3 de junho de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: dados subestimados segundo muitos especialistas, deficiências nos amparos econômicos paralelos, mais de 30 mil mortes, mais de 500 mil afetados, mas é o destino de todo mundo”, presidente Jair Bolsonaro: “A gente lamenta todos os mortos
Mesmo sabendo que o Covid-19 apanhou quase todo o mundo de surpresa com a virulência de sua transmissão na maioria dos países, há que se admitir que o Brasil venha enfrentando este problema de forma muito discutível. Ninguém aprecia falar sobre as dificuldades, mas prefere tratar de aspectos positivos, mesmo dentro de uma perspectiva de prazo mais longo. Os heroicos sacrifícios dos profissionais de medicina, com os riscos de suas vidas, merecem os reconhecimentos de toda a população. No entanto, o que vem se fazendo no topo do governo beira algo parecendo criminoso, que precisa ser corrigido com urgência. Ainda que muitos militares brasileiros sejam dedicados, encher o Ministério da Saúde neste momento crucial de pandemia com eles parece algo muito estranho, quando se dispõe de pessoal local qualificado para tanto.
Sou economista, mas tenho trabalhos relacionados com a saúde por décadas em diversas partes do mundo, tendo sido até o principal responsável por um hospital filantrópico em São Paulo. Poucas vezes vi um excesso de erros como atualmente no Brasil, começando com um presidente da República que, com seus atos, não ajuda na motivação da população para minorar o problema que enfrentamos. Os seus auxiliares, como do setor econômico, conhecem pouco deste país, e uma ajuda temporária como de R$ 600,00 mensais foi subestimada nas suas dificuldades de implementação, exigindo que pessoas modestas passem frias madrugadas nas filas das agências da Caixa Econômica, sem conseguir preencher as exigências fixadas, quando ocorrem também milhares de irregularidades nos seus recebimentos. São aspectos que precisavam ser estudados antecipadamente dado o expressivo volume dos que teriam que ser atendidos, mesmo sem contar com as documentações mínimas consideras indispensáveis, para muitos analfabetos que nem possuem um RG.
Os chineses já ensinavam há milênios que subestimar as dificuldades seria erro grave para a solução adequada dos problemas que sempre existem em qualquer país do mundo, que precisa conviver com as limitações naturais das sociedades humanas, mas dirigentes brasileiros despreparados não cuidaram delas, que não constam dos livros acadêmicos que estudaram.
Primeira página da Folha de S.Paulo, com o gráfico das mortes no Brasil e foto do Cemitério São Luiz, em artigo que vale a pena ser lido na sua íntegra
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1 de junho de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: artigo no Financial Times, medidas preventivas como medição das temperaturas, medidas simples como a limpeza das mãos, países pobres com pouca circulação internacional, sem muitos recursos hospitalares, uso de máscaras e distanciamentos sociais
Ainda que seja prematuro falar-se da Etiópia, onde nasceu o atual diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhannom Ghebreyesus, país com 110 milhões de habitantes pobres (renda per capita de US$ 2.500 por pessoa), só conta ainda com 731 casos de contaminados, com seis mortes. Por ser um país autoritário, existem os que colocam em dúvida estes dados, mas outros indícios mostram que eles seriam razoáveis. Estes dados constam de um artigo de David Pilling, do Financial Times, traduzido para o português e publicado na Folha de S.Paulo. Segundo as autoridades locais, 40 milhões de habitantes foram examinados nos seus históricos de deslocamento, fazendo-se as medições de suas temperaturas. 50 mil pessoas fazem a quarentena e eles dispõem de 15 mil leitos em centros de isolamento, o que é surpreendente para um país pobre. Quando começou a pandemia, aquele país dispunha somente de 22 ventiladores.
Mapa da Etiópia, no leste do continente africano
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30 de maio de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: a crise brasileira, entrevista para Ricardo Lessa, publicado no Eu & Fim de Semana do Valor Econômico
A carioca Márcia Castro formou-se em Estatística no Rio de Janeiro, obteve em Princeton um Ph.D com distinção e hoje leciona na Universidade de Harvard como professora titular, pesquisando sobre a malária e doenças transmitidas por mosquitos na Amazônia. Deu entrevista a Ricardo Lessa, publicada no suplemento Eu & Fim de Semana, do jornal Valor Econômico, falando sobre a atual crise brasileira.
Professora Márcia Castro de Harvard, que deu entrevista para Eu & Fim de , do Valor Econômico, que vale a pena ser lida na íntegra
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28 de maio de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: 43 razões examinadas, artigo de Lisa Du e Grace Huang, com pouco testes na população, muitas hipóteses possíveis, seu exemplo poderia ser aplicado em outros países?
