25 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: discussões relevantes de Howard Davis, qualificação acadêmica e experiências de responsabilidade, razões adicionais que podem ser apresentadas
O professor Howard Davies, atualmente da Sciences Po em Paris, conta com um currículo invejável para discutir este assunto que apresentou num artigo publicado pelo Project Syndicate, pois ele foi o primeiro chairman da United Kingdom’s Financial Services Authority (1997-2003), diretor e professor da London School of Economics (2003-2011), Deputy Governor do Bank of England, e Diretor Geral da Confederation of British Industry. Portanto, além de uma formação acadêmica, atuou em ambos os setores envolvidos no debate. Ele toma como base para sua discussão uma conferência feita no final do ano passado por Mark Carney, governador do Bank of England, que especula que os ativos dos bancos sediados em Londres chegariam a nove vezes o PIB dos britânicos em 2050.
Muitos discutem sobre a atual predominância do setor financeiro sobre as demais atividades econômicas, fazendo com que até cientistas e profissionais ligados à produção física sejam contratados pelos elevados salários oferecidos pelos bancos. Na realidade, a atividade financeira poderia ter a relevante função de providenciar recursos para os investimentos e demais atividades que viabilizam a produção física que vai atender as necessidades dos seres humanos, tanto de alimentação, habitação, locomoção e todas as demais atividades de atendimentos das necessidades humanas. Mas tudo indica que acreditava-se que uma certa divisão de trabalho permitiria uma eficiência maior, na medida em que os profissionais se aprofundariam no que podem exercer com maior habilidade. A exagerada concentração de todas as decisões, não reconheceriam estas habilidades diferenciadas.
Professor Howard Davies
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24 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no Bloomberg, Colorado inicia a regulamentação da exploração do xisto, controle de qualidade do ar no Colorado
Tradicionalmente, nos Estados Unidos, começa a ocupação como do Far West para depois chegar o xerife. No site da Bloomberg, Jennifer Oldham publica um artigo informando de um entendimento pioneiro no Estado do Colorado para uma coalizão das empresas de exploração do petróleo e gás do xisto, mediante o emprego da tecnologia do chamado fracking, com ambientalistas para estabelecer uma regulamentação visando combater o agravamento da poluição. Os maiores produtores do Estado, como a Anadarko Petroleum, Noble Energy e Encana trabalharam com o Fundo de Defesa Ambiental para obter a regulamentação da Comissão de Controle de Qualidade do Ar do Colorado, que corrigiria os vazamentos persistentes de tanques e tubulações nestas explorações.
As emissões provenientes da exploração contribuem para a poluição atmosférica excedendo as diretrizes federais para o lançamento de ozônio prejudicando as Montanhas Rochosas. Inclui o metano que causa o efeito estufa, provocando a mudança do clima. A neblina criada levou o governador John Hickenlooper a pedir para as empresas e ambientalistas elaborarem as regras para o seu disciplinamento. Alguns entendem que isto servirá de modelo para o país, mas outros atribuem intenções eleitorais. As perfurações dos Estados de Colorado, Dakota do Norte, Montana, Pensilvânia e Ohio estão se aproximando mais das comunidades, forçando regulamentações para atender as queixas crescentes de ruídos, tráfegos e riscos das contaminações do ar e da água, havendo onde se estabeleceram restrições às técnicas de perfuração horizontais conhecidas como fracking.
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24 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: além dos lamentos das ineficiências constatadas, aperfeiçoamentos possíveis, lições da experiência
Entre os diversos setores onde o desempenho brasileiro recente tem sido criticado e lamentado estão os relacionados com a energia e o aproveitamento das águas, que acabam ficando parcialmente ligados. Além do lamento das dificuldades constatadas, parecem que lições possam ser retiradas para se obter resultados mais confortáveis no futuro. Um artigo publicado por Keith Johnson no Foreign Policy refere-se aos problemas energéticos do governo brasileiro informando o Brasil pode estar se transformando numa piada, sempre sobre o país do futuro que está demorando a chegar. O pré-sal aparentava ser extremamente promissor, mas, com os atrasos que estão se verificando, está se transformando num problema, com os brasileiros contando os seus ovos antes da galinha tê-los botado, notadamente com a atual revolução da exploração do xisto que está reduzindo seus custos.
