17 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: elevação dos custos salariais, mudanças nas condições brasileiras, problemas de sustentabilidade, tecnologias adaptáveis do exterior
Como os custos dos salários eram relativamente baixos no Brasil, notadamente na construção civil, os avanços tecnológicos que vinham se observando no exterior demoraram a ser adaptadas às condições locais. Comparando com o que já ocorre no resto do mundo, as construções brasileiras ainda era de mão de obra intensiva, com baixo uso de tecnologias avançadas nas elaborações dos projetos, bem como nos usos de materiais pré-fabricados que tendiam a reduzir o tempo de construção, além de outras reduções de custo. Como os custos dos recursos humanos aumentaram significativamente no passado recente no país e as exigências de sustentabilidade estão aumentando, as tendências atuais são no sentido da aceleração das adaptações das tecnologias já empregadas no exterior.
No Japão, por exemplo, há muitas décadas os recursos humanos eram mais elevados, as energias disponíveis escassas e a ocorrência de muitos terremotos forçaram o desenvolvimento de suas tecnologias de construção civil, tanto nas obras públicas como nas edificações comerciais ou residenciais. O planejamento exigia um custo mais elevado, mas na execução dos projetos contava-se com muitos materiais pré-fabricados, reduzindo o tempo de execução, levando-se em consideração a sustentabilidade de um país arquipélago, com longa tradição de conservação do meio ambiente.
Casart Terra Homeda Panasonic e planta de aproveitamento geotérmico
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15 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no The Economist sobre o programa habitacional no Brasil, complementos, necessidade de habitações pré-fabricadas, observações críticas e elogiosas
Quando a jornalista de O Estado de S.Paulo perguntou ao experiente e observador professor Delfim Netto sobre o que ele achava dos artigos críticos do The Economist sobre a economia brasileira, ele respondeu que muitos não entendiam a ironia inglesa. Quando algumas autoridades se sentiam contrariadas, e respondiam sobre alguns pontos colocados naquela respeitosa revista de circulação internacional, no fundo, os responsáveis pela publicação estavam exultantes com a reação. No novo número da revista, além das observações jocosas sobre a nova presidência do Senado brasileiro, muitas autoridades brasileiras devem ter ficadas eufóricas sobre a cobertura do programa Minha Casa, Minha Vida, ainda que não seja somente de elogios.
O The Economist tem concedido um bom espaço para a cobertura do que acontece no Brasil, apesar dos seus muitos problemas, reconhecendo que se faz um grande esforço para a melhoria da distribuição de renda, criando mecanismos que permitam a ampliação do programa habitacional no país, atendendo desde os mais pobres com subsídios até os componentes da nova classe média. Apontam que ainda existem aspectos para facilitar a vida dos empresários voltados ao setor, bem como formas de superar os elevados custos da mão de obra, com construções utilizando, por exemplo, materiais pré-fabricados, que acabam acelerando as construções e baixando os seus custos.
Presidente Dilma Rousseff durante evento relacionado com o programa Minha Casa, Minha Vida
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15 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aplicações possíveis, avanços tecnológicos mundiais, tecnologias mais promissoras
O Conselho do Fórum Econômico Mundial da Agenda Global de Tecnologias Emergentes identificou as principais tendências tecnológicas consideradas promissoras para auxiliar o desenvolvimento sustentável, numa apresentação feita por David King, que é o seu atual chairman. Os desafios atuais necessitam de novas tecnologias para superá-los, e foram os considerados mais promissores.
O primeiro listado são os novos veículos elétricos sem fios, que estão sendo experimentados na Coreia, que são alimentados em movimento. Na próxima geração destes carros elétricos, estes veículos receberão a energia de um campo magnético instalado nas estradas. Terão também baterias que serão utilizadas quando os veículos estiverem fora das áreas de alimentação, que terão um quinto da capacidade de um carro elétrico padrão, e terão uma eficiência de transmissão de mais de 80%.
