14 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: a criação do Conselho de Segurança Nacional, as mudanças na propriedade rural, aspectos fundamentais das mudanças que estão se processando, fortalecimento do presidente nas seguranças interna e externas
Verificando o noticiário internacional sobre as reformas que estão se processando na China, que utilizam variadas fontes e analistas treinados nas análises sobre aquele país, começam a destacar as mudanças mais importantes aprovadas, que permitem a continuidade do desenvolvimento daquele país, superando as principais dificuldades que enfrentam. Dois aspectos parecem ser considerados quase consensualmente como os mais importantes. O primeiro seria a criação do Conselho de Segurança Nacional da China que fortaleceria muito o poder do presidente Xi Jinping. Ele deve passar a ter o comando operacional da segurança interna bem como a externa, que sofria restrições nas tentativas passadas de reformas naquele país. O segundo seria a propriedade imobiliária no setor rural chinês, que iguala as oportunidades aos agricultores com relação aos residentes nos centros urbanos.
Na Terceira Sessão Plenária da China, com 376 líderes participantes, onde foram decididas as grandes mudanças do passado, depois da morte de Mao Tsetung, como a ascensão de Deng Xiaoping e o uso do socialismo de mercado, como a entrada da China na OMC – Organização Mundial do Comércio, que acelerou a atual globalização, ajusta-se a China agora as condições atuais do mundo. A segurança interna visa compatibilizar o país com a nova realidade decorrente das naturais aspirações para descentralização política ajustada às demandas populares. Também a crescente importância militar da China, notadamente nos mares asiáticos, aumentam as possibilidades de conflitos com vizinhos e seus aliados, exigindo soluções ágeis diante de potenciais crises. O artigo publicado por Jeremy Page no The Wall Street Journal informa que muitas resistências passadas não permitiram a criação deste Conselho de Segurança Nacional, que reduz o poder de outros setores políticos da China, inclusive militares.
A outra decisão fundamental é a mudança da legislação de terras rurais, fazendo com que os agricultores possam usufruir do mesmo tratamento que já era concedido às populações urbanas. Também esta decisão é histórica, pois na China só havia a autorização para o uso destas terras rurais, sem que fossem patrimônios ou propriedades dos agricultores. As autoridades locais tinham o direito de transformar estas terras em áreas para projetos industriais ou habitacionais urbanos, sem que os agricultores fossem indenizados. Agora, estes agricultores passam a poder vender estes imóveis, e passar a gozar de todos os privilégios sociais dos habitantes urbanos, como o acesso à saúde.
Será com base nestas mudanças fundamentais que as demais reformas serão implementadas daqui para diante na China. Todos reconhecem que Xi Jinping teve fortalecido o seu poder, mais do que contaram os presidentes que o antecederam. Com cuidado, serão tomadas as medidas para que o mercado decida sobre as alocações dos recursos, de forma decisiva, o que deve significar que as estatais, que continuarão a desempenhar o seu papel estratégico, estarão sujeitas aos critérios de eficiência, com seus preços, financiamentos, e eventuais subsídios estabelecidos de forma a tornar transparente os orçamentos.
Todas estas mudanças estão baseadas nas experiências passadas onde o governo chinês não conseguia a adequada coordenação para resolver problemas cruciais, internos como externos. O novo organismo que deverá estar acima dos ministérios e ajudar a superar as resistências que existam.
Ainda que muitas medidas ainda tenham que ser detalhadas, parece que se tomou o cuidado de contar, nos postos chaves, com o pessoal qualificado para dar o suporte necessário ao presidente e ao primeiro-ministro. As reformas devem ser profundas, como foram preparadas nas expectativas criadas, sem o que a China não contaria com condições para continuar com o seu processo de desenvolvimento, num mundo globalizado que não apresenta mais o dinamismo estimulador necessário.
13 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: apreciações do The Wall Street Journal, primeiras informações sobre as aguardadas mudanças chinesas, resumos da Reuters, resumos do documento divulgado pela Xinhua
Como de costume, depois de terminadas as importantes reuniões da cúpula do Partido Comunista Chinês, a agência oficial chinesa Xinhua divulgou o que foi decidido no idioma local. A agência Reuters divulgou um primeiro resumo muito geral, informando que eles perseguem um desenvolvimento sustentável reduzindo as tensões sociais e políticas que começaram a aparecer. O mercado terá um papel decisivo na alocação de recursos com o objetivo de alcançar resultados decisivos sobre as reformas em 2020. Na economia, informa-se que o Estado continua sendo prestigiado, exercendo o seu papel de liderança, como na energia e controle da economia.
Procura-se aperfeiçoar a relação entre o governo e o mercado, permitindo que a alocação de recursos seja feita por ele. As áreas consideradas chaves deverão estar padronizadas até 2020. Vai ser reduzida a barreira para a entrada de investimentos nas zonas especiais, notadamente no interior do país. O setor fiscal vai sofrer um aperfeiçoamento, estabilizando a carga tributária com um orçamento transparente, melhorando o relacionamento do governo central e o local.