No passado mais longínquo, quando se planejou o sistema energético da região Centro Sul do Brasil, pensava-se no prazo de décadas, objetivando o melhor aproveitamento das águas disponíveis na bacia do Paraná – Uruguai, adaptando a tecnologia utilizada no TVA – Tennesseee Valley Authority. Além do aproveitamento hidroelétrico, pensava-se em todas as demais possibilidades, como navegação fluvial, irrigação, abastecimento da água potável para a população, piscicultura, turismo etc. Com muitas autoridades atuais considerando-se especialistas no setor, estamos colhendo resultados preocupantes. Não se pode negar que o setor foi sacrificado para conseguir resultados inflacionários mais favoráveis, que acabam resultando em dificuldades maiores quando considerados no prazo mais longo.
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20 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: as decisões isoladas dos países desenvolvidos, dificuldades de entrosamento dos emergentes, problemas na governança mundial em tempos de crise, próxima reunião do G-20
Ainda que o mundo esteja se tornando mais complexo, com uma recuperação mais lenta dos países desenvolvidos, uma desaceleração do crescimento das economias emergentes além das expectativas, parece lamentável que decisões cruciais para todos estejam sendo tomadas com prioridade absoluta para os problemas internos de cada país sem considerar seus impactos no resto do mundo. O site da Bloomberg publica um artigo elaborado por Simon Kennedy, Sharmim Adam e Jeff Kears informando que a competente nova presidenta do FED – Sistema Federal de Reservas dos Estados Unidos, Janet Yellen, comparecerá na reunião do G-20 informando que estará empenhada na recuperação da economia norte-americana, que mais vigorosa estará ajudando a todos. Os norte-americanos, com a easing monetary policy, inundaram o mundo com dólares, provocando a desvalorização do dólar, que corresponde às valorizações das demais moedas, prejudicando suas contas comerciais externas. Na medida em que começa a reduzir este substancioso incentivo monetário, provoca críticas como os da Índia e da Turquia que enfrentam dificuldades para os financiamentos de suas necessidades.
O argumento de Janet Yellen é que se todos estivessem executando as políticas corretas, com as reformas indispensáveis, estas medidas norte-americanas poderiam ser neutralizadas sem maiores problemas, com as variações cambiais, o que não é uma realidade tão definitiva. Muitos países emergentes não poderiam colocar restrições unilaterais restritos aos influxos dos recursos externos, acabando por valorizar seus câmbios, que não foram neutralizados por reformas que mantivessem sua competitividade. Agora, quando o problema começa a se reverter e de forma brusca, com a agravante das atuações do sistema bancário internacional, as desvalorizações são violentas, criando problemas das pressões inflacionárias, além da elevação dos juros para conseguirem financiamentos externos. Ela tem razão que muitos países não conseguiram cuidar adequadamente dos seus problemas fiscais, que não ajudam o quadro geral, exageradamente dependente da política monetária. Como no Brasil.
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20 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: conexões com a telecomunicação, Heattech da Fast Retailing, novos avanços tecnológicos em a Toray e a NTT, série de informações de saúde
Já sou usuários das roupas práticas e baratas vendidas pela Fast Retailing na sua rede mundial Uniqlo há décadas e que teve um avanço significativo com a sua linha Heattech, que proporciona uma redução de temperatura estimada em 30% no verão, e uma elevação do mesmo percentual no inverno. Ainda que as estações do ano sejam invertidas nos hemisférios norte e sul, exigindo uma defasagem de seis meses no Brasil com relação ao Japão. Agora, o Nikkei Asian Review publica um artigo redigido por Hideki Hayashi informando que novos avanços tecnológicos estão em andamento, numa cooperação da Toray Industries, que produz as fibras sintéticas utilizadas no Heattech, com a NTT, a maior organização japonesa de telecomunicações. Desenvolveu-se uma camisa com um sensor que transmite dados biológicos, como frequências cardíacas, para serem usados por esportistas e os que apresentam problemas de saúde que precisam ser acompanhados.