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15 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: demanda chinesa, dificuldades que induzem o desenvolvimento tecnológico, economia de energia, o caso brasileiro, problemas de poluição | 2 Comentários »
Um artigo publicado no jornal econômico japonês Nikkei informa que o atual nível da poluição chinesa está atraindo empresas do Japão a colocarem seus produtos naquele país. Citam inúmeros casos concretos, mostrando que os problemas passados de intensa poluição num pequeno arquipélago geraram tecnologias que hoje podem ser colocados em países emergentes como a China, a Índia e até no Brasil. De forma similar, os problemas agudos de disponibilidade de energia no Japão geraram tecnologias que hoje interessam a muitos países como o Brasil, que de uma abundância relativa de fornecimento de energia, passa a enfrentar desafios de seus usos crescentes a longo prazo a custos crescentes, ainda que medidas temporárias possam reduzir os seus custos, como no caso da energia elétrica.
Um dos casos citados é o da Sharp que está tentando ampliar as suas vendas de produtos de limpeza pela ventilação, que podem reter as partículas finas, especialmente os chamados PM2,5 com 2,5 micrômetros de diâmetro ou menores, prejudiciais à saúde. Estes são de uso doméstico, mas também existem os industriais que purificam o ar com a desulfurização e desnitrificação. Eles explicam que a poluição de pequenas partículas é uma mistura de produtos sólidos e gotículas microscópicas de líquidos, como ácidos, produtos químicos orgânicos e metais. Também a Panasonic coloca os seus produtos de limpeza que acumulam vendas subindo 120% num ano, com preços relativamente modestos, adaptados às condições chinesas, com sua produção local.
Equipamento da Sharp para limpeza da micropoluição
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14 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: aquecimento global, discussão de cientistas, efeitos econômicos, fontes de energia, relacionamento com fertilizantes
Acredito que a maioria dos cientistas considera que a revista Nature – the International Weekly Journal of Science figura entre as mais importantes na sua especialidade, contendo muito do que vem acontecendo de importante nas pesquisas que se desenvolvem em todo o mundo. Os muitos assuntos abordados nesta relevante publicação, extremamente técnicos e complexos, interessam a todos, gerando também acirradas discussões. No número de 15 de novembro último, um empresário publicou na seção World View um artigo aceito pela direção da revista, que sempre é extremamente rigorosa na sua seleção, expressando que os cientistas deveriam se manifestar enfaticamente sobre o aquecimento global que está ocorrendo no mundo, numa velocidade que ninguém imaginava.
O autor, Jeremy Grantham é co-fundador e estrategista chefe de investimentos da GMO, uma empresa de gerenciamento de investimentos, e co-chair da Gantham Foundation for the Protection of Enviroment, com sede em Boston, em Massachusetts, nos Estados Unidos. Ele afirma que os cientistas acreditam que o aquecimento global é um problema pior que imaginado há alguns anos passados. Segundo ele, caminhamos para o penhasco, mas não se faz o suficiente para evitá-lo. Ele se considera um especialista em bolha econômica, e sua empresa alertou sobre os preços inflacionados das ações japonesas em 1989, que considera o avô das bolhas recentes.
Jeremy Grantham
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11 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: as limitações políticas, dois artigos no Project Syndicate, generalizações perigosas, os desejos dos acadêmicos
Dois artigos de importantes acadêmicos como os dos professores Dani Rodrik da Universidade de Harvard e Andres Velascos da Universidade de Columbia, ambos publicados no Project Syndicate, indicam os esforços acadêmicos e as dificuldades com a realidade que se mostra mais complexa que os teóricos desejariam. Dani Rodrik informa os esforços que os economistas fizeram, inclusive tentando utilizar suas técnicas para racionalizar o comportamento dos políticos, mas, mostrando que nos casos da Coreia e da China, reviravoltas mais surpreendentes no desempenho econômico nas últimas décadas os vencedores foram os “interesses escusos”. Andres Velascos informa que, apesar da melhoria na distribuição de renda a América Latina, ela continua precária, e os países que as promoveram como o Chile e o Brasil não foram imitadas por outras.
Dani Rodrik Andres Velascos
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11 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: autocrítica do ministro Gilberto Carvalho, entendimento adequado do problema, redução das famílias assentadas
O problema fundiário brasileiro está entre os problemas mais controvertidos, sendo muitas vezes discutido de forma emocional, sem a adequada compreensão das complexas questões envolvidas. Tendo trabalhado anos no assunto, tento contribuir para a melhor compreensão da autocrítica recente efetuada pelo ministro Gilberto Carvalho, hoje secretário-geral da Presidência, que também foi chefe de gabinete do presidente Lula da Silva, cuja política também está sendo criticada, como a do governo que o antecedeu, de Fernando Henrique Cardoso. O assunto foi abordado num artigo de Fernanda Odilla, na Folha de S.Paulo. Ainda que o assunto venha do passado mais remoto, sem que nunca se tenha equacionado com a sua compreensão devida.
O Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária seria o principal responsável federal pelos problemas fundiários, ainda que não seja o único. Na sua formação, dois grupos antagônicos participaram: os que desejavam facilitar o acesso à terra aqueles que não a possuíam, e os que desejavam manter o status quo, com uma distribuição desigual da terra e dos seus benefícios. A expressão “reforma agrária” sempre teve uma forte conotação ideológica, por envolver a possibilidade de desapropriação compulsória, o que não ocorre somente no Brasil, pois envolve a propriedade fundiária, que seria a base da disputa na distribuição dos seus benefícios, ainda que ela não seja o único fator a ser considerado.
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8 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a disponibilidade de água, fator restritivo em muitas regiões, o declínio da civilização maia, outras considerações
Fernando Reinach é um consagrado biólogo que escreve regularmente para o jornal O Estado de São Paulo, onde mantém a sua coluna. No última, ele relata os estudos que informam que o declínio da civilização maia decorreu de uma grande seca que afetou a região dos Andes, onde habitavam. Segundo ele, estudos efetuados na caverna de Yok Balum, que fica em Belize, a 1,5 quilômetro de Uxbenká, uma cidade maia, comprovam que a sua decadência ocorreu com as fortes secas que se observaram no passado, o que foi obtido por correlação.
Segundo o autor, as estalagmites surgem no solo das cavernas quando gotas de água caem do teto regularmente, durante milhares de anos, no mesmo lugar. Estas gotas de água contêm minerais dissolvidos, e quando as águas se evaporam os minerais se acumulam no topo das estalagmites. Formam-se colunas que são registros temporais confiáveis sobre o clima por longos períodos.
Biólogo Fernando Reinach e foto de estalagmites
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7 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo das vendas de janeiro na Folha de S.Paulo, indicações da experiência passada, os estímulos do setor agrícola
Apesar do pessimismo de muitos analistas urbanos, a forte expansão do setor agrícola no Brasil nesta safra 2012/2013 indica um significativo aumento da demanda de equipamentos agrícolas, desde colhedeiras até tratores. Um artigo publicado por Mauro Zafalon na Folha de S.Paulo, na sua coluna Vaivém das Commodities, informa sobre os resultados surpreendentes da primeira feira agrícola do ano, a Coopavel, em Cascavel, no Estado do Paraná. As vendas de colhedeiras teriam crescido 60% em janeiro, comparado com o mesmo período do ano passado.
Baseado nas declarações de um executivo da Case, Mirco Romagnoli, que informa que só esta empresa vendeu 965 colhedeiras, e as vendas de tratores teriam sido de 4.262 unidades, com um aumento de 29% sobre o mesmo período do ano passado. Ela contou com 18% do mercado deste tipo de equipamentos em 2012, o que entusiasma qualquer analista. Além da área plantada, o clima tem transcorrido adequadamente nas principais regiões agrícolas, até as novas fronteiras como no Centro/Norte/Nordeste.
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7 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: administração do Fundo Verde da Credit Suisse, entrevista de um dos melhores operadores no mercado, esclarecimentos não viesados pelos interesses financeiros
Muitos são os que consideram Luis Stuhlberger um dos melhores profissionais do mercado de capitais do Brasil, ele que se consagrou na Hedging Griffo e permaneceu na instituição quando passou a ser comandada pela Credit Suisse. A longa entrevista concedida para Luciana Seabra e Catherine Vieira, do jornal Valor Econômico, é esclarecedora sobre o atual estado de espírito deste mercado, onde a família do Fundo Verde, criado em 1997, continua atualmente com um patrimônio líquido de R$ 17,8 bilhões, segundo o jornal. Este resumo deve ser encarado como mero aperitivo.
A entrevista está dividida em duas partes, com muitas informações substanciosas. Na primeira que leva o título de “Sem ação”, dividida em 14 tópicos, além de uma introdução. Na segunda, “Globalização do gestor local será o fenômeno de 2013”, com 12 tópicos, tudo ocupando quase uma página e meia de um jornal como Valor Econômico, o que denota a grande importância dada à matéria.
Luis Stuhlberger. Foto: Marcelo Ximenes/AE
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