Muitos questionam por que o Japão que testou somente 0,2% de sua população teve um sucesso no combate ao coronavírus, destacando-se dentro do Grupo do Sete países mais importantes no mundo. 43 razões foram examinadas, mas não foi possível se chegar a uma conclusão razoável para esta performance.
Os japoneses que foram criticados no caso do navio de passageiros Diamond Princess colheram informações importantes do episódio, ficando alertados sobre a sua propagação muito rápida
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28 de maio de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: a dura volta para a circulação cuidadosa, artigo no Asahi Shimbun, com a redução dos contágios do coronavírus no Japão, exemplo para outros países
Todos no mundo aspiram a volta à circulação normal depois de longos isolamentos, mas os exemplos, como os dos japoneses, mostram alguns cuidados adicionais necessários para evitar novos aumentos dos afetados pelo coronavírus. Vão além dos usos de máscaras para evitar estes contágios, considerando as situações que variam de localidade.
Dois fregueses num restaurante do Japão, separados por placas claras visando evitar contágios, em foto constante em um artigo publicado no site do Asahi Shimbun, que vale a pena ser lido na sua íntegra
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28 de maio de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política, Saúde | Tags: a necessidade de cooperação internacional, importante entrevista da Soumya Swanminath da OMS para o Estadão, os problemas que estão dificultando o combate eficiente ao coronavírus
Ainda que alguns poucos não reconheçam adequadamente, a Organização Mundial de Saúde conta com um diretor geral africano de grande importância internacional, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Um diretor do Programa de Emergência sueco, Mike Ryan, e a indiana Sounya Swanminath, cientista chefe e diretora executiva, entre muitos outros especialistas de elevada qualificação.
Soumya Swaminathan, a indiana cientista-chefe e diretora executiva da OMS, em foto constante do artigo publicado no site do Estadão, que vale a pena ser lido na sua íntegra
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24 de maio de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: contraiu coronavírus trabalhando no Hospital das Clinicas da USP, doutora Ho Yeh Li (47) foi buscar a primeira leva de brasileiros em Wuhan na China, entrevista para Natália Cancian da Folha de S.Paulo, formada na USP em infectologia | 2 Comentários »
Ho Yen Li nasceu em Taiwan, veio criança para o Brasil, naturalizou-se brasileira e é a coordenadora da UTI de infectologia do Hospital das Clínicas da USP. Fez parte da equipe de médicos que foram transferir os brasileiros que estavam em Wuhan, na China, e ficou isolada em Anápolis, Goiás, pela primeira vez. Trabalhando, contraiu o coronavírus, mas conseguiu se recuperar na segunda vez. Com a sua autoridade, afirma que os brasileiros ainda não entenderam a gravidade desta pandemia, que certamente não é um resfriadinho.
A médica Ho Yeh Li, coordenadora da UTI de infectologia do Hospital das Clínicas da USP, em foto constante do artigo na Folha de S.Paulo, que vale a pena ser lido na íntegra
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23 de maio de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: artigo de Taichi Yamamoto publicado no The Mainichi do Japão, duas filhas com menos de 20 anos, o doutor Fernando Miyake (56) que trabalhava num hospital em Santo André – SP faleceu, sua esposa Ariana (47) é enfermeira, vítima do coronavírus
Ainda que o doutor Fernando Miyake seja da terceira geração de imigrantes, os japoneses continuam considerando-os iguais aos nipônicos. Ele, que trabalhava num hospital de Santo André, no Estado de São Paulo, acabou contraindo o coronavírus e faleceu, ainda quando pouco se conhecia sobre esta pandemia. Seu irmão Claudio Miyake relatou o seu drama num post no Facebook, considerando-o um verdadeiro herói.
A captura de tela de uma postagem no Facebook feita por Claudio Miyake, irmão mais novo de Fernando Miyake, médico japonês brasileiro de terceira geração em São Paulo, descreve a batalha do médico com o novo coronavírus, que tirou sua vida em abril. Consta do artigo publicado no site do The Mainichi, que vale a pena ser lido na íntegra
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22 de maio de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: 16 vezes mais análises de amostras por vez, artigo de Fabiana Cambricole do Estadão, custo pode ser 1/5 do atual, estará disponível em junho próximo, patente mundial, usa tecnologia de sequenciamento genético de nova geração
Um artigo de Fabiana Cambricole foi publicado no Estadão informando sobre o importante desenvolvimento ocorrido no Hospital Albert Einstein de São Paulo, sobre uma nova técnica para diagnóstico de coronavirus, chamado RT-PCR, com capacidade de analisar até 16 vezes mais amostras por vez, quando comparado com o que é utilizado hoje. O presidente do Einstein, Sidney Klajner, deu uma entrevista sobre o assunto para o Globo News de 21 de maio, estimando que o preço no mercado dos testes deva ficar em cerca de 1/5 do atual.