A nova camisa inteligente usa o novo material batizado hitoe, que significa uma camada, e o autor do artigo experimentou-a, sendo mais fina que o esperado e não desconfortável. A camisa tem uma espécie de mancha do tamanho de um cartão de crédito não sendo invasivo, pois a roupa é feita com fibra elástica que permite o movimento fácil do corpo. O material utilizado contém hitoe, que é uma nanofibra de poliéster revestida com resina de polímero altamente condutivo. Colada à pele, o material permite a medição precisa dos dados de saúde, mesmo com o suor. Usando um smartphone com um aplicativo específico, o jornalista obteve os dados de um eletrocardiograma bem como a frequência cardíaca, tudo transmitido sem fio. Pedalando uma bicicleta, observou o aumento dos seus batimentos cardíacos. Os pesquisadores informam que outros dados como ondas cerebrais poderão ser transmitidos brevemente.
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19 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: impossibilidade de usar o que não foi produzido, para atender algumas aspirações é preciso sacrificar outros, reivindicações em todo o mundo
Multiplica-se por diversas partes do mundo reivindicações de toda ordem, algumas pacíficas, mas infelizmente muitas violentas, bastando abrir os jornais ou assistir aos noticiários pelos meios eletrônicos para constatar esta realidade. O que parece haver em comum é certo sentimento que basta pressionar com manifestações públicas, pois seus atendimentos dependeriam somente das vontades das autoridades e de suas discutíveis gestões, como se elas tivessem o poder de criar os recursos necessários. Os governos só transferem recursos de uns para outros segmentos da população, consumindo ainda parte para o seu custeio. Milton Friedman, o famoso economista, já tinha ensinado que não existe lanche grátis, e todas as soluções que parecem mágicas acabam impondo a alguém que não tem o mesmo poder custos pelas decisões tomadas. No site do The Economist, aparece um debate sobre o imperialismo do dólar, com a política monetária do FED – Sistema Federal de Reservas, que, se beneficia a recuperação da economia norte-americana, provoca distúrbios, principalmente nas economias emergentes.
Com a ampliação da disponibilidade de recursos em todo o mundo, uma parte dos aplicadores foi procurar aplicações rentáveis no mundo emergente, provocando a valorização dos seus câmbios, pois a maioria adota o câmbio flexível. Impor restrições para estes influxos de recursos prejudicariam estes países. Desencadeou-se uma guerra cambial, com a Europa e o Japão, que tinham condições também ampliar as disponibilidades de suas moedas, procurando desvalorizar também o euro e o yen. Mas na medida em que o FED inicia uma política de redução destes estímulos monetários, acaba provocando bruscos refluxos, valorizando rapidamente os câmbios de alguns países emergentes, que entre outros efeitos tendem a provocar pressões inflacionárias locais. As grandes flutuações também agem no sentido prejudicial para estas economias. Tornou-se um processo em que cada um cuida do seu interesse, e os que não podem se defender por falta de poder acabam sendo prejudicados.
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17 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: notícias no Japan News, planos para ampliação de operações com grãos, visando segundo lugar no mundo | 2 Comentários »
Uma notícia surpreendente foi publicada no Japan News, do grupo Yomiuri Shimbun, tendo como fonte a Bloomberg. A trading japonesa Mitsui & Co. pretende ampliar em 25% dentro de três anos suas atividades relacionadas com os grãos, tornando-se a maior no Japão, desafiando tradicionais operadoras mundiais como a Cargill e a Dreyfus. Com os resultados com o minério de ferro, diante da desaceleração do crescimento da economia chinesa, está procurando ampliar suas atividades nas áreas de alimentação e saúde que estão em expansão no mundo. No seu setor de Lifestyle, que envolve a agricultura e a medicina, está ampliando os seus investimentos e financiamentos em cerca de US$ 4 bilhões nos quatro continentes.
Pretende negociar 20 milhões de toneladas métricas de grãos por volta de 2017. Com isto, almeja ultrapassar a norte-americana Cargill assim como a francesa Dreyfus, bem como a nova operadora Marubeni do Japão. A declaração seria do gerente de planejamento estratégico do grupo, numa entrevista concedida em Tóquio, afirmando que estaria junto das chamadas majors do mundo. Segundo dados da International Grain Council, estaria com 7% do comércio global anual. Neste ano fiscal de até abril, pretende atingir 16 milhões de toneladas, quando no ano anterior era de 13 milhões.
