21 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Destaque, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: colocações fortes, discurso de abertura na ONU, fundamentadas, objetivas, propostas concretas
Um discurso de estadista. Dilma Rousseff, presidente do Brasil, como é da tradição da ONU, fez o discurso de abertura da Assembleia Geral da organização. Um discurso forte, cheio de substância, que orgulha todos os brasileiros e as mulheres de todo o mundo, pois ela se colocou na posição de representante delas. Antecedeu o de Barack Obama, que ficou sem o brilho, ofuscado por esta grande figura que se lança como estadista para o cenário internacional, no palco mais qualificado de todo o mundo.
Abriu o discurso qualificando-se como uma voz feminina, representando mais da metade da humanidade, sem pretensão, mas com muito orgulho. Mostrou as credenciais de um país emergente que vem fazendo a sua lição de casa, com condições de contribuir para a solução da atual crise econômica. Colocou claramente que não se trata da disponibilidade de recursos econômicos, mas falta de recursos políticos e, algumas vezes, de clareza de ideias. Mostrou que o problema principal do mundo atual é o desemprego.
A presidente Dilma Rousseff faz o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU,. Foto: AP
Expressou ser de um país emergente que está no pleno emprego, menos afetado pela atual crise, mas não imune. Que é preciso um novo tipo de cooperação entre desenvolvidos e emergentes. Que há uma crise econômica de governança e de coordenação política.
Que é possível utilizar os mercados internos dos diversos países para ajudar a resolver os problemas. Mas que há necessidade de reformas das instituições financeiras multilaterais e eliminar o protecionismo. Que é preciso combater as causas, havendo uma inter-relação entre desenvolvimento, paz e segurança. E que o Brasil já vem colaborando, podendo ampliar sua ajuda na segurança alimentar, tecnologia agrícola, energia limpa, combate à pobreza.
Que o Brasil é um país onde árabes e judeus vivem pacificamente, não se tolerando o emprego da força. Que medidas preventivas devem ser tomadas e não intervenções depois de ocorridos os conflitos.
Com uma lógica invejável, justificou a pretensão brasileira de um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, mostrando a tradição brasileira de soluções diplomáticas das controvérsias. Colocou-se a favor dos direitos humanos, condenando todos os preconceitos. Lamentou que a Palestina ainda não conquistasse o direito a um assento na ONU, que atenderia aos anseios de Israel por paz com seus vizinhos. Tratou dos assuntos de meio ambiente.
Afirmou que o Brasil descobriu que a melhor política de desenvolvimento é o combate à pobreza. Saudou a ONU Mulher, que terá Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile, como secretária executiva.
E finalizou: “Como mulher que sofreu tortura no cárcere, sei como são importantes os valores da democracia, da justiça, dos direitos humanos e da liberdade”. Arrancou aplausos demorados da plateia mais qualificada do mundo.
20 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Banco Central passando a apoiar, criação de novas moedas, estimulo à atividade local | 6 Comentários »
Nem mesmo os que procuram acompanhar a evolução da economia, notadamente nas periferias dos centros urbanos ou nas pequenas cidades brasileiras, não se davam conta do assunto que está sendo destacado num artigo do The Wall Street Journal, republicado no Valor Econômico de hoje, de autoria de Paulo Prada. Refere-se à criação de moedas locais de circulação restrita, com lastro no real, que acabam estimulando as modestas economias da periferia ou pequenas cidades, acabando por ser estimulada pelo Banco Central depois de sua restrição inicial.
Informa-se, com base num caso concreto do Capivari, uma moeda utilizada em Silva Jardim, pequena cidade distante 104 quilômetros do Rio de Janeiro. O impressionante é que se informa que existem 63 moedas deste tipo em todo o Brasil, o que é desconhecido até por economistas mais experientes que conhecem muitas partes deste imenso país.
