Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Steve McCurry Expõe no Instituto Tomie Ohtake

5 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Alma Revelada, imagens mais que palavras, o fotógrafo norte-americano Steve McCurry | 2 Comentários »

Pode ser que nem todos o conheçam pelo nome, mas certamente muitos já ficaram impressionados com os seus trabalhos, como o que ilustram esta matéria. “Alma Revelada” é o título da exposição que se realiza atualmente em São Paulo, no Instituto Tomie Ohtake (www.institutotomieohtake.org.br). Mais do que palavras, textos ou livros, uma simples imagem como a deste consagrado fotógrafo norte-americano Steve McCurry é capaz de comover todos que são ainda humanos. Imagens das pobrezas, desgraças, desastres, fisionomias, que expressam mais que discursos, que atingem milhões de seres humanos em todo o mundo, mais que as alegrias que também fazem parte de suas vidas.

Seus trabalhos ganharam vida com a técnica do Kodachrome, cujo último rolo foi por ele utilizado, depois que a fotografia passou a utilizar os sistemas digitais de alta definição, tecnologia que permite mais fotos, menos técnica, mas inevitável diante da evolução tecnológica. E a oportunidade do instantâneo que é capitado por estes gênios da fotografia. Muitos dos seus trabalhos, do Oriente Médio e da Ásia, mas até da queda das Torres Gêmeas de Nova Iorque, se tornaram capas famosas de muitas revistas internacionais.

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Petrobras Chama Atenção de Empresários Japoneses

2 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Empresas, Notícias, webtown | Tags: CCBJ, empresários japoneses, palestra na Câmara de Comércio Brasileira no Japão, Petrobrás, pré-sal

* Publicado originalmente na Revista Brasil, da Câmara de Comércio Brasileira no Japão

O presidente José Sergio Gabrielle de Azevedo, da Petrobras, fez uma brilhante apresentação no almoço promovido pela Câmara de Comércio Brasileira no Japão (CCBJ), no dia 7 de novembro, nas dependências do luxuoso Hotel Península, em Tóquio. Observadores experientes das relações entre o Brasil e o Japão avaliaram o evento como dos mais expressivos no relacionamento bilateral recente entre os dois países.

A Petrobras vem apresentando aos empresários, notadamente dos grandes grupos japoneses, os dados de sua performance recente, bem como os arrojados programas para os próximos anos, criando grandes oportunidades tanto para os investidores como fornecedores internacionais. Isto já aconteceu na própria Câmara de Comércio, nas dependências do JBIC (Japan Bank for Internacional Cooperation) ou em Salvador, Bahia, quando empresários brasileiros se reuniram com os japoneses.

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As empresas japonesas relevam a disposição de participar deste programa considerado entre os mais promissores do mundo emergente, que ganha uma importância maior no cenário mundial. Muitos já conhecem o que vem acontecendo no Brasil, especialmente os que acompanham atentamente os assuntos relacionados com o abastecimento vital de energia. Na palestra recente de José Gabrielli, houve um dado que impressionou os participantes, como o expressivo aumento dos componentes produzidos no Brasil nos equipamentos utilizados pela Petrobras. Isto demonstrou aos empresários japoneses a necessidade de ampliar suas produções no Brasil para continuarem competitivos.

Muitos estão se apressando para acelerar seus projetos no país, não só para aproveitarem as oportunidades geradas pelo pré–sal como visando o fornecimento para outros grandes projetos brasileiros, como os relacionados com a Copa do Mundo e as Olimpíadas.

Muitos japoneses já se mostram sensíveis na participação de projetos, que implicam em pesquisas adicionais a serem efetuadas no Brasil. A comparação com o que fazem os grandes grupos internacionais, que já aderiram aos trabalhos como os que estão feitos na ilha do Fundão, no Rio de Janeiro, mostram que os grupos japoneses estão atrasados em comparação com os grupos internacionais.

