29 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: expectativas, novo primeiro-ministro do Japão, relacionamento com o Brasil | 4 Comentários »
Como é do conhecimento de todos, no sistema parlamentar japonês o novo presidente do Partido Democrático do Japão, majoritário na Câmara Baixa daquele país, torna-se automaticamente o seu primeiro-ministro, e o ex-ministro da Fazenda, Yoshihiro Noda, foi eleito por uma expressiva votação, derrotando o ex-ministro da Economia, Indústria e Comércio, Banri Kaieda, que era apoiado pelos tradicionais pesos pesados do partido, como Ozawa, Hatoyama e Kan, ala considerada desgastada.
Ele representa a renovação política do Japão, tendo 54 anos, ao lado de lideranças jovens como Maehara, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e Edano, ex-chefe da Casa Civil que ficou conhecido por ser o porta-voz dos assuntos relacionados com os desastres naturais e problemas com a Usina de Fukushima Daiichi. Seu estilo se aproxima do ex-primeiro-ministro Koizumi, o último com as qualidades de um estadista, ainda que não tenha o carisma de que usufruía Koizumi. Mas também Koizumi, que visitou duas vezes o Brasil, não gozava de muita popularidade no início de sua administração.
Primeiro-ministro Yoshihiko Noda Deputado Osamu Fujimura
Ele advoga a ideia da formação de uma grande coalizão política no Japão, incluindo a atual oposição, liderada pelo Partido Liberal Democrata, que tem uma expressiva representação na Câmara Alta. Ele expressou que não pretende a dissolução da Câmara Baixa, convocando eleições gerais, que poderiam criar um vazio no comando político do país. Ele se revelou a favor da aliança com os Estados Unidos, procurando resolver os problemas relacionados com Okinawa.
Um dos políticos mais ligados com o novo primeiro-ministro é o deputado Osamu Fujimura que mais tem visitado o Brasil, quase anualmente, nos últimos trinta anos, e era o secretário executivo do Conselho Parlamentar Brasil Japão, tendo exercido um forte papel no aumento do intercâmbio de estudantes, promovendo a ida de muitos brasileiros ao Japão.
Tudo indica que Osamu Fujimura, considerado um dos braços de Yoshihiko Noda, com quem se apresentou publicamente nos últimos pronunciamentos públicos do novo primeiro-ministro, tem as chances de exercer um papel relevante no novo gabinete, até com um cargo ministerial de importância. Fujimura foi um dos vice-ministros parlamentares do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão, e de qualquer forma deverá exercer um papel relevante como uma das personalidades que devem facilitar os entendimentos dos brasileiros com as autoridades japonesas.
29 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: histórico, Sharp no Brasil, sondagens das vendas | 72 Comentários »
Uma notícia publicada no jornal econômico japonês Nikkei informa que a Sharp japonesa volta a atuar no mercado brasileiro, instalando inicialmente uma subsidiária voltada a venda de seus produtos eletrônicos e equipamentos de comunicação. Como é sabido, esta empresa atuou no Brasil numa joint venture, que acabou em pendência judicial com o empresário Mathias Machline e seus herdeiros, montando alguns equipamentos.
Agora, volta ao mercado brasileiro, segundo a notícia, para estabelecer uma subsidiária totalmente controlada pela empresa japonesa, para a venda de televisores e telefones celulares, numa tentativa de efetuar pesquisas sobre este mercado, visando expandir suas operações.
Este tipo de operação é conhecido como antenna shop procurando fazer uma avaliação mais segura do mercado, diante das perspectivas existentes em mercados emergentes como o do Brasil. No entanto, parece difícil que uma operação meramente comercial, na atual conjuntura, possa ser eficiente, tanto diante da presença de outros concorrentes produzindo ou montando equipamentos similares neste mercado.
Diante dos problemas cambiais, juros internos, tributos existentes e outros problemas relacionados com a competitividade, se não estiverem dispostos a uma produção local em escala apreciável, tudo indica que a sua rentabilidade no Brasil deve ser duvidosa. Se tiverem intenções de um estudo mais amplo, inclusive possibilidades de exportação, estas intenções podem ser consideradas mais sérias, principalmente se as pendências judiciais estiverem totalmente resolvidas.
É claro que as perspectivas dos mercados emergentes como o do Brasil devem ser mais concretas que dos mercados dos países já desenvolvidos, mas não havendo uma forte disposição de fazer operações de escala, visando o mercado globalizado, parece difícil somente se concentrar numa operação comercial.
25 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Política, webtown | Tags: chineses atraem investidores estrangeiros, controle das autoridades chinesas, terras raras chinesas | 8 Comentários »
Se existe um produto hoje bastante disputado no mundo, ele é a chamada terras raras, que conta praticamente com um monopólio chinês, pois as produções de outros países demandam alguns anos para serem aumentadas, e mesmo assim continuarão limitadas. A China atua no sentido das empresas que necessitam estes produtos se instalem naquele país, entre eles carros híbridos, telefones celulares e lâmpadas eficientes no consumo de energia. As empresas de alta tecnologia que necessitam destes produtos estão sendo induzidas a se instalar na China. Empresas japonesas e norte-americanas estão efetuando movimento neste sentido.
