Esforços Chineses Para Manter o Crescimento
9 de janeiro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: ajustamentos em andamento na economia chinesa, esforços com relação à América Latina, expansão do comércio bilateral onde ainda estão baixos
Aumentam as notícias da China efetuando seus ajustes para manter o crescimento dentro do novo normal, como intensificando os esforços com a América Latina, onde o seu comércio bilateral ainda é relativamente baixo.
Xi Jinping na abertura da reunião China – Celac
Todos sabem que manter o crescimento de uma economia num cenário mundial de desaquecimento, onde a dos Estados Unidos, que efetuou uma forte desvalorização do dólar perante as demais moedas, é uma exceção com sua política de “quantitative easing monetary policy”. Mas isto provocou uma guerra cambial em curso no mundo.
A China, com sua reserva astronômica, vem procurando acelerar suas reformas internas, ao mesmo tempo em que procura intensificar seus investimentos em países como da América Latina, onde o seu comércio internacional ainda não era tão elevado como com o resto do mundo.
O presidente Xi Jinping aproveitou a inauguração da reunião da China com o Celac, bloco de 33 países da América Latina, anunciando um programa de investimentos de US$ 250 bilhões em projetos de infraestrutura na região nos próximos dez anos. O objetivo seria aumentar para US$ 500 bilhões o comércio bilateral da China com estes países, o que deve ajudar a sustentar o crescimento das economias chinesas como dos países latino-americanos.
O programa visa dar um papel de destaque para a China que estaria substituindo parte do que os Estados Unidos vinha fazendo, com a ajuda de organismos internacionais, como o Banco Mundial. Muitas instituições seriam utilizadas, como o banco dos BRICS constituído de países emergentes que, com exceção da China e a Índia, não mais apresentam o dinamismo que se observava no passado, quando os preços das commodities agrícolas e dos minérios eram compensadores. Os problemas existentes não são poucos.
Agora, observa-se também uma sensível queda no valor do petróleo que pode ajudar na redução dos preços de energia. Mas também existem outros problemas, como o de abastecimento de água que afetam os chineses.
Nada é fácil num mundo que não apresenta mais o dinamismo das últimas décadas, mas o conjunto dos esforços que está sendo feito em todo o mundo, ainda que de forma modesta, denominado “novo normal”, deve sustentar um mínimo de desenvolvimento econômico.
Espera-se que também os países latino-americanos, como o Brasil, adotem políticas pragmáticas que, mesmo com todos os obstáculos existentes, mantenham um crescimento razoável, pois ninguém isoladamente para a melhor o quadro mundial.