10 de fevereiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: aspectos humanos, entrevista do Delfim Netto, evolução no tempo, políticos e administrativos, Valor Econômico | 6 Comentários »
O Valor Econômico de hoje publica no seu suplemento Eu & Fim de Semana uma longa entrevista concedida por Delfim Netto à competente jornalista Claudia Safatle. Alem dos aspectos de sua personalidade pessoal, refere-se ao papel por ele desempenhado durante o regime autoritário como ministro da Fazenda, embaixador em Paris, ministro da Agricultura e ministro do Planejamento. E congressista, além do seu trabalho na Universidade de São Paulo. Bem como a colaboração que vem prestando às mais recentes administrações de Lula da Silva e Dilma Rousseff, de forma informal.
Num tom imparcial, toca até nas críticas que foram formuladas contra ele, e no relacionamento com outras personalidades como Mário Henrique Simonsen ou Roberto Campos, entremeados sobre suas observações sobre a evolução do conhecimento econômico e dos problemas da atualidade econômica, como a atual crise europeia.
Delfim Netto não costuma conceder entrevista relacionada à sua vida pessoal, mas nesta acabou deixando escapar alguns tópicos que nem sempre são conhecidos. Mas também se refere aos livros que influenciaram na sua formação, fazendo menção à sua longa experiência pragmática.
Mostra que sempre contou com uma abertura às diversas tendências políticas e doutrinárias, não fugindo até aos temas que poderiam ser embaraçosos. Considera-se satisfeito com o trabalho que veio executando, afirmando que “nunca trabalhou”, pois se realizava com o que veio executando, e que lhe proporcionava satisfação.
Como a entrevista foi, basicamente, efetuada durante um almoço, ele mostrou-se como uma pessoa incapaz de controlar adequadamente a sua alimentação, tendo ganhado peso depois de uma doença grave pelo qual passou há alguns anos.
Com a perspicácia de sempre e com a competência da jornalista, conseguiu que a longa entrevista acabasse ficando ágil e de fácil leitura, fornecendo um quadro bastante completo de sua complexa personalidade, que conseguiu conviver até com os que lhe eram mais críticos.
Tanto que, tendo sido um ministro de importância no regime autoritário, conseguiu-se reeleger sucessivamente desde a época de Constituinte que culminou na Constituição de 1988, mantendo seus entendimentos com as mais variadas correntes políticas. Até com os dirigentes políticos do PT, partido que critica em suas falhas.
Falou sobre o seu período como embaixador em Paris, bem como a crise que enfrentou quando Paul Volker elevou substancialmente os juros em todo o mundo, a partir dos Estados Unidos.
Delfim Netto falou de suas influências acadêmicas como os decorrentes do estudo do livro do italiano Bresciani-Turroni e do norte-americano Paul Samuelson, mas também dos seus professores como Paul Hugon, de História Econômica, e Heraldo Barbuy, de Sociologia.
No fundo, a entrevista mostra que Delfim Netto é um economista com uma formação mais ampla, tanto de história como das demais ciências sociais, procurando entender o comportamento humano pelo estudo da Antropologia.
Apesar de ter ajudado na introdução da Econometria no Brasil, ele refere-se às distorções do seu uso no passado recente, onde alguns pretendiam que os riscos pudessem ser calculados pelo uso de uma estatística avançada.
Leia a entrevista na íntegra
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9 de fevereiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: cloreto de potássio, entendimento entre a Vale e a Petrobras, nitrogenados, perspectivas
O Valor Econômico de hoje, num artigo assinado por Vera Saavedra Durão, informa que, com a interveniência da presidente Dilma Rousseff a, Vale e a Petrobrás chegaram a um acordo para a produção de cloreto de potássio pela primeira empresa, da mina de propriedade da segunda. Como é do conhecimento geral, os solos agriculturáveis do Brasil apresentam acidez elevada, que é corrigida com o uso de calcários abundantes no país, mas necessita de fertilizantes fosfatados, nitrogenados e de potássio como regra geral. São conhecidos pela sigla NPK e cuja demanda deverá continuará se elevando.
A Vale é uma empresa reconhecida como eficiente na mineração enquanto os interesses da Petrobras estão concentrados em petróleo e gás. Nada mais natural que pelo aspecto estratégico nacional houvesse um entendimento entre as duas empresas. A possibilidade de produção de nitrogênio decorre do aproveitamento dos gases que começam a ser descobertos em várias partes do país, sendo possível pelo avanço da petroquímica. A carência é de reservas de fosfatos, que necessitam ser importados, e a Vale conta com meios do seu transporte como carga de retorno dos minérios exportados.