O assunto é considerado tão importante que é conduzido na China pelo primeiro-ministro Wen Jiabao pessoalmente. O painel da Organização Mundial de Comércio está tentando resolver a disputa, mas trata-se de assunto que demanda muito tempo. Os chineses alegam que limitam a exportação de terras raras por problemas de meio ambiente e escassez de ofertas. Atualmente, a China tem 94% das minas mundiais de terras raras, ou seja, 60% do consumo mundial em tonelagens, que deve se elevar para 70% no próximo ano.
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23 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: controvérsias sobre as condições para aquisições de terras rurais, posições em debate | 2 Comentários »
Um artigo publicado por Ivandro Ristum Trevelim no jornal Valor Econômico de hoje refere-se à incerteza jurídica que existiria sobre o assunto, diante da interpretação dada pela AGU – Advocacia Geral da União, aprovada pelo presidente da República e publicada no Diário Oficial da União em 28 de agosto de 2010, que tem a força de uma legislação. Ela entende que a aquisição de terras rurais por estrangeiros ou empresas controladas pelos estrangeiros necessitam de aprovação do governo, além de respeitar um máximo por município, que teria que ser acompanhada pelo INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, organismo do qual fui presidente por longos seis anos, já no passado remoto.
Alguns entendem que se trata de um entrave para investimentos de estrangeiros no agronegócio brasileiro, e seria conveniente que fosse esclarecido por uma decisão em nível mais elevado, como o STF – Supremo Tribunal Federal, ou por uma legislação específica, pois em 1997 houve uma interpretação pela mesma AGU que haveria uma isonomia de tratamento entre empresa brasileira e estrangeira, como proposto pela Emenda Constitucional número 6. Esta dúvida não existia no passado, e estava claro que a aquisição de terras rurais por estrangeiros dependia da aprovação do presidente da República, e exame do INCRA sobre a quantidade de terras dos estrangeiros em cada município.
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22 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: anúncio de colaboração nos híbridos, Ford, novo comportamento promissor, site do IG, Toyota | 2 Comentários »
As empresas japonesas davam elevada importância para as tecnologias desenvolvidas dentro de suas empresas, contando com muitas dificuldades para operarem com organizações de outros países. A Nissan japonesa, entrando em dificuldades, passou a necessitar da colaboração da Renault francesa, o que se revelou extremamente útil, com o executivo brasileiro Carlos Ghosn comprovando que estrangeiros poderiam aproveitar a cultura empresarial do Japão, comandando uma empresa com forte tradição japonesa, com proveito recíproco. Poucos acreditavam que isto era possível e, desde então, muitas empresas japonesas passaram a ser comandadas por executivos estrangeiros.
Agora, o site da IG, com notícias provenientes da Dow Jones, informa que a tradicional Toyota japonesa se associa com a Ford norte-americana para colaborarem no desenvolvimento de veículos híbridos de gasolina e eletricidade, para caminhões leves e utilitários esportivos, uma colaboração difícil de acreditar até as recentes dificuldades da tradicional montadora japonesa.
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22 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: principais multinacionais, projetos de expansão, reconhecimento das potencialidades brasileiras
Ainda que exista um reconhecimento das potencialidades da economia brasileira, as grandes empresas internacionais de equipamentos pesados revelam disposições diferenciadas com relação aos seus investimentos no Brasil, apontando as dificuldades por que passam muitas das empresas já aqui instaladas. Mesmo que as autoridades brasileiras tenham lançado o programa Brasil Maior, as medidas não parecem suficientes para estimular uma maior agressividade dos grupos estrangeiros, como a que ocorreu na China e na Índia nos últimos anos. Medidas adicionais parecem estar sendo pensadas, pois o país anseia por novos passos na melhoria da tecnologia local.
Muitos admitem que, com a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas, as necessidades brasileiras de melhoria da infraestrutura bem como programas para a exploração do pré-sal geram oportunidades, mas diante do cenário internacional mais adverso, notam-se posições cautelosas, que se diferenciam entre os diversos grupos. Norte-americanos, como a General Eletric, e europeus, como a Siemens e a Alstom, já estão no Brasil há mais tempo e fazem projetos de ampliações significativas, pois seus mercados locais não apresentam grandes dinamismos nas próximas décadas e procuram oportunidades nas economias emergentes como a brasileira. As japonesas, como Hitachi e a Toshiba, ainda estão nos setores mais leves do Brasil e mesmo que a economia japonesa também esteja com perspectivas difíceis ainda repousam suas esperanças no mercado asiático. As declarações sobre estas intenções estão na imprensa brasileira.
