Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Dificuldades na Formulação da Política Econômica

22 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: diferenças entre as administrações federais e estaduais, experiências desejáveis, política econômica no quadro das restrições

Observam-se dificuldades em diversos países na formulação adequada da política econômica, diante do quadro de limitações generalizadas que existem no momento, inclusive no Brasil. Muitos profissionais acabaram conseguindo resultados favoráveis quando as condições mundiais proporcionavam um cenário favorável, mas as restrições atuais dificultam, naturalmente, enquanto as pressões políticas e sociais tendem a aumentar, mesmo dentro das limitações dos recursos disponíveis. Tanto os quadros políticos como setoriais procuram manter as suas participações, inclusive ampliando-as, imaginando que existem condições para a mudança na distribuição dos recursos, dando maior impressão do acirramento nas disputas.

Muitos profissionais aparentam estar treinados para situações favoráveis, nem sempre contando com condições de conseguir reverter o quadro para um de maior eficiência nos menores recursos com que contam no momento, principalmente de gestão dentro de um quadro desfavorável. É quando se observam as maiores diferenças entre os que acumularam experiências nas execuções consideradas eficientes, quando os dados lhe eram fornecidos. Quando eles necessitam formular novas condições, mais criativas diante das limitações de recursos, nem sempre contam com experiências mais amplas para os difíceis diálogos políticos indispensáveis. Um artigo publicado no jornal A Folha de S.Paulo sobre a situação do atual secretário do Tesouro brasileiro, parece resvalar em alguns aspectos desta natureza, ainda que não se possa responsabilizá-lo por todas as atuais trapalhadas.

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Secretário do Tesouro Arno Augustin. Foto: Agência Brasil

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Crescimento da Economia Chinesa

19 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: 8 por cento, identificações de problemas internos, impulso para o resto do mundo, opiniões variadas com o crescimento de 7

Em qualquer economia do mundo, mesmo com uma renda per capita ainda modesta e mal distribuída, um crescimento de 7,8% em 2012, dentro de um quadro internacional com grandes dificuldades, deveria ser considerado um resultado excepcional. Foi o que se conseguiu na gigantesca economia chinesa, que tem a maior população do mundo. Algumas bolsas de valores do mundo saudaram este resultado, principalmente porque marcava uma elevação com relação ao conseguido no ano anterior, dando sinais de recuperação da China, que poderia estimular o mundo que ainda se recupera modestamente, ressaltando com esta contribuição a importância das economias emergentes.

Mas todos sabem também, e principalmente os chineses, que existem problemas difíceis que precisam ser enfrentados. As novas lideranças políticas do país se mostram conscientes, clamando por reformas ainda não definidas, pois a distribuição de renda no país não melhorou de forma significativa, e as poluições registradas nos últimos dias exigiram paralisações de algumas atividades. Alguns estudiosos chineses, como a Zhang Monan, pesquisadora em instituições que informam a cúpula política daquele país, publicou no Project Syndicate um artigo sobre os limites do crescimento do consumo interno no país. Importantes correspondentes estrangeiros na China, como Keiko Yoshioka, do Yomiuri Shimbun, o maior jornal do mundo, também apontam os problemas que ocorrem com a força de trabalho daquele país, que vem se movimentando politicamente acima do esperado e cujos salários estão se elevando, deixando alguns produtos não competitivos com outras economias do sudeste asiático.

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Zhang Monan

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Consequências dos Problemas do Boeing 787

18 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: complexidade de um avião, principais empresas envolvidas, usuários e fornecedores

Os problemas em que estão sendo envolvidos os Boeings 787 Dreamliner afetam não somente o seu fabricante principal, como os usuários e muitos fornecedores. O jornal econômico Nikkei aponta num artigo que, além dos seus grandes usuários que são a ANA – All Nippon Airlines e a JAL – Japan Air Lines, também existem muitos fornecedores japoneses que estão com as barbas de molho. Muitos apontam que um dos graves problemas estaria ocorrendo nas baterias de lítio-íon que estão sendo fabricadas pela GS Yuasa, que é uma grande fornecedora destes equipamentos para variadas finalidades, como os veículos elétricos e híbridos da Mitsubishi Motors e da Honda Motor. Estas baterias são mais eficientes para carga e descarga, tendo metade do peso e duas vezes mais eficientes que as convencionais de níquel-hidreto metálico.

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Erro no Gráfico Utilizado Pelo The Economist

17 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo sobre o Brasil no The Economist, gráfico atribuído ao IBGE e Nomura, quando a posição crítica leva à irracionalidade, texto reproduzindo críticas de analistas brasileiros | 2 Comentários »

A revista The Economist está atualmente muito crítica ao governo brasileiro, tendo razões em algumas observações, mas cometendo erros incompreensíveis para a sua qualidade, num gráfico que está utilizando, citando como fonte o IBGE e a Nomura, possivelmente pelo seu escritório local. Está no número que deverá circular no próximo dia 19, mas que já está disponível no seu site. Apresenta o crescimento do GDP (PIB em português) e deduz a inflação, como se este dado fosse nominal, quando na realidade é real, ou seja, já está sem a inflação. Mesmo com a contrariedade de sua equipe com a presidente Dilma Rousseff e seus ministros, e a favor do sistema bancário e investidores no mercado de capitais, este tipo de desinformação acaba comprometendo a sua credibilidade, como vem procurando fazer com a do governo.