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Na plateia alguns empresários se mostravam impressionados com a presença de importantes líderes da comunidade empresarial japonesa no evento, demonstrando os elevados interesses das empresas internacionais nos projetos brasileiros. Um dos novos participantes destes almoços da CCBJ, notando a importância do evento, perguntou-me se tais reuniões eram frequentes, revelando o seu interesse em participar de outros que lhe permitiria estabelecer contatos com os responsáveis pelos grandes projetos brasileiros.

Eventos desta natureza, que contribuem decisivamente no aumento do intercâmbio bilateral do Brasil com o Japão de forma efetiva e objetiva, poderiam ser multiplicados, além dos que já vêm sendo realizados. Mostra que a Câmara de Comércio está desempenhando um papel de grande importância nestas relações. Sempre é possível aperfeiçoar estas interessantes iniciativas, como propiciar uns espaços maiores para o relacionamento dos participantes que se mostravam ávidos a aprofundar ou estabelecer novos contatos iniciais.

Outras entidades similares, mundo afora, vem desempenhando papéis importantes no estímulo ao intercâmbio com a participação ampla, pois o mundo globalizou-se e todos participam juntos com outros grupos dos grandes projetos como os da Petrobras.

Outros dirigentes brasileiros importantes como os da Vale, da Embraer, do Banco do Brasil, do BNDES e dos grandes grupos privados do Brasil com atuação internacional poderiam ser convidados para participar de eventos desta natureza, pois nota-se o forte interesse dos japoneses estabelecerem relacionamentos com estes grupos, montando até consórcios para participarem de alguns grandes projetos brasileiros.

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Dificuldades das Consultorias Econômicas

30 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: apesar dos avanços nas tecnologias, dificuldades com as tendências futuras, informações estatísticas defasadas

Parecem pertinentes as reclamações sobre as análises efetuadas pelas consultorias econômicas, principalmente quando elas ousam efetuar projeções futuras, diante das divergências como as que acabam acontecendo quando o futuro já virou passado. Isto, apesar dos avanços da teoria econômica, das facilidades da informática e de sofisticados instrumentos estatísticos disponíveis. Um reconhecido e experiente profissional como o professor Antonio Delfim Netto afirma sempre que o futuro é opaco, podendo ser influenciado por fatores imprevisíveis. E existem os que afirmam que até o passado nem sempre é muito seguro, apresentando revisões nos dados históricos, principalmente no Brasil.

Mas também existem imprecisões que poderiam ser melhor alertadas e que nem sempre merecem a atenção devida dos muitos profissionais que atuam no setor atualmente. Poucos conhecem as metodologias que são utilizadas para a coleta e elaboração de muitos dados, que chegam a ser meras aproximações do que se pensa refletir a realidade, que estão sendo aperfeiçoados no tempo. Muitas são amostras que não foram tecnicamente elaboradas, com todos os cuidados indispensáveis para melhor expressar a evolução de algumas realidades, sendo somente parciais. Mesmo os censos ainda são precários e nem sempre realizados com a regularidade desejada, apesar dos esforços dos organismos encarregados das estatísticas.

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O IBGE é o órgão central dos levantamentos estatísticos e a Fundação Getúlio Vargas elabora muitos indicadores de preços

Muitas estatísticas são elaboradas a partir de informações prestadas pelas empresas e pelas famílias, que não as consideram importantes, e costumam apresentar vieses decorrentes, por exemplo, das sonegações fiscais. Elas são coletadas, normalmente, pelos órgãos responsáveis pelas estatísticas dos municípios que nem sempre contam com pessoal especializado, e muitas vezes têm interesse na elevação de alguns números, como os que refletem a população, pois muitos dos recursos que lhes são repassados se baseiam neles. Depois, costumam ser agregados ao nível dos Estados, que contam com limitações orçamentárias e finalmente são globalizados para o país todo. Todos os estudantes deveriam conhecer os seus processos de elaboração para se conscientizarem de suas limitações bem como aperfeiçoamentos metodológicos constantes.

