6 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a produção de Kyoto, artigo no suplemento Paladar de O Estado de S.Paulo, importância da água
O jornalista José Orenstein foi para Kyoto a convite do Ministério da Agricultura, Floresta e Pesca do Japão, publicando a sua reportagem no suplemento Paladar do jornal O Estado de S.Paulo sobre a produção de saquê de boa qualidade, também conhecido como Nihonshu. Ele teve a oportunidade de visitar alguns dos milhares de produtores japoneses que possuem uma tradição de gerações, no mínimo desde 1637, com o domínio das técnicas para aproveitamento do melhor que pode ser obtido do arroz e da água de boa qualidade, considerada mole. Contendo poucos produtos químicos normais nas águas, a da região de Fushima, distrito de Kyoto, é uma das que apresentam melhores condições.
Ele informa que 80% do saquê são de água, sobre um arroz polido que preserva o amido que está no seu centro, que, fermentado em baixa temperatura, transforma-se no koji que é a base da bebida, mas também utilizada para a produção do missô ou do shoyu em outros estabelecimentos. Ele visitou o Sake Samurai, tendo sido atendido pelo seu diretor Keisuke Irie, que lhe forneceu as informações técnicas. Também esteve na Tsukinokatsura, da família que detém o Fujioka Sake, fundada em 1675, onde foi atendido por Tokubee Matsuda, da décima quarta geração da família que o produz, com técnicas tradicionais.
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5 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: atual economia chinesa, um crescimento mais modesto para as reformas indispensáveis, uma avaliação mais realista de Michael Pettis
A economia chinesa continua sendo uma das mais analisadas, dado o impacto do seu comportamento sobre o resto do mundo, tanto quando cresce como quando reduz o seu ritmo. Por alguns anos, veio crescendo de forma surpreendente, ajudando os seus vizinhos asiáticos como todo o mundo. Agora passa por uma necessidade de reforma para depender mais do seu mercado interno do que da exportação, além de resolver os problemas do seu endividamento, inclusive informal. Necessita, também, reduzir a importância do seu setor estatal, ao mesmo tempo em que precisa ampliar a sua transparência política, permitindo uma liberdade democrática aspirada por aqueles da sua população que já conseguiram uma significativa melhoria do seu padrão de vida. Michael Pettis, que é professor da Universidade de Pequim, é um dos que mais tem escrito sobre esta economia e seus problemas, como já diversas vezes abordado neste site.
Apesar do atual governo da China manter uma meta de crescimento mínimo de 7% ao ano no atual quinquênio com seus novos líderes, Michael Pettis vem afirmando há algum tempo que o possível dentro do ajustamento indispensável é um crescimento de 3 a 4% ao ano, afirmando que não se trata de uma projeção, mas o que ele pode concluir diante de uma série de hipóteses que formula, dentro de um modelo de análise que não é econométrico. Ele expressa que este ritmo pode se prolongar por uma década ou mais, o que vem fazendo no seu site muito utilizado por todos que se interessam sobre a China. Ele afirma que mais recentemente vem sendo consultado até por organismos internacionais, que também expressam suas preocupações sobre esta importante economia que continua impactando fortemente sobre as demais, inclusive sobre o Brasil.
Michael Pettis
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5 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: desaceleração geral, paralelo ao do G-20, problemas cambiais, reunião na Rússia
As insatisfações que estão sendo registrados com as reduções dos crescimentos econômicos dos países emergentes, principalmente os agrupados sobre a sigla BRICS, parecem generalizados, principalmente com as desvalorizações que estão ocorrendo em seus câmbios simultaneamente. Até o suplemento da Gazeta Russa, distribuída em português junto com a Folha de S.Paulo, traz uma longa matéria expressando que a Rússia deveria ser excluída deste bloco, para a inclusão de países como a Indonésia, ainda que também este país passe por uma desaceleração. Eles opinam que a Rússia deveria aprender com as políticas que estão sendo executadas pelos outros emergentes. Mesmo assim, seus crescimentos ainda continuam mais elevados do que as incipientes recuperações que vem ocorrendo no mundo desenvolvido.
As queixas do artigo são idênticas a de outros países emergentes. Recomendam que os investimentos governamentais devam ser mais elevados nas habitações populares como na infraestrutura. Os russos queixam-se dos monopólios e desejam que algumas atividades sejam transferidas para o setor privado, notadamente no comércio internacional, como o Brasil está efetuando. Até a África do Sul estaria conseguindo estes resultados. Na realidade, todos os demais membros do BRICS enfrentam dificuldades semelhantes.
