3 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: algumas isenções ou reduções tributárias, competitividade da indústria brasileira, desenvolvimento das pesquisas, elevação das barreiras alfandegárias, o problema cambial
Toda a indústria brasileira e até segmentos do governo estão preocupados com o processo que alguns estão chamando como “desindustrialização” brasileira. Além de um câmbio desfavorável, alegam que o chamado “custo Brasil” seria tão elevado que não os permitem competir com os produtos importados, notadamente no setor de máquinas e equipamentos. Dentro deste “custo Brasil”, estariam às deficiências de infraestrutura, encargos salariais exagerados, juros internos elevados, um sistema tributário confuso e pesado, componentes locais onerosos etc.
O governo federal vem se preocupando com o assunto, pois entende que a economia brasileira continuará necessitando de um setor industrial competitivo para manter o seu desenvolvimento. Os tipos de empregos qualificados do setor industrial seriam diferentes dos proporcionados pelas atividades primárias como a mineração e a agropecuária que continuam sustentando as exportações indispensáveis para gerar as divisas externas necessárias. Ao mesmo tempo, preocupa-se com a invasão de empresas estrangeiras no setor, transferindo muitos controles das organizações que antes eram dos brasileiros. Uma parte destes assuntos aparece com frequência na imprensa brasileira, como hoje no jornal O Estado de S.Paulo.
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3 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: alternativas, alternativas ao etanol da cana de açúcar, napier, sorgo | 4 Comentários »
Ainda que o Brasil se considere o pioneiro no uso do etanol como combustível para mover os veículos, há um registro do inglês Joseph Needham que ele utilizou uma ambulância na China em torno de 1940, quando o petróleo era estratégico. No Brasil, utilizava-se, na época, o chamado “gasogênio”, que queimava carvão ou madeira, para mover os veículos. Somente com o Proálcool, em 2008, como forma de superar as limitações da crise petrolífera, é que se generalizou no Brasil o uso do etanol.
O etanol, ainda que produzido em várias regiões brasileiras, apresenta o inconveniente de sua safra ocorrer somente uma vez por ano, exigindo um elevado custo para a sua estocagem para uso durante o período da entressafra. Estudam-se alternativas, como o do napier, popularmente conhecido como o capim elefante. Tentou-se a produção do etanol a partir da mandioca, mas o seu cultivo em grande escala acabou provocando pragas insuperáveis. Agora, a Folha de S.Paulo de hoje noticia o estudo do sorgo como outra possibilidade.
Veículo movido a gasogênio, na década de 1940. Sorgo, que poderia ser uma alternativa para combustível
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2 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo de Adam Davidson, desafios para todos, reações ao avanço chinês, The New York Times
Adam Davidson é um influente cofundador do NPR’s Planet Money, possui blogs e uma série de programas de rádio incluídos no Morning Edition, All Things Considered e This American Life. Ele publicou um artigo de grande interesse no The New York Times, engrossando um movimento norte-americano que procura estimular os Estados Unidos, deixando de simplesmente ficar criticando a China. O artigo começa com o exemplo da DuPont que, durante a Segunda Guerra Mundial e depois dela, transformou a empresa de produtora de materiais bélicos, como os paraquedas, para a produção de meias de nylon, chegando a orlon e lycra, sem ter desempregado nenhum operário e encontrando produtos que passariam a ser de consumo de massa.
Ele e outros analistas estão engrossando as pressões para a mudança da política norte-americana que se concentra na crítica à desvalorização do yuan, esquecendo-se que os Estados Unidos ainda lideram os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, que só poderá ser superada pela China em torno de 2022, no atual ritmo de aumento dos investimentos chineses nesta área.
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2 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a crise econômica, dificuldades em todo o mundo, participação popular, problemas morais
Nesta passagem do ano de 2011 para 2012, diversos problemas afloraram no mundo, como as dificuldades relacionadas com a crise econômica que se generalizou por todo o mundo globalizado. No entanto, começaram a esboçar-se as manifestações populares expressando a inconformidade com os problemas da corrupção, como os que estão no fundo da Primavera Árabe ou do movimento Ocupação de Wall Street, e parece que a manifestação mais enfática de reação acaba ocorrendo na Índia. Noticiou-se que um indiano, de forma semelhante com Mahatma Gandhi, declarou-se em greve de fome contra a corrupção que também afeta o Parlamento Indiano. A presidente Dilma Rousseff vem se declarando disposta a fazer uma limpeza na política brasileira, mas ainda não recebeu o apoio popular indispensável para tal operação.