Banco Capivari e cédulas de Capivari e foto área da pequena Silva Jardim, no Rio de Janeiro
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20 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo de Marcos Sawaya Jank, presidente da Única, suas explicações sobre a necessidade de importação
Muitos ficam assombrados quando o Brasil precisa importar etanol dos Estados Unidos, pois sempre se ressaltou que é um país eficiente na produção da cana e seus derivados. Marcos Sawaya Jank, o competente presidente da Única – entidade que reúne os produtores de cana de São Paulo, explica as razões que levaram a esta situação em um artigo hoje publicado no O Estado de S.Paulo.
Segundo ele, existem três explicações para esta situação desconfortável: 1) o setor reduziu a sua produção após a crise de 2008, quando foram atingidas as empresas que mais se dedicavam para a sua expansão, que representam um terço do parque produtor; 2) o custo da produção do etanol subiu 40% nos últimos seis anos, ao mesmo tempo em que os tributos se aproximaram dos da gasolina; 3) as três últimas safras foram marcadas por condições climáticas adversas.
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20 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: Dilma Rousseff é capa do Newsweek, entrevista concedida em Brasília, matéria de grande destaque e consagradora
Merecer a capa do Newsweek quando se prepara para ser a primeira mulher a inaugurar a Assembleia Geral das Nações Unidas já é uma consagração. A entrevista concedida em Brasília para Mac Margolis, com citações de diversas personalidades, ao lado de uma ampla matéria que destaca que o Mundo é das Mulheres, excede as expectativas dos brasileiros, mesmo entre os que já a aceitam como uma grande líder ou até quem não notou nela nas últimas eleições.
Os títulos e os leades das matérias são quase apaixonados. “Presidente do Brasil, Dilma Dinamite” (tradução livre de Brazil’s President Dynamite Dilma). “Não brinque com a Dilma, a mulher Presidente do Brasil machista que está crescendo, e está chamando a atenção de todos” (tradução livre de Don’t Mess With Dilma, a woman is President in booming, macho Brazil, and she’s calling all the shots).
Reprodução da capa do Newsweek e a presidente Dilma Rousseff em foto de Luiz Maximiano
A matéria de capa, bem elaborada, relata uma história de um encontro dela com uma menina chamada Vitória, que perguntou a ela se uma mulher poderia ser Presidente, e ela respondeu que sim. O Newsweek entrevistou-a no seu gabinete em Brasília, cercada de trabalhos relacionados como com a preparação da Copa do Mundo, da eliminação da pobreza absoluta, criação de empregos, do combate à corrupção.
Relata resumidamente a sua vida, desde quando estudante e se engajou na Var Palmares na luta contra o autoritarismo militar sem o uso de armas, sendo capturada e sofrendo torturas, recebeu o diagnóstico de câncer, a vida com sua família em Brasília, a sua escolha como candidata pelo Lula da Silva, um líder carismático.
O artigo está recheado de declarações de personalidades que reconhecem as suas qualidades, que surpreende os que a consideravam uma mera burocrata, e que está dando a sua face para o seu governo, ampliando agora sua presença internacional.
Ela expressou na entrevista a convicção que o Brasil está preparado para enfrentar um mundo onde os Estados Unidos e a Europa lutam para superar as suas dificuldades, minimizando os efeitos da redução do crescimento da economia mundial. Um Brasil que também colabora para resolver os problemas europeus, junto com outros países emergentes.
Informou sobre os recursos que o país dispõe para acelerar o seu desenvolvimento utilizando o seu mercado interno, que vem melhorando a sua distribuição de renda, mostrando um domínio do que tem seu comando.
Mereceu uma declaração de Delfim Netto, qualificado como o czar da economia no período militarista, que afirmou: “Dilma tem a visão para o Brasil, e ela sabe também que não pode violar os princípios da contabilidade” (tradução livre de “Dilma has a vision for Brazil, but she also knows not to violate the principles of international accounting”. Ou seja, não pode gastar mais do que dispõe.
Informa-se que ela ficou satisfeita com a entrevista publicada que deve ser um importante estímulo para a luta que empreende, cujo cenário agora se amplia pelo mundo, ao lado de mulheres que marcaram com suas contribuições para a melhoria do bem-estar de toda a humanidade, com muito pé no chão.