Dilma Roussef, Vladimir Putin, Pranab Mukherjee, Xi Jinping e Jacob Zuma
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4 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Imprensa, Notícias, webtown | Tags: processo de escolha de 70 a 80 artigos semanais, uma pauta dinâmica
Uma das mais respeitáveis revistas semanais no mundo, o The Economist, que completou 170 anos no último dia 2 de setembro, publica no seu site uma explicação didática do processo de elaboração de suas edições. Acaba sendo uma lição útil até para aqueles que não são jornalistas, mas procuram acompanhar o que acontece no mundo, de forma muito dinâmica, cobrindo uma vasta área de interesse, evidentemente com uma seleção que está influenciada pela forma com que seus responsáveis pensam. Explica-se que o processo é duplo, vindo de cima para baixo, como de baixo para cima, começando na sexta-feira pela manhã de Londres, quando os seus leitores assíduos estão tomando conhecimento do número anterior, hoje pelo uso dos meios eletrônicos que já fica disponível na noite de quinta-feira no Brasil.
Para os que não conhecem devidamente a revista The Economist, é preciso informar que existem duas edições impressas, uma destinada ao seu público na Grã-Bretanha, e o que vai para os Estados Unidos e o resto do mundo, havendo indicação no índice de cada edição eletrônica, os que vão à edição impressa para os ingleses, mas que são também acessíveis para os assinantes. Existem dois grupos de editores que são encarregados do que chamam de front half (que cobrem a Grã-Bretanha, os Estados Unidos e os departamentos estrangeiros), e o chamado back half (Negócios, Finanças e seções científicas). As linhas gerais são apresentadas numa reunião no escritório do editor chefe com as matérias candidatas provisórias, inclusive a matéria de capa, onde toda a equipe editorial pode comparecer.
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4 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a coluna do professor no Valor Econômico, desejos de formularem críticas, muitos erros dos analistas, um texto para especialistas
Parece que se torna evidente que os analistas desejam expressar suas críticas às autoridades, imaginando que dispõem de uma capacidade superior àqueles que se encontram no governo. Entre elas, destacaram-se as observações sobre as declarações do ministro Guido Mantega, quando ele se referia que os Estados Unidos estavam provocando uma guerra fiscal. Hoje, numa exposição clara do professor Delfim Netto, fica esclarecido que o governo brasileiro tinha razão e muitos países provocam ou são obrigados a desvalorizar seus câmbios em resposta ao que foi provocado pelos norte-americanos.
O mesmo parece acontecer que as estimativas do crescimento do PIB, que, segundo o divulgado pelo IBGE – organismo especializado neste assunto, o crescimento do segundo trimestre pode surpreender a maioria dos analistas, chegando a mais do dobro do estimado por algumas consultorias privadas. Alegam que o crescimento do setor agrícola sempre foi mais difícil, quando insistimos muito neste site que a safra seria boa, bem como seus efeitos sobre os serviços, ajudando o total da economia. Ainda que as críticas devam ser aceitas, parece que a exagerada parcialidade em nada ajuda a população que é informada por estas análises de forma incorreta.
Ministro Guido Mantega
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4 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: energia nuclear, outros aspectos em pauta, temas gerais, visita protocolar
Como o primeiro-ministro Shinzo Abe deve visitar Buenos Aires para tentar a escolha de Tóquio para as Olimpíadas de 2020, haveria a possibilidade de visitar também o Brasil. Como a última visita foi a brasileira ao Japão, protocolarmente deveria ser do primeiro-ministro do Japão ao Brasil, mas não vem se conseguindo uma data para tanto. E haveria o risco de ser interpretado pelo Brasil como uma mera passagem, provocando uma diminuição para o país. Ao mesmo tempo, a presidente Dilma Rousseff já se dispunha a viajar para o Japão, o que acabou sendo cancelado diante das manifestações populares que ocorreram no país.
Como uma espécie de compensação, resolveu-se por uma visita protocolar do ministro de Negócios Estrangeiros do Japão, Fumio KIshida, e, por não contar com uma pauta substancial, as discussões se resumiram nos aspectos gerais das políticas externas dos dois países, efetuada com o novo chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo.
Ministro de Negócios Estrangeiros do Japão Fumio Kishida
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31 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a arte de manutenção do wa humano, conceitos complexos para a sua compreensão, exemplos práticos, formas culturais da kaizen | 2 Comentários »
Num artigo de grande importância, Glenn Newman, que morou no Japão e continua viajando muito para aquele país, publica no The Japan Times com grande felicidade uma explicação do kaizen, que também se expressa na forma coletiva já incorporada na jeito de ser dos japoneses, mostrando que o autor compreendeu um aspecto relevante da psique japonesa. Ele entende kaizen como uma prática japonesa de melhoria contínua, através do acúmulo de pequenas mudanças incrementais. Este conceito é bem conhecido no mundo na sua forma de comportamento empresarial, para melhorar os processos de negociação comercial, de fabricação, engenharia e outros.
Com exemplos práticos, o autor mostra que o kaizen está sendo aplicado para benefícios coletivos, de forma mais profunda, estando presente em tudo que se refere às necessidades físicas e psicológicas dos seres humanos no Japão. Na sua melhor hipótese, ele desenvolve o conceito de kaizen na escala humana (HSK – Human Scale Kaizen), para eliminar muitas incertezas da vida, evitando embaraços e aborrecimentos cotidianos.