O artigo do The Economist afirma que os brasileiros estão desapontados com os resultados no final do ano, com a previsão de somente 1% de crescimento em 2012, o que em grande parte é verdade. Fala dos artifícios utilizados para a redução do déficit fiscal primário, o que também é correto. Bem como uma inflação mantida abaixo do máximo da meta do Banco Central, manipulando preços da gasolina e dos transportes públicos, informando que estas pressões ocorrerão neste ano, o que deve ser verdade em grande parte.

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Gráfico publicado no The Economist

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Interpretação de Michael Pettis Sobre o Momento Chinês

15 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: interpretação dos pronunciamentos dos novos líderes chineses, muitas reformas a serem implementadas, um crescimento mais modesto perseguindo a sustentabilidade

Todos reconhecem que o professor Michael Pettis, da Universidade de Peking entre outros importantes cargos, está entre os mais qualificados para compreender o que está se passando na China. Ele vem sustentando que a economia chinesa só pode manter o seu crescimento promovendo reformas profundas, nos diversos artigos publicados no seu site. E lista uma série de pronunciamentos das novas autoridades no mesmo sentido, mas ainda não ficam claro exatamente quais são as reformas e como serão efetuadas.

Todos sabem que o recente desenvolvimento acelerado por que veio passando a economia chinesa aprofundou as desigualdades, notadamente entre o setor urbano industrial situado na costa leste e o interior rural, bem como entre as pessoas. Que o nível de poluição atingiu um ponto de comprometimento deste desenvolvimento, e que a economia chinesa precisa passar a depender mais fortemente do seu mercado interno, pois o resto do mundo não oferece os estímulos suficientes.

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Michael Pettis                                  Xi Jinping                             Li Keqiang

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Aquisição de Terras Africanas Pelos Estrangeiros

15 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo de Peter Singer no Project Syndicate, generalizações sempre perigosas, inclusão dos brasileiros, o problema da ética na agricultura

Peter Singer é um australiano, professor de ética na conhecida Universidade de Princeton dos Estados Unidos e Laureado Professor da Universidade de Melbourne na Austrália, e escreveu um importante artigo sobre a maciça aquisição de terras africanas pelos estrangeiros que merece uma adequada atenção. Parece que ele, ao generalizar o problema, pode levar a conclusões algumas vezes injustas, que deveriam ser ressalvadas. Ele informa que desde 2000 até hoje, mais de 83 milhões de hectares de terras agrícolas foram adquiridas pelos estrangeiros, nos países mais pobres, na África, principalmente, cifra que corresponderia a um país como Quênia.

Ele agrupa os investidores públicos e privados em três grupos diferentes: as economias emergentes como a China, a Índia, o Brasil, a África do Sul, a Malásia e a Coreia do Sul; os ricos países produtores de petróleo, como os do Golfo; e os desenvolvidos, como os Estados Unidos e os europeus. Em média, a renda per capita dos investidores seria quatro vezes maiores do que os que estão vendendo. Ele não inclui os australianos, devendo-se lembrar de que naquele país as terras agrícolas são concedidas por prazos longos, sem serem vendidas, como acontece em alguns países que foram influenciados pelos ingleses.

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Professor Peter Singer

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Poluição em Beijing e Outros Problemas Ambientais

15 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo até no China Daily, impossível que não haja reação, medidas de emergência, notícias sobre a poluição na China

Todos sabem que os dois países que mais poluem no mundo são os Estados Unidos e a China, que continuam resistindo na fixação de metas quantitativas mesmo com as sucessivas reuniões internacionais, com o patrocínio das Nações Unidas, como a última realizada em Doha. As calamidades provocadas pelo aquecimento global estão à vista de todos. Além das matérias distribuídas pelas agências internacionais de notícias, até o China Daily, que é o órgão oficial do governo chinês, admite que Beijing chegou ao limite máximo tolerável, exigindo a paralisação ou a redução de muitas atividades, inclusive a suspensão das aulas nas escolas.

Aquele jornal oficial informa que o Índice de Qualidade do Ar na maior parte de Beijing chegou a 500, o máximo de poluição, pelo terceiro dia, exigindo a tomada de medidas de emergência, inclusive com as informações fornecidas pelas autoridades municipais sobre o assunto, a chamada Beijing Municipal Environmental Protection Bureau. Atividades esportivas ao ar livre foram suspensas, assim como as aulas nas escolas primárias e secundárias. As construções foram suspensas em 28 lugares, e 54 empresas reduziram em 30% suas atividades.

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Foto publicada no China Daily mostra a poluição que atingiu a chamada Third Ring Road no sábado

A foto publicada no China Daily é assustadora, e mostra a chamada Third Ring Road, ou seja, algo como a Estrada do Terceiro Anel de Beijing. O artigo informa que Beijing possui uma população fixa de cerca de 20 milhões de habitantes, com cerca de 5,2 milhões de veículos. E admitem que a poluição decorre dos combustíveis usados, inclusive com os carvões minerais utilizados no inverno rigoroso, sem que haja ventos que os transportem para outras áreas.