O jornal The Time of India registra que o primeiro-ministro Manmohan Singh divulgou a população a decisão do seu governo sobre “iniciativas de transformação” para capacitar as pessoas a combater a corrupção, listando os cinco desafios pessoais para o ano novo. Ele reconhece que tudo demandará um bom tempo, mas se comprometeu a trabalhar pessoalmente para transformar o seu governo em algo eficiente e honesto, procurando uma economia mais competitiva e robusta, e uma ordem mais justa social e politicamente.
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29 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: balanços de final do ano, críticas ao desenvolvimento brasileiro, críticas ao desenvolvimento chinês, desacelerações para acomodações | 2 Comentários »
Apesar de aulas de renomados professores de desenvolvimento econômico, entre eles Antonio Delfim Netto, parece ser de difícil compreensão até para os economistas que este processo implica em constantes superações de problemas, que geram desafios que necessitam ser transpostos. Trata-se de um processo em que a superação de um obstáculo acaba criando outros que também precisam ser vencidos. Não existe, na história da humanidade, nenhum processo de desenvolvimento econômico que ocorreu sem nenhum problema, ou não estaríamos no mundo de recursos escassos onde o que se deseja sempre vai se multiplicando.
Apesar do espantoso desenvolvimento pelo qual vêm passando a China nas últimas décadas, muitos na mídia internacional procuram ressaltar as suas dificuldades e não as conquistas que vem superando. Que problemas ainda existem, ninguém duvida, ainda que uma massa de mais de um bilhão de chineses melhorou o seu padrão de vida nestes anos. Só não admitem os que não querem ver. Eles passaram a fazer parte importante dos produtores mundiais, a ponto de incomodar o resto do mundo, e ao mesmo tempo tornaram-se grandes consumidores que sustentam a atual economia mundial. A China tornou-se a principal parceira comercial da maioria dos países relevantes no mundo.
A China tem mais de 9,6 milhões km², sendo parte de desertos e montanhas inabitáveis, e mais de 1,4 bilhões de habitantes
Numa escala menos expressiva, destaca-se também o Brasil nas últimas décadas, que, mesmo sem a mesma expressiva taxa de crescimento econômico da China, vem impressionando o mundo com uma sensível melhoria na sua distribuição de renda, incorporando na sua classe média produtora e consumidora um segmento de sua população que impressiona o mundo. Consolida o seu regime democrático, com a sucessão de seus governantes desde o seu período de regime militar, com expressivo aumento de sua produção agropecuária e de recursos minerais. As limitações com que contam são públicas, notadamente na sua infraestrutura física e social, ao lado de sua desfuncionalidade na gestão pública e privada.
O Brasil tem mais de 8,5 milhões km² habitáveis, e uma população superior a 190 milhões de habitantes
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29 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: comentários do Financial Times, reações do governo norte-americano, tempo para os seus efeitos
Os jornais relevantes no mundo registraram as reações do governo norte-americano, por intermédio do presidente Barack Obama e do secretário do Tesouro Timothy Geithner, aos entendimentos preliminares do Japão e da China para aumentar a participação do yuan chinês e o iene japonês nos mercados internacionais. E o jornalista Simon Rabinovitch, do Financial Times, localizado em Beijing, publica um artigo reproduzido pelo Valor Econômico informando que “para analistas, pacto cambial entre China e Japão é ‘simbólico’”.
O que parece importante entender é que o mundo vem interpretando que a política monetária dos Estados Unidos em aumentar a oferta de dólares norte-americanos no mundo acaba desvalorizando-o no mercado internacional, provocando a valorização das demais moedas, até dos seus parceiros tradicionais, visando reduzir o seu déficit comercial, no que não conseguem sucesso, como apontou o prêmio Nobel Michael Spence, como postado neste site. O caminho correto e de longo prazo necessita do aumento de sua eficiência para tornar os produtos americanos competitivos.
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27 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aprofundando as parceriais, exemplo para o Brasil, Japão e Índia, projetos conjuntos do setor público e privado
O governo indiano já havia estabelecido um acordo com o governo japonês para estruturar um corredor de 1.500 quilômetros entre Nova Delhi e Mumbai. Na nova visita do premiê Yoshihiko Noda à Índia, os japoneses estão anunciando um novo plano que estende mais US$ 4,5 bilhões para completar este corredor industrial, com a ativa participação dos principais grupos privados japoneses. Há um reconhecimento que a infraestrutura indiana ainda é deficiente, havendo muitas oportunidades para a sua melhoria, utilizando o sistema de parceria público-privado.