Ilustração de Tim O’Bree publicada no The Japan Times
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31 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: criação de atum, Maglev no Japão, uso de fermentação na gastronomia
Percorrendo rapidamente pelos principais jornais japoneses, constata-se algumas notícias que podem ser consideradas alvissareiras. O Yomiuri Shimbun, de grande tiragem no Japão, noticia, como em outros jornais, que foi efetuada mais uma fase de testes com o novo sistema de trem rápido no sistema Maglev que deve ligar Tóquio com Nagoia em 2027, mas entrará em funcionamento comercial num trecho inicial em 2016. O jornal econômico Nikkei anuncia que uma subsidiária da Mitsubishi, Toyo Reizo, começa o embarque do atum bluefin (honmaguro) criado no próximo mês. E o The Japan Times informa sobre um chef Nobuaki Fushiki que criou diversos pratos têm como base a tradicional fermentação utilizada no Japão.
O sistema de Maglev já existe num curto trecho entre o aeroporto internacional de Xangai e a cidade, com o uso da tecnologia alemã, sendo muito rápido e suave. Chega a mais de 300 quilômetros por hora, levando poucos minutos para chegar ao seu destino. No Japão, que deve chegar a 500 quilômetros por hora, a tecnologia está sendo desenvolvida pela JR Tokai, tendo passado por testes com sucesso, e agora completa nova fase com o trem chamado de Tsuru, num trecho de 42,8 quilômetros de Uenohara para Fuefuki na província de Yamanashi.
Sistema Maglev de trem rápido / Conjunto de pratos preparados por Nobuaki Fushiki
Atuns bluefin são criados em cativeiro
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31 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Abeconomics recebe apoio, artigo de Yuriko Koike no Project Syndicate, artigos no The Economist sobre empreendedorismo, mas precisa provar que funciona
Apesar da impressionante aprovação popular que o Abeconomics está conseguindo junto à opinião pública e os empresários, com um bom esquema de apoio da imprensa, os obstáculos que necessitam ser superados não são desprezíveis. Yuriko Koike, que já foi uma popular personagem na TV japonesa e conseguiu o seu mandato de parlamentar e um posto de ministra no passado, continua se empenhando em espalhar otimismo, como no seu artigo no Project Syndicate que recomenda que o Abeconomics seja implantando na Ásia. Mesmo que não tenha ainda conseguido resultados reais de reformas no próprio Japão. A revista inglesa de circulação internacional The Economist publica dois artigos sobre o estímulo que o primeiro-ministro Shinzo Abe está dando ao empreendedorismo, estimulando figuras controvertidas como Takafumi Horie, o ex-proprietário do Livedoor que esteve preso por fraude, e que apresenta nada menos que 30 novas empresas. O primeiro-ministro, ele mesmo que fracassou na sua primeira tentativa, é de opinião que o sucesso só pode ser obtido depois de diversas tentativas.
Depois de décadas de estagnação, o Japão volta a tentar uma reativação de sua economia com a política que recebeu o nome de Abeconomics. Já conseguiu uma sensível desvalorização de sua moeda, o que deve tornar a sua economia competitiva. Aumentou seus investimentos públicos, ainda que com o aumento de sua elevada dívida pública. Necessita efetuar reformas, e entre elas escapar dos grandes aglomerados empresariais, perseguindo uma meta de 100.000 novas empresas até o ano 2020, estimulando novas iniciativas dos jovens, que estão condicionados a uma sociedade que evita riscos. Abe está sendo assessorado por empresários como Hiroshi Mikitani, fundador da Rakuten, que é um gigante no online-commerce.
Yuriko Koike Hiroshi Mikitani
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31 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigos do The Economist, mudanças na diplomacia brasileira, os problemas dos médicos no Brasil
Dois assuntos momentâneos do Brasil mereceram artigos do The Economist da próxima semana: o problema dos médicos brasileiros que evitam regiões difíceis e as mudanças no Ministério das Relações Exteriores, ainda que o foco desta edição seja a Síria. Colocam que entre os assuntos das reivindicações populares recentes estava a situação precária da saúde no Brasil, havendo uma concentração dos médicos nos grandes centros urbanos, ainda que a Constituição estabelecesse o atendimento universal de saúde para todos. O governo teria dado como resposta o programa Mais Médicos, e para tanto estaria promovendo a vinda de estrangeiros, notadamente de Cuba, num arranjo especial. O artigo aponta que o número de médicos é baixo no Brasil comparado com outros países.
Num outro artigo aborda-se o problema que ocorreu com a Bolívia com um senador que estava refugiado na Embaixada Brasileira e foi transferido para o Brasil, criando um problema entre os dois países, provocando a queda do ministro Antonio Patriota, que teria sido substituído por Luiz Alberto Figueiredo. Ainda que estes assuntos sejam de relativo interesse no exterior, o fato da presença de um correspondente da revista em São Paulo acaba provocando esta intensidade de artigos sobre os problemas brasileiros nesta revista que procura abranger os problemas mundiais.
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