Cultivo de soja e cana de açúcar no serrado brasileiro
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8 de fevereiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no Financial Times, os problemas das empresas eletrônicas avançadas japonesas, outras perspectivas
Todos sabem que as indústrias eletrônicas japonesas passam por dificuldades decorrentes do câmbio do Japão, desastres naturais e a acirrada concorrência de outras empresas do mundo, notadamente as asiáticas. Jonathan Soble, do Financial Times, e outros jornalistas estão escrevendo sobre o assunto em diversos órgãos de circulação internacional, pois são problemas de magnitude que afetam a todos.
O autor refere-se aos três fabricantes de semicondutores, entre eles a Panasonic e a Fujitsu que conversam sobre a possibilidade de fusão de suas operações na área, com a ajuda das autoridades japonesas, envolvendo bilhões de dólares. Informam sobre a possibilidade da INCJ – Innovation Network Corporation of Japan, com a fusão de diversas partes das empresas envolvidas com a produção de semicondutores e outros componentes de alta tecnologia, como a Hitachi, Sony, Toshiba entre outras
Logotipo da INCJ – Innovation Network Corporation of Japan
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8 de fevereiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: manifestação da Austrália, outros países além dos EUA-China, problemas econômicos e de segurança | 2 Comentários »
A tendência da opinião pública mundial é simplificar a compreensão de problemas complexos como as dificuldades na região do Pacífico num relacionamento bilateral dos Estados Unidos com a China, tanto do ponto de vista econômico quanto de segurança. Um artigo divulgado por Kevin Rudd, ministro dos negócios estrangeiros da Austrália, por intermédio do Project Syndicate, mostra a importância dos demais países que se situam na região do Pacífico.
Ele argumenta que, mesmo excluindo a China, o PIB do restante da Ásia é equivalente a dos Estados Unidos. O Japão continua sendo a terceira economia do mundo, a Índia, Coreia, a Indonésia e a Austrália continuam crescendo rapidamente. A Indonésia com uma população próxima de 250 milhões de habitantes vem crescendo acima de 6% ao ano.
Kevin Rudd e mapa da Austrália
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7 de fevereiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo de Felix Salmon distribuído pela Reuters, criação de emprego na China, enfoque interessante
Se existia uma carência até recentemente de estudos sobre a China, é impressionante constatar a quantidade de livros e artigos de qualidade sobre aquele país, que acaba servindo de exemplo para outras nações desenvolvidas e emergentes. Felix Salmon distribuiu pela Reuters um estudo de enfoque diferenciado sobre a criação de emprego na China, analisando o que veio acontecendo naquele país desde 1952 até 2010 nos três setores fundamentais da economia: a agricultura, a indústria e os serviços em matéria de emprego.
Utilizando dados que foram levantados por Mark Bergen, o autor comenta sobre o que veio ocorrendo naquele país, observando que a agricultura que sempre foi importante passou a sofrer um declínio de emprego no setor nas últimas duas décadas, com pequena ampliação na indústria, mas sensível no setor terciário, ou seja, dos serviços, que está ligado de alguma forma a urbanização.
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7 de fevereiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo do autor no Project Syndicate, livro de Justin Yifu Lin, resenha de Martin Wolf
Justin Yifu Lin, doutorado pela Universidade de Chicago, é o economista-chefe e vice-presidente sênior do Banco Mundial. Ele escreveu o livro “Demystifying the Chinese Economy”, publicado pela Cambridge, cuja resenha foi elaborada por Martin Wolf, principal comentarista de economia do Financial Times.
O próprio autor escreveu um artigo no Project Syndicate sobre o seu livro, informando que o fundamento do crescimento sustentável de qualquer país é a inovação tecnológica. Antes da Revolução Industrial eram os artesãos e os agricultores que os promoviam, o que passou a ser feito pelos cientistas e engenheiros nos laboratórios controlados. A China ficou defasada por 150 anos.