Sede da Mitsui & Co. em Tóquio
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15 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no Suplemento Eu & Fim de Semana do Valor Econômico, casos brasileiros e internacionais, contribuições das agências de rating, suas limitações
Sempre existem controvérsias sobre as agências de rating, cujas opiniões não podem ser ignoradas, mas não devem ser consideradas com a importância que muitos lhes atribuem. O suplemento Eu & Fim de Semana do Valor Econômico publica um trabalho minucioso de Alex Ribeiro, tratando das três mais influentes, Standard & Poor’s, a Moody’s e a Fitch sobre as possibilidades de que a economia brasileira seja rebaixada diante dos muitos problemas que não estão sendo devidamente equacionados. Começa relatando a expectativa gerada no Banco Central do Brasil, quando havia indícios que a economia brasileira seria classificada com grau de investimento, durante o governo Lula da Silva, que tinha na presidência Henrique Meirelles, cuja política foi extremamente conveniente para o sistema financeiro internacional, que não coincide necessariamente com a do Brasil.
Ainda que as agências de avaliação de riscos procurem utilizar muitos critérios objetivos, seus ratings são decididos por um grupo de profissionais que acompanham o que acontece no mercado internacional, que envolvem sentimentos subjetivos como um exagerado pessimismo ou otimismo do chamado mercado, onde estão seus principais clientes. No histórico destas agências, muitos graves erros foram cometidos, não permitindo a identificação dos elevados riscos que estavam se acumulando, como os que resultaram na crise de 2007/2008. Quando se tratam de empresas ou bancos, as mudanças das avaliações só foram posteriores aos desastres ocorridos, mostrando que muitas auditorias não consideravam devidamente os fatores mais elementares.
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13 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: entusiasmo com os efeitos geopolíticos subestimados, exemplo para outros países, novos artigos do The Economist sobre o xisto, tecnologia genuinamente privada e americana | 2 Comentários »
A revista internacional The Economist, que costuma ser cuidadosa em suas avaliações, volta a manifestar entusiasmo excepcional com a exploração do xisto (shale) nos Estados Unidos, com artigos já disponíveis na sua versão eletrônica, que devem sair no seu número impresso da próxima semana. Estima que a exploração do petróleo e do gás naquele país pode deve acrescentar 2 a 4% ao PIB norte-americano, com a redução dos efeitos danosos sobre o meio ambiente, na medida em que substitui as utilizações do carvão mineral, criando duas vezes mais de emprego que a indústria automobilística. E as suas produções nos campos do Texas e Dakota do Norte são mais rápidas do que a exploração nas plataformas do Golfo do México.
Este entusiasmo decorre desta atividade do fraqueamento (“fracking”) estar sendo efetuada por elevado número de empresas privadas, que é da ideologia da revista, utilizando tecnologia americana, onde diversas organizações competem para oferecer avanços tecnológicos mais eficientes, inclusive para resolver os problemas dos financiamentos dos investimentos indispensáveis. Não depende somente da disponibilidade de reservas de xisto. Além da utilização de informações de satélites, as explorações horizontais a elevada profundidade utilizam altas tecnologias com grande precisão, e são injetados águas com produtos químicos para provocar fissuras nas rochas, liberando o petróleo e o gás que são sugados para a superfície. Estima-se que os Estados Unidos devem superar a produção da Arábia Saudita até 2020.
Campos de exploração de xisto nos Estados Unidos
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13 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo do Nikkei Asian Review, dificuldades com mecanismos relacionados com a China, operações peer-to-peer seria um exemplo
Um artigo publicado por Hisatsugu Nagao, do Nikkei Asian Review, demonstra como o sistema financeiro externo está encontrando dificuldades para liquidar os seus créditos do sistema conhecido como peer-to-peer da China. Como todos sabem que existem muitos mecanismos que se assemelham aos paralelos naquele país, as autoridades chinesas estão alertando para as dificuldades que estão ocorrendo. Decorrem do maior rigor que a China está impondo para a expansão do crédito, fazendo com os que não são tradicionais tenham dificuldades nestes períodos de mudanças.
Todos sabem que sempre existem os que imaginam que podem conseguir remunerações excepcionais com alguns mecanismos que acreditam seguros. Mas os credores individuais descobrem que sempre as elevadas remunerações implicam em riscos também elevados, que nem sempre são considerados. O artigo explica que desde 2007 muitos aplicadores externos imaginaram que poderiam usufruir remunerações anuais que variavam de 15 a 20% ao ano, usando este chamado peer-to-peer, de forma similar que muitos aplicam no bitcoin, acreditando que sem a intermediação bancária, pode-se contar com um sistema que mereça credibilidade, dada a sofisticação dos mecanismos utilizados.
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