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21 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: a copa mundial feminina, Brasil ganha o campeonato mundial sub-20, futuro, meios de divulgação publicitária | 2 Comentários »
Com uma campanha dura, os jovens brasileiros de futebol ganharam o campeonato mundial sub-20 na Colômbia, tornando-se pentacampeões, superando equipes poderosas, inclusive de países que hoje se destacam mundialmente neste esporte. Contaram com um pouco de sorte, como sempre nos esportes. Asseguram a continuidade do prestígio do futebol brasileiro nos próximos anos, pois muitos dos destes jogadores hoje justamente aplaudidos poderão estar na próxima Copa do Mundo a ser realizada no Brasil. É preciso que o Brasil tenha a consciência que o futebol é o melhor mecanismo de divulgação do país no exterior, onde sempre o esporte está associado a sua imagem.
Quando as jogadoras japonesas, conhecidas como nadeshikos, surpreendentemente conquistaram o campeonato mundial feminino viraram heroínas nacionais merecendo as mais altas homenagens que ainda não lhes proporcionaram elevados retornos financeiros. Mas até uma empresa automobilística de ponta, não japonesa, tomou a iniciativa de presenteá-las, cada uma delas, com um carro de sua fabricação. Elas que não são fisicamente das mais dotadas, superaram tradicionais seleções de futebol feminino, com sua garra e dedicação, tornando-se importantes meios de divulgação de um Japão atingindo por desastres naturais. A imagem da seleção japonesa feminina está sendo amplamente divulgada em todo o mundo.
Seleção brasileira sub-20 comemora vitória na final / Seleção feminina japonesa: campeã mundial
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21 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: automóveis baratos, carros maiores, Chevy no Brasil, novas indústrias
Observa-se a continuidade da instalação no Brasil de indústrias automobilísticas estrangeiras atraídas pelo mercado brasileiro, tanto na faixa dos automóveis populares e baratos como de veículos chamados SUV – Sport Utility Vehicle. O jornal chinês China Daily publica uma matéria sobre a Chevy, comentando as tendências do mercado brasileiro. O padrão das empresas desta fase difere das anteriores, pois estão sendo feitas num entendimento com grupos locais, muitos deles que trabalhavam na importação e distribuição de veículos, que passam a ser montados no Brasil em joint-ventures.
A entrevista sobre o projeto da Chevy foi concedida por Luis Cury, que é o CEO da unidade brasileira, e esclareceu sobre uma estratégia cautelosa, de longo prazo, começando com margens mínimas de lucros, para conquistar uma meta de participação de 3% no mercado sul-americano. Outros chineses também já iniciaram seus projetos no Brasil, como a Chongqing Lifan Auto e a Anhui Jianghuai Automobile – JAC, todos com veículos mais baratos, visando à nova classe média brasileira. Comenta-se que também os indianos examinam a possibilidade, como no caso da Tatá com seus veículos minúsculos.
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19 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo de Yao Yang, difíceis soluções, Project Syndicate, Valor Econômico
Os problemas que estão sendo enfrentados pelo mundo são de grandes dimensões, complexidade ímpar, e não apresentam perspectivas de fáceis soluções ainda que haja disposições das autoridades de todo o mundo. Os Estados Unidos conseguiram o aumento do teto do endividamento e a Comunidade Europeia está dando assistências aos países membros mais endividados, mas suas dificuldades se propagaram por todo o universo, afetando tanto os gigantes asiáticos, como a China, a Índia e o Japão, quanto países emergentes como o Brasil.
Os grandes credores dos Estados Unidos, como a China, possuem ativos de mais de US$ 3,2 trilhões em dólares norte-americanos, sendo mais de US$ 1,1 trilhão em bônus do Tesouro dos Estados Unidos. O Brasil também está com o grosso de suas reservas internacionais em dólares e títulos do governo americano. A política norte-americana de aumentar a oferta de dólares em todo o mundo elevou o fluxo financeiro internacional, provocando a exagerada valorização de muitas moedas, inclusive o real. Estes complexos assuntos estão sendo abordados no artigo de Yao Yang, que é diretor do Centro para a Reforma Econômica da China da Universidade de Pequim, publicado pelo Project Syndicate e reproduzido pelo Valor Econômico de hoje.
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18 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no China Daily, consequências para o mundo, ponto de vista de um empresário norte-americano
Muitas pessoas nos Estados Unidos atribuem à China parte substancial das dificuldades por que passam, pois muitas das importações de produtos chineses eliminam empregos norte-americanos, e são estimulados por um câmbio extremamente desvalorizado do yuan. Para mostrar que o desenvolvimento chinês é importante também para os Estados Unidos, como para o resto do mundo, o jornal China Daily publica um artigo do empresário norte-americano Handol Jones, que mantém suas atividades no Vale do Silício, na Califórnia.
Entre outras coisas, o artigo menciona que a continuidade de uma economia chinesa forte é de interesse dos Estados Unidos, ainda que não seja uma garantia para a sua recuperação. Ele menciona muitas das reclamações de desemprego dos norte-americanos, mas que isto estaria evitando o problema real dos Estados Unidos construírem a sua própria economia. As causas principais seriam o enfraquecimento do dólar norte-americano que reduziu a capacidade de compra no país, sendo natural que o yuan venha aumentando o seu valor com a evolução da economia chinesa, tornando seus produtos mais caros para os consumidores norte- americanos.
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