Indicações de Algumas Novas Prioridades Japonesas
18 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Parceria Trans-Pacífica, reaproximação com os Estados Unidos, tendências do novo governo japonês
Observando-se as primeiras iniciativas internacionais do novo governo japonês, comandada pelo primeiro-ministro Yoshihiko Noda, é possível identificar que, além da aceleração de sua reconstrução interna, estão sendo obrigado a optar por uma maior aproximação com os Estados Unidos. Uma notícia publicada no jornal econômico japonês Nikkei, além de outras que estão sendo divulgadas pela imprensa daquele país, dão indícios destas tendências. De um lado, a sempre desconfortável presença das tropas norte-americanas em Okinawa parece caminhar para uma solução adequada, no médio prazo, mediante um entendimento recíproco, usando parcialmente outra ilha no Sudeste Asiático, como Guam.
Os problemas enfrentados pelos japoneses com os recentes terremotos na sua região nordeste atrasaram as difíceis negociações que vinham sendo feitas para a sua participação no TPP – Trans Pacific Partnership, que visa um acordo envolvendo os Estados Unidos, Austrália, Brunei, Chile, Malásia, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e Vietnã. Agora, tanto os Estados Unidos como o Japão necessitam intensificar os esforços para alavancar os crescimentos de suas economias, e uma redução tributária bem como intensificação da cooperação na bacia do Pacífico parece importante para todas as partes.
A Assembleia Geral da ONU, que será inaugurada com o discurso de Dilma Rousseff, parece uma grande oportunidade para diversos contatos dos mais altos dirigentes mundiais. O primeiro-ministro Yoshihiko Noda já tem agendada uma reunião com Barack Obama, no que está sendo precedido pela do ministro Yukio Edano, do Ministério de Economia, Indústria e Comércio Exterior do Japão, com o embaixador norte-americano John Roos no Japão.
Representes japoneses e norte-americanos relacionados com o TPP devem se reunir, procurando equacionar os problemas existentes de forma que a adesão japonesa possa ocorrer ainda este ano, quando da reunião da APEC – Asia-Pacific Economic Cooperation. As dificuldades japonesas residiam no seu setor agrícola que é politicamente poderoso, mas não tem competitividade para enfrentar as importações de produtos agropecuários de outros países. Hoje, 70% dos produtos agrícolas estão já sendo importados da China, podendo haver uma transferência de parte para outros países.
No Japão, segundo a notícia do Nikkei, está se providenciando para que o seu setor agrícola possa caminhar mais fortemente para a agroindústria, passando a ser processador de produtos e seus vendedores.
No que se refere ao relacionamento do Japão com a América do Sul, é importante notar que estão presentes o Chile e o Peru neste acordo, o que deve levar a uma situação que os beneficiem. Isto exige que as complexas negociações que estão sendo efetuadas com o Mercosul tenham que sair de sua imobilidade, o que só poderá ocorrer depois dos entendimentos com a Comunidade Europeia.