Noticias Obtidas em Nova Iorque Para Asiacomentada
3 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: críticas ao Barack Obama, mudanças que estão se observando, notícias do Japão, problemas dos países emergentes, redução da importância dos jornais locais, um apanhado geral de diversos assuntos
Estando fora do ambiente habitual, sempre se enfrentam dificuldades adicionais para as consultas às fontes regulares. Mas muitos dos problemas que costumamos abordar no site Asiacomentada passam por visões diferenciadas que ajudam a acompanhar, de novos ângulos, o que parece relevante do que acontece no mundo globalizado. Algo chocante é a constatação de que em determinadas regiões, até de uma grande metrópole universal como Nova Iorque, os jornaleiros estão desaparecendo, e os veículos diários locais e revistas podem ser obtidos somente em determinados estabelecimentos, em número mais limitado. Os meios eletrônicos que só podem dar informações mais superficiais acabam tomando o espaço dos meios tradicionais, mostrando que existem riscos da opinião pública ser influenciada por dados mais emocionais e impactantes do que análises mais profundas.
Lamentavelmente, a televisão local concede um grande espaço às criticas que afetam o presidente Barack Obama, podendo levá-lo a uma situação como os norte-americanos denominam de “lame duck”, ainda no mandato mais sem poderes efetivos de comando de um grande país como os Estados Unidos. Os problemas como do uso da Receita Federal local de dados de alguns dos seus adversários políticos não honram as tradições democráticas norte-americanas. O controle de alguns jornalistas, sob a alegação de que se trata de assuntos de segurança nacional, colocam a grande maioria da imprensa contra esta posição oficial, problema que não pode ser desprezado. Os Estados Unidos continuam sendo relevantes para os encaminhamentos de assuntos fundamentais para o mundo e o enfraquecimento do seu Executivo em nada ajuda neste momento crucial.
De outro lado, análises mais profundas como os publicados no Project Syndicate tanto pelo conceituado chinês Yu Yong Ding, da China Society, bem como pelo indiano Raghuran Rajan, professor da Universidade de Chicago, mostram que existem graves problemas de gestão no mundo emergente que deveria ocupar os espaços que estão sendo deixados pelos países desenvolvidos, como também acontece no Brasil.
Mas também notícias alvissareiras podem ser colhidas como no jornal japonês Nikkei, como a que informa que a empresa Chiyoda conseguiu gerar energia a partir do hidrogênio, ainda que ele tenha que ser armazenada a menos 253 graus centígrados, mas que pode entrar em funcionamento efetivo dentro de três anos. Novos avanços tecnológicos certamente continuarão ocorrendo.
Informa-se também o esforço que vem sendo feito pelo atual governo japonês, como a liberação de vultosos recursos para os países africanos para serem utilizados nos projetos que forem escolhidos pelos países deste continente. Ao mesmo tempo, anuncia-se a deliberação de induzir as empresas japonesas a criarem 20.000 empregos para os profissionais africanos, mostrando que os japoneses pretendem fazer um importante contraponto ao avanço chinês nas ajudas para a África.
Ao mesmo tempo, uma análise de C.M. Nicol, publicado no Japan Times, informa que o interessante conceito de “mottainai” que era ensinado pelos japoneses para seus descendentes, na época em que enfrentavam carências terríveis, passou a ser um conceito internacional. Vem sendo aplicado nas lições de sustentabilidade, referindo até a utilização de recursos naturais mal aproveitados, como no caso concreto da subutilização dos recursos florestais, com a sua simples manutenção, sem um gerenciamento técnico adequado.
Tudo isto parece indicar que, mesmo com todos os problemas que o mundo enfrenta, tanto econômico, político como social, esforços continuam sendo feito em variadas frentes e que os obstáculos e as limitações hoje existentes podem ser superados. O que pode ser desejado é que este processo ocorra o mais rápido possível, com a máxima eficiência, com análises que exigem mais profundidades, que contem com a máxima participação popular e democrática, e se possível republicana.