Muitos dados são feitos por amostragens incapazes de refletir as mudanças dinâmicas que vão ocorrendo na economia, baseando-se em números que refletem uma posição estática do passado, mesmo que alterada periodicamente. Outros são coletados somente nas capitais ou outras cidades importantes, como os que deveriam refletir a evolução dos muitos índices de preços, cujas metodologias nem sempre são conhecidas nos seus detalhes pelos profissionais que as utilizam. Baseados em orçamentos familiares, muitas vezes são meras amostragens incapazes de contar com a precisão desejável, sendo o que se chama tecnicamente como “proxies” da realidade, ou meras aproximações.

Vamos tomar, por exemplo, os dados relativos à evolução da produção da pecuária. Normalmente, os dados estatísticos de muitos frigoríficos não são precisos, lamentavelmente, diante da sonegação dos dados efetivos. As variações do rebanho deveriam ser medidas, sendo mal feitas mesmo nos censos por limitações orçamentárias. O usual acaba sendo uma intra e extrapolação dos dados que não estão disponíveis. Houve períodos em que as estatísticas refletiram um crescimento contínuo da produção animal e com taxas fixas por um longo período longo.

Alguns municípios contam com limitados números de agentes estatísticos que são responsáveis pelos dados demográficos, de saúde, de educação, da produção industrial, do comércio, da agropecuária como das produções extrativas e minerais. Eles não são super-homens com conhecimentos abrangentes de todos estes setores. As estimativas de safras chegaram a ser elaboradas por um funcionário que dava uma “espiada” geral, no panorama que lhe era possível na sua região, para dizer que neste ano ela cresceria ou decresceria tanto por cento.

Há uma hipótese estatística dos grandes números que supõe que os erros se compensam, mas a tendência sentida pelos mais experientes profissionais é que existem vieses sistemáticos num certo sentido, em muitos dados.

Com os meios hoje disponíveis da informática, muitos dados poderiam ser mais precisos e, no entanto, os chamados “indicadores antecedentes”, como as vendas de materiais de embalagem, carteiras de pedidos e outros não estão merecendo a atenção devida, fazendo com que muitas consultorias apresentem estimativas de evolução da produção, dos preços e juros que sejam convenientes para os seus clientes, infelizmente, baseados em dados que apresentam alguns atrasos significativos. Muitas hipóteses utilizadas não estão explicitas.

Quando existem mudanças de tendências como as que vinham ocorrendo intensamente no passado recente, passando de uma conjuntura ascendente de atividades econômicas mundiais e pressões inflacionárias elevadas para uma depressiva e redução de muitos preços, se tomados somente as informações passadas, certamente vão ocorrer distorções que nem sempre são alertadas.

No passado, o Banco Central do Brasil expressava algumas de suas observações para o chamado “mercado”, na tentativa de contribuir na formação das expectativas, que retornavam para as autoridades monetárias na forma do atendimento das pesquisas para elaboração do relatório “Focus”. Esta relação poderia gerar situações complicadas que ajudaram a manter os juros elevados, diante de expectativas inflacionárias altas, que não se devem somente as indexações persistentes em muitos serviços públicos.

Hoje, com a direção atual do Banco Central formada somente por profissionais de carreira, capacitados a captarem as tendências com maior precisão, como a persistência da crise mundial por um prazo mais longo, sente-se que o “mercado” acaba refletindo as expectativas de inflação decrescente, acompanhando as autoridades, depois de um curto período de acusações que elas estavam cedendo às pressões política, perdendo a sua independência.

Muitas instituições privadas dispõem de amostras suficientemente grandes dos seus clientes sendo portadores de informações sobre as tendências dos mesmos com relação ao futuro próximo. No entanto, acabam sendo informações de uso privativo. Com os instrumentais hoje disponíveis, as autoridades de diversos setores podem contar com dados mais precisos, com a rapidez necessária, como os que já foram utilizados no passado, sem nenhuma sofisticação técnica.