Presidente Xi Jinping e primeiro-ministro Li Keqiang,
A reforma social procurará um sistema de segurança mais justo e sustentável, com destaque para as assistências médicas. Reformas serão introduzidas neste setor, visando a prosperidade de todos. A gestão social visará aproveitar as organizações sociais, inclusive na solução dos conflitos.
Faz-se uma referência explícita à melhoria do meio ambiente e uso dos recursos naturais, utilizando o pagamento para as medidas de sustentabilidade. O setor agrícola terá os direitos dos agricultores ampliados, equilibrando com o setor urbano. O mercado imobiliário será único, melhorando o sistema financeiro e o desenvolvimento da ciência e tecnologia.
Carlos Tejada escreveu para o The Wall Street Journal, utilizando as interpretações do professor Li Wei, da Cheung Kong Graduate School of Business, que o governo resolveu aprovar uma plataforma política ampla, sendo notável a recuperação dos agricultores.
O documento está vazado em colocações vagas, mostrando que se procurou adequar às aspirações de muitos, procurando um consenso de todos, inclusive governo e militares. O comunicado expressa que a questão chave está na forma de lidar com o governo e o mercado, que deve alocar os recursos.
Não se deixou muito claro o papel das estatais, que ficaram asseguradas com alguns setores de infraestrutura, mas que as empresas privadas são também relevantes para o desenvolvimento. Mas, parece que é da cultura asiática, está forma de se expressar, quando os ocidentais apreciariam uma forma mais clara.
Mas obtém-se um sentido de que a China procura uma economia de padrão de consumo elevado, como o que é encontrado nos Estados Unidos e na Europa, havendo que se fazer uma transição cuidadosa.
Com o tempo, diante de medidas que sejam tomadas com base nestas orientações gerais, poderá se ter uma ideia mais clara do que acontecerá na China, com repercussões em todo o mundo.
11 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo de Jules Kortenhorst no Project Syndicate, eficiência energética depois da OPEP, nova rodada sugerida pelo Rocky Mountain Institute
Jules Kortenhorst é CEO do Rocky Mountain Institute que opera nos Estados Unidos e tem procurando maior eficiência energética preocupado com os problemas das mudanças climáticas. Num apanhado histórico, informa que a cerca de 40 anos atrás, quando se formou a OPEP – Organização dos Países Produtores de Petróleo, formando um cartel para a substancial elevação dos seus preços, o mundo enfrentou um grande desafio. Os Estados Unidos organizaram o DOE – Department of Energy em 1977 e um ano antes aprovaram a National Energy Act para efetuar a regulação industrial e de incentivos fiscais para promover a eficiência no uso dos combustíveis e de energia renovável.
Estas medidas resultaram, segundo o artigo, numa grande melhoria energética, tanto que, entre 1973 a 1985, o consumo de energia por dólar nos Estados Unidos diminui 28%, cinco vezes mais rápido do que nos 25 anos anteriores. Mas o declínio correspondente da demanda fez com que o preço do petróleo caísse em 1986, inaugurando uma nova fase de energia barata, facilitando o crescimento econômico de duas décadas, reduzindo a pressão sobre o governo para continuar perseguindo esta eficiência.
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11 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: o problema da poluição, pesquisa publicada no China Daily, preferência por Xangai
Xangai sempre foi uma das cidades mais internacionais da China, tendo havido um período antes da Segunda Guerra Mundial onde os ingleses, os franceses e os japoneses contavam com concessões, verdadeiros bairros que eram considerados como áreas extraterritoriais, como se fossem embaixadas ou consulados. Sempre foi estratégica para os que desejavam se relacionar comercialmente com aquele país, pois o porto de Xangai é dos mais privilegiados, facilitando o intercâmbio com o exterior. Suas construções deixaram marcas que perduram até hoje, reconstruída em algumas partes. Sempre foi uma metrópole internacional, um importante centro comercial e financeiro.
Hoje, os estrangeiros que necessitam morar na China preferem Xangai por estar no litoral e sujeito a menos poluição do que Beijing, a capital, quando existem períodos críticos quando o ar se torna praticamente irrespirável, ainda que estejam sendo tomadas medidas para a sua redução. A China continua sendo a maior lançadora de CO2 do mundo, e muita da energia utilizada tem como fontes o carvão mineral e o petróleo, notadamente na indústria que tenta se tornar mais limpa, mas que demandará um vigoroso programa por décadas.