20 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no The Times of India, cálculo pelo poder de paridade de compra, estimativa da Crisil
O jornal The Times of India publicou um artigo de autoria de Rishi Shah informando que a economia daquele país, medido pelo chamado PPP – Poder de Paridade de Compra (ou seja, a cesta de produtos que pode ser adquirido com a moeda local em vez de usar o câmbio), estará ultrapassando a do Japão ainda neste ano de 2011, segundo Sunil Sinha, pesquisador-chefe da Crisil, uma organização da Índia que efetua estes estudos e elabora índices de rating. Evidentemente, está se falando no tamanho da economia global, pois, em termos per capita, a renda japonesa continuará bem superior à indiana.
A economia da Índia era a quarta do mundo em 2010, superada pelos Estados Unidos, China e Japão. O FMI estimava que a Índia e o Japão estariam quase juntos em 2011, mas os problemas de terremoto e tsunami prejudicaram a economia nipônica, enquanto a Índia deverá crescer de 7 a 8%. Se não fossem os desastres, estava previsto que a Índia superaria o Japão em torno de 2013-2014.
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19 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo do Valor Econômico, busca futura de parceiros, Nippon Steel assumindo o controle
O Valor Econômico, que costuma ser muito cuidadoso nas matérias que publica, noticia num artigo de autoria do Ivo Ribeiro que a Nippon Steel, diante do problema, que está colocado na Usiminas, procura se posicionar adquirindo inicialmente o seu controle, para depois procurar parcerias confortáveis. Como já foi amplamente divulgado, a CSN veio adquirindo ações no mercado da Usiminas onde a Nippon Steel é a maior acionista. Revelou a sua disposição de adquirir o bloco de ações de Votorantim e da Camargo Corrêa, que junto com a Nippon Steel tem o controle acionário da siderúrgica mineira, mediante um acordo de acionistas. Como se trata de um assunto cheio de detalhes, os que desejarem uma informação mais completa devem consultar diretamente o artigo mencionado.
A Nippon Steel está numa situação constrangedora, pois já teve diferenças de opinião numa mineração que tinha em conjunto com a CSN. Ao mesmo tempo, a tecnologia utilizada pela Usiminas é de origem na Nippon Steel que vem investindo para mantê-la atualizada, considerando a Usiminas uma empresa que poderá se expandir no futuro, pois as atividades siderúrgicas se tornam cada vez menos competitivas no Japão.
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19 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: alguns depoimentos, artigo no The New York Times, futuros, rivalidade
Um artigo publicado no The New York Times e reproduzido no suplemento semanal da Folha de S.Paulo relata algumas notícias sobre estes dois vizinhos asiáticos gigantescos que já tiveram, no passado, alguns conflitos fronteiriços, a China e a Índia. Ambos continuam com crescimentos econômicos a elevadas taxas, transformando problemas em soluções, com suas populações superiores a um bilhão de habitantes. Além de exportarem produtos industriais utilizando seus recursos humanos baratos, agora aproveitam os seus mercados internos no momento em que a economia mundial desacelera o seu crescimento.
O artigo escrito por Vikas Bajaj, de Mombai, recebeu subsídios de Xu Yan, de Xangai, e Joshua Frank, de Pequim, relatando que se existe uma rivalidade ela é unilateral. A China tem uma atitude de quase indiferença com a Índia, comparando-se sempre com os Estados Unidos e a Europa, enquanto os hindus são quase obcecados com o País do Meio. Mas alguns estudos demográficos indicam que, nas próximas décadas, a Índia que conta com uma estrutura populacional mais jovem poderá superar a China, cuja população envelhece rapidamente.