Observando-se o que acontece em muitos países, quando todos trabalharem com dados mais precisos, as possibilidades de acertos da arte da política econômica acabam se elevando, ajudando no aumento da eficiência de todo o país, tanto em benefício da produção como dos consumidores que são vitais em qualquer economia, e, com maior transparência, as distorções de muitas consultorias poderiam ser minimizadas.


Um Professor Português no Japão

30 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: entrevista no Japan Times, Jose Alvares, poucos portugueses no Japão atual | 2 Comentários »

Uma entrevista feita por Mami Maruko com o professor Jose Alvares, publicado no Japan Times, informa que ele se encontra naquele país ao longo dos últimos 43 anos, não sabendo muito claramente o que o levou a escolher o Japão para viver. Ele se sentiu intrigado pelo “mistério” do país e, segundo o entrevistado, continua com o seu coração em Portugal, onde vive a sua filha, e para onde telefona diariamente. Ainda que tenha algumas coisas em comum com os brasileiros, que vivem no Japão em maior número, informa-se que ele se dedica à pesquisa histórica das influências portuguesas naquele país do Extremo Oriente, quando dificilmente um brasileiro o faz com relação ao Brasil.

Ele se reporta aos biombos Nanban como os já relatados neste site, e que se encontram na atual exposição no Museu Suntory, no Midtown, que retratam a interação dinâmica entre os portugueses e japoneses. Jose Alvares nasceu em Goa, Índia, mas estudou na Universidade de Coimbra e foi enviado ao Japão pelo governo português em 1968, e a ele se juntou sua esposa Manuela, que lecionou português na Universidade de Waseda e na Universidade de Sophia, onde também trabalhou o entrevistado. Inicialmente, ele lecionou na Universidade de Tóquio.

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Saudades do Jacarandá: Fim de Primavera no Hemisfério Sul

30 de novembro de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos, webtown | Tags: A season of purple-China Daily-21/11/2011, jacarandás mimosos de Buenos Aires, Lisboa, Porto Alegre, Pretória-África do Sul, São Paulo-Brasil. | 4 Comentários »

Nesta Lisboa, onde mansos e lisos os dias passam a ver gaivotas, e a cor dos jacarandás floridos se mistura à do Tejo, em flor também…” (Eugénio de Andrade, 1923-2005).

No interior paulista da nossa infância, exuberantes flores cor de laranja de cipós de São João, em julho, marcavam férias escolares de inverno. Logo, explosão de ipês amarelos anunciava início da primavera. Transcorridos Dia da Árvore e setembro, era a vez de jacarandás mimosos começarem a derramar seu roxo e lilás pela plena primavera outubro afora. De uma cor que remete à fugaz nostalgia, a floração do jacarandá mimoso foi registrada por pintores, poetas, e haicaistas. Para imigrantes japoneses, a etérea cor violeta lembrava com saudade as floradas da glicínia (fuji) no Japão; turistas japoneses na primavera de São Paulo perguntavam por onde poderiam apreciar as flores do /djakarándah/, como eles pronunciam.

新华社照片,布宜诺斯艾利斯,2011年11月20日
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  这是11月19日拍摄的阿根廷布宜诺斯艾利斯的街道。
    每年11月,阿根廷首都布宜诺斯艾利斯迎来蓝楹盛开的季节,美丽的紫色花朵令城市街道变身花海。
    新华社记者宋洁云摄新华社照片,布宜诺斯艾利斯,2011年11月20日
  布市蓝楹盛开 街道变身花海
  11月19日,在阿根廷布宜诺斯艾利斯,居民在花树下休闲健身。
    每年11月,阿根廷首都布宜诺斯艾利斯迎来蓝楹盛开的季节,美丽的紫色花朵令城市街道变身花海。
    新华社记者宋洁云摄

Jacarandás de Buenos Aires, em fotos do China Daily

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Jacarandá mimoso e jacarandá de Lisboa

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Jacarandás de Pretória, África do Sul, e de Porto Alegre

