Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Perspectivas Promissoras Para a Energia Solar

9 de abril de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: diante da escala parece que seus custos estão se tornando competitivos com os dos poluentes como o carvão mineral e hidroelétricas onde a água é um fator escasso, estudos do Financial Times sobre as tendências da energia solar na China, novas tecnologias no Brasil que podem baixar com o aumento da escala

Não parece realístico se subsídios volumosos necessitam ser concedidos para as gerações de energia não poluente, como a solar e a eólica, com relação às energias poluentes como as que utilizam carvão mineral e derivados do petróleo. As escalas e novas tecnologias podem alterar o quadro atual, deixando fundadas esperanças de energias não poluentes, notadamente em países como a China, onde a água se torna escassa, como indicado no artigo de Steve Johnson, publicado no Financial Times.

clip_image002

Gráfico constante do artigo publicado no Financial Times, que merece ser lido na íntegra, mostra que a energia solar tende a ser tornar competitiva em relação às outras fontes

Segundo o autor, isto já acontece em11 das 31 províncias da China, permitindo que aquele país elimine os subsídios que estão sendo concedidos e que vinham limitando a possibilidade de energia não poluente. Mas os aperfeiçoamentos e a escala do uso dos equipamentos parecem permitir a continuidade destes projetos, num país onde a poluição ainda é um grave problema.

clip_image004

Mapa publicado no artigo do Financial Times mostrando em escuro onde os custos das energias solares já competem com os de carvão mineral

Isto parece também começar a ocorrer na Índia, onde a população é gigantesca e apresenta problemas semelhantes à chinesa. No Brasil, um artigo publicado por Natalia Viri informa que uma empresa brasileira chamada Sunew trabalha numa nova frente com uma película extremamente fina de 0,3 milímetros, que permite a chamada energia fotovoltaica para a captação da solar na superfície das águas nas represas, nos edifícios e até sobre os veículos. Os quadrados utilizados pelos chineses chegam a pesar 25 quilos por unidade.

A Sunew trabalha com um polímero sintetizado em laboratório para esta finalidade e é uma tecnologia de ponta no mundo. Ainda opera em pequena escala, necessitando de subsídio para ser competitivo, mas, na medida em que o seu volume aumente, pode se tornar competitivo mesmo sem esta ajuda. Está ocorrendo um sensível avanço tecnológico no mundo sobre os polímero que já são utilizados no chamado OLED – a camada plástica presente nas telas de smarphones e TVs, que recebe energia da bateria de outra corrente elétrica. A Sunew faz o processo inverso, transformando a energia solar para ser utilizado ou armazenado em baterias.

Depois de 10 anos de pesquisas e testes, já conta com produção industrial de pequena escala, produzindo 600 mil metros quadrados trabalhando um turno. Tem condições para aumentar esta produção em 24 vezes, o que depende de sua demanda. Precisa atuar no marketing para aumentar a sua demanda, contando com parcerias novas.

Mas a sua eficiência ainda é mais baixa e seu custo é muito elevado. No entanto, há possibilidades que sua demanda seja ampliada, como colocando esta película nos vidros dos edifícios. Já conta com entendimentos com grandes grupos, podendo aperfeiçoar a sua tecnologia e economizar com o aumento de sua escala.

O fato concreto é que se efetuam esforços em todo o mundo para a redução de energia poluente e aumento daquelas que contribuem para a sustentabilidade, permitindo um otimismo realista com relação ao futuro.