrível no Japão.
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10 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Integração | Tags: comportamento recente na América Latina, investimentos chineses e japoneses
O jornal Valor Econômico de hoje publica um artigo do professor Javier Santiso, da prestigiosa Esade Business School, com este título, fazendo um apanhado geral do crescimento recente dos investimentos chineses na América Latina, ultrapassando os japoneses que ainda estão mais diversificados. É verdade que os investimentos chineses estão ocorrendo em todo o mundo, destacando-se na África, onde procuram assegurar o abastecimento de matérias-primas que necessitam para dar continuidade ao seu processo de desenvolvimento.
Nas últimas décadas, os japoneses estão pouco ativos nesta região, concentrando os seus investimentos nos países asiáticos, inclusive na China, para atenderem as demandas de produtos semielaborados e finais, tanto para atender o mercado local como os destinados a atender suas necessidades.
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9 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: eletrônica orgânica, iniciativas da Universidade de Yamagata | 2 Comentários »
Notícias sobre eletrônica orgânica costumam aparecer no noticiário internacional. Agora, o conceituado jornal japonês Nikkei apresenta uma detalhada proposta da Universidade de Yamagata, onde o professor Shizuo Tokito, especialista na próxima geração de display, comanda o projeto. Ele veio dos laboratórios de Ciência e Tecnologia da NHK, tendo estudado na Universidade da Califórnia com o Prêmio Nobel de Química, professor A.J.Heeger. O programa inclui o organic solar cells, o organic transistors e o EL – organic electroluminescence, pretendendo desenvolver a tecnologia posterior ao uso do silício.
Estão juntando uma equipe de pesquisadores de nível Prêmio Nobel, como o professor Junji Kido, famoso por ter desenvolvido o white organic EL. Pretendem em cinco anos contar com a tecnologia para colocar em uso o display flexível, com custo competitivo, chegando até o papel eletrônico.
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9 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: desconfortos para os candidatos, discussões necessárias, questões cruciais e incômodas
Como é compreensível, nas campanhas eleitorais as questões incômodas de um país e para os candidatos ao seu comando nem sempre são colocadas em pauta, pois eles temem perder eleitores na medida em que são obrigados a se definir sobre itens desconfortáveis. É comum que os candidatos em qualquer país coloquem somente posições genéricas que pouco informam sobre as políticas que serão adotadas. Assim, analistas e especialistas vão colocando, aos poucos, alguns destes assuntos para conhecimento de um público mais preocupado com aspectos fundamentais para a evolução futura do de uma economia.
Entre estas questões, figura a crucial questão dos elevados déficits em contas correntes, que na história brasileira tem sido o ponto de estrangulamento dos diversos períodos desenvolvimento. Ainda que as exportações venham evoluindo de forma razoável, o atual nível cambial vem provocando uma elevada expansão das importações e outros gastos no exterior, exigindo um influxo elevado de recursos externos. E as dificuldades internacionais que ressurgem podem estancar, novamente, este fluxo colocando economias emergentes numa situação difícil, exatamente no momento em que estão engajados num agressivo programa de implantação da infraestrutura e ampliação do mercado interno.
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9 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Livros e Filmes | Tags: autora vive nos Estados Unidos, coreanos durante a ocupação japonesa, depoimentos sobre as dificuldades
Este livro da escritora Linda Sue Park, que tem outros publicados pela editora Yearling Book, foi editado em 2002 em Nova Iorque, e republicado em 2004. Refere-se ao lamentável período em que a Coreia estava anexada ao Japão, ato pelo qual o primeiro-ministro japonês apresentou expressamente suas desculpas recentemente. A autora era estudante do primário em 1940, junto com o seu irmão, e todos os coreanos tiveram que mudar o seu nome naquele período. Ainda que o livro seja destinado mais para os adolescentes, os críticos o consideram como um importante documento sobre as dificuldades da guerra.
Os coreanos foram transformados em súditos do Império do Japão e as suas escolas passaram a lecionar em idioma japonês. A autora relata o que aconteceu com sua família que tinha orgulho da herança coreana, mas era obrigada a se submeter ao domínio do país vizinho que ganhou a guerra no começo no século passado entre os dois países, e agora se envolvia na que passou a ser conhecida como a Segunda Guerra Mundial.