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Euforia na Imprensa Brasileira com a Dilma no New Yorker

29 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo ponderado, Dilma no New Yorker, repercussões amplas no Brasil

Não é sempre que um mandatário supremo do Brasil merece um artigo com tanto destaque na revista New Yorker, voltada para um público mais exigente, com matérias que exigem um mínimo de preparo para a sua apreciação. A revista não é de cunho popular ou de divulgação semanal, mas provoca reflexões mais profundas. A presidente Dilma Rousseff mereceu um artigo de 14 páginas de Nicholas Lemann, que procura ser equilibrado, mas reflete uma surpreendente admiração, considerando-a “ungida” não só pelo Lula da Silva, mas por ter conseguido o que poderia se chamar a tríplice coroa, com o crescimento econômico, que se destaca com os Estados Unidos e a Europa enfrentando problemas, liberdade política, diferente de muitos países autoritários, e uma respeitável melhoria na distribuição de renda.

A repercussão do artigo na imprensa brasileira é inusitada, com praticamente todos os veículos de comunicação destacando a matéria, com resumos diferentes, pois sua circulação é da edição de 5 de dezembro próximo. O artigo refere-se também aos pontos problemáticos do Brasil como a corrupção, criminalidade, educação precária, deficiências de infraestrutura. Mas ressalta que a presidente tem um estilo diferente de governar do seu antecessor, Lula da Silva, por quem foi indicado como candidata, e ter sido beneficiada por uma economia que se encontrava em boas condições. Reconhece que ela procura atacar os problemas existentes como pode.

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Assuntos que Estão por Trás da Decisão Sobre a Usiminas

28 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: algumas dificuldades, dados constantes dos comunicados oficiais, uma solução adequada

O jornal Valor Econômico publica hoje na sua manchete principal a solução que foi alcançada na disputa pela Usiminas, que começou com a pretensão hostil da CSN – Companhia Siderúrgica Nacional, comandada por Benjamin Steinbruch, de assumir o seu controle. No fundo, a CSN teria a vantagem de absorver a tecnologia que a Nippon Steel transferiu para a Usiminas, quando a CSN conta atualmente com uma menos sofisticada, concentrada em produtos básicos. A Usiminas tem capacidade de produzir aços como os utilizados pela indústria automobilística, que continua evoluindo para fazer face às concorrências das fibras de carbono e materiais plásticos utilizados nas indústrias automobilísticas, que procuram usar menos combustível com um peso mais leve.

A Techint tem o seu braço siderúrgico com a Ternium, que já tem uma joint venture com a Nippon Steel no México, estando acostumada com a cultura desta tradicional siderurgia japonesa nascida da fusão da Yawata e da Fuji, que continua tendo elevada importância no cenário empresarial do Japão. Com a fusão da Nippon Steel com a Sumitomo Metals, ela deve voltar a ser a segunda no mundo, atrás da AcelorMittal indiana, superando a Posco coreana, bem como a Bao Steel chinesa.

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Cargas da Imprensa Norte-Americana Sobre os Chineses

28 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: criticas subliminares, disputa ideológica, momentos de crise, problemas destacados | 5 Comentários »

Observando dois artigos reproduzidos no Valor Econômico, um do The Wall Street Journal e outro do Bloomerg/ Businessweek, fica-se com a impressão da existência de uma verdadeira campanha norte-americana subliminar destacando eventuais problemas, ainda que diferentes, enfrentados pela China. Sempre que o quadro internacional torna-se mais problemático, é natural que um polo dialético seja ressaltado, e com os Estados Unidos e a Europa enfrentando graves dificuldades, a candidata natural acaba sendo a China. Subliminar, pois os assuntos levantados são banais, mas acabam sendo ganchos para criticar o estado atual das coisas na China.