Também muitos cientistas norte-americanos admitem que as irregularidades climáticas, como o desastre provocado pelo furação Sandy, decorrem do aquecimento das águas dos oceanos, que está acelerando os degelos, ao mesmo tempo que ocorrem nevascas pouco observáveis no Hemisfério Norte. Inclusive em Israel, provocando também inundações na Palestina, regiões onde estes fenômenos são pouco frequentes, na intensidade observada.

As inundações que estão ocorrendo em muitas regiões dos trópicos são decorrentes de precipitações concentradas e elevadas, mostrando que o clima caminha de forma irregular, mais que o esperado. Ainda que as provas científicas não permitam diferenciar dos longos ciclos climáticos que afetam todo o globo, certamente a coincidência é chocante, com a perda de muitas vidas e grandes prejuízos materiais.

Não é possível que as autoridades dos dois maiores países poluidores do mundo continuem indiferentes. Medidas emergenciais pouco resolvem se não forem adotadas políticas claras, com metas definidas, procurando uma solução a prazo médio e longo. Ou os desastres continuarão se repetindo, possivelmente em maiores intensidades.

É evidente que todos têm que contribuir também os países emergentes como os em desenvolvimento, fazendo sua parte no esforço global. Mas os maiores responsáveis que estão sendo punidos com as consequências precisam ser os primeiros a adotarem uma política consistente.


Vantagens dos Aumentos das Patentes Chinesas

15 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no Nature sobre o aumento das patentes chinesas, disputas legais na própria China, vantagens colaterais

O boom de requerimentos de patentes por parte dos chineses no World Intellectual Property Organization em Geneve, na Suíça, além de ser um dado impressionante, superando os Estados Unidos, provoca um efeito colateral importante, segundo um artigo publicado por David Cyranosk na consagrada revista semanal Nature, que trata de assuntos científicos. As autoridades chinesas efetuam esforços para construir o que chamam de economia da inovação, levando suas companhias a requerem patentes para proteger suas propriedades intelectuais, quando antes eram acusadas de copiar muitos de outros.

Entre 2008 a 2011, o crescimento dos requerimentos de patentes vêm aumentando ao impressionante percentual de 20% ao ano, e em 2011 solicitaram 526.412 superando os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, as disputas legais chegaram, segundo a Suprema Corte do Povo da China, a 7.819 casos, o dobro do que ocorre entre os norte-americanos. A tendência é que estas disputas continuem crescendo com mais patentes que são requeridas.

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Gráfico publicado na Nature

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O Brasil e o Turismo Internacional

12 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: belezas naturais e patrimônios culturais, iniciativas do Vietnã, promoção do turismo internacional para o Brasil, recomendação do New York Times | 2 Comentários »

Apesar da importância econômica do turismo internacional, o Brasil ainda está numa situação deficitária, quando conta com importantes recursos naturais, culturais e humanos que permitiriam a inversão da situação com um mínimo de promoção. Os brasileiros continuam sendo considerados boas fontes de receitas até pelos Estados Unidos, que procuram facilitar a concessão de vistos para nossos turistas. Apesar do Brasil contar com interesses dos estrangeiros, ainda não promovemos suficientemente para atraí-los, o que aumentaria significantemente o emprego, além de gerar importantes divisas para a nossa economia.

O site do jornal O Globo faz referência que o The New York Times citou o Rio de Janeiro como o primeiro lugar a ser visitado pelos turistas em 2013. Como o Brasil sediará a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016, o Rio de Janeiro está citado como o primeiro lugar a ser visitado este ano pelo influente jornal norte-americano.

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Baía da Guanabara é um dos cartões postais do Rio de Janeiro

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Cópias e Plágios na China

12 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo sobre plágios na arquitetura chinesa, cópias de projetos brasileiros, reproduções de trabalhos chineses no mundo

Um artigo publicado por Silas Marti na Folha de S.Paulo informa que muitos trabalhos arquitetônicos de todo o mundo foram copiados pelos chineses. A torre Eiffel tem uma cópia idêntica na China, como outros trabalhos de arquitetos conhecidos, inclusive de projetos executados no próprio país. Alguns estão provocando processos legais sobre os direitos de autorias, mas outros, como a reprodução de um vilarejo austríaco de Hallstatt em Guangdong na China, geraram a simpatia da original, cujo prefeito firmou uma parceria com os chineses, estimulando o turismo para a Áustria.

Segundo o artigo, este costume de copiar os projetos é considerado uma habilidade na China, desde a antiguidade, informando que alguns imperadores reproduziram palácios que foram conquistados, mostrando que são capazes de construí-los até melhores. No caso da Eiffel, torres semelhantes também existem em Tóquio, que serviam para as transmissões de telecomunicações, que está sendo substituído pelo atual novo Skytree.

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Torre Eiffel de Paris, Tower de Tóquio e réplica da Eiffel em Beijing

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