China Lidera o Mundo em Artigos de Ciências Naturais
17 de agosto de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Ciência, Editoriais e Notícias | Tags: a China passou os Estados Unidos, Alemanha em terceiro lugar e o Japão em quarto, artigo publicado no Asahi Shimbun do Japão, levantamento efetuado pelo Instituto Nacional de Política Científica e Tecnológica do Japão
Um artigo de Tetsuya Ishimura, do jornal japonês Asahi Shimbun, informa que os artigos científicos publicados em cerca de 10 mil periódicos, inclusive a Nature inglesa, entre 2016 e 2018, mostram que os chineses ficaram com 19,9% deles enquanto 18,3% são dos norte-americanos. Os alemães ficaram em terceiro com 4,4% seguido pelos japoneses com 4,2%. O levantamento foi efetuado pelo Instituto Nacional de Política Científica e Tecnológica – NISTEP, do governo japonês.
O gráfico consta do artigo publicado no site do Asahi Shimbun, que merece ser lido na sua íntegra
As conclusões do NISTEP mostram que o ritmo de gastos com pesquisa e desenvolvimento da China se aproxima dos Estados Unidos. O número de artigos de pesquisa em periódicos científicos é visto como barômetro para avaliar as habilidades de pesquisa e desenvolvimento de um país. Estes dados foram divulgados no último dia 7 de agosto.
A China foi particularmente forte nas áreas de ciência de matérias, química e engenharia, que representam 30% dos artigos publicados. Esta aceleração na China começou em torno de 1981, com muitos estudantes chineses no exterior. Ainda cerca de 320 mil estudantes chineses estão estudando no exterior, com destaque nos Estados Unidos, mostrando que os chineses aproveitaram as oportunidades oferecidas pelos norte-americanos.
Existem alguns críticos que acham que eu tenho uma preferência pela China, que ainda conta com um regime autoritário do ponto de vista político. O que parece claro é que esta melhoria nas pesquisas científicas chinesas recebeu uma grande ajuda dos Estados Unidos, que talvez tenham subestimado a capacidade da China, aspecto que independe de minha modesta participação. Minha convicção pessoal é que a liberdade deveria facilitar as pesquisas, mas haveria outras condições para o empenho observado que podem estar relacionado com a política e a cultura chinesa. Parece-me que devemos adotar uma posição pragmática, pois uma cooperação chinesa com o Brasil poderia ajudar a abreviar os resultados de alguns avanços que estamos precisando conseguir.
O lamentável é que a crise provocada pelo coronavírus provocou maior ênfase nas tendências nacionalistas que tenham limitado a globalização que vinha ocorrendo. A cooperação internacional em alguns aspectos, como a produção de vacinas para o Covid 19, poderia reduzir as mortes e as contaminações, não se sabendo ainda tudo que seria desejável nos vírus que aparentam apresentar mais variedades do que se pensava.
A forte competição para o desenvolvimento de vacinas para este tipo de vírus parece ser saudável e o Brasil está participando de algumas delas que aparentam ser mais promissoras, mostrando que temos condições científicas para tanto. Isto pode estimular no futuro próximo que podemos colaborar com outros tipos de pesquisas que beneficiem a humanidade.