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9 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: importância da Copa do Mundo, preparativos, qualidade do futebol brasileiro
Não é preciso ser um especialista, basta ligar a televisão no Brasil ou em outros países do mundo para se notar que atual qualidade do futebol brasileiro é preocupante, quando comparada com a praticada em muitos lugares ou no passado. É preciso ter a plena consciência que o Brasil é conhecido no resto do mundo pelo seu futebol, que já teve fases brilhantes e conta com muitos jogadores e outros profissionais espalhados por países até difíceis de serem imaginados. São embaixadores do Brasil em todo o mundo. É uma marca pela qual somos reconhecidos, para o bem como para o mal.
E a Copa do Mundo na África provou que ela é um evento mundial que dá ampla visibilidade ao país que a sedia, multiplicada pela atual capacidade da comunicação universal. Os chineses a consideram equivalente às Olimpíadas, e já preparam a equipe nacional para disputá-la no Brasil.
Mesmo não desejando se aborrecer, basta abrir os jornais, revistas e outros meios de comunicação social para verificar que os preparativos da infraestrutura estão aquém do desejado. Parece que o assunto não está sendo levado a sério, como se o improviso e a urgência fossem acabar dando um jeito em tudo. Todos sabem que o que está em jogo não é somente o futebol, mas a capacidade brasileira de engenharia, de mobilização de recursos, de planejamento, de antecipação dos obstáculos. O que está em jogo é o Brasil.
Novo projeto para o estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Licitação contestada e programa de reforma se arrasta
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8 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Categoria?, Notícias | Tags: industrializações nas zonas produtoras, produtos alimentícios com marcas próprias
A imprensa japonesa registra o aumento de produtos de grandes fornecedoras de alimentos da Europa no mercado do Japão com marcas próprias. Parte destes produtos, adequados aos paladares japoneses, como apresentações ajustadas às exigências dos consumidores daquele mercado está sendo oferecida nos pontos de venda do Japão. Vão desde produtos típicos, como o shoyu ou o natto, apresentados em embalagens adequadas escritas totalmente em japonês.
Como o Brasil é um importante produtor de matérias-primas agropecuárias de alimentos largamente consumidos no Japão e outros mercados asiáticos, parece que seria uma oportunidade para a produção local destes produtos, com marcas específicas, apresentados de forma a atender as exigências daqueles mercados.
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8 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: estágios mais avançados, no Japão e no exterior, pescados preparados para os retalhistas
Começa a esboçar-se uma nova tendência no mercado de produtos derivados de frutos do mar, que parece bastante racional. Empresas japonesas começam a utilizar suas facilidades para oferecer produtos semipreparados para os varejistas, dando um passo a mais no que já ocorria. Já era usual que peixes limpos, tanto na forma de filés como até sashimis, eram oferecidos para as donas-de-casa nos supermercados japoneses. Agora, já semigrelhados, cozidos e fritos estão sendo oferecidos, utilizando instalações existentes nos portos pesqueiros como nas proximidades de mercados importantes com o famoso de Tsukiji.
Esta tendência não se observa somente no mercado japonês, como em outros asiáticos, como noticiado no jornal Nikkei. Estes produtos são apresentados com datas claras do seu preparo e prazo de validade, de forma que haja segurança para os seus consumidores.
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8 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Integração | Tags: acadêmicos brasileiros no exterior, literatura como forma de compreender o Brasil, novas colocações
Este site tem insistido no enfoque do conhecimento recíproco da Ásia e da América do Sul sob uma perspectiva ampla, onde a literatura e o cinema também têm um papel relevante. O artigo do último suplemento do Valor Econômico, Eu & Fim de Semana, escrito pela Rachel Bertol, sobre os “Brasilianistas brasileiros”, que está centrado na literatura, é de grande importância para esclarecer este enfoque.
Os antigos brazilianists estrangeiros, em algumas grandes universidades norte-americanas e europeias, estão sendo parcialmente substituídos por acadêmicos brasileiros, principalmente no campo da literatura. Eles ajudam a entender o Brasil, que hoje desperta maior interesse no exterior, tanto do ponto de vista econômico quanto político. Como ajudam a fazer uma análise do país sobre uma perspectiva do exterior, com um enfoque mais abrangente, do ponto de vista sócio-cultural.
Ainda é um processo que mal começou, pois o Brasil não tem uma tradição cultural muito rica nem longa. No caso dos Estados Unidos, segundo o artigo, parece que somos ofuscados, ainda, pela influência mais acentuada dos hispano-americanos. E na Europa, pelos luso-africanos. No entanto, com um enfoque mais abrangente da tradição francesa, foge-se da exagerada departamentalização do conhecimento como dos norte-americanos.
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