No Wall Street Journal, o jornalista Jeremy Page escreveu o artigo cujo título acabou sendo traduzido por “Crescem críticas às regalias da elite política da China”. Relata-se que um jovem filho de Bo Xilai, o líder que procura ressaltar os valores da época de Mao Tsetung, teria uma participação retumbante num evento nos Estados Unidos, como indicação dos privilégios de descendentes de alguns líderes chineses. No Bloomberg/Businessweek, os jornalistas Dexter Roberts e Jasmine Zhao, no artigo que recebeu o título “Ricos chineses buscam refúgio em países seguros”, informam sobre as transferências de algumas famílias chinesas ricas para o exterior.

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Designação de Embaixadores de Ascendência Asiática

28 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: caso do embaixador norte-americano na China, outros casos não só nos países asiáticos

Como em tudo na vida, existem decisões que proporcionam vantagens e desvantagens, sendo sempre difícil fazer um balanço correto. O suplemento do The New York Times, publicado pela Folha de S.Paulo de hoje, informa, num artigo escrito por Sharon LaFraniere, sobre a designação do ex-ministro Gary Locke, de ascendência chinesa como embaixador dos Estados Unidos na China, com o título “Embaixador ‘comum’ incomoda chineses”.

Muitos países sul-americanos designaram recentemente descendentes de japoneses e até um japonês naturalizado como embaixadores no Japão. A evidente vantagem seria o conhecimento de parte da cultura daquele país, inclusive do idioma, que poderia facilitar os seus intercâmbios, como o que foi conseguido pelo Peru, quando Alberto Fujimori, de dupla nacionalidade, tornou-se presidente. No entanto, quando ele passou a morar no Japão, diante das suas dificuldades políticas e judiciais, acabou provocando problemas de constrangimento diplomáticos.

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Gary Locke, embaixador dos Estados Unidos na China

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Um Projeto Nacional Para o Brasil

28 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: entrevista de Paulo Cunha, IEDI, observações de Jorge Gerdau Johanpeter, planos do governo, reflexões sobre o assunto, sentimento da falta de um projeto nacional

Vale a pena refletir um pouco sobre uma entrevista concedida por Paulo Cunha, destacado empresário brasileiro, presidente do Grupo Ultra, terceiro faturamento privado do Brasil, publicado na Folha de S.Paulo de domingo. Acrescente-se a isto o que expressam outros importantes empresários, como as entrevistas que foram selecionadas pela Carta nº 495 do IEDI – Instituto de Estudos do Desenvolvimento Industrial sobre a atual crise mundial e a indústria brasileira. Incluia-se um importante pronunciamento feito na semana passada pelo empresário Jorge Gerdau Johanpeter que procura ajudar o atual governo federal brasileiro afirmando que não há possibilidade de governabilidade com tantos ministérios. Com tudo, parece possível chegar-se a uma conclusão que se sente a carência de um Projeto Nacional razoavelmente consensual para o Brasil, mesmo que exista um plano governamental federal e diversas entidades que procuram subsidiar o governo federal na direção deste objetivo.

Muitos expressam suas insatisfações, mostrando que não se sentem solidários com o plano que já existe, mesmo que reconheçam alguns dos seus méritos. Não se sentem participantes da elaboração do mesmo, nem concordam completamente com a gestão governamental que vem se efetuando. Evidentemente, nenhum plano tem a possibilidade de satisfazer a todos, mas parece de toda conveniência que se procure um mínimo de solidariedade dos empresários a um Projeto Nacional e que toda a população saiba qual a estratégia que vem sendo perseguida pelo governo para superação da maioria das dificuldades atuais da economia brasileira, de forma a se posicionar corretamente nas tendências futuras do Brasil.