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19 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo do The New York Times, identificação da população pela íris, projeto Aadhaar
Como é de conhecimento de muitos, a íris humana é que melhor permite a individualização dos seres humanos, e já vem sendo utilizada nos sistemas sofisticados de segurança em instituições que se preocupam com ela. Os conhecimentos da biometria avançaram mostrando que as íris são mais diferenciadas pelos muitos indivíduos. Um artigo publicado no The New York Times, reproduzido no suplemento semanal da Folha de S.Paulo, noticia que, com o projeto Aadhaar (que significa Fundação), a Índia esta utilizando um simples mecanismo que permite a identificação dos seus 1,2 bilhão de habitantes, ligando os desenhos das íris com um número de registro de sua identidade. Seria particularmente útil para que todos sejam beneficiados pelos programas sociais, reduzindo a possibilidade das corrupções que costumam acompanhar a implementação de projetos bem intencionados.
Existem sistemas que permitem a leitura das íris e seus registros mediante o uso da informática, de forma barata e segura. As carteiras de identidades dos indianos podem ter um custo de US$ 3 por habitante, que nada pagará por ela por ser um programa oficial. Muitos indianos não podiam receber os benefícios sociais diante das dificuldades para a sua identificação, pela falta de dados seguros, o que poderá ser superado por este projeto, que certamente poderá ser aplicado em outros países emergentes ou problemas, evitando os desvios que ocorrem com burocratas corruptos.
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19 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: dificuldades de compreensão, perdas no UBS, responsabilidades, tradições suíças
Ninguém deve apontar irresponsavelmente as razões das falhas que vêm ocorrendo em alguns bancos internacionais, mas todos acabam ficando apreensivos quando o tradicional UBS, cujo nome veio do centenário Union Bank of Switzerland – o maior banco suíço, que era considerado como das melhores instituições bancárias do mundo, informa que houve irregularidades na organização cujos prejuízos foram inicialmente estimados em US$ 2 bilhões, ainda que esta cifra não coloque o banco em risco. Hoje, o site da Bloomberg informa que a nova estimativa é de US$ 2,3 bilhões e seu CEO Oswald Gruel não cogita de pedir demissão. Para quem é do tempo em que os bancos suíços eram o símbolo máximo da segurança bancária, e tendo sido responsável pela fiscalização dos bancos brasileiros, portanto, não um simples leigo no assunto, estas informações são no mínimo surpreendentes.
Como a maioria dos bancos internacionais, quando da crise de 2008, o UBS teve que elevar o seu capital em US$ 46 bilhões dos seus investidores para fazer face às suas dificuldades, inclusive com recursos da Confederação Suíça, portanto, dinheiro público. Seus dirigentes, como a maioria dos grandes executivos responsáveis por instituições semelhantes, são remunerados regiamente, participando dos seus lucros ainda que potenciais, com cifras assustadoras. Atualmente, estes bancos necessitam ser assistidos pelas autoridades monetárias, novamente, diante das operações de elevado risco que vieram efetuando nos últimos anos, com devedores que não podem honrar os seus compromissos.
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18 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Parceria Trans-Pacífica, reaproximação com os Estados Unidos, tendências do novo governo japonês
Observando-se as primeiras iniciativas internacionais do novo governo japonês, comandada pelo primeiro-ministro Yoshihiko Noda, é possível identificar que, além da aceleração de sua reconstrução interna, estão sendo obrigado a optar por uma maior aproximação com os Estados Unidos. Uma notícia publicada no jornal econômico japonês Nikkei, além de outras que estão sendo divulgadas pela imprensa daquele país, dão indícios destas tendências. De um lado, a sempre desconfortável presença das tropas norte-americanas em Okinawa parece caminhar para uma solução adequada, no médio prazo, mediante um entendimento recíproco, usando parcialmente outra ilha no Sudeste Asiático, como Guam.
Os problemas enfrentados pelos japoneses com os recentes terremotos na sua região nordeste atrasaram as difíceis negociações que vinham sendo feitas para a sua participação no TPP – Trans Pacific Partnership, que visa um acordo envolvendo os Estados Unidos, Austrália, Brunei, Chile, Malásia, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e Vietnã. Agora, tanto os Estados Unidos como o Japão necessitam intensificar os esforços para alavancar os crescimentos de suas economias, e uma redução tributária bem como intensificação da cooperação na bacia do Pacífico parece importante para todas as partes.
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