O Novo Governo de Joe Biden nos EUA
13 de março de 2021
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: 9 trilhões, Cautelosos avanços nos EUA, exemplo para outros países, maturação demorada, plano geral para a aplicação de US$ 1, redução das mortes com a Covid-19
Ainda que alguns mais apressados estejam expressando suas preocupações com analistas considerando lento o comportamento do novo governo comandado pelo presidente Joe Biden nos Estados Unidos, tudo indica que ele está sendo cauteloso e deverá programar o plano para aplicação dos US$ 1,9 trilhões aprovados pelo Congresso daquele país, com a clara consciência que tudo demanda algum tempo para proporcionar seus frutos.
Mesmo sendo os Estados Unidos um país onde os estados são bastante independentes até para executarem planos sanitários, já vem ocorrendo uma redução substancial das mortes e contaminações decorrentes da pandemia Covid-19, mesmo que os dados ainda sejam elevados. O plano de aplicação dos US$ 1,9 trilhões parece realista, dando prioridade para os menos privilegiados, ainda que a dívida pública deva sofrer substancial elevação naquele país. Como os Estados Unidos continuam sendo importantes no mundo, seus exemplos devem estimular muitos outros países. Espera-se que também o Brasil venha a ser beneficiado, mesmo com o confuso governo que está no seu comando.
Gráfico constante do site do The New York Times, cujo artigo vale a pena ser lido na sua íntegra, mostrando novos casos de afetados pela Covid-19
Para quem está no Brasil, parece estranho que a vice-presidente Kamala Harris não apareça muito no noticiário, mas é preciso entender que naquele país ela é quem preside o Senado e deve substituir o presidente numa eventualidade. Ela comparece muito nos eventos quando Joe Biden fala para o público, não precisando participar das ações governamentais com exagerada frequência.
Os analistas mais experientes sabem que um plano gigantesco como dos Estados Unidos demanda tempo considerável para ser executado, mas, desde que haja um ponto de inflexão com o que vinha acontecendo, já é um sinal importante, podendo estimular outros países no mundo a adotar algo semelhante. No Brasil, isto está sendo uma possibilidade relevante, ainda que todo o seu relacionamento internacional continue um desastre. No caso da visita do chanceler brasileiro com uma comitiva a Israel só pode ser classificado como um fracasso chocante.
Se no transcorrer deste ano alguns aspectos se tornem relevantes, as possibilidades de importantes recuperações nos próximos anos aumentam de forma significativa. Nenhum país pode ficar isolado do resto do mundo atualmente e o Brasil precisa ser pragmático, mesmo que do ponto de vista ideológico possa ter divergências com alguns deles. O Brasil, para a sua recuperação, depende do contínuo aumento das suas exportações, para ter condições de importações de produtos que não são competitivos quando produzidos neste país.
A calamitosa situação em que se encontra o Brasil exige a máxima urgência para medidas que melhorem sensivelmente o problema da saúde e proporcione empregos para a sua população, pois as possibilidades de assistência dos menos privilegiados são limitadas, havendo necessidade de que sua economia volte a crescer.