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Jorge Gerdau Johannpeter                         Paulo Cunha

É evidente que a presidente Dilma Rousseff recebeu na sua eleição um mandato para estabelecer uma política condizente com o que expôs durante a sua campanha eleitoral, procurando o desenvolvimento sustentável e possível com a estabilidade de sua economia, dando prioridade para a melhoria social de sua população mais modesta. E que a crise mundial atual provoca uma necessidade de constante adequação pragmática de suas metas, que é sentida de forma diferente pelos diversos setores da economia. Reconhece-se que existe pouca funcionalidade no seu sistema político-partidário brasileiro com as aspirações nacionais, inclusive de relacionamento do Executivo com outros segmentos da administração pública, como o Legislativo e o Judiciário. E que se trata de um sistema federativo, com o poder partilhado com os Estados e os Municípios, onde a execução da política de desenvolvimento depende fundamentalmente do setor privado, ainda que num mundo onde o Estado necessite criar as condições para manter a sua competitividade internacional.

Parece que a maioria da sociedade brasileira aprova o início da atual gestão da presidente como a comandante máxima do país, como indicam as pesquisas de opinião pública. Mas parece que a sociedade brasileira aspira por impostos menos pesados, juros mais baixos, câmbio mais ajustado, serviços públicos mais eficientes, notadamente no atendimento das necessidades de saúde, educação e previdência, melhores infraestruturas, desenvolvimento tecnológico para proporcionar condições competitivas com outros países emergentes nos setores produtivos entre outros aspectos.

É evidente que um Projeto Nacional não é um santo milagre e a sua execução necessita contar com uma pragmática flexibilidade, pois as condições internacionais estão em constantes e fortes mudanças. Mas deve-se reconhecer que a sua discussão pode ajudar a aglutinar importantes segmentos da sociedade brasileira, mesmo que não seja consensual e sempre desperte oposições. Todos se sentiriam mais confortáveis sabendo o que se persegue, de que forma e quais os instrumentos que serão utilizados para se atingir os seus objetivos. Que tudo está em muitos documentos e posicionamentos, não há dúvida, mas sempre algo organizado e consistente poderia ajudar na procura de uma maior eficiência dos resultados, utilizando os recursos humanos, naturais, tecnológicos, e demais recursos disponíveis. Hoje, se reconhece que o mercado não é capaz de resolver todos os problemas mais complexos, muitos que exigem pesados investimentos por longos períodos, como a preparação dos recursos humanos para os desenvolvimentos tecnológicos.

Tudo indica que o Brasil já dispõe de uma política externa mais clara, como a expressa pela presidente Dilma Rousseff na Assembleia Geral das Nações Unidas. Parece útil organizar a sociedade brasileira internamente, desde os setores primários, industriais e dos serviços, inclusive do setor público para enfrentar os desafios que se apresentam no momento, que se agravam num cenário externo que vai demandar muito tempo para ficar mais claro. A ampliação do mercado interno que se tornou mais estratégica exige melhores empregos e a geração de renda para um processo sustentável, sem agravar as pressões inflacionárias e os endividamentos públicos.

Todos reconhecem que o Brasil dispõe de muitas condições favoráveis, mas ainda estamos longe do que já alcançaram outros países emergentes em alguns setores. Um claro diagnóstico da situação em que nos encontramos e as nossas limitações permitem que todos os setores tenham melhores condições para enfrentar os desafios existentes, inclusive com ajuda externa, num intercâmbio sadio, respeitando as opções que são tomadas pelos outros países na perseguição dos seus objetivos nacionais.

O quadro atual não permite os desperdícios de recursos que ainda estão ocorrendo, e exigem a concentração das atenções em alguns objetivos estratégicos, com um claro delineamento dos caminhos que podem ser traçados, ainda que de forma pragmática, diante das condições que continuarão se alterar no tempo.

Muitos estudos já estão acumulados em muitas organizações privadas e públicas e os recursos disponíveis ainda exigem humildade diante dos desafios existentes, ainda que muitas potencialidades estejam claras. Uma organização dos esforços não poderá ser prejudicial, ainda que não seja necessário despender exagerados esforços em discussões que se tornem acadêmicos.

Certamente é um processo que terá ter o comando da presidente Dilma Rousseff que tem todas as credenciais indispensáveis para galvanizar toda a sociedade brasileira neste esforço organizado de desenvolvimento econômico, social e político, de forma sustentável.