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7 de fevereiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: carreira, contatos com os Estados Unidos, The Wall Street Journal, Xi Jinping | 2 Comentários »
Os jornalistas Jeremy Page e Mark Peters do The Wall Street Journal publicaram o artigo “O líder que pode mudar a relação China-EUA”, publicado em português pelo Valor Econômico. O artigo recorda a visita de Xi Jinping, o próximo presidente da China, na sua primeira visita a Muscaline, Iowa, grande produtor de cereais para rações, para onde deve voltar na próxima visita aos Estados Unidos.
O extenso artigo sobre Xi Jinping trata de sua conturbada biografia, por ser um filho de um líder chinês que passou por um período difícil na Revolução Cultural, e acabou sendo reabilitado. Ele foi para o campo como muitos estudantes da época, mas por causa do seu pai sofreu limitações, como muitos outros que eram considerados privilegiados e antiMao. Acabou conseguindo formar-se em química orgânica na famosa Universidade de Tsinghua onde estudaram muitos dos líderes políticos chineses das últimas décadas, superando algumas dificuldades.
Xi Jinping com o presidentes Lula durante visita ao Brasil em 2009
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7 de fevereiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no O Estado de S.Paulo, iniciativa do Sete Brasil, problemas e oportunidades existentes
O jornal O Estado de S.Paulo publica hoje um artigo de Sergio Torres e Sabrina Vale informando que a empresa Sete Brasil contrata navio-sonda antes da escolha da Petrobras. Esta empresa Sete Brasil, que concorre para a fabricação de 21 sondas, pertence parte a Petrobras e aos fundos de pensão relacionados com os funcionários de estatais.
Todos sabem que existe uma grande demanda por estas sondas, pois o governo brasileiro vem exigindo que parte delas seja fabricada no Brasil. No caso da Sete Brasil, ela está associada à Sembcorp Marine de Cingapura, que conta com uma unidade em Aracruz, no Espírito Santo que ainda não está em operação.
Sonda da empresa Sete Brasil
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7 de fevereiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: 70 funcionários de diversas empresas, artigo de Fernando Scheller, cargueiro transformado em plataforma na China, O Estado de S.Paulo na Plataforma Cidade Angra dos Reis, plataforma da japonesa Modec
Um excepcional artigo de Fernando Scheller foi publicado hoje pelo O Estado de S.Paulo descrevendo a sua visita à plataforma Cidade de Angra dos Reis, a primeira em operação no pré-sal. Um cargueiro japonês construído em 1991 foi transformado pelos chineses em 2008/2010 numa plataforma e é operada pela empresa japonesa Modec. Contou com a cooperação das maiores empresas do mundo que atuam no setor, como a norte-americana GE, a alemã Siemens e a brasileira Weg. A plataforma alugada para a Petrobras opera com diversas consultoras internacionais, estando localizada a 300 quilômetros do litoral do Rio de Janeiro, com uma lâmina de água de 2.000 metros.
O deslocamento do pessoal é feito de helicóptero cujo voo da costa até a plataforma é de uma hora e 20 minutos. Os 70 funcionários que operam para a Modec são revezados a cada 15 dias, sendo acomodados na plataforma em alojamentos padrões para duas pessoas, contando com cinco refeições diárias e entretenimentos proporcionados pela empresa italiana Fratelli Consulich com larga experiência em diversas plataformas. A Petrobras está se preparando para atuar com mais quatro unidades em águas profundas nos próximos três anos e isto atrai fornecedores de equipamentos sofisticados de todo o mundo.
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5 de fevereiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: estudos indispensáveis, notícias sobre a concorrência para o trem bala, os aeroportos privatizados
A imprensa brasileira continua noticiando sobre as concorrências de suplementação dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília, bem como as relacionadas ao trem bala que deverá ligar Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. A Folha de S.Paulo, por exemplo, publica artigos de Dimmi Amora e Agnaldo Brito sobre estes dois assuntos. Os aeroportos visam atender os aumentos dos volumes de passageiros, notadamente com vistas à Copa do Mundo e as Olimpíadas. No caso do trem bala, parece que as autoridades já estão conformadas com cronogramas mais longos.
Observa-se que as autoridades estão sendo pressionadas pelas necessidades, sem que estudos mais completos sejam feitos para que estas decisões possam ser mais eficientes e menos custosas. Todos sabem, pelas experiências internacionais, que estes projetos apresentam, muitas vezes, insuficiências de retornos econômicos e outros problemas que necessitam ser previamente equacionados.
Traçado do trem bala no Brasil e aeroporto de Guarulhos
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