Xangai é uma das cidades da China preferidas por estrangeiros
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10 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo de Zhang Monan no Project Syndicate, benefícios para o mercado interno chinês, competitividade internacional, indústria de alto padrão tecnológico inserido na economia global
Um artigo espetacular e esclarecedor da conhecida Zhang Monan, que é fellow do China Information Center, do China Foundation for International Studies e pesquisadora do China Macroeconomic Research Platform, foi publicado no Project Syndicate. Informa o papel da nova Zona de Livre Comércio que está sendo instalada em Xangai, um dos centros mais avançados da China e onde já se contava com 393 MNCs – Multinational Corporations em setembro de 2012. Esta é uma medida que antecipa as reformas que estão sendo decididas na China, de forma que sua economia continue crescendo conectada com o exterior, mas com a visão no dinamismo do mercado interno.
O que impressiona na emergente economia chinesa é sua capacidade pragmática para pensar a longo prazo, criando mecanismos ousados para consolidar as condições para absorver conhecimentos externos para melhorar a produtividade de toda a economia, que deixa de contar com recursos humanos baratos para dispor de tecnologias avançadas para continuar competitiva no mundo, que não vem apresentando o dinamismo que seria desejável. Promove-se uma abertura para investimentos, comércio e finanças, procurando a sua inserção numa cadeia de valor global, promovendo mais uma rodada de liberalização. Acaba provocando uma inveja no países emergentes como o Brasil, que passam por dificuldades semelhantes.
Zhang Monan
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9 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: as considerações pragmáticas, frequentes discussões sobre o Banco Central, problemas de política econômica
Muito papel e tempo são gastos na discussão sobre as conveniências de independência ou autonomia do Banco Central, que não se restringe ao caso brasileiro. Um artigo sobre o assunto foi publicado no suplemento Eu & Fim de Semana do jornal Valor Econômico. Parece que existe uma apreciável maioria sobre a eficácia da política econômica quando existe um mínimo de coordenação sobre os instrumentos disponíveis para as autoridades, onde há um destaque para a política fiscal e monetária, mas que podem envolver outras como a salarial, industrial, de comércio exterior etc. Para tanto, os que representam o governo eleito democraticamente cabe a responsabilidade pelos resultados, e não seriam os aprovados indiretamente, com mandatos fixos, que poderiam se sobrepor à vontade popular, ainda que algumas pessoas achem que tecnocraticamente poderia se impor restrições ao poder Executivo. Se esta lógica for aceita, a discussão seria acadêmica ou política, e não da eficácia econômica.
Existem as mais variadas situações para as autoridades monetárias no mundo, e os analistas que não possuem experiências executivas tendem a imaginar que o mandato para os dirigentes do Banco Central seja somente a meta inflacionária, estabelecida por alguma autoridade. No Brasil, esta é estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, hoje constituído por uma ficção, pois se restringe ao Ministro da Fazenda que é o seu Presidente, Ministro Chefe da Secretaria de Planejamento da Presidência da República, e ao Presidente do Banco Central, que é o seu Secretário Executivo. Os que são realistas admitem que tal Conselho não existe na realidade, havendo no máximo uma troca de ideias gerais entre estes poucos membros.
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8 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: financiamentos chineses com pagamentos em exportações brasileiras, importância num momento crucial da economia mundial, investimentos chineses no Brasil, o encontro do Vice-Presidente Michel Temer com o Presidente Xi Jinping
A imprensa mundial não está dando a devida importância para uma nova aliança Sino-Brasileira que está se consolidando cada vez mais. Tanto o Brasil como a China, duas importantes economias emergentes, encontram-se bastante isoladas dos entendimentos internacionais que se consolidam mundo afora. Nada mais natural que ambos procurem intensificar seus intercâmbios visando vantagens recíprocas que são relevantes, utilizando os setores onde possuem e estão mais avançados. Quando da visita da presidente Dilma Rousseff à China, em abril de 2011, foram estabelecidos importantes acordos, que continuam se desdobrando posteriormente, com entendimentos objetivos e concretos em 2013.
A China vem intensificando a participação na exploração brasileira de petróleo, utilizando suas reservas externas que são as maiores do mundo, principalmente num dólar que está se desvalorizando. Os montantes que não passam despercebidos, ainda que não destacado pela imprensa mundial, estão sendo investidos no Brasil. O Brasil tem um elevado potencial de exploração do petróleo, e a China necessita desta fonte de energia assegurada. Também a China demanda muitas produções agropecuárias para a alimentação de sua gigantesca população, e o Brasil vem aumentando a sua produção competitiva no mundo. Nada mais natural que ambos os países procurem todas as oportunidades para fortalecer entendimentos de interesse mútuo, como nesta recente visita do vice-presidente Michel Temer à China.
