Gastronomia Popular em Istambul
10 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Gastronomia | Tags: ampla disponibilidade, castanhas, frutas, saladas, vegetais | 2 Comentários »
Certamente, a gastronomia popular em Istambul, que é boa, vem sofrendo naturais mudanças com as influências que recebe de todo o mundo, ajustada à ampla disponibilidade local de matérias-primas e as culturas locais. Como em muitas outras grandes metrópoles do mundo, notadamente no Mediterrâneo, percebe-se a sua evolução, mas continuam sendo os “kebabs”, os assados, os que estão mais à disposição da clientela popular. Não só dos locais, como da multidão de turistas vindos de todo o mundo, com ênfase nos que possuem tradições árabes e muçulmanas de todas as matizes. Malaios, indonésios, iranianos, da Ásia, do Sudeste Asiático com as mulheres vestidas de formas mais variadas, desde toda coberta de preto, cabeças e rostos protegidos como até as mais modernas com vestimentas ousadas.
Verifica-se a ampla disponibilidade de saladas, com vegetais e legumes frescos de boa qualidade, intensamente produzidos no país. O “messe”, um conjunto de entradas, oferece uma ampla variedade de pratos frios e quentes, a que se seguem assados com amplas opções, desde carnes dos mais variados tipos e frutos do mar, tudo consumido com muito vagar, e conversas animadas. O que atrai muitos turistas é a produção do pão árabe, preparado na hora por senhoras, que já sofre influências como dos “crepes” franceses, e já vem com variados ingredientes. Uma evolução clara é o menor uso do sal no preparo, que fica disponível na mesa para os clientes, junto com o óleo de oliva, mais usado no preparo. Nesta época, início do verão, impressiona a oferta de frutas e castanhas na rua.
Evidentemente, há uma influência do Bósforo, do Mediterrâneo e do Mar Negro, que disponibilizam muitas opções de frutos do mar, que são oferecidos como parte do “messe”, junto com as saladas. A presença dos queijos de boa qualidade é constante, como também dos iogurtes. Os frutos do mar são abundantes e de boa qualidade, com peixes de variadas espécies, grelhados ou fritos, poucos elaborados. A gastronomia de alto padrão será comentada à parte.
Muitos vinhos locais são oferecidos, e não se nota a preferência pelos brancos com os peixes. A bebida mais usual acaba sendo uma espécie de aguardente, diluída na água, que se torna branco. Vinhos tintos de muitas origens, com destaque para os franceses e italianos, são consumidos com os peixes, mas os mais acessíveis são todos locais. Nos bares que estendem suas mesas pelas calçadas nota-se com consumo de muitas cervejas, principalmente na forma de “chope”, com alguns petiscos.
As sobremesas continuam sendo exageradas no uso do mel, frutas secas, todos muito calóricos. Como consequência de toda esta alimentação, nota-se que muitos “istanbullos” estejam se tornando obesos. O que se estranha, à primeira vista, é o baixo consumo de macarrões italianos, bem como os muitos restaurantes chineses oferecendo “sushis”, pois os japoneses parecem raros.
Feliz coincidência, Paulo:
Na Ilustrada/Folha SP hoje, o crítico Josimar Melo apresenta “Brasserie Kosebasi aposta na cozinha turca”. De uma cadeia criada em Istambul, é operado por um libanes criado na Turquia, Souheil Salloum. No Itaim Bibi.
Pra quem ficou com vontade ao ler o post do Paulo mas não pode dar uma chegadinha em Istambul, já sabe onde saborear kebabs e outras finas iguarias da culinária oriental mediterânea.
Cara Naomi Doy,
Como em todos os lugares, existe uma ampla variação desta cozinha, que é muito rica em suas alternativas. O que parece ser mais frequente no Brasil são as de influência Siria e Libanesa, e se turcas, e são muitas, desde as mais populares como as mais sofisticadas, vamos ganhar muito.
Paulo Yokota