O teste seria o primeiro no mundo que utiliza a tecnologia do sequenciamento genético de nova geração, baseado na leitura de pequenos fragmentos de DNA para a identificação de doenças ou mutações genéticas. Como o exame de biologia molecular RT-PCR, o novo teste do Einstein busca o material genético do vírus nas amostras coletadas e também é indicado para pacientes na fase aguda da doença. Por meio de técnicas de sequenciamento e da utilização de uma ferramenta de inteligência artificial, o processo de análise do material é automatizado, possibilitando o processamento de mais amostras por ciclo.
A confiabilidade dos resultados é extremamente alta, aproximando-se de 99% e, segundo Klajner, esta tecnologia pode ser aplicada com relativa facilidade por laboratórios que disponham do mínimo para estas análises, espalhados pelo Brasil, com ajustes mínimos. Os pacientes ainda assintomáticos já podem ter diagnósticos no dia seguinte a sua contaminação. Espera-se que esta tecnologia esteja disponível já no próximo mês. O que pode ser questionado é como serão atendidos os diagnosticados, com as atuais limitações da rede hospitalar no país, a não ser que possam ser isolados em suas residências, com um mínimo de cuidado. Esta tecnologia poderá ser aplicada também no exterior.
O Einstein obteve esta tecnologia de forma bastante rápida, pois já vinha trabalhando com estas tecnologias para o câncer e doenças genéticas e conseguiu transferir seus conhecimentos para doenças virais, como o coronavírus. Os sequenciamentos genéticos de nova geração, geralmente utilizado para análise do DNA humano, foram adaptados para detectar o material genético de vírus, o RNA. O Einstein dispõe de uma subsidiária, a Varstation, que utiliza a inteligência artificial para análise destes tipos de dados. As sondas que localizavam pedaços do DNA foram utilizadas para selecionar as partes do material genético do vírus, que interessam no processo de diagnóstico, em termos compreensíveis para os leigos.
Técnica desenvolvida pelo Einstein utiliza ferramenta de inteligência artificial para automatizar o processo de análise das amostras Foto Divulgação/Hospital Albert Einstein, constante do artigo no site do Estadão, que vale a pena ser lido na integra
O desenvolvimento da técnica levou dois meses e estará disponível para os pacientes do hospital em três semanas. O Einstein diz que não descarta a realização de parcerias com o SUS para que o exame seja disponibilizado também para os laboratórios da rede pública. O processo de coleta é o mesmo realizado para o RT-PCR – coleta de secreção e saliva por meio de uma haste flexível (swab), e o resultado final sai em até 72 horas.
Segundo Mayana Zatz, diretora do Centro de Pesquisas do Genoma Humano e professora da Universidade de São Paulo (USP), a tecnologia de sequenciamento genético de nova geração já é usada em outras situações para análise de RNA e sua grande vantagem é que, quando associada a alguns equipamentos, aumenta de maneira significativa o volume de amostras processadas.
"Se esse novo teste puder aumentar a capacidade diagnóstica a um custo menor, será extremamente importante para termos uma opção a mais de exame para os pacientes no início da infecção, quando ainda é possível isolar a pessoa e impedir que ela transmita o vírus para mais gente", afirma Mayana Zatz. Se isto não resolve o problema do paciente diagnosticado, no mínimo reduz fortemente a propagação da atual pandemia.
Não há dúvidas que esta é uma das inovações mais significativas para evitar a propagação do coronavirus no Brasil e no mundo.
20 de maio de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: artigo no China Daily, o presidente norte-americano se lança também contra a OMS, The Lancet a respeitável revista inglesa quase centenária vira alvo de críticas de Donald Trump
Seção: Saúde, Editoriais e Notícias Tags:
Donald Trump é um político que preza muito sua opinião pessoal, não sendo objetivo em algumas suas críticas veementes, como contra a respeitável revista científica inglesa The Lancet, quase centenária. Também se opõe à Organização Mundial de Saúde – OMS, ameaçando suspender a contribuição dos Estados Unidos para esta importante entidade, diante de seu próprio erro, subestimando a ameaça do coronavírus.
Presidente Donald Trump no seu gabinete fala sobre o coronavírus. Foto constante do artigo no China Daily, que vale a pena ser lido na íntegra
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