Michel Temer com empresários chineses e o presidente Xi Jinping
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8 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: a posição do IEDI, artigo de Pedro Luiz Passos, propostas que poderiam ser feitas, um posicionamento mais ousado
O IEDI – Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial é um organismo sustentado pelos recursos dos seus membros que são empresas industriais, diferindo das entidades sindicais como a FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e da CNI – Confederação Nacional das Indústrias, que representam a indústria, mas vivem dos impostos sindicais patronais. Estas entidades são responsáveis também pela administração do SESI – Serviço Social da Indústria e do SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Por isto, sua opinião da IEDI é mais representativa das indústrias. Como consta do artigo de seu presidente Pedro Luiz Passos, que também é conselheiro da Natura, publicado na Folha de S.Paulo, o IEDI publicou recentemente um documento relacionando as mudanças e as reformas necessárias para a volta do desenvolvimento industrial, considerado indispensável para sustentar o crescimento da economia brasileira. A íntegra do artigo pode ser obtida no: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/137886-ousadia-para-mudar-a-economia.shtml
Segundo o artigo, o desenvolvimento econômico e social do Brasil depende de melhorias significativas na educação e na infraestrutura, com ganhos no bem estar da população e elevação da produtividade industrial, para o que a parceria público-privada seria importante. O sistema tributário brasileiro necessita de reformas que o torne mais justo e menos complexo, havendo necessidade de elevação da eficiência do setor público. Deveria se adequar a legislação trabalhista às novas tendências do mercado.
Pedro Luiz Passos
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7 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias | Tags: dados preocupantes, furação nas Filipinas, os dados sobre o Brasil, relatório da Organização Meteorológica Mundial
Os dados divulgados pela Organização Meteorológica Mundial, publicados no The Japan Times, com base nas notícias distribuídas pelas agências AFP-JIJI, informam que a quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera da Terra bateu novo recorde em 2012, continuando com um aumento cada vez mais rápido. Segundo o secretário geral da organização, Michel Jarraud, isto está no novo relatório anual. O dióxido de carbono, o principal culpado do aquecimento global, chegou a 393,1 partes por milhão no ano passado, ou 141 por cento nos níveis pré-industriais, de 1750. As chances de limitar o aumento da temperatura global a 2 graus Celsius, que será discutido em Varsóvia na próxima semana, num evento da ONU – Nações Unidas, diminuiu sensivelmente.
No Brasil, o jornal Valor Econômico, num artigo elaborado por Daniela Chiaretti, utilizou as informações divulgadas pelo Sistema de Estimativas de Emissões de Gases – SEEG, organizada por 35 institutos e organizações não governamentaism que vem debruçando sobre estes dados, o que é uma boa notícia. O Brasil seria o sétimo maior emissor, vindo depois da China que seria a primeira e os Estados Unidos que são a segunda. Mas o preocupante é que, apesar da redução das emissões provocadas pelos desmatamentos e queimadas, entre 1990 a 2012, as emissões brasileiras estão acima das médias mundiais, nos processos industriais, de energia e resíduos. Nas derrubadas das florestas, caiu 35%, mas no setor de energia, que inclui os transportes, subiram 126% no Brasil, enquanto a mundial foi de 37%. Nos processos industriais, aumentou 65%e nos resíduos, 64%.
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7 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: entendimento com o setor privado, entrevista de Delfim Netto para o Valor Econômico, Lei da Responsabilidade Fiscal, necessidade de manter o superávit fiscal, tempestade perfeita
Diante da reconhecida teimosia da presidente Dilma Rousseff, uma verdadeira campanha está se desenvolvendo para convencê-la de que o Brasil corre um grande risco, que poderá comprometer a sua reeleição, apesar dos fracos adversários que ela deverá enfrentar. A entrevista que Delfim Netto concedeu a Claudia Safatle, publicada no Valor Econômico, que pode ser lida na sua íntegra pelos assinantes no http://www.valor.com.br/brasil/3330794/governo-precisa-desmontar-ideia-de-que-e-contra-os-mercados-diz-delfim, onde se acrescenta aos recados que já foram enviados ontem por Joaquim Levy na entrevista publicada no mesmo jornal. Apesar do quadro não ser tão otimista como o governo gostaria, nem tão crítico como estão sendo apontado pela oposição, o resultado fiscal do governo é crucial para a possibilidade de reclassificação do Brasil pelas agências de rating, num momento em que a política monetária dos Estados Unidos deve ser mudada, terminando com o chamado easy monetary policy, elevando a taxa de juros no mercado internacional.
Os jornais estão inundados pelas informações sobre os elevados gastos do governo com programas sociais, que deverão continuar a crescer. As pressões dos governadores e prefeitos para permitir contrair novos empréstimos, com a revisão dos juros sobre a dívida com o governo federal, acabam eliminando as importantes restrições que foram conquistadas com a Lei da Responsabilidade Fiscal. O caso da Prefeitura de São Paulo é emblemático, pois atendendo os desejos do prefeito Fernando Haddad, as contas nacionais acabarão rompidas.
Professor Delfim Netto
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