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Fungo Amazônico Para Degradar os Plásticos

20 de fevereiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: Applied and Environmental Microbiology, artigo de Alexandre Gonçalves, O Estado de S.Paulo, trabalho publicado pelos estudantes de Yale

Um interessante artigo foi publicado por Alexandre Gonçalves no O Estado de S.Paulo, com base no trabalho científico publicado no Applied and Environmental Microbiology pelos alunos de graduação da Universidade de Yale, referindo-se a um fungo amazônico que degrada plásticos em condições semelhantes às de aterro. Como os cientistas norte-americanos identificaram mais de 50 microorganismos que consumiram o petróleo derramado no Golfo do México, é muito provável que estes que degradam plásticos também existam, com grandes potencialidades de aplicação.

Segundo o artigo, duas cepas de Pestalotiopsis microcraspora mostraram enorme potencialidade de degradação dos plásticos de poliretano. O estudante Jonathan Russell identificou e segregou a enzima secretada pelo fungo responsável pelo enfraquecimento das ligações químicas do polímero, mesmo sem oxigênio. Isto teria a possibilidade de diminuir o impacto ambiental do lixo.

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Capa do Applied and Environmental Microbiology e imagem do fungo de planta amazônica

Os ambientalistas se preocupam com os plásticos que demoram muito para se decompor na natureza, segundo o artigo. O polietileno leva cerca de 50 anos, o PET cerca de 200 anos. Os cientistas estão conseguindo identificar os fungos e as bactérias que aceleram estes processos, fazendo com que os lixões se transformem em materiais degradáveis com maior rapidez.

Os problemas enfrentados pelos supermercados e outras lojas que utilizam sacolas plásticas estão sendo contornados com plásticos biodegradáveis que possuem como matérias-primas vegetais, como o açúcar ou o etanol. Muitos cientistas estão trabalhando nesta área com os mais variados materiais, pois o lixo é hoje um grande problema não só no mundo emergente como no desenvolvido.

O artigo publicado no O Estado de S.Paulo apresenta gráficos que permitem a compreensão fácil de todos os processos que estão sendo estudados, de forma a ajudar a minorar os problemas que existem.

Na medida em que as matérias-primas utilizadas, como o petróleo estão sendo digeridos por microorganismos, tudo leva a crer que os produtos da indústria petroquímica também podem contar com os mesmos para a sua degradação mais rápida.

Existe a alternativa de separação destes plásticos para serem reciclados, como já se faz com o papel, metais e outros materiais, que são segregados dos materiais orgânicos. Também existem técnicas para a sua queima, sem que os gases produzidos venham a poluir o meio ambiente.

Todos os conjuntos de ações permitem que haja maior otimismo com relação ao desenvolvimento sustentável, mas sempre há que se verificar o custo destes processos, acabando por se concentrar nos que possuem melhores relações de custo/benefício.