O jornal econômico japonês Nikkei anuncia um novo pequeno trecho de 14,5 quilômetros que vai ligar o centro da cidade ao distrito industrial de Pune, com a mesma orientação, comandada pela Toshiba e a Oriental Consultants. Isto visa desenhar o projeto, efetuar o seu planejamento, construir e operar o sistema de infraestrutura, o que não vem se conseguindo entre o Brasil e o Japão.
Primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, e Manmohan Singh, primeiro-ministro indiano
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27 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo original no Project Syndicate, considerações sobre o câmbio e o comércio internacional, Prêmio Nobel Michael Spence
Michael Spence, Prêmio Nobel de Economia, professor da Universidade de New York, no seu artigo reproduzido pelo The Japan Times, originalmente publicado no Project Syndicate, chama a atenção que os Estados Unidos estão demasiadamente preocupados com o câmbio, e está se descuidando do problema da produtividade e de suas relações comerciais. Ele chama a atenção que os Estados Unidos está com déficit comercial com quase todos os países, como o Canadá, México, China, Alemanha, França, Japão e Taiwan, além dos países exportadores de petróleo, sendo o mais expressivo com a China. Se calculado pelo valor adicionado nos produtos dos diversos países, a lista não se alteraria muito, mas a posição da China cairia muito.
Os países como o Japão, a Coreia e Taiwan possuem superávit com a China e a Alemanha mantém um razoável equilíbrio neste comércio. Os Estados Unidos está um déficit comercial persistente e global que oscila na faixa de 3 a 6% do PIB. Mas o Congresso dos Estados Unidos está obcecado com a China, referindo-se a sua manipulação da taxa de câmbio. Poderia se acrescentar que se observam as mesmas tendências na maioria da imprensa norte-americana, que acaba sendo arrastada pelos problemas ideológicos e não racionais de economia.
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27 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: considerações per capita, divulgações na Europa sobre o crescimento da economia brasileira, índices do IDH, sugestões operacionais | 4 Comentários »
Apesar de a economia brasileira tornar-se a sexta maior no mundo, superando a do Reino Unido, e este fato ter merecido uma ampla divulgação na imprensa europeia, a sua comemoração pelo ministro Guido Mantega acabou provocando uma série de reparos na imprensa local. Todos sabem que o dado do PIB nacional é global, não se referindo a um dado per capita, levando em consideração o tamanho da população. E o próprio ministro previu que haveria necessidade de mais vinte anos para a população brasileira obter o mesmo padrão de vida dos europeus. As previsões existentes mostram que a economia brasileira vai continuar crescendo mais que muitas europeias, no longo prazo, não se tratando somente de um problema temporário determinado pela atual crise européia.
Os críticos procuram mostrar que, mesmo assim, os índices do IDH – Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil continuam numa posição bem inferior, mesmo desconhecendo as metodologias empregadas na construção de todos estes indicadores. O que seria construtivo é fossem apresentadas as sugestões para as suas melhorias operacionais, pois todos esperam que o desenvolvimento brasileiro seja acompanhado da melhoria do bem-estar da sua população.
Inglaterra: área de 130 395 km², com população estimada de 50 milhões de habitantes
Brasil: área de 8 514 876,599, com população estimada de 192 376 496 de habitantes
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22 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no Nikkei, economia de energia, fibra de carbono, outras alternativas, peso menor | 2 Comentários »
Tudo indica que haverá uma competição acirrada no fornecimento de materiais para serem utilizados na fabricação dos veículos. O jornal Nikkei publica hoje um artigo de Taisei Hoyama informando que importantes fabricantes de fibras de carbono, como a Teijin, a Toray e a Mitsubishi Rayon entraram numa acirrada competição para a produção de materiais que sejam mais leves e economizem combustíveis nos veículos. Elas adotam estratégias diferentes para alcançar o seu objetivo de serem fornecedores importantes destes materiais.
A Teijin firmou um entendimento com a GM nos Estados Unidos para desenvolver em conjunto fibras de carbono. Eles esperam substituir peças vitais nos modelos da GM. As metas não estão claras, mas devem chegar a dezenas de milhares de veículos por ano, visando o ano de 2015, mas a base de pesquisa já estará instalada no próximo ano.
Protótipo de um carro da Teijin para março próximo